Kátia Abreu quer um ministério ou uma crise?
por Fernando Brito, no Tijolaço
Não tenho idade para ser um “força cega” e já vivi governos demais para não saber que se tem de formá-los com concessões políticas, mas também que não pode dar certo aquilo que contesta a autoridade legítima do governante eleito e agride frontalmente o partido pelo qual se elegeu.
Por isso, não considero, do ponto de vista da política agrária, um retrocesso a indicação de Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura, até porque é evidente que ela tem condições de trazer o agronegócio – que ninguém quer atirar ao mar – para próximo ao Governo e garantir-lhe as condições de produzir com respeito ao meio-ambiente e aos assalariados e pequenos produtores rurais, especialmente o de corte familiar.
Não é boa a política que ignora setores produtivos e não lhes oferece a oportunidade de participar do crescimento do país, sem que firam, ou firam menos, num ambiente de diálogo.
Mas diálogo pressupõe boa-vontade, jamais arrogância ou provocação.
Exatamente o que faz hoje, sem nenhum pudor, a senadora Kátia Abreu em seu artigo na Folha.
Não apenas erra, ao dizer que terra indígena é apenas aquela que, no momento da promulgação de 1988 estava ocupada por indígenas – que poderiam, por suposição, terem sido expulsos na véspera, com os métodos mais violentos – embora não passe pela cabeça de ninguém devolver os terrenos do centro do Rio e de São Paulo à Confederação dos Tamoios, como ela sugere se pretenda.
Errar é humano, diz o bordão, e mesmo que se considere possível e necessário dialogar sobre o conceito de terras indígenas, não se pode dialogar com provocação.
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Porque não merece outro nome senão o de provocação, ao escrever que é preciso “enfatizar que o ministro Gilmar Mendes é um dos mais sérios juristas deste país, cuja obra ultrapassa nossas fronteiras. No Tribunal, sempre pautou sua posição pela estrita aplicação da lei, não sucumbido a pressões como essas que hoje o acometem. Os que contra ele vociferam são os que não possuem o mínimo respeito pelo Estado Democrático de Direito”.
Quem está na iminência de ser indicada ministra de um governo sistemática e doentiamente combatido por Gilmar Mendes, com ações jurídicas e outras nem tanto, só pode fazer isso se não tem ideia de quem governa e de quem elegeu este governo.
Do qual ela pretende fazer parte, mas certamente sabendo que não será, nele, a dona, nem a capataz.
Para participar dele, como se disse uma vez do próprio Ministro Gilmar Mendes, precisa antes saber que não está falando com seus capangas lá – no caso dela – do Tocantins.
E aprender a ter modos.
Ninguém lhe pediu que esbofetasse o mais figadal inimigo do governo no Judiciário, Gilmar Mendes.
Seria desnecessário pedir-lhe que não esbofeteasse o Governo com escancarados elogios a ele.
A menos que haja algo que não se sabe e possa explicar a manifestação brutal e grosseira.
Ou alguém que lhe explique o velho ditado gaúcho de que a luta não quita a fidalguia.
E que é gado e não criador de gado quem dá coices sem razão.
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Comentários
SILOÉ-RJ
Tenta como fez o Arruda e outros, comprar um pedido de vistas ao processo dela e do filho, que dure pelo menos quatro anos.
Só ele é capaz de fazer isso por ela!!!
Daí, entre outras coisas, a BAJULAÇÃO.
Luís CPPrudente
Kátia Breu, a senadora e agora ministra latifundiária. Infelizmente temos que aturar uma coisa dessas. Só espero que por pouco tempo, que a Dilma demita ela no momento oportuno.
Mauro Assis
Eu não sei pq tanto estardalhaço por Kátia Abreu estar sendo Kátia Abreu…
Messias Franca de Macedo
“Cria corvos e eles te comerão os olhos.” Provérbio Português
Messias Franca de Macedo
Katia Abreu, um elefante em loja de louças?
