Jair de Souza: A democracia sabotada na Venezuela que a mídia brasileira não divulga; vídeo

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Nessa sexta-feira, 26/05, milhares de estudantes, professores e trabalhadores da Universidade Central da Venezuela esperaram horas para votar na eleição que deveria escolher a nova direção da UCV. O processo eleitoral acabou suspenso. Hoje, 27/05, O Conselho Universitário da instituição se reuniu em sessão extraordinária para criar uma comissão de apoio técnico e fiscal para supervisionar as eleições e estabelecer datas do novo pleito. O primeiro turno, será em 9 de junho; o segundo, em 7 de julho. Fotos: Reprodução de vídeo e UCV

A agressão à democracia na Venezuela que a mídia corporativa esconde

Por Jair de Souza*

Qualquer pessoa que se informa exclusivamente através dos órgãos da mídia corporativa deve ter a impressão de que na Venezuela existe uma feroz ditadura que cerceia todas as liberdades de seu povo e impede suas iniciativas.

Entretanto, desde que Hugo Chávez venceu pela primeira vez uma disputa eleitoral para a presidência em 1998, a Venezuela se tornou o país da América onde mais eleições são realizadas.

Foram mais de vinte os pleitos eleitorais nacionais realizados para definir seus governantes, seus legisladores, assim como para reescrever sua Constituição, referendar a permanência dos dirigentes em seus cargos, etc.

O sistema eleitoral em vigor na Venezuela é considerado um dos mais seguros do mundo. A totalidade da votação ocorre de maneira duplicada: os eleitores expressam suas preferências por via digital na urna eletrônica; esta, por sua vez, emite uma papeleta confirmando as escolhas do eleitor; este, por fim, deposita a papeleta em outra urna física ao lado da eletrônica.

Portanto, caso haja alegações de fraude, basta confrontar o resultado difundido por via digital com o número de papeletas encontradas nas urnas.

Foi isso o que aconteceu em 2013, quando o candidato chavista Nicolás Maduro derrotou a seu opositor de direita Henrique Capriles Radonski.

Logo após a divulgação da vitória de Maduro na contagem eletrônica, toda a direita se levantou para protestar e denunciar que tinha havido fraude.

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Em vista disto, o jeito era contar todas as papeletas das urnas. E assim feito. Para desespero de Capriles Radonski e de toda a direita, a contagem manual dos votos coincidiu com aquilo que a via digital já tinha anunciado, ou seja, Maduro tinha sido legitimamente eleito.

No entanto, acaba de ocorrer uma flagrante agressão de cunho eleitoral na Venezuela e, estranhamente, os meios de comunicação corporativos do Brasil não estão dando ênfase à divulgação do acontecido.

Estamos nos referindo à suspensão do processo eleitoral ocorrido ontem (26/05/2023) na Universidad Central de Venezuela (UCV), a maior instituição de ensino superior daquele país.

O fato é que há mais de 15 anos, a diretoria deste importantíssimo centro universitário tem se aferrado aos cargos dirigentes e vem se recusando a promover as eleições regulamentárias para eleger ou renovar seus quadros diretivos.

Porém, depois de muita luta por parte da mais que centomilenária comunidade ucevista espalhada por todo o território venezuelano, a atual diretoria da UCV foi intimada pelo Poder Judiciário a realizar as devidas eleições. Em consequência, o referendo foi convocado para o dia de ontem (26/05/2023).

Finalmente, a comunidade universitária da Venezuela poderia se livrar da tirania acadêmica que havia se apossado de sua mais importante universidade.

Contudo, para surpresa das centenas de milhares de pessoas que compareceram aos locais de votação no dia de ontem (26/05/2023), o processo não se efetivou.

Depois de passadas várias horas do horário estipulado, a Comissão Eleitoral se pronunciou dizendo que tinha havido um problema técnico que não possibilitaria que a eleição fosse levada adiante.

As razões teriam sido devidas a que várias das caixas contendo papeletas para a indicação do voto tinham sido danificadas por terem sido alcançadas por água de chuva. Em vista disto, todo o processo estava suspenso sem definição de nova data.

