Jair de Souza: Após perder nas urnas, o imperialismo será derrotado também nas ruas

Tempo de leitura: 3 min

Após sua derrota nas urnas, o imperialismo será derrotado também nas ruas da Venezuela

Por Jair de Souza*

Em 28 de julho passado, o povo venezuelano conseguiu resistir ao massacre midiático mundial lançado contra a Revolução Bolivariana e derrotou nas urnas o candidato representativo dos interesses das oligarquias locais e do grande capital imperialista.

No entanto, como já vêm procedendo há um bom tempo, os expoentes das forças direitistas derrotadas se recusaram a aceitar o resultado das urnas.

Como de costume, alegaram ter havido fraude, e partiram para a virada de banca e trataram de consumar um golpe de Estado.

Porém, como é sabido, o imperialismo é composto por uma imensa máquina inteiramente articulada com o propósito de submeter e subjugar os povos vítimas de sua sanha exploradora.

Portanto, para que possam levar adiante suas empreitadas de espoliação, o imperialismo depende não apenas de seu gigantesco aparato militar.

Além de sua monstruosa máquina de matar, eles precisam também contar com a anuência ou subserviência de uma certa parcela das populações alvos de suas ambições.

Por isso, os condutores das políticas imperialistas sabem que lhes é imprescindível ganhar algum apoio no seio dessas sociedades.

Em vista disto, muita ênfase é dedicada à manipulação dos meios de comunicação de modo a difundir visões distorcidas da realidade que possam causar um desnorteamento entre aqueles que pretendem resistir à agressão e, concomitantemente, trazer para o lado dos grupos antipovo os elementos mais vacilantes e oportunistas do campo popular.

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E este procedimento é aplicado também a nível exterior, com o propósito de impedir que a solidariedade internacional se faça sentir em favor dos povos agredidos.

Neste cenário de grande turbulência propalado pela mídia a serviço do imperialismo, as forças abertamente vinculadas com os interesses do grande capital dos centros de poder estrangeiros, os de seus associados fascistas e com a conivência dos falsos progressistas arremetem com tudo para destroçar a resistência popular.

Certamente, não é nada fácil enfrentar e derrotar esta combinação de forças reacionárias. Para que isto seja possível, é imperioso que as massas populares estejam dotadas de uma férrea determinação de lutar.

Além disto, também precisam contar com capacidade organizativa e de mobilização que viabilize a canalização de sua energia de maneira resoluta contra os inimigos da pátria.

Foi por carecer das condições mencionadas no parágrafo anterior que, em 2016, no Brasil, as forças pró-imperialistas e oligárquicas conseguiram desfechar um golpe contra o governo de Dilma Rousseff e arrebataram o poder político em nosso país.

As consequências nefastas desse episódio ficaram nitidamente delineadas após a tomada do governo pelo traidor Michel Temer e seu transpasso ao fascismo bolsonarista.

Felizmente, o bolivarianismo venezuelano parece ter se preocupado em cultivar a consciência de classe das massas trabalhadoras da Venezuela e sua capacidade organizativa.

Então, não se trata de nenhuma surpresa ver que as massas populares bolivarianas se lançaram às ruas para enfrentar os grupos fascistas que atuam em favor do imperialismo.

É uma grande alegria para um revolucionário ver que centenas de milhares de gente do povo saíram decididamente às ruas no dia de hoje (03/08/2024) para deixar patente que não estão dispostos a sucumbirem sem oferecer resistência.

Só por essa determinação já podem ser considerados vitoriosos. Mas, se persistirem em sua coragem e disposição de luta, a vitória se efetivará também em todos os outros aspectos.

O povo venezuelano já derrotou o imperialismo nas urnas no passado dia 28 de julho e, agora, vai derrotá-lo de uma vez por todas.

Todo nosso apoio ao valoroso povo bolivariano da Venezuela.

*Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.

*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.

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Zé Maria

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https://x.com/i/status/1820597806479868245

Crimes de Ódio Cometidos por Fascistas no
Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte

Criminosos de Extrema-Direita apedrejam e incendeiam
Lojas de Imigrantes em Belfast, Capital Norte-Irlandesa.
Violência também se Espalha pelas Ruas da Inglaterra.
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“NÃO é a primeira vez que entidades culturais e estabelecimentos comerciais de negros e asiáticos são atacados na Irlanda do Norte.

Há um grupo forte e determinado, mas pequeno, de ideólogos de
extrema direita que têm como alvo diversas comunidades de
imigrantes.”
https://x.com/TellMamaUK/status/1820573401888559429
“Mais violência da extrema-direita, dessa vez em Plymouth”
https://x.com/UrbanNathalia/status/1820597806479868245
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Zé Maria

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https://x.com/i/broadcasts/1YqGovqbvQvKv
https://x.com/UrbanNathalia/status/1820445894107332776
.
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https://pbs.twimg.com/media/GUN0uK6WQAANzI8?format=jpg
https://x.com/UrbanNathalia/status/1820427014911705106
“Tal qual os golpistas do 8 de janeiro,
os fascistas criminosos britânicos
que estão sendo acusados e presos,
agora choram em frente ao promotor,
dizendo que ‘não foi bem assim’”
https://x.com/UrbanNathalia/status/1820476348068172131

“Qualquer pessoa que tente defender a situação [contra imigrantes]
no Reino Unido [da Grã-Bretanha & Irlanda do Norte] é mau-caráter.

