Elio Gaspari: Há fumaça no acordo de Lira com os planos de saúde
Tempo de leitura: 3 minHá fumaça no acordo com os planos de saúde
Por Elio Gaspari*, na Folha de S. Paulo
Sente-se um forte cheiro de queimado no acordo verbal fechado há duas semanas pelas operadoras de saúde com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
À primeira vista, foi um alívio: depois de cancelarem os planos de dezenas de milhares de pessoas,
inclusive de uma senhora de 102 anos, freguesa da Unimed desde 2009 com mensalidade de R$ 9.300, as empresas comprometeram-se a suspender o massacre.
À segunda vista, o negócio não é bem assim. Pelo menos 30 mil vítimas ficarão sem contrato e a pax liresca durará enquanto tramitar, nas palavras do doutor Lira, “uma proposta legislativa que tenha a possibilidade de inovar”.
Tradução: o problema foi remetido ao escurinho de Brasília. Todas as malfeitorias das operadoras baseiam-se em leis ou normas produzidas naquele mundo de sombras.
É só lembrar que em 2020 as operadoras relutaram em cobrir o pagamento dos testes de
laboratório para detecção da Covid. Afinal, o rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde não falava de testes para uma doença que havia acabado de aparecer.
A negociação com Lira teria impedido a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Depois da
CPI da Americanas, impedi-las tornou-se um serviço público.
O acordo de cavalheiros produzido por Lira é uma vaga girafa. Ficaram fora dele todos os órgãos do Executivo, a começar pela ANS.
O setor das operadoras de saúde está em crise. No conjunto, fechou o ano com um prejuízo operacional de R$ 4,53 bilhões, mas isso quer dizer pouca coisa, porque muitas operadoras tiveram lucro.
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Levando-se a questão para uma “proposta legislativa”, corre-se o risco de produzir uma situação na qual ferram-se os fregueses e aliviam-se as operadoras mal geridas.
Novamente, vale lembrar que em 2014 um jabuti legislativo aliviava as operadoras no pagamento de multas por não atenderem a freguesia.
Pela gracinha, quanto maior fosse o número de infrações, menor seria o seu valor unitário. Dilma Rousseff a vetