Jeferson Miola: Inferno chovendo em Rafah, na Faixa de Gaza; palestinos relatam o horror dos ataques israelenses

Tempo de leitura: 3 min

Inferno chovendo em Rafah, na Faixa de Gaza

Por Jeferson Miola, em seu blog

“‘Inferno chovendo’: pessoas em Rafah relatam o horror dos ataques israelenses”.

Com esta manchete o site da emissora Al Jazeera anunciou a ofensiva brutal de Israel na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, nesta segunda-feira, 12 de fevereiro. Na operação, Israel resgatou dois reféns.

O ministério da Saúde de Gaza relatou que os bombardeios israelenses via aérea e marítima destruíram mesquitas e causaram a morte de pelo menos 67 pessoas.

Mas as cifras podem ultrapassar as centenas de vítimas, pois muitos palestinos mortos e feridos, a maioria crianças e mulheres, ainda estão soterrados sob os escombros das edificações destruídas.

Os bombardeios de Rafah por mar e ar preparam a monstruosa ofensiva terrestre planejada pelo gabinete de guerra de Netanyahu nesta que é considerada a etapa da “solução final”; a execução completa e total da limpeza étnica na Faixa de Gaza; o Holocausto.

Ilustração: Hals, para a exposição Sinta-se em Gaza, do jornal Grifo

Israel provocou o deslocamento forçado de palestinos para Rafah, onde agora pelo menos 1,5 milhão de civis encontram-se cercados como prisioneiros num campo de concentração antes habitado por cerca de 160 mil pessoas, a população normal de Rafah.

Os palestinos estão submetidos a condições deploráveis, privados de comida, água, remédios e assistência médica. Padecem de fome, desnutrição, epidemias e sofrem com a falta de condições mínimas de higiene.

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A ONU alerta para a catástrofe causada por Israel no território palestino.

O colapso total é iminente: surtos de hepatite, doenças infecciosas, respiratórias e parasitárias proliferam de modo exponencial devido às terríveis condições ambientais e sanitárias ali provocadas.

Os deslocamentos forçados, a fome e as epidemias são armas complementares de Israel na ofensiva genocida para exterminar o povo palestino.

O regime nazi-sionista de Israel concedeu aos palestinos tão somente duas opções: ou ficarem nas suas terras para serem assassinados por Israel, ou abandonarem seu próprio território e emigrarem para o deserto do Egito, para morrerem em campos de refugiados e morrerem enquanto povo e nação.

Em 125 dias de agressão criminosa, Israel destruiu a infra-estrutura e cerca de 80% dos prédios e construções da Faixa de Gaza – casas, lojas, mercados, mesquitas, igrejas, escolas, hospitais. Assassinou 110 médicos e socorristas, pelo menos 85 jornalistas e profissionais de imprensa, e mais de 100 funcionários da ONU e de agências humanitárias.

Neste breve período, quase 70 mil palestinos foram feridos e 28.340 assassinados. As principais vítimas do morticínio israelense são as mulheres e as crianças – uma criança palestina é assassinada a cada 13 minutos.

O inferno horroroso em Rafah não pode continuar sendo acompanhado ao vivo pela internet e redes sociais como se fosse apenas um filme tétrico sobre as atrocidades sionistas.

A “solução final” subiu degraus na escada do horror nazi-sionista. O Holocausto já não é uma hipótese no campo das possibilidades, porque é apenas uma questão de tempo para se consumar se não for contida a fúria genocida e racista do regime nazi-sionista de Apartheid.

É urgente obrigar Israel a adotar imediatamente as medidas determinadas pela Corte Internacional de Justiça da ONU para deter o genocídio que já se afigura como uma das mais terríveis e infames tragédias da humanidade.

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Comentários

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Zé Maria

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Será que a ‘International Community’
seguirá fazendo Ouvidos Moucos
diante desse MASSACRE, EXTERMÍNIO,
GENOCÍDIO da Nação/Etnia Palestina,
Crimes Contra a Humanidade perpetrados
pelo Estado Nazi-Sionista de isRéu.

Aliás, as ATROCIDADES Praticadas por isRéu
Contra o Grupo Étnico Árabe-Palestino são ora
“Inomináveis”, diria Churchil, porque são Piores
do que as que os Nazistas cometeram na 2ª Guerra.
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https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/genocide-timeline

Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos da América (EUA)

Enciclopédia do Holocausto

LINHA CRONOLÓGICA SOBRE O CONCEITO DE GENOCÍDIO

Na lista cronológica apresentada abaixo estão registrados os maiores avanços conceituais e jurídicos no desenvolvimento do conceito de “GENOCÍDIO”.

Ela não tem por objetivo detalhar todos os casos que possam ser considerados GENOCÍDIO, mas sim explicar como este termo tornou-se parte do vocabulário de respostas políticas, jurídicas e éticas, abrangendo uma gama de tipos de ameaças de violência contra grupos variados.

1900: Raphael Lemkin
O criador do termo “GENOCÍDIO”, Raphael Lemkin, nasceu em 1900 no seio de uma família polonesa judia.
Suas memórias mostram que desde cedo ele tomou conhecimento da história do ataque dos turcos contra os armênios (considerado por muitos acadêmicos como “GENOCÍDIO”), de pogroms anti-semitas, e histórias de violência contra outros grupos.
Estes eventos foram cruciais no desenvolvimento de sua crença de que era necessário dar proteção legal a todas as comunidades perseguidas.

1933: A Ascensão de Adolf Hitler
Com a nomeação de Adolf Hitler como chanceler, em 30 de janeiro de 1933, o Partido Nazista tomou o controle da Alemanha.
Em outubro, a delegação alemã abandonou as negociações sobre desarmamento, que estavam tendo lugar em Genebra, e a Alemanha Nazista retirou-se da Liga das Nações.
Naquele mesmo mês, na cidade de Madri, em uma conferência jurídica internacional, Raphael Lemkin (que posteriormente criou o termo “GENOCÍDIO”), propôs medidas legais para a proteção dos grupos perseguidos, porém não teve sua proposta apoiada.