SAB, 29/11/2014 – 22:34
Por jornalista Luis Nassif
(…)
FONTE: http://jornalggn.com.br/notici…
JURIDICO
Querer indicar uma fascista para o governo é querer cair no descrédito de quem votou no projeto de governo representado por DILMA… A direita agradece mais uma brecha
abolicionista
Ora, todo mundo aqui conhece as opiniões da Katia Abreu, ela ficou conhecida como musa do agrotóxico, do desmatamento, do trabalho escravo e o escambau. O que causa espécie é: por que fazer essas declarações às vésperas de assumir um ministério? Será que a posição dela está ameaçada? De todo modo, a permanência dela não promete, não com essa boca grande. Ou será que está tão tranquila a ponto de tentar desestabilizar o governo de dentro? Se não é isso, começou com o pé esquerdo. A militância não vai tolerar esse nível de provocação, ela declarou guerra ao que sobrou da esquerda petista.
Fabio Silva
Talvez seja uma sinalização de que o governo intenta acolher a Gilmar Mendes, afinal, se há pretensão de que este seja um governo para todos, não é possível excluir uma parcela importante da população brasileira representada pelo pensamento e pelas práticas do ministro do supremo.
Muhamad
Katia Abreu abriu a temporada de incenso ao estrupício Gilmar.
Messias Franca de Macedo
…”‘PÓde’ parar!”
Até o otário do matuto aqui imaginava que essa “cheirosa” estivesse em vias de auto-superação das mazelas intrínsecas!
Ainda que num insólito auto de comiseração!
Ainda que num esforço hercúleo de adequação compulsória aos novos tempos!
E/ou instinto de sobrevivência!
No entanto, depois destas estapafúrdias e bizarras declarações de alinhamento com o gilmar DANTAS, a Kátia ‘aBREU’ deve ser considerada – mais do que nunca – ‘persona non grata’ por todos os progressistas deste país!
Isto sim!
A presidente Dilma Rousseff não poderá jogar a coerência e a ética no lixo da história!
A escolha do Joaquim Levy é uma coisa!
A suposta indicação da Kátia ‘aBREU’ será absolutamente inaceitável!
E, racionalmente, dispensável!
Elias
Ao ler Kátia Abreu hoje (29/11), pareceu-me que o elogio a Gilmar Mendes vincula-se ao título de seu artigo na Folha: “Conflitos intermináveis”. Ela cita o ministro por conta do processo Raposa/Serra do Sol que o Supremo votou e deu 10 a 1 para manter a demarcação, apenas o ministro Marco Aurélio votou contra. No artigo ela demonstra que continua a defender os proprietários rurais, seu fiel eleitorado. Dilma sabe disso. Todos sabem o que Kátia Abreu representa. O caso é que seu nome no Ministério da Agricultura é mais do que uma oportunidade de diálogo, é uma oportunidade de catalisar pontos de vista distintos que possam chegar a pontos de vista comuns. É a chande de se fazer uma bela revolução, sem armas, apenas com palavras e ideias.
Mário SF Alves
Prezado Elias,
Mudei de ideia.
Como você pode ver, tenho estômago fraco pra quem elogia e/ou bate continência pra entulhos da ditadura.
Elias
Quando um comunista passa para o lado da direita, a esquerda se escandaliza. Quando um direitista vem para o centro, a esquerda desconfia. Ser progressista numa país como o nosso implica acima de tudo em ser mais pragmático e menos purista.
renato
Não quero Katia Abreu.
Nem de graça…nem com a boiada.
Meus quatro votos em DILMA, não aceitam.
Marat
Só por apoiar o fanfarrão, ela deveria ser cortada do ministério!
Mário SF Alves
Ih, companheiro, a tal mulher tá me parecendo é por demais doida.
Ora, nem bem botou as botas lá no MAPA e já se apressou em dar provas de que vai continuar batendo continência pra ditadura.
Estado Democrático de Direito… sei.
Julio Silveira
O que ela quer? O que ela quer? Ela quer tripudiar com a petezada, que mostrar que é mais importante que a militancia, que pode agredi-los exaltando seus maiores adversários, como ela mesma. Dá uma demonstração de poder, com o apoio de governo, e nem adianta virem botar panos quentes.
Andre
Sinto muito, mas esperar o que de Kátia Abreu?? Ela não representa só o agronegócio, mas uma postura social ultraconservadora. Só falta agora a Dilma anunciar o Marcos Feliciano para o ministério dos Direitos humanos, afinal, em nome da governabilidade é preciso compor com a banda evangélica fundamentalista, né?
FrancoAtirador
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Bom sinal.
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Ralph Panzutti
Será lamentável sua nomeação
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