Jeferson Miola: Derrota imposta à máquina de guerra fascista torna vitória do Lula um acontecimento épico

Tempo de leitura: 3 min
Avenida Paulista, na altura do Masp, 29 de outubro: Lula na última caminhada da campanha de 2022. Foto: Ricardo Stuckert

Derrota imposta à máquina fascista torna vitória do Lula um acontecimento épico

Por Jeferson Miola, em seu blog 

Bolsonaro não aceitaria a vitória eleitoral do Lula em nenhuma hipótese; ele é, como sempre foi, uma pessoa incompatível com a democracia e com a civilização.

Além disso, a deslegitimação do resultado eleitoral é uma estratégia da extrema-direita para a mobilização e engajamento permanente da matilha fascista “contra o sistema”.

O despeito de Bolsonaro com o fracasso é ainda maior porque ele não acredita que não tenha conseguido se reeleger mesmo tendo montado a mais poderosa e corrupta máquina de guerra contra a democracia.

Uma estrutura ilegal e criminosa nunca antes vista [aqui e aqui].

Esta máquina era tão poderosa, endinheirada e esparramada pelo país que Bolsonaro não se convence e não aceita que, ainda assim, Lula conseguiu derrotá-lo.

Bolsonaro só foi eleito em 2018 porque Lula foi ilegalmente impedido de concorrer.

Naquela eleição, a triangulação envolvendo o Alto Comando do Exército, a gangue da Lava Jato e setores do judiciário entregou de mão beijada a condição ideal para ele ser eleito.

Para a eleição deste ano, contudo, depois da desmoralização da monstruosa farsa da Lava Jato, ficou impossível interditar Lula eleitoralmente por meio de qualquer artifício farsesco do estilo.

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Bolsonaro e os militares ficaram, então, com duas opções para tentarem continuar o projeto de poder autoritário, reacionário e ultraliberal: ou providenciavam a eliminação física do Lula, o que seria um tiro pela culatra; ou montavam a máquina do crime que efetivamente montaram.

Ainda estamos longe de apreender e contabilizar a dimensão plena do que foi feito pela campanha fascista nos grotões de todo país.

O saldo líquido da montanha de dinheiro usado neste esquema criminoso e corrupto, segundo as informações preliminares, indicam um rombo de R$ 400 bilhões nas finanças do país.

A reportagem do jornalista Caco Barcellos, da TV Globo, é uma amostra representativa do método de cabresto e de compra de votos que o governo militar empregou em mais de cinco mil municípios. Este esquema envolveu bilhões em benefícios sociais direcionados de modo clientelístico.

A Codevasf [Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba] foi um entreposto na região nordeste do esquema bilionário e corrupto do orçamento secreto.

Reportagem do jornal Folha de São Paulo  apurou que a Companhia chegou a liberar verbas para corrupção eleitoral e clientelismo a um ritmo alucinante de R$ 100 mil por hora – sim, R$ 100 mil por hora! – em redutos controlados por políticos e militantes da extrema-direita.

Patrões inescrupulosos da escória empresarial [industrial, comercial, do setor de serviços, financeiro e agropecuário], além de financiarem a campanha do Bolsonaro com mais de R$ 100 milhões, coagiram e ameaçaram de demissão trabalhadores caso não votassem no candidato fascista.

Charlatães religiosos se jogaram na guerra religiosa e promoveram terrorismo informacional com imundícies e mentiras sobre Lula, o PT e a esquerda nos templos caça-níquel e nas redes sociais.

Suspeita-se que a articulação internacional da extrema-direita coordenada por Steve Bannon tenha aportado outros 40 milhões de dólares para a campanha do Bolsonaro por vias ilegais e clandestinas, insuscetíveis de controle pela justiça eleitoral.

Foi desenvolvida uma guerra cibernética devastadora e arrasadora com recursos, tecnologias, dispositivos e estratégica militar – financiada pela lúmpem-burguesia e com dinheiro público e comandada desde o Palácio do Planalto, de ministérios e órgãos militares, de inteligência e de espionagem do governo.

Apesar disso tudo e do poder avassalador desta máquina fascista de guerra contra a democracia, Lula venceu.

Só ele, e nenhum outro político brasileiro conseguiria derrotar o fascismo, menos ainda neste contexto de roubo, fraude, manipulação e corrupção eleitoral da extrema-direita.