1939: Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial começou em 1º de setembro de 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia, fazendo com que a França e a Inglaterra declarassem guerra à Alemanha.
No dia 17 de setembro de 1939, o exército soviético ocupou a região leste da Polônia.
Lemkin fugiu da Polônia para os Estados Unidos da América [EUA], passando pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas [URSS].

1941: “UM CRIME SEM NOME”

Em 22 de junho de 1941, a Alemanha nazista invadiu a União Soviética.

Conforme as forças alemãs avançavam na direção leste da Europa, membros das SS, da polícia e do exército alemães cometiam atrocidades tão bárbaras que levaram o Primeiro-Ministro britânico, Winston Churchill, a fazer a seguinte declaração em agosto de 1941:

“Estamos presenciando um crime sem nome”.

Em dezembro de 1941, após vários ataques alemães às suas forças navais e navios civis, os Estados Unidos ingressaram na Segunda Guerra Mundial, apoiando as forças Aliadas. Lemkin, que havia chegado em 1941 como refugiado nos Estados Unidos, ouviu o discurso de Churchill e mais tarde afirmou que sua criação do termo palavra “GENOCÍDIO” era, em parte, uma resposta àquela declaração.

1944: O [Vocábulo] “GENOCÍDIO” estava criado
A liderança nazista desenvolveu uma série de políticas populacionais direcionadas à reestruturação da composição étnica européia, utilizando o extermínio em massa como ferramenta.

Entre estas políticas estava incluído o extermínio em massa de vários grupos ‘indesejados’, como os judeus, o que hoje denominamos Holocausto, bem como a eliminação de toda a população cigana européia;
além disto, os alemães também planejavam liquidar fisicamente grande número de líderes poloneses e soviéticos.

Estas políticas, que hoje conhecemos como limpeza étnica, também continham numerosos projetos de relocação em massa de pessoas consideradas não-corretas, em menor escala mas com o uso brutal de força e assassinatos, para longe das áreas onde viviam há gerações.
Em 1944, Raphael Lemkin, agora residente na capital norte-americana, Washington, trabalhava para o Departamento de Guerra dos Estados Unidos e introduziu o termo “genocídio” em seu trabalho “O Domínio do Eixo na Europa Ocupada”.
Esse texto documentou os padrões de destruição e ocupação em todos os territórios sob o domínio nazista.

1945-1946: Tribunal Militar Internacional
Entre 20 de novembro de 1945 e 1º de outubro de 1946, o Tribunal Militar Internacional julgou os 22 principais líderes alemães nazistas, acusados de crimes contra a paz, crimes de guerra e contra a humanidade, e conspiração para cometer todos estes crimes.
Foi a primeira vez que tribunais internacionais foram utilizados como um mecanismo para levar líderes nacionais à justiça.
A palavra “GENOCÍDIO” foi incluída no processo como sendo um termo descritivo, mas não jurídico.

Após o julgamento dos principais criminosos de guerra pelo Tribunal Militar Internacional em Nuremberg, os Estados Unidos realizaram uma série
de outros julgamentos de crimes de guerra na mesma cidade, conhecidos
como “Procedimentos Subseqüentes de Nuremberg”.
O nono julgamento do tribunal militar americano em Nuremberg focalizou
os membros das unidades móveis de extermínio, as Einsatzgruppen, que
haviam sido mobilizados para assassinarem os judeus e outras pessoas
por trás da frente oriental [fronteira leste da Alemanha].
Neste filme, que mostra a abertura formal daquele processo, o promotor
americano Ben Ferencz explica a diferença entre crimes de guerra e crimes
contra a Humanidade.
No processo, Ferencz condena o GENOCÍDIO.

1947-1948: Criação de uma Convenção Internacional sobre Genocídio

Rapahel Lemkin foi o fator crítico a levar o termo “GENOCÍDIO” para discussão entre representantes de todo o mundo, que se reuniam sob a égide da nascente Organização das Nações Unidas [ONU], debatendo os termos de uma lei internacional sobre eventos genocidas.

No dia 8 de dezembro de 1948, o texto final foi adotado unânimemente.
A “Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Repressão ao Crime de GENOCÍDIO” entrou em vigor em 12 de janeiro de 1951, depois de ratificada por mais de 20 países.

1950-1987: Crimes da Guerra Fria
Os assassinatos em massa de populações civis eram muito comuns durante os anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial e durante o período da Guerra Fria.
Se tais crimes constituíam ou não “genocídio”, não era levado em conta por seus perpetradortes, signatários da “Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Repressão ao Crime de GENOCÍDIO”, através da qual comprometiam-se a prevenir e a punir tais crimes.

1988: OS ESTADOS UNIDOS AMÉRICA ASSINAM A “CONVENÇÃO
PARA A PREVENÇÃO E REPRESSÃO AO CRIME DE GENOCÍDIO”

No dia 5 de novembro de 1988, o presidente norte-americano Ronald Reagan aderiu à “Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Repressão do Crime de GENOCÍDIO”.

A assinatura dos termos da Convenção enfrentou muitos adversários internos fortes, os quais acreditavam que aquele documento infringiria a soberania dos Estados Unidos e seus Aliados.

Um dos mais ferrenhos defensores da Convenção, o senador William Proxmire, do estado de Winsconsin, fez mais de 3.000 discursos no Congresso, de 1968 a 1987, defendendo a Convenção.

1991-1995: Guerras da ex-Iugoslávia
As lutas na antiga Iugoslávia foram marcadas por numerosos crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
O conflito na Bósnia (1992-1995) provocou as mais cruéis batalhas e os piores massacres ocorridos na Europa desdo fim da Segunda Guerra Mundial.
Na pequena cidade de Srebrenica, 7.800 homens e meninos islâmicos foram assassinados pelas forças católicas sérvias.

