Jeferson Miola: Roberto Campos avança plano de sabotagem do governo com impressionantes vilania e mau-caratismo

Tempo de leitura: 3 min
Arte: Miguel Paiva no Facebook

Roberto Campos avança plano de sabotagem

Por Jeferson Miola, em seu blog

Roberto Campos Neto é tão nefasto para o país quanto Bolsonaro.

O presidente bolsonarista do Banco Central combate o governo Lula com impressionantes vilania e mau-caratismo.

Ao analisar o arcabouço fiscal proposto pelo ministro Haddad, Roberto Campos vendeu novas dificuldades para anunciar ainda mais dificuldades para o governo.

Com isso, o tecnocrata das finanças avança o plano de sabotagem do governo por meio da recessão causada por juros altos.

Não se trata de defender o projeto fiscal proposto por Haddad, em relação ao qual inclusive existem significativas objeções na própria base do governo devido a algumas medidas austericidas que contém.

Mas é o caso de se destacar a contradição da postura do Roberto Campos a respeito da proposta de Haddad.

Num encontro do banco Bradesco, apesar de avaliar como “superpositiva” a proposta do Haddad, Campos Neto disse que “não existe relação mecânica entre o fiscal e taxa de juros na forma como é colocada”.

É a senha para manter os juros na estratosfera, independentemente de qualquer sinalização do governo, mesmo de conteúdo contracionista.

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Esta explicação representa um giro de 360 graus em relação ao entendimento reiterado por ele nas atas recentes do Copom, nas quais sempre alardeou que o “risco” de desequilíbrio fiscal com Lula é justificativa para a manutenção do nirvana rentista com juros a 13,75%.

Nas atas das três últimas reuniões do Copom – que na realidade é a diretoria do Banco Central –, em termos gerais “o Comitê reiterou os diferentes canais pelos quais a política fiscal pode afetar a inflação […]”.

Na ata da 251ª reunião, “o Comitê julgou que há ainda muita incerteza sobre o cenário fiscal prospectivo e que o momento requer serenidade na avaliação de riscos. O Comitê reforça que seguirá acompanhando os desenvolvimentos futuros da política fiscal e seus potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva”.

Na mesma ata, Campos Neto disse que “entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) … ; (ii) a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada […]”.

Portanto, as opiniões precedentes de Campos Neto contrastam enormemente com o discurso dele para banqueiros [5/4], quando arrotou que “não existe relação mecânica entre o fiscal e taxa de juros”.

No jogo de sabotagem do governo Lula, Roberto Campos se vitimizou.

Num trecho que chega a ser cômico, reclamou que “a tentativa de politizar um processo que é totalmente técnico [sic] é uma coisa que deixa os funcionários da casa e os diretores, de uma forma geral, bem preocupados [sic]. Quando a gente escuta comentários de isso é uma decisão política … Não tem nada na decisão que é política. É sempre técnico” [sic].

Numa crítica implícita aos petistas que criticam o plano de Haddad, Roberto Campos se arvora a condição de Soberano e diz que se o “canal de expectativas fica interrompido” quando “pessoas do governo começam a criticar o plano”, “Eu não consigo trazer aquele benefício da minha promessa a valor presente na mesma magnitude que eu gostaria”.

Economistas brasileiros e internacionais de diferentes perspectivas ideológicas denunciam de modo uníssono que a escolha de manter a taxa de juros na estratosfera não tem absolutamente nenhum fundamento técnico-econômico; equivale à decretação da pena de morte econômica do Brasil, como diagnosticou Joseph Stiglitz.

Roberto Campos é o líder do braço financeiro do extremismo de ultradireita.

Ele não consegue esconder sua atuação político-partidária. Independentemente de o que o governo fizer, ele estará na trincheira oposicionista disparando a arma de juros pornográficos para sabotar o governo.

A um só tempo, Roberto Campos faz do Banco Central um instrumento da brutal rapinagem do país; e, também, uma arma poderosíssima do terrorismo financeiro contra Lula.

O Senado precisa demitir Roberto Campos por justa causa, como dispõe o inciso IV do artigo 5º da Lei 179/2021, por “comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil”, que em três anos consecutivos fracassou em controlar a inflação dentro da meta.

Leia também:

Roberto Amaral: Qual o preço da governabilidade?

Jeferson Miola: Banco Central, bunker da oposição, rapinagem do orçamento público e sabotagem

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Comentários

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Zé Maria

“Um Grupo de Amigos do Presidente do Banco Central,
Roberto Campos Neto, dizem que ele deveria renunciar”
(CNN)

Até os Bolsonaristas Neoliberais Aliados do Proxeneta
do Mercado dizem que ele deveria renunciar ao Cargo.