Qualquer brasileiro ou outro cidadão do sul global que tente defender
esta situação de perseguição, além de mau caráter é ignorante,
porque se estivesse aqui, estaria tomando chute na cabeça
e ouvindo ofensas dos ingleses.”

NATHALIA URBAN
https://x.com/UrbanNathalia/status/1820427014911705106
.
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https://pbs.twimg.com/media/GUNpvP3WUAAKnew?format=jpg

“Já Chega!”

“A Luta Incansável Pela Dignidade e Justiça
Face Ao Terror De Extrema Direita
No Reino Unido da Grã-Bretanha”

Por NATHALIA URBAN [*], no Migrant Women Press: https://t.co/7MOGzBOcxD

Dezenas de fascistas marcham nas ruas e nos aterrorizam.
Somos caçados como animais em nossos carros, casas,
locais de culto e nas ruas da cidade que amamos e escolhemos
cuidadosamente como nosso lar.
Nossos negócios são destruídos e saqueados, e nossa integridade
física e emocional é ameaçada.

Esta é a realidade para imigrantes e minorias étnicas no Reino Unido,
e alguns dizem que devemos ser fortes e suportar o que eles chamam
de “onda passageira de ódio”.

Estamos cansados ​​de ser fortes e constantemente ter que provar
a nós mesmos como bons cidadãos para obter o mínimo de respeito.

Dignidade, algo que eu pensava ser primário para todos os seres humanos,
é um item de luxo no Reino Unido, onde o establishment político ignora a
situação da classe trabalhadora e in(diretamente) alimenta a retórica
racista e xenófoba, culpando os imigrantes que trabalham e contribuem
como os principais vetores de problemas criados por um sistema econômico
desumano.

A mídia muitas vezes não ajuda.
Sensacionalismo barato e notícias distorcidas contribuem para a
marginalização dos imigrantes.
Somos retratados como parasitas quando, na verdade, trabalhamos duro
em empregos que sustentam a economia britânica.
Estamos em hospitais, escolas, canteiros de obras — em todos os lugares
onde há necessidade de trabalho — mas somos tratados como cidadãos
de segunda classe.

O mais escandaloso é que as autoridades não fazem o suficiente para
proteger nossos direitos e dignidade.
Quantas vezes vemos ataques xenófobos tratados com indiferença?
Quantas vezes ouvimos que “não há nada que possa ser feito”?
Tal passividade é cúmplice de nossa opressão.

Nós, imigrantes, merecemos respeito.

Contribuímos para a diversidade cultural, econômica e social deste país.

Nossa presença não deve ser motivo de divisão, mas sim de enriquecimento
mútuo.

É inaceitável que tenhamos que viver com medo, enfrentando preconceito
e violência simplesmente por existir.

A comunidade islâmica, o principal alvo da extrema direita, merece todo
o nosso amor e cuidado.

Os ataques que sofrem não são apenas físicos, mas também psicológicos,
deixando cicatrizes invisíveis que demoram muito para cicatrizar.

Toda vez que uma mesquita é vandalizada, toda vez que uma mulher
muçulmana é agredida na rua, sentimos a dor de uma injustiça
que parece nunca ter fim.

É devastador ver como o ódio cega as pessoas, transformando diferenças
culturais e religiosas em motivos para a violência.

O impacto dessas agressões se estende além dos indivíduos atacados;
ele ressoa por toda a comunidade.

Cada ato de violência nos lembra da fragilidade da nossa segurança e
da necessidade urgente de solidariedade e apoio mútuo.

É um lembrete doloroso de que, apesar de todas as contribuições
que fazemos à sociedade, ainda somos vistos por alguns como intrusos.

No entanto, mesmo diante dessa escuridão,
encontramos força uns nos outros.

A resiliência da comunidade islâmica é prova de nossa determinação
em viver com dignidade, educar nossos filhos com valores de paz e
respeito e continuar a construir pontes de entendimento.

Nossa fé nos ensina a perseverar, responder ao ódio com paciência
e trabalhar incansavelmente pela justiça.

Não devemos permitir que o medo e o ódio nos definam.

Cada um de nós tem o poder de desafiar o preconceito, educar nossos
vizinhos e mostrar que, no final, somos todos parte da mesma humanidade.

Nossa luta é por um mundo onde todos possam viver sem medo, onde
a diversidade seja celebrada e onde a compaixão triunfe sobre o ódio.

Estou cansada de ter minha existência tratada como uma ameaça simplesmente porque venho de outro lugar e tenho uma cultura diferente.

É hora de dizer ‘basta!’.

A luta contra a extrema direita não é só nossa;
é para todos que acreditam em justiça, igualdade e humanidade.

Não ficaremos em silêncio.

Continuaremos a resistir, unidos, para construir um Reino Unido
que seja verdadeiramente inclusivo e justo para todos.

E para meus queridos irmãos e irmãs imigrantes e BAME, um lembrete:
cada um de vocês traz uma história de coragem, resiliência e determinação.

Vocês contribuem diariamente para a riqueza cultural, econômica e social
deste país, e isso é algo que ninguém pode tirar de nós.

Não permitam que o ódio e a ignorância dos extremistas definam quem
somos ou nosso caminho.

[*] Nathália Urban é jornalista brasileira
e correspondente internacional radicada
na Escócia.

https://x.com/WomenMigrant/status/1820415121270653046

https://migrantwomenpress.com/2024/08/05/opinion-enough-is-enough-the-unyielding-struggle-for-dignity-and-justice-in-the-face-of-far-right-terror/
.
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