1993: Resolução 827
Em resposta às atrocidades cometidas na Bósnia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas criou a Resolução 827, estabelecendo a abertura do Tribunal Criminal [Penal] Internacional para julgar a ex-Iugoslávia (ICTY), na cidade de Hague, Holanda.
Foi o primeiro tribunal criminal internacional desde Nuremberg.
Os crimes que o ICTY pode acusar e julgar são: graves transgressões às diretrizes das Convenções de Genebra de 1949, violação às leis ou costumes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade.
Sua jurisdição é limitada aos crimes cometidos no território da antiga Iugoslávia.

1994: GENOCÍDIO em Ruanda
De abril a julho, cerca de 800.000 pessoas, a maioria pertencente ao grupo étnico minoritário dos tútsis, foram mortas em Ruanda.
Foi um massacre em escala, escopo e velocidades impressionantes.
Em outubro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas ampliou o mandado do ICTY para incluir um tribunal, em separado mas vinculado, para Ruanda.
A Corte Criminal Internacional de Ruanda (ICTR), localiza-se em Arusha, na Tanzânia.

1998: A Primeira condenação por GENOCÍDIO
No dia 2 de setembro de 1998, o ICTR emitiu a primeira condenação do mundo por genocídio efetuada por uma corte internacional, julgando Jean-Paul Akayesu culpado por GENOCÍDIO e Crimes Contra a Humanidade.
Ele era acusado de participar e supervisionar estes massacres quando foi prefeito da cidade ruandesa de Taba.

Embora estes tribunais específicos e a nascente Corte Criminal Internacional ajudem a estabelecer jurisprudência legal e a investigar os crimes em suas jurisdições, a condenação por genocídio ainda é uma tarefa difícil.
Mais difícil ainda é dar continuidade ao desafio para evitá-lo.

2004: GENOCÍDIO em Darfur

Pela primeira vez na história do governo norte-americano, uma crise existente foi considerada como “GENOCÍDIO”.

No dia 9 de setembro de 2004, o secretário de Estado Colin Powell declarou perante o Comitê de Relações Internacionais do Senado norte-americano:
“Concluímos – eu concluí – que foi cometido GENOCÍDIO em Darfur e que o governo do Sudão e a Janjawid são os responsáveis, e também que o GENOCÍDIO ainda pode estar acontecendo”.

17 de Março de 2016: Genocídio no Iraque e na Síria
O Secretário de Estado estadunidense, John Kerry, declarou que o auto-denominado Estado Islâmico (ISIS) tem praticado GENOCÍDIO contra populações da etnia Yezidi, contra os Cristãos, e também contra os Muçulmanos Xiitas que estão nas áreas sob seu controle, na Síria e no Iraque.
Esta foi a primeira vez, em mais de uma década, que os Estados Unidos denunciaram a existência de um GENOCÍDIO.

O Secretário Kerry também declarou que o ISIS cometeu “Crimes Contra a Humanidade e de Limpeza Étnica, dirigidos contra esses mesmos grupos e, em alguns casos, contra Muçulmanos Sunitas, Curdos, e outros grupos minoritários”.

United States Holocaust Memorial Museum
Washington, DC
https://encyclopedia.ushmm.org/content/en/article/genocide-timeline
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Zé Maria

Excerto Caracterizador do Extermínio da Etnia Palestina:

“O regime nazi-sionista de Israel concedeu aos Palestinos tão somente
duas opções:

ou ficarem nas suas terras para serem assassinados por [isRéu],
ou abandonarem seu próprio território e emigrarem para o deserto do Egito,
para morrerem em campos de refugiados e [serem exterminados]
enquanto povo e nação.”

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Zé Maria

https://twitter.com/i/status/1757482953968382185
Ataque Israelense atingiu Dois Jornalistas em Muraj,
ao Norte de Rafah (Sul da Faixa de de Gaza), incluindo
o Correspondente Árabe da Al Jazeera, Ismail Abu Omar,
que os Médicos dizem estar em estado Crítico.⤵️
https://twitter.com/AJEnglish/status/1757482953968382185

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/GGOe-kqXMAAJQxU?format=jpg

“O Correspondente da Al Jazeera, Ismail Abu Omar,
e o Repórter Cinematográfico, Ahmad Matar, foram
levados às pressas para o Hospital Europeu de Gaza
em estado Grave após o Bombardeio israelense.”

https://twitter.com/AJEnglish/status/1757423703355236848

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Zé Maria

https://t.co/dzNCFt6jLQ
“Três Palestinos com Cidadania Estadunidense
foram Presos na Semana Passada pelos Militares
de isRéu, mas as suas Famílias dizem que os EUA
ainda não intervieram.”
https://twitter.com/oCafezinho/status/1757438442835673117
“Recebimento confirmado.”
Esta foi a Única Mensagem que Yasmeen Elagha
recebeu do Governo dos Estados Unidos da América
depois que 2 (Dois) dos seus Primos – ambos
Palestinos Americanos – terem sido Detidos pelas
Forças Militares israelenses enquanto se refugiavam
perto de Khan Younis, no Sul de Gaza.
https://www.ocafezinho.com/2024/02/13/familias-de-palestinos-americanos-detidos-criticam-o-silencio-do-governo-dos-eua/

Zé Maria

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Vídeo: https://twitter.com/i/status/1757441752884211769 (Malásia)

“Sentimento Malaio”

https://twitter.com/ShaykhSulaiman/status/1757441752884211769

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Zé Maria

https://twitter.com/HoyPalestina/status/1757117014257123437

“O Governo Britânico e a Oposição no Reino Unido
deveriam Abaixar a Cabeça de Vergonha enquanto
testemunhamos um Massacre em que Milhares
de Mulheres e Crianças são Assassinadas em Gaza.”