Não é preciso ser muito inteligente para pressentir que estamos diante de uma tramoia que visava impedir que a vontade da comunidade universitária obrigasse a cúpula que se aferrou ao controle da reitoria há mais de quinze anos a se retirar do poder.

Em outras palavras, estamos falando de um violento golpe contra os preceitos democráticos, o qual não deveria ser omitido por nenhum meio de comunicação comprometido com a defesa da democracia.

Seria um forte indício de que a Venezuela realmente enfrenta problemas de falta de democracia. Então, por que não está sendo divulgado por nossa mídia como deveria?

A razão para que esse descarado ultraje à sensibilidade democrática não esteja recebendo destaque em nossa mídia corporativa se deve ao fato de que quem está tratando de impedir o exercício do voto universitário na Venezuela são pessoas inteiramente associadas com os grupos de oposição de extrema direita que têm procurado sabotar o governo chavista desde seu início.

Por exemplo, a atual reitora da UCV é Cecilia García Arocha, uma ativista de extrema direita que estimulou os atos vandálicos de meados da década passada (as chamadas “guarimbas”, espécie de “jornadas de junho” venezuelanas).

Ela é apoiadora do governo paralelo-títere de Juan Guaidó e inimiga visceral de tudo o que tenha a ver com os interesses das maiorias populares venezuelanas.

Logicamente, o grupo de Cecilia García Arocha está plenamente entrosado e sintonizado com os interesses do imperialismo estadunidenses e com todos aqueles a eles vinculados.

Como nossa mídia corporativa também se integra nesse corpo de serviçais do imperialismo, é bastante compreensível que ela não tenha motivações para levar ao conhecimento público a verdade sobre quem de fato tenta destruir a democracia na Venezuela.

Está mais do que evidente que nossa mídia corporativa manipula as notícias sobre a Venezuela no intuito de contribuir com a deposição do governo bolivariano animada pelo mesmo espírito com o qual manipulou a campanha para demonizar a figura de Lula e, com isso, viabilizar sua eliminação do cenário político.

Apesar de tudo o que já fizeram, até agora falharam tanto lá como cá.

*Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.

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Zé Maria

Nicolas Maduro foi Eleito e Reeleito Presidente da Venezuela pelo VOTO DIRETO da Maioria dos Eleitores Venezuelanos como manda qualquer Democracia Capitalista.

Zé Maria

Não esqueçamos dos nossos Irmãos das Tribos Peruanas que estão sendo Massacradas por Ordem dos Fascistas Racistas que assaltaram o Governo do Peru.

“Massacre no Peru
50 assassinatos, 300 feridos, entre adolescentes, médicos e jornalista da EFE.”

Esquerda Diário

“Ação internacional para deter o massacre racista e fascista”

Indignados pelo abuso de poder e ante a resposta desproporcional e criminosa das forças armadas e policiais, diante das mobilizações populares, em especial as indígenas, que exigem a antecipação das eleições gerais nacionais para 2023, porque não apoiam o governo de Dina Boluarte e o atual Congresso, controlado pelas máfias corruptas, racistas, ecocidas, homofóbicas e extrativistas.

Alertamos que este massacre é para aplastar a dignidade popular e a desobediência civil contra o racismo e o fascismo, e ganhar mais um ano no poder, para manipular os poderes estatais e eleitorais, e junto com a grande mídia vendida, assegurar sua “vitória eleitoral”, dar continuidade ao “estado servil” e impor uma falsa “democracia” entre 2024-2029, destruindo a natureza, fazendo discriminação cultural e de gênero, e mantendo a selvagem exploração capitalista do trabalho. A colonização moderna no Peru instalou um Estado racista, que começou no fujimorismo, seguiu com os governos seguintes, partidos e empresários corrompidos pela “Lava jato”, e que hoje matam para continuar dividindo o poder entre si.

Esclarecemos que a tragédia peruana é o autoritarismo de longo prazo. Não é apenas para “libertar ou reconduzir Pedro Castillo ao governo”, e nem sobre os atos de violência isolados que devem ser rechaçados. Diante da crise do Estado racista e corrupto, exigimos igualdade social, justiça, paz e liberdade. Mais democracia a cada dia, em base a socialização do poder, autodeterminação e auto-organização da sociedade e do povo, em todo o país, e nesses termos queremos um “Estado de direito” legítimo.