Zé Maria

Governadores de Partidos de Oposição ao Governo LULA,
manobram para privatizar Estatais de Água e Saneamento.

Leite (PSDB/RS), Tarcisio (SP) e Zema (MG) querem privatizar
de qualquer maneira as Empresas Estaduais de Tratamento
e Abastecimento de Água CORSAN, SABESP e COPASA, por
mera Obsessão Ideológica Neoliberal Privatista.
.
.
https://twitter.com/i/status/1644408794045194261

“Leite perdeu os argumentos para venda da Corsan
com o novo marco de saneamento assinado por Lula.
Vou reabrir o debate na Assembleia na semana que vem.
Estou na @AssembleiaRS para defender o patrimônio
dos gaúchos.
Está na hora de Leite fazer o mesmo.”

MIGUEL ROSSETTO
Deputado Estadual (PT/RS)
https://twitter.com/MiguelSRossetto/status/1644408794045194261
.
.
“Medidas do governo Lula
para saneamento fortalecem
Corsan pública”
https://t.co/mDQrShLjiS
https://twitter.com/CUTRS/status/1644054997783412736
.
.
“O Governo Lula anunciou novas regras e investimentos para
a área do saneamento.
A bancada do PT seguirá mobilizada na defesa da Corsan Pública.
Insistir com a privatização, como faz o Governo Leite, é contrariar
os interesses da população gaúcha.”
https://twitter.com/PTdoRS/status/1644454640073752580

“As medidas anunciadas pelo presidente Lula
são estratégicas para quem trata a questão do
saneamento como um tema de saúde pública
e não como um negócio de ocasião.

O Rio Grande do Sul, agora, tem dois caminhos:
manter a Corsan pública e realizar os investimentos
para ampliar abastecimento e tratamento de água
ou se desfazer do nosso patrimônio e tratar a água
como mercadoria.

É uma escolha que os Municípios também precisam fazer.
Só há uma certeza, a Corsan privatizada significa tarifas
mais caras e quem vai pagar essa conta, como sempre,
é a população.” https://t.co/vbAeLCmHto

StelaFarias
Deputada Estadual (PT/RS)
https://twitter.com/StelaFarias/status/1644113534135959553
.
.
“Para justificar mudança de posição sobre venda da Corsan,
Leite culpou exigências do Novo Marco do Saneamento.
Agora que Lula muda o Marco para valorizar empresas públicas,
o gov. diz que o problema é que são ineficazes.
Apesar de estudos que o contrariam.
Mil versões; uma farsa.”

Jeferson Fernandes
Deputado Estadual (PT/RS)
.
.
https://t.co/Py5kHL1N8A
https://twitter.com/mariadorosario/status/1641890280877051989
.
.
“O leilão que deve ser anulado e a CPI da Corsan no RS”
https://twitter.com/luizmuller/status/1643608903173668865

https://pbs.twimg.com/media/Fsfqh0lWYAEjxmI?format=jpg

https://twitter.com/luizmuller/status/1644082255659188226
https://twitter.com/HUMAITARSFT/status/1643791476290203648

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/FtJTA3lWAAAFFbS?format=jpg

Entre os Países da América Latina
Brasil é o que tem um dos Menores
Investimentos Públicos.

https://twitter.com/MarcioPochmann/status/1644468091768942594

E com a Taxa de Juros do Tesoureiro de Banco Bolsonarista do Banco Central
nas Alturas o País vai cada mais reduzir o Investimento Público. É Golpe!

Zé Maria

“O ano de 2023 não começou bem para a economia brasileira.

No caso da produção industrial
houve declínio em 8 de 15 estados
pesquisados pelo IBGE no
mês de janeiro,
sendo as maiores quedas situadas
nos estados do Rio Grande do Sul (-3,4%),
São Paulo (-3,1%) e Mato Grosso (-2%).”

“As restrições fiscais combinadas com o real valorizado
e taxas de juro elevadas produzem a marcha da insensatez brasileira.

Ou seja, o aprisionamento ao rentismo
acompanhado da estagnação da renda
e da regressão do sistema produtivo
dependente do modelo primário-exportador.”

“Multidões de sobrantes às atividades
tipicamente capitalistas perambulam no país
em busca de alguma sobrevivência.

Rejeição do sistema dominante potencializa
o sistema jagunço urbano fundado
no banditismo social e fanatismo religioso.

Cracolândia fundamenta
a vanguarda do atraso.”

“Com a economia brasileira no estágio de “estagnação secular”, estacionada há 10 anos, o centro da política poderia ser a retomada em novas bases do desenvolvimento nacional.