Hamza Yousef
Primeiro Ministro Escocês

https://twitter.com/Alecrin68/status/1757175351732531459

Zé Maria

https://twitter.com/i/status/1757191879223869493

“São Campos de Extermínio.
Uma Carnificina.
É Genocídio em Todos os Sentidos.
Empurrar as Pessoas até o Extremo Sul de Gaza…
este é o Plano desde o Primeiro Dia.
O Plano é Despovoar Gaza.
Limpeza Étnica.
É muito claro o que está acontecendo.”…

Husam Zomlot
Embaixador da Palestina em Londres
no Reino Unido da Grã-Bretanha.
Em Entrevista à BBC News TV.

https://twitter.com/FepalB/status/1757191879223869493

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Zé Maria

Thread Sputnik News

“Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP)
recebe convite da Rússia para reunião interpalestina

A Frente Popular para a Libertação da Palestina recebeu
a proposta de Moscou de realizar uma reunião no dia 29/02
entre as principais facções políticas da OLP.”

Fio da Meada:
https://twitter.com/sputnik_brasil/status/1757425232682401979

Ibsen

O ocidente, mais uma vez produzindo um genocídio. Nisso silêncio é a morte em Gaza.

Zé Maria

Não é ‘só’ Genocídio de isRéu.
É Extermínio da Etnia Palestina.
https://twitter.com/i/status/1757008943195279599
https://twitter.com/KateBrasil_/status/1757008943195279599

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/GGK1AhWbQAAG6MC?format=png

‘Separação entre Cisjordânia e Gaza é Inaceitável”,
afirma Rei Abdullah II da Jordânia

http://dlvr.it/T2fn75
https://twitter.com/sputnik_brasil/status/1757165828385169536

Zé Maria

“Não é ‘má prática’. É crime. Usa concessão pública
para fazer propaganda de guerra em defesa de genocídio e lobby.
Deveria ter sido fechada.”
https://twitter.com/carlospp2017/status/1757122781605433411
[Adendo ao Post 12/02/2024 – 19h15]

Zé Maria

https://t.co/RjjRp3U7se
https://twitter.com/oCafezinho/status/1757106292366152191

Funcionários da CNN dizem que
a Posição Pró-isRéu da Rede
equivale a “Má Prática Jornalística”

[O que será que dizem os Funcionários
da Globo a esse mesmo respeito?]

A CNN está enfrentando uma reação negativa por parte dos seus próprios funcionários devido às políticas editoriais que, segundo eles, levaram a uma regurgitação da propaganda israelita e à censura das perspectivas palestinas na cobertura da rede sobre a guerra em Gaza.

Jornalistas das redações da CNN nos EUA e no exterior dizem que as transmissões foram distorcidas por decretos de gestão e por um processo de aprovação de reportagens que resultou numa cobertura altamente parcial do massacre do Hamas em 7 de outubro e do ataque retaliatório de Israel a Gaza.

“A maioria das notícias desde o início da guerra, independentemente da precisão das reportagens iniciais, foram distorcidas por um preconceito sistêmico e institucional dentro da rede em relação a Israel”, disse um funcionário da CNN. “Em última análise, a cobertura da CNN sobre a guerra Israel-Gaza equivale a negligência jornalística.”

De acordo com relatos de seis funcionários da CNN em diversas redações e mais de uma dúzia de memorandos internos e e-mails obtidos pelo Guardian, as decisões noticiosas diárias são moldadas por um fluxo de diretivas da sede da CNN em Atlanta, que estabeleceram diretrizes rígidas sobre a cobertura.

Incluem restrições rigorosas à citação do Hamas e à divulgação de outras perspectivas palestinas, enquanto as declarações do governo de Israel são tomadas pelo seu valor nominal. Além disso, todas as histórias sobre o conflito devem ser aprovadas pelo departamento de Jerusalém antes de serem transmitidas ou publicadas.

Os jornalistas da CNN dizem que o tom da cobertura é dado pelo seu novo editor-chefe e CEO, Mark Thompson, que assumiu o cargo dois dias após o ataque do Hamas em 7 de outubro. Alguns funcionários estão preocupados com a disposição de Thompson de resistir a tentativas externas de influenciar a cobertura, uma vez que, em uma função anterior como diretor-geral da BBC, ele foi acusado de ceder à pressão do governo israelense em diversas ocasiões, incluindo uma exigência de destituição de um dos funcionários mais importantes da corporação de seu posto em Jerusalém em 2005.

Fontes da CNN dizem que isso resultou, especialmente nas primeiras semanas da guerra, num maior enfoque no sofrimento israelita e na narrativa israelita da guerra como uma caça ao Hamas e aos seus túneis, e num enfoque insuficiente na escala das mortes de civis palestinos e destruição em Gaza.

Um jornalista descreveu um “cisma” dentro da rede devido à cobertura que, segundo eles, lembrava às vezes a torcida que se seguiu ao 11 de setembro.

“Há muitos conflitos internos e dissidências. Algumas pessoas estão querendo sair”, disseram eles.

Outro jornalista de uma agência diferente disse que eles também sofreram resistência.

“Os funcionários sêniores que discordam do status quo estão batendo de frente com os executivos que dão ordens, questionando como podemos efetivamente contar a história com diretivas tão restritivas em vigor”, disseram.

“Muitos têm pressionado para que mais conteúdo de Gaza seja alertado e transmitido. No momento em que estes relatórios passam por Jerusalém e chegam à televisão ou à página inicial, mudanças críticas – desde a introdução de linguagem imprecisa até à ignorância de histórias cruciais – garantem que quase todos os relatórios, por mais condenatórios que sejam, isentam Israel de irregularidades.”

A equipe da CNN afirma que alguns jornalistas com experiência em reportar o conflito e a região evitaram missões em Israel porque não acreditam que serão livres para contar a história completa. Outros especulam que estão sendo mantidos afastados pelos editores sêniores.

“É claro que alguns que não pertencem estão cobrindo a guerra e alguns que pertencem não estão”, disse uma fonte.

Éditos do alto

Na primeira reunião editorial de Thompson, dois dias após o ataque do Hamas em 7 de outubro, o novo chefe da rede descreveu a cobertura da CNN sobre a história em rápida evolução como “basicamente excelente”.

Thompson disse então que queria que os espectadores entendessem o que é o Hamas, o que ele representa e o que estava tentando alcançar com o ataque. Alguns dos que ouviram consideraram esse um objetivo jornalístico louvável. Mas eles disseram que com o tempo ficou claro que ele tinha expectativas mais específicas sobre como os jornalistas deveriam cobrir o grupo.