Exigimos justiça, verdade e reparação para as famílias destroçadas nos massacres a bala no Peru, e especialmente nas regiões de Quechua e Aymara de Apurímac, Ayacucho, Puno, Ica e Arequipa. É necessário processar judicialmente os funcionários civis, militares e policiais responsáveis pelo delito de lesa humanidade na Corte Internacional de Haya e na Corte Interamericana de Direitos Humanos, pelo delito de violência racista.

Chamamos as organizações sociais, especialmente os povos originários do mundo, aos imigrantes peruanos no mundo, assim como os movimentos feministas, juvenis, de direitos humanos, ambientalistas, religiosos, artísticos, a se pronunciar e agir para deter este massacre racista no Peru que ameaça prosseguir.

Façamos vigília nas embaixadas peruanas, exigindo que os embaixadores de cada país se pronunciem; vamos divulgar a situação na mídia internacional; precisamos da solidariedade de artistas, esportistas e outras personalidades; façamos atos públicos de solidariedade para pressinar os políticos e funcionários da União Europeia, dos EUA, da China e de outros países.

Fazemos um chamado aso Vaticano e as entidades religiosas católicas, evangélicas, luteranas, anglicanas, judias, muçulmanas e de ais religiões, a se pronunciarem pela paz e pela democracia no Peru, para que cesse o massacre, a repressão e a perseguição aos que lutam por justiça, direitos humanos e direitos sociais para os povos originários, e pelos direitos políticos negados pela burguesia de Lima.

Vamos responder a desinformação da grande mídia peruana, divulgando a berdade através das redes sociais das organizações que assinam este manifesto e por outras redes alternativas.

09 de janeiro de 2023.

Assinam organizações indígenas, sociais e personalidades do Peru, Bolívia, Equador, Chile, Argentina, Colômbia, Brasil, Venezuela, Nicarágua, México, EUA, Áustria, República Dominicana.

Pedimos a divulgação do Manifesto. As adesões devem ser enviadas para [email protected]