Lula era a única e, ao mesmo tempo, a última trincheira de resistência da democracia para deter o avanço fascista-militar [aqui e aqui].

Só Lula conseguiria catalisar a gigantesca mobilização do povo brasileiro que lhe permitiu protagonizar esta conquista histórica e decisiva para o Brasil e para todo o planeta.

A vitória do Lula é superlativa e, também, marcada por recordes. Com 60.345.999 votos, ele gravou a maior votação já obtida por um candidato. E Lula é também o primeiro presidente da história republicana a ser eleito democraticamente três vezes para governar o país.

A derrota imposta à máquina de guerra fascista torna a vitória do Lula um acontecimento épico.

O mundo inteiro, e não só o Brasil, respira aliviado com esta vitória memorável do Lula. Afinal, ele quebrou um dos principais elos da engrenagem da extrema-direita internacional.

No próximo período, Lula será fundamental para a desfascistização do Brasil e terá uma contribuição importante  no combate internacional ao fascismo.

Seu governo poderá avançar nesta direção por meio de uma diplomacia antifascista e construtora de um mundo plural, democrático, de respeito humano e de preservação das conquistas civilizatórias da humanidade.

Leia também:

Jean Marc von der Weid: O que é isso, companheiros?

Roberto Amaral: A extrema-direita vai confrontar o governo Lula, e nós precisamos derrotá-la

Jair de Souza: É hora de enfrentarmos as pautas que têm servido para dar fôlego ao fascismo bolsonarista

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Comentários

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Zé Maria

https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2022/11/pt-bolsonaro-2022-2018.png

No 2º Turno da Eleição Presidencial de 2022, em Relação à de 2018,
o Caramunhão aumentou em 0,3% o Percentual na Região Nordeste[*].
Havia feito 30,3%, no 2º Turno de 2018, e agora em 30/10/2022 fez 30,7%.

Em Todas as Outras Regiões do Brasil o Energúmeno Genocida teve
em 2022 um Percentual proporcionalmente Menor do que em 2018.

*[Isso se deveu à visita da DamaresGoiabeira e da Micheque$89Mil?]

https://www.infomoney.com.br/politica/puxado-por-sp-sudeste-foi-decisivo-para-vitoria-de-lula-sobre-bolsonaro-veja-desempenho-por-estado-e-regiao

    Zé Maria

    Detalhes
    .
    Para vencer a eleição de 2022, Lula conquistou 13.205.918 votos a mais
    do que Haddad em 2018, enquanto Bolsonaro melhorou a sua votação
    em 394.914 votos em 4 anos (sem contar a votação no exterior).
    .
    Quase 59% dos votos que Lula recebeu a mais no 2º turno,
    na comparação com Haddad em 2018, vieram do Sudeste.

    Votação de LULA no 2º turno 2022
    (Comparação c/ Haddad 2018):
    Regiões do Brasil
    [Votos Válidos]

    Sudeste: +7,7 milhões (+11,1%, de 34,6% para 45,7% dos )
    Nordeste: +2,2 milhões (-0,4%, de 69,7% para 69,3%)
    Sul: +1,6 milhão (+6,5%, de 31,7% para 38,2%)
    Centro-Oeste: +928 mil (+6,3%, de 33,5% para 39,8%)
    Norte: +657 mil (+0,9%, de 48,1% para 49,0%)

    Votação de Bolsonaro no 2º turno (2022 x 2018):
    Regiões do Brasil [Votos Válidos]
    Sudeste: -1,3 milhão (-11,1%, de 65,4% para 54,3%)
    Nordeste: +1,1 milhão (+0,4%, de 30,3% para 30,7%)
    Sul: -144 mil (-6,5%, de 68,3% para 61,8%)
    Centro-Oeste: +168 mil (-6,3%, de 66,5% para 60,2%)
    Norte: +539 mil (-0,9%, de 51,9% para 51,0%)
    .
    https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2022/11/pt-bolsonaro-2022-2018.png
    .
    [Fonte: Infomoney]
    .

Zé Maria

.

A exemplo do que ocorreu no primeiro turno, LULA VENCEU

no Pantanal, na Pampa, no Sertão, no Agreste e na Amazônia.

.

Zé Maria

O Uso do Dinheiro Público e da Mentira quase reelegeram o Caramunhão.

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