No final de outubro, enquanto o número de mortos palestinos aumentava acentuadamente devido aos bombardeamentos israelitas, com mais de 2.700 crianças mortas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, e enquanto Israel se preparava para a sua invasão terrestre, um conjunto de diretrizes chegou às caixas de entrada dos funcionários da CNN.

Uma nota no topo do memorando de duas páginas apontava para uma instrução “de Mark” para prestar atenção a um parágrafo específico sob “orientação de cobertura”. O parágrafo dizia que, embora a CNN reportasse as consequências humanas do ataque israelita e o contexto histórico da história, “devemos continuar sempre a lembrar o nosso público da causa imediata deste conflito atual, nomeadamente o ataque do Hamas e o assassinato em massa e sequestro de civis”.

Membros da equipe da CNN disseram que o memorando solidificou uma estrutura para histórias em que o massacre do Hamas foi usado para justificar implicitamente as ações israelenses, e que outro contexto ou história foi muitas vezes indesejável ou marginalizado.

“De que outra forma os editores irão ler isso senão como uma instrução de que não importa o que os israelenses façam, a culpa é do Hamas? Cada ação de Israel – o lançamento de bombas maciças que destroem ruas inteiras, a destruição de famílias inteiras – a cobertura acaba por ser manipulada para criar uma narrativa de que “eles mereciam isso””, disse um funcionário.

O mesmo memorando afirmava que qualquer referência aos números de vítimas do Ministério da Saúde de Gaza deve dizer que o país é “controlado pelo Hamas”, o que implica que os relatórios sobre a morte de milhares de crianças não eram fiáveis, embora a Organização Mundial da Saúde e outros organismos internacionais tenham afirmado que são amplamente precisos. A equipe da CNN disse que o edital foi elaborado por Thompson em uma reunião editorial anterior.

A supervisão mais ampla da cobertura a partir da sede da CNN em Atlanta é dirigida pela “Tríade” de três departamentos da CNN: padrões e práticas noticiosas, jurídicos e verificação de factos.

David Lindsay, diretor sênior de padrões e práticas noticiosas, emitiu uma diretiva no início de novembro que proíbe efetivamente a divulgação da maioria das declarações do Hamas, caracterizando-as como “retórica e propaganda inflamatórias”.

“A maior parte disso já foi dita muitas vezes antes e não é interessante. Devemos ter cuidado para não lhe dar uma plataforma”, escreveu ele.

Lindsay disse que se uma declaração for considerada editorialmente relevante “podemos usá-la se for acompanhada de um contexto mais amplo, de preferência um pacote ou escrita digital. Vamos evitar executá-lo como uma frase de efeito ou citação independente.

Em contraste, um funcionário da CNN observou que a rede transmitiu repetidamente retórica e propaganda inflamatórias de autoridades israelitas e apoiadores americanos, muitas vezes sem contestação em entrevistas.

Eles observaram que outros canais realizaram entrevistas com líderes do Hamas, enquanto a CNN não o fez, incluindo uma em que o porta-voz do grupo, Ghazi Hamad, cortou perguntas curtas da BBC quando foi questionado sobre o assassinato de civis israelenses. Um funcionário disse que há uma opinião entre os correspondentes de que é “uma agonia conseguir que uma entrevista [de um militante] do Hamas passe pela Tríade”.

Fontes da CNN reconheceram que não houve entrevistas com o Hamas desde o ataque de 7 de outubro, mas disseram que a rede não proíbe tais entrevistas.

Mas as redações e os repórteres da CNN foram instruídos a não usar vídeos gravados pelo Hamas “em nenhuma circunstância, a menos que autorizados pela Tríade e pela liderança editorial sênior”.

Essa posição foi reiterada noutra instrução de 23 de outubro de que os relatórios não devem mostrar gravações do Hamas da libertação de dois reféns israelitas, Nurit Cooper e Yocheved Lifshitz. Dois dias depois, Lindsay enviou uma instrução adicional de que o vídeo de Lifshitz, de 85 anos, apertando a mão de um de seus captores “só pode ser usado ao escrever especificamente sobre sua decisão de apertar a mão de seu captor”.

Além dos decretos de Atlanta, a CNN tem uma política de longa data de que todos os textos sobre a situação Israel-Palestina devem ser aprovados para transmissão ou publicação pelo escritório de Jerusalém. Em julho, a rede criou um processo denominado “SecondEyes” para agilizar essas aprovações.

O chefe do escritório de Jerusalém, Richard Greene, disse à equipe em um memorando anunciando o SecondEyes – relatado pela primeira vez pelo Intercept – que, como a cobertura do conflito israelo-palestino está sujeita a um escrutínio minucioso por partidários de ambos os lados, a medida foi criada como uma “rede de segurança para não usarmos linguagem imprecisa ou palavras que possam parecer imparciais, mas que possam ter significados codificados aqui”.

Funcionários da CNN disseram que não há nada de intrinsecamente errado com a exigência, dada a enorme sensibilidade da cobertura de Israel e da Palestina, e a natureza agressiva das autoridades israelenses e dos grupos pró-Israel bem organizados na tentativa de influenciar a cobertura. Mas alguns acham que uma medida que originalmente pretendia manter os padrões se tornou uma ferramenta de autocensura para evitar controvérsias.

Um dos resultados do SecondEyes é que as declarações oficiais israelitas são muitas vezes rapidamente esclarecidas e colocadas no ar com base no princípio de que são dignas de confiança pelo seu valor nominal, aparentemente carimbadas para transmissão, enquanto as declarações e reivindicações dos palestinos, e não apenas do Hamas, estão atrasados ​​ou nunca são relatados.