2010, por exemplo, foi o último ano que o PIB real cresceu acima da taxa anual de inflação.”

Economista MARCIO POCHMANN
https://twitter.com/MarcioPochmann/status/1644394844356214806
https://twitter.com/MarcioPochmann/status/1639363706089009153

Antonio Azevedo

TACLA DURAN, AS JOIAS E O CÍNICO

Diógenes de Sínope, filósofo que fez da mendicância sua expressão de virtude, vivia perambulando com sua lamparina pelas ruas da antiga Atenas, atual Grécia, no Continente Europeu – quando era indagado por qualquer transeunte, alegava que estava procurando um homem honesto. Detalhe: ele morava em um tonel e buscava como ideal cínico uma vida sem luxúria a despeito das benesses da civilização à época; era ainda, conhecido como Diógenes, o Cínico, que enfrentou Platão com uma galinha despenada, atraiu a admiração de Alexandre, O Grande, pela franqueza e, praticava como nenhum outro filósofo de sua época a “parrhesía” (do grego: fala franca, fala reta). Admirado por Foucault, outro filósofo que em seu livro “Coragem da Verdade” descreveu-o assim: “O cínico é o homem do cajado, é o homem da mochila, é o homem do manto curto, barba hirsuta, pés descalços e sujos, com a mochila, o cajado, e que está ali, nas esquinas, nas praças públicas, na porta dos templos, interpelando as pessoas para lhes dizer algumas verdades”. Segundo Foucault: “O cinismo é a forma de filosofia que não cessa de colocar a questão: qual pode ser a forma de vida que seja tal que pratique o dizer-a-verdade?” A “verdade cínica” é um grande desafio para a sociedade atual sob ponto de visto do badalado modismo pós modernista. Ela é o calcanhar de Aquiles; o ponto nevrálgico das relações humanas da vida em comum. É dificílimo aceitá-la, simplesmente porque a partir da “verdade cínica”, existem coisas que não são negociáveis, não são objetos do mercado, não são vendáveis, não são consumíveis e, nem muito menos comercializáveis. Entretanto, passados mais de um ano da guerra que sequestrou a verdade entre Rússia X Ucrânia e desnudou a sociedade pós moderna que de pós não tem nada, clamam justamente pelo contrário: por coisas negociáveis, vendáveis, consumíveis e comercializáveis, onde a corrupção e a mentira é destacadamente a regra e não a exceção vide o caso das joias apreendidas no Aeroporto de Guarulhos em São Paulo. Aliás, o combate à corrupção e as falsidades políticas da guerra somados às manifestações das minorias tem sido uma das principais bandeiras advindas do clamor das ruas nos últimos tempos e encontra desafios gigantescos advindos dos próprios protestantes que para as ruas foram decorrentes em grande parte dos seus próprios vícios. Ou seja, ainda é raro, é raríssimo, encontrar alguém que nunca tenha cometido pequenos desvios de conduta no seu cotidiano, como por exemplo: furar a fila do ingresso do cinema ou do teatro ou comprar produtos falsificados na feirinha da “china”. Importante frisar que esses comportamentos não deslegitimam, de forma alguma, o grito das minorias ou o clamor que vêm das ruas contra a corrupção, contra a guerra na Ucrânia ou as manifestações na França contra a reforma previdenciária de Macron, pelo contrário, apenas exemplificam que o problema da corrupção, destacadamente a que acontece no coração da Europa, estão para além da esfera midiática que busca apenas altos índices de audiência. Assim, ao lançar um olhar mais sutilmente crítico sobre à corrupção, a denúncia de Tacla Duran sobre o possível crime de extorsão do lavajatismo ou as joias apreendidas do ‘capitão’ pela Receita Federal, o que se encontra no horizonte é, estupefato e embasbacado, o arguto Diógenes de Sínope, o Cínico, perambulando com sua lamparina pelas ruas tentando encontrar um ser humano honesto.

Antonio Sergio Neves de Azevedo – Estudante, Curitiba – Paraná.

Zé Maria

O RCN é um FDP.

Todas as decisões do Copom – e respectivas Atas das Reuniões – são Políticas.
Inclusive as Entrevistas de RCN, o Tesoureiro Bolsonarista do Banco Central.

Não há Tecnicidade alguma que prove que a Taxa de Juros tem de ser 13,75%.
Qualquer Análise Econômica Séria demonstra que a Selic tem que baixar; e baixar muito.

.

José Fernandes

O esgoto deixou de jorar, mas deixou um rastro que esse governo precisa limpar e rápido

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