*Unión de Comunidades Aymara, UNCA, Perú *Asociación Interétnica de Desarrollo de la Selva Peruana, AIDESEP
*Confederación de Pueblos Indígenas de Bolivia, CIDOB Orgánica
*Consejo de Gobierno de la Coordinadora de Organizaciones Indígenas de la Cuenca Amazónica, COICA
*Coordinadora Andina de Organizaciones Indígenas, CAOI Gobierno Territorial Autónomo Nación Wampis, GTANW
*Coordinadora Nacional de Defensa de los Territorios Indígenas Originarios Campesinos y Áreas Protegidas de Bolivia, CONTIOCAP
*Red Descolonialidad y Autogobierno, Internacional
*Organización Regional AIDESEP Ucayali, ORAU
*Asamblea de Articulación de Pueblos del Q’ollasuyo, Argentina *Toribia Lero Quispe, Pueblo Sura y Diputada del Estado Plurinacional de Bolivia.
*Tatiana Roa Avendaño, Censat Agua Viva, Colombia
*Wrayz Pérez Ramirez, Líder Nación Wampis, Perú, Presidente TICCA/Territorios de Vida de Latinoamérica
*Leonardo Luna Alzate, Congreso de los Pueblos, Colombia
*Servicios en Comunicación Intercultural, Servindi
*Mariana Fernandez, Campaign for Peace, Disarmament and Common Security, Estados Unidos Plataforma Educativa Fen, Chile
*Donka Atanassova, Fuerza común, Colombia
*Pierina Ferretti, Fundación Nodo XXI, Chile
*Juan Carlos Ocampo, Miskitos Prilaka Community Foundation, Nicaragua
*Instituto Amazonia Solidaria, IAMAS, Brasil
*Federación de Comunidades Nativas del Ucayali y Afluentes, FECONAU
*Federación De Comunidades Indígenas del Distrito de Padre Márquez, FECIDPAM
*Organización Regional de Nacionalidades Amazónicos de Ucayali, ORNAU Federación de Comunidades Nativas del Purús, FECONAPU
*Federación de Comunidades Nativas de Puerto Inca y Afluentes, FECONAPIA
*Organización de Jóvenes Indígenas de la Región Ucayali, OJIRU
*Sindicato Unitario de Trabajadores en la Educación Bilingüe Intercultural de Ucayali, SUTEBI
*Consejo Shipibo Konibo Xetebo, COSHIKOX
*Gobierno Territorial Autónomo de la Nación Shipibo Konibo Xetebo, GTA
*Organización Regional de Mujeres indígenas, ORDEMI
*Foro Permanente de Pueblos Indígenas, Casa de Venta MAROTI XOBO
*La Unión Regional de los Pueblos Indígenas de la Amazonia de la Provincia de Atalaya, URPIA
*Franco Viteri y Berta Gualinga, Pueblo Originario de Sarayaku, Ecuador *Carlos Mamani Condori, líder Aymara, Universidad Mayor San Andrés, Bolivia *Ruth Alipaz Cuqui, Lider Chupiamona, Bolivia
*Alberto Acosta, Presidente de la Asamblea Constituyente de Ecuador (2007-2008) *Edgardo Lander. Universidad Central de Venezuela *Maristella Svampa, Conicet-CeDInCi, Argentina, Pacto Ecosocial e Intercultural del Sur *Raúl Zibechi, Periodista de Desinformémonos, Uruguay
*Rita Laura Segato, Emérita Universidad de Brasilia, Universidad Nacional de San Martin, Argentina
*Boris Marañón, Hilda Caballero, de la Universidad Nacional Autónoma de México *Emiliano Teran, Observatorio de Ecología Política de Venezuela
*Raphael Hoetmer, Perú / Países Bajos, Investigador, Pacto Ecosocial e Intercultural del Sur *Pablo Bertinant, Taller Ecologista, Universidad Tecnológica Nacional de Rosario, Argentina
*Ulrich Brand, Universidad de Viena, Austria
*Miriam Lang, Universidad Andina Simón Bolivar, Ecuador
*Nancy Catacora Garnica, Antropóloga, Puno, Perú
*Jesús Cocha Zavaleta, Director del Boletín “Nuevos Líderes”, Cono Norte, Lima, Perú
*Rodrigo de la Cruz, abogado Kichwa, Ecuador
*Evelyn Carrasco, feminista e investigadora social, Nicaragua
*Dania López Córdova, México, Marla Arce Pimienta y Héctor Parra García, México
*Carolina Ortiz Fernández, Socióloga, Perú
*José Báez Ureña, Danilo Quijano, Comunicador, Perú
*Dion Monteiro, Sociólogo, Brasil
*Virginia Vargas Valente, Feminista, Perú
*Amarildo Figueroa Valencia, Jozelin Soto Alarcón, Pamela Palomino Ruiz, México
*Ricardo Pérez, Comunicador, Perú
*Nilo Cayuqueo, Comunidad Los Toldos, Pueblo Mapuche, Argentina,
Asociación Indígena Mundial
*Rosario Grados, Politóloga, Perú
*Roberto Espinoza, Sociólogo, Perú
*Boris Rodríguez Ferro, Abogado, Puno, Perú
*Iván Martínez Pichardo, Ricardo Cortés Ortega, México
*Javier López, Sociólogo, Perú *Diego Saavedra Celestino, Antropólogo, Perú *Josué Perusquía Pichardo, Paola Pérez Vázquez, Víctor Rosales Velázquez, México
*Claudio Gómez, Profesor y Defensor DHPI, Chile
*Cecilia Nieto, Educadora-Antropóloga, Perú
*Vladimir Pinto, Abogado, Perú
*Enrique Viale, Abogado Ambientalista, Argentina
*Rossana Mendoza Zapata, Educador, Perú
*Rainer Guerrero Hernández, Cynthia Juárez Huerta, Alma Cárdenas Marcelo, México
*Jorge Agurto Aguilar, comunicador y periodista, Perú,
*José Baéz Ureña, República Dominicana
*Resistência-PSOL, Brasil

Tradução por Ge Souza
https://esquerdaonline.com.br/2023/01/14/massacre-no-peru/

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