Um funcionário da CNN disse que as edições do SecondEyes muitas vezes pareciam ter como objetivo evitar críticas de grupos pró-Israel. Deram o exemplo da intervenção de Greene para mudar uma manchete: “Israel não está nem perto de destruir o Hamas” – uma perspectiva amplamente refletida na imprensa estrangeira e israelita. Foi substituída por uma manchete que desviava o foco da possibilidade de Israel alcançar a justificativa declarada para matar milhares de civis palestinos: “Três meses depois, Israel está entrando numa nova fase da guerra. Ainda está tentando ‘destruir’ o Hamas?”

Alguns funcionários da CNN temem que o resultado seja uma rede agindo como censor substituto em nome do governo israelense.

“O sistema resulta em indivíduos escolhidos editando toda e qualquer reportagem com um viés pró-Israel institucionalizado, muitas vezes usando linguagem passiva para absolver as [Forças de Defesa de Israel] de responsabilidade e minimizando as mortes palestinas e os ataques israelenses”, disse um dos membros da rede.

Os funcionários da CNN que falaram com o Guardian foram rápidos em elogiar as reportagens completas e contundentes dos correspondentes no terreno. Eles disseram que essas reportagens costumam receber destaque na CNN Internacional, vista fora dos EUA. Mas no canal CNN disponível nos EUA, são frequentemente menos visíveis e por vezes marginalizados por horas de entrevistas com responsáveis ​​israelitas e apoiadores da guerra em Gaza, a quem foi dada rédea solta para defender a sua posição, muitas vezes sem contestação e por vezes com apresentadores a fazer declarações de apoio. Entretanto, as vozes e opiniões palestinas foram ouvidas com muito menos frequência e contestadas com mais rigor.

Um funcionário referiu-se à aparição de Rami Igra, um antigo alto funcionário do serviço de inteligência israelita, no programa de Anderson Cooper, onde afirmou que toda a população palestina de Gaza poderia ser considerada como combatente.

“A população não-combatente na Faixa de Gaza é realmente um termo inexistente porque todos os habitantes de Gaza votaram no Hamas e como vimos no dia 7 de outubro, a maior parte da população na Faixa de Gaza é do Hamas”, disse ele.

“No entanto, estamos a tratá-los como não-combatentes, estamos a tratá-los como civis normais e eles são poupados dos combates.”

Cooper não o desafiou em nenhum dos pontos. Quando a entrevista foi transmitida, em 19 de novembro, mais de 13 mil pessoas tinham sido mortas em Gaza, a maioria delas civis.

Outro funcionário da CNN escolheu o programa de Jake Tapper como um exemplo de um âncora que se identifica muito com um lado, enquanto o outro tem apenas uma visão restrita. Em um segmento, Tapper reconheceu a morte e o sofrimento de palestinos inocentes em Gaza, mas parecia defender a escala do ataque israelita a Gaza.

“O que exatamente o Hamas achava que os militares israelenses fariam em resposta a isso?” disse ele , referindo-se ao ataque de 7 de outubro.

Um porta-voz da CNN disse: “Rejeitamos absolutamente a noção de que qualquer um dos nossos jornalistas trate as autoridades israelenses de maneira diferente de outras autoridades”.

Outra apresentadora, Sara Sidner, foi alvo de críticas pelo seu relatório entusiasmado sobre as alegações não verificadas de Israel de que o Hamas decapitou dezenas de bebês no dia 7 de outubro.

“Temos novas informações realmente perturbadoras vindas de Israel”, anunciou ela quatro dias após o ataque.

“O porta-voz do primeiro-ministro israelense acaba de confirmar que bebês e crianças pequenas foram encontrados com as cabeças decapitadas em Kfar Aza, no sul de Israel, após os ataques do Hamas no kibutz no fim de semana. Isso foi confirmado pelo gabinete do primeiro-ministro.”

Sidner chamou a afirmação de “além de devastadora”.

“Para as famílias que estão ouvindo, para o povo de Israel, para qualquer pessoa que seja pai ou mãe, que ame os filhos, não sei como eles superam isso”, disse ela.

Sidner disse então a um repórter da CNN em Jerusalém, Hadas Gold, que a decapitação de bebês tornaria impossível a Israel fazer a paz com o Hamas.

Gold respondeu: “Como você pode fazer isso quando está lidando com pessoas que cometeriam tais atrocidades com crianças, bebês e crianças pequenas?”

Gold, que fazia parte da equipe do SecondEyes que aprovava as histórias, disse novamente que o relatório foi confirmado pelo gabinete de Netanyahu e traçou paralelos com o Holocausto. Ela respondeu à negação do Hamas de ter decapitado bebês como inacreditável “quando temos literalmente vídeos destes rapazes, destes militantes, destes terroristas fazendo exatamente o que dizem que não estão a fazer aos civis e às crianças”.

Só que, como destacou um jornalista da CNN, a rede não tinha esse tipo de vídeo e, aparentemente, ninguém mais tinha.

“O problema é que mais uma vez a versão dos acontecimentos do governo israelita foi promovida de uma forma emocional, com muito pouco escrutínio por alguém que deveria ser um apresentador de notícias neutro”, disseram.

Na época da transmissão de Sidner já havia bons motivos para a CNN tratar as alegações com cautela.

Jornalistas israelenses que visitaram Kfar Aza no dia anterior disseram não ter visto nenhuma evidência de tal crime e que os oficiais militares não fizeram menção a isso. Em vez disso, Tim Langmaid, vice-presidente e diretor editorial sênior da CNN com sede em Atlanta, enviou uma instrução de que as afirmações do presidente Biden de ter visto imagens da alegada atrocidade “apoiam o que o governo israelita disse”.

Mesmo à medida que as questões aumentavam, Langmaid enviou um memorando dizendo: “É importante cobrir as atrocidades dos ataques do Hamas e da guerra à medida que as aprendemos”.

Fontes da CNN disseram que os editores sêniores deveriam ter tratado a história com cautela desde o início, porque os militares israelenses têm um histórico de afirmações falsas ou exageradas que posteriormente desmoronam.

Outras redes, como a Sky News, foram consideravelmente mais céticas em suas reportagens e expuseram as tênues origens da história, que começou com uma repórter de um canal de notícias israelense dizendo que soldados lhe contaram que 40 crianças haviam sido mortas no massacre do Hamas e aquele soldado disse ter visto “corpos de bebês com as cabeças cortadas”. As Forças de Defesa de Israel (IDF) usaram então a alegação para comparar o Hamas ao Estado Islâmico.

