Jeferson Miola: Saída antecipada dos comandantes das Forças Armadas é de propósito para estimular insubordinação

Tempo de leitura: 2 min
Os atuais comandantes das Forças Armadas: Marco Antônio Freire Gomes (Exército), Almir Garnier Santos (Marinha) e Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica). Fotos: Marcos Corrêa/PR, Exército, Wikipedia e FAB

Saída antecipada de comandantes é proposital para estimular insubordinação

Por Jeferson Miola, em seu blog

A saída antecipada dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica é mais um capítulo revelador da partidarização e politização das cúpulas das Forças Armadas.

É, também, uma clara evidência da absoluta falta de profissionalismo e de compromisso dos comandos militares com a legalidade e com a institucionalidade.

Os comandantes militares demonstraram ostensivamente que se recusam a prestar continência ao presidente Lula, que a partir de 1º de janeiro será constitucionalmente o comandante supremo das Forças Armadas.

Com este gesto, as cúpulas militares sinalizam que não respeitam a escolha da soberania popular e o poder civil, porque não aceitam a derrota da chapa militar Bolsonaro/Braga Netto em 30 de outubro.

A naturalização do ocorrido – na imprensa e nos meios políticos – não consegue diminuir, no entanto, a gravidade desta atitude, que significa um estímulo à insubordinação das tropas e a manutenção de um clima de oposição política e de crise militar no governo Lula.

O objetivo deles com a saída antecipada é justamente o de agir como facção e de transmitir às tropas a sinalização de que militares podem se insurgir contra o governante eleito se não for algum integrante do bando deles.

De quebra, os militares ainda conseguiram que os generais substitutos dos comandantes desertores fossem escolhidos por José Múcio Monteiro dentre os mais antigos, como se esta escolha estivesse sendo realizada num contexto de normalidade institucional e com oficiais legalistas e profissionais na linha de sucessão, o que é absolutamente falso e irreal.

A questão militar condicionará a governabilidade do governo Lula. E será, também, fator condicionante para a sobrevivência da democracia.

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As escolhas do governo Lula até o presente para enfrentar a problemática militar, no entanto, a começar pela definição de José Múcio Monteiro como ministro da Defesa, têm preocupado especialistas, estudiosos e analistas, pois embutem riscos relevantes com a preservação de condições propícias à atuação política indevida e ilegal dos militares.

Mesmo sem Bolsonaro, as cúpulas partidarizadas das Forças Armadas continuarão conspirando contra a democracia e o Estado de Direito.

Os comandantes não desistiram do seu projeto próprio de poder militar, como tampouco abandonaram suas crenças bolsonaristas, golpistas e de extrema-direita e, menos ainda, curvaram-se à Constituição e ao poder civil.

Leia também:

Manuel Domingos Neto: Por que a febre de renúncia dos comandantes militares antes da posse de Lula?

Roberto Amaral: A posse de Lula, a erva daninha da conciliação que anima a impunidade e o futuro ameaçado

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Comentários

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ed.

Ora, se a partir de 1 de janeiro de 23 o comandante supremo das FFAA, uma instituição de 3º (terceiro) nível hierárquico (presidente, ministro), textualmente definida na Constituição como baseada na “hierarquia e disciplina”, for desrespeitado (oficialmente!), cabe naturalmente uma punição por desrespeito à ambos os preceitos.
Desde Deodoro que esta ainda republiqueta vive sob o céu nublado do militarismo e está mais do que na hora da sociedade civil impor sua necessária e definitiva hierarquia e disciplina sobre as forças que sequer são um poder constitucional.
Prisão para os generais e oficiais que desrespeitarem a clareza da Constituição..
e olha que neste (des)governo, a lista não é pequena…

Maria Carvalho

(…)
“Os comandantes não desistiram do seu projeto próprio de poder militar, como tampouco abandonaram suas crenças bolsonaristas, golpistas e de extrema-direita e, menos ainda, curvaram-se à Constituição e ao poder civil.”
– É tão claro que lançaram o “Projeto de Nação: o Brasil em 2035”

Zé Maria

“Fico feliz de anunciar, ao lado do ministro @Haddad_Fernando,
duas mulheres, funcionárias de carreira, no comando
da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
Sejam bem-vindas, Rita Serrano e Tarciana Medeiros.
Bom trabalho!”

Presidente LULA (2023-2026)
Eleito e Diplomado
Em breve, Empossado
https://twitter.com/LulaOficial/status/1608857727132139520

Zé Maria

.

“Acabei de convidar o deputado @MarceloFreixo [PSB/RJ]
para presidir a EMBRATUR e me auxiliar a reconstruir
o turismo brasileiro, reforçando nossa imagem junto
aos mercados internacionais e, assim, atrair mais turistas
para o Brasil.
Convite aceito.”

DANIELA DO WAGUINHO
Deputada Federal Reeleita (UB/RJ)
Ministra do Turismo
Governo LULA (2023-2026)
https://mobile.twitter.com/DanielaWaguinho/status/1608972091277344769

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Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/FlQTD67WQAEgjbV?format=jpg

“Estive com @JoeniaWapichana, que assumirá a presidência
da Funai em nosso governo.
Pela primeira vez, finalmente teremos a Funai presidida por
uma mulher indígena, dentro da estrutura do Ministério
dos Povos Indígenas.
Novos tempos para o Brasil!”

Presidente LULA (2023-2026)
https://twitter.com/LulaOficial/status/1608932333478117376

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Zé Maria

Assistimos ao Ótimo Documentário
“Visita pro Senhor, Presidente LULA!”,
da Jornalista Julia Duailibi.
A Meia Hora poderia ser Estendida
para Uma Hora, Sem Cortes, que não
perderia a Qualidade. Ficaria Melhor.

Valdir Rocha de Freitas

o Brasil é pacificador, segundo a nossa Constituição.
já passou da hora de rever o tanto que as FFAA são importantes num País que jamais irá participar de uma guerra, primeiro porque não temos efetivos e nem armamentos para isto e segundo o povo brasileiro, que é soberano, não deseja que participemos de qualquer guerra que seja.
as ações das FFAA precisam se adequar aos novos tempos.
a única coisa que estes milicos sabem fazer é promover o ódio, a discórdia, mamar nas tetas dos cofres públicos, com gastança desnecessárias e absurdas e aplicar golpes políticos.

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