Mesmo depois de a Casa Branca ter admitido que nem o presidente nem os seus funcionários tinham visto fotografias de bebês decapitados e que se baseavam nas alegações israelitas, Langmaid disse à redação que ainda poderia reportar as afirmações do governo israelita juntamente com uma negação do Hamas.

A CNN noticiou a anulação das alegações enquanto as autoridades israelitas recuavam, mas um funcionário disse que nessa altura o estrago já estava feito, descrevendo a cobertura como um fracasso do jornalismo.

“A infame alegação de ‘bebês decapitados’, atribuída ao governo israelita, foi ao ar durante cerca de 18 horas – mesmo depois de a Casa Branca ter desistido da declaração de Biden de que tinha visto as fotos inexistentes. A CNN não teve acesso a evidências fotográficas, nem qualquer capacidade de verificar de forma independente essas alegações”, afirmaram.

Um porta-voz da CNN disse que a rede relatou com precisão o que estava sendo dito na época.

“Tomamos muito cuidado ao atribuir essas reivindicações em nossos relatórios e também emitimos orientações muito específicas para esse efeito”, disseram.

Alguns funcionários da CNN levantaram questões semelhantes ao reportarem sobre os túneis do Hamas em Gaza e afirmaram que conduziam a um amplo centro de comando sob o hospital al-Shifa.

Fontes internas dizem que alguns jornalistas resistiram às restrições. Um deles apontava para Jomana Karadsheh, uma correspondente baseada em Londres com uma longa história de reportagens sobre o Oriente Médio.

“Jomana realmente pressionou para chamar a atenção para as vítimas palestinas desta guerra e teve algum sucesso. Ela fez algumas histórias realmente importantes, colocando um rosto humano em tudo e observando as ações e intenções israelenses. Mas não acho que tenha sido fácil para ela. Essas histórias não recebem o destaque que merecem”, disse um deles.

O esforço para uma cobertura mais equilibrada foi complicado pelo bloqueio de Israel à entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza, exceto sob controlo das FDI e sujeitos a censura. Isso ajudou a manter o impacto total da guerra sobre os palestinos fora da CNN e de outros canais, ao mesmo tempo que garantiu que haja um foco contínuo na perspectiva israelita.

Um porta-voz da CNN rejeitou as alegações de parcialidade.

“As nossas reportagens confrontaram a resposta de Israel aos ataques, incluindo algumas das nossas investigações, entrevistas e relatórios mais detalhados e de alto perfil”, disseram.

A CNN enfrentou acusações semelhantes de parcialidade após os ataques de 11 de setembro de 2001, quando o presidente da rede, Walter Isaacson, ordenou que as reportagens sobre o assassinato de civis afegãos pelas forças dos EUA fossem equilibradas com a condenação do Taleban por suas ligações com a Al- Qaeda.

“À medida que obtemos bons relatórios sobre o Afeganistão controlado pelos Taliban, devemos redobrar os nossos esforços para garantir que não parecermos estar simplesmente a reportar do seu ponto de vista ou perspectiva. Devemos falar sobre como os talibãs estão usando escudos civis e como os talibãs abrigaram os terroristas responsáveis ​​pela morte de cerca de 5.000 pessoas inocentes”, escreveu num memorando, segundo o Washington Post.

Alguns funcionários dizem que após as primeiras semanas em que a CNN noticiou o ataque do Hamas “como se fosse o 11 de setembro”, foi criado mais espaço para a perspectiva palestina, dado o crescente número de mortes e destruição resultante do ataque retaliatório de Israel a Gaza.

A única jornalista estrangeira a reportar a partir de Gaza sem escolta israelita foi Clarissa Ward, da CNN, que entrou por duas horas com uma equipe humanitária dos Emirados Árabes Unidos.

Ward reconheceu os desafios no Washington Post na semana passada. Ela escreveu que as suas reportagens de Israel lhe permitiram “criar uma imagem vívida das monstruosidades de 7 de outubro”, mas ela estava sendo impedida de transmitir uma imagem mais completa da tragédia que se desenrolava em Gaza devido ao bloqueio israelita aos jornalistas estrangeiros, colocando o fardo apenas num número limitado de jornalistas palestinos corajosos que estão sendo mortos em números desproporcionais.

“Devemos agora ser capazes de relatar as horríveis mortes e destruição que estão sendo infligidas em Gaza da mesma forma – no terreno, de forma independente – no meio de um dos bombardeios mais intensos da história da guerra moderna”, escreveu ela.

“A resposta ao nosso relatório sobre Gaza nos meios de comunicação israelitas sugere uma razão tácita para negar o acesso. Quando questionado no ar sobre o nosso artigo, um repórter do Canal 13 israelense respondeu: ‘Se de fato repórteres ocidentais começarem a entrar em Gaza, isso será com certeza uma grande dor de cabeça para Israel e para a hasbara israelense.’ Hasbara é uma palavra hebraica para defesa pró-Israel.”

Alguns membros da CNN temem que a sua cobertura da última guerra em Gaza esteja prejudicando a reputação construída pelas suas reportagens sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, o que levou a um aumento no número de telespectadores. Mas outros dizem que a guerra na Ucrânia pode ser parte do problema porque os padrões editoriais tornaram-se frouxos à medida que a rede e muitos dos seus jornalistas se identificaram claramente com um lado – a Ucrânia – especialmente no início do conflito.

Um funcionário da CNN disse que a cobertura da Ucrânia estabeleceu um precedente perigoso que voltou a assombrar a rede porque o conflito israelo-palestino é muito mais divisivo e as opiniões estão muito mais profundamente arraigadas.

“A complacência nos nossos padrões editoriais e na integridade jornalística ao reportarmos sobre a Ucrânia voltou para nos assombrar. Só que desta vez os riscos são maiores e as consequências muito mais graves. A complacência jornalística é uma pílula mais fácil para o mundo engolir quando se perdem vidas árabes em vez de europeias”, afirmaram.

Outro funcionário da CNN disse que os padrões duplos são evidentes.

“Não há problema em estarmos integrados nas FDI, produzindo relatórios censurados pelo exército, mas não podemos falar com a organização que obteve a maioria dos votos em Gaza, gostemos ou não. Os telespectadores da CNN estão sendo impedidos de ouvir um ator central nesta história”, disseram.

“Não é jornalismo dizer que não falaremos com alguém porque não gostamos do que faz. A CNN conversou com muitos terroristas e inimigos da América ao longo dos anos. Entrevistamos Muammar Gaddafi. Até entrevistamos Osama bin Laden. Então, o que há de diferente desta vez?”

Anos de pressão

Os jornalistas que trabalham na CNN têm explicações variadas.

Alguns dizem que o problema está enraizado em anos de pressão do governo israelense e de grupos aliados nos EUA, combinados com o medo de perder publicidade.

Durante a batalha pela narrativa durante a segunda intifada palestina no início dos anos 2000, o então ministro das Comunicações de Israel, Reuven Rivlin, chamou a CNN de “má, tendenciosa e desequilibrada”. O Jerusalém Post comparou a correspondente da emissora na cidade, Sheila MacVicar, à “mulher que reabasteceu o papel higiênico no banheiro dos Goebbels”.

O fundador da CNN, Ted Turner, causou uma tempestade quando disse ao Guardian em 2002 que Israel estava envolvido em terrorismo contra os palestinos.

“Os palestinos estão lutando com homens-bomba humanos, é tudo o que têm. Os israelenses… eles têm uma das máquinas militares mais poderosas do mundo. Os palestinos não têm nada. Então, quem são os terroristas? Eu defenderia que ambos os lados estão envolvidos no terrorismo”, disse Turner, que era então vice-presidente da AOL Time Warner, proprietária da CNN.

A tempestade de protestos resultou em ameaças às receitas da rede, incluindo medidas das empresas israelenses de televisão a cabo para suplantar a rede pela Fox News.

O presidente da CNN, Walter Isaacson, apareceu na televisão israelense para denunciar Turner, mas isso não impediu as críticas. O então principal executivo de notícias da rede, Eason Jordan, impôs uma nova regra segundo a qual a CNN não mostraria mais declarações de homens-bomba nem entrevistaria seus parentes, e voou para Israel para acalmar a tempestade política.

A CNN também começou a transmitir uma série sobre as vítimas dos homens-bomba palestinos. A rede insistiu que a medida não foi uma resposta à pressão, mas alguns dos seus jornalistas estavam céticos. A CNN não produziu uma série semelhante com parentes de palestinos inocentes mortos por Israel em bombardeios.

Em 2021, a editora pública da Columbia Journalism Review da CNN, Ariana Pekary, acusou a rede de excluir as vozes palestinas e o contexto histórico da cobertura.

Thompson tem as suas próprias cicatrizes de batalha por ter lidado com autoridades israelitas quando era diretor-geral da BBC, há duas décadas.

Na primavera de 2005, a BBC esteve envolvida numa discussão muito pública devido a uma entrevista com o denunciante nuclear israelita Mordechai Vanunu, que foi libertado da prisão no ano anterior.

As autoridades israelenses proibiram Vanunu de dar entrevistas. Quando uma equipe de documentários da BBC falou com ele e depois contrabandeou as imagens para fora de Israel, as autoridades reagiram expulsando efetivamente o chefe interino do escritório da BBC em Jerusalém, Simon Wilson, que não esteve envolvido na entrevista.

A disputa durou meses antes que a BBC finalmente cedesse à exigência israelense de que Wilson escrevesse uma carta de desculpas antes de poder retornar a Jerusalém. A carta, que incluía o compromisso de “obedecer aos regulamentos no futuro”, deveria ter permanecido confidencial, mas a BBC publicou involuntariamente detalhes online antes de os remover algumas horas depois. A redução irritou alguns jornalistas da BBC que enfrentavam pressões e abusos persistentes pela sua cobertura.

Mais tarde naquele ano, Thompson visitou Jerusalém e encontrou-se com o primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, num esforço para melhorar as relações após outros incidentes.

O governo israelita estava particularmente descontente com a altamente experiente correspondente da BBC em Jerusalém, Orla Guerin. O então ministro israelita para os assuntos da diáspora, Natan Sharansky, acusou-a de antissemitismo e de “total identificação com os objetivos e métodos dos grupos terroristas palestinos” após um relatório de Guerin sobre a detenção de um rapaz palestino de 16 anos que transportava explosivos. Ela acusou as autoridades israelenses de transformarem a prisão em uma oportunidade de propaganda porque “exibiram a criança diante da mídia internacional” depois de forçá-la a esperar em um posto de controle pela chegada de fotógrafos.

Poucos dias depois do encontro de Thompson com Sharon, a BBC anunciou que Guerin deixaria Jerusalém. Na época, o gabinete de Thompson negou que ele tenha agido sob pressão de Israel e disse que Guerin havia cumprido um cargo mais longo do que o normal.

Publicado originalmente pelo The Guardian em 04/02/2024:
https://www.theguardian.com/media/2024/feb/04/cnn-staff-pro-israel-bias

(Por Cláudia Beatriz | O Cafezinho | 12/02/2024 – 15h13):

https://www.ocafezinho.com/2024/02/12/funcionarios-da-cnn-dizem-que-a-posicao-pro-israel-da-rede-equivale-a-ma-pratica-jornalistica/

Zé Maria

https://twitter.com/i/status/1753401017469633010

“Here is a list of the names we know [Al Jazeera]
from the more than 11,500 Palestinian children
killed during Israel’s continuing war on Gaza ⤵️”

Know their names: http://aje.io/06omb

https://twitter.com/AJEnglish/status/1753401017469633010
https://interactive.aljazeera.com/aje/2024/israel-war-on-gaza-10000-children-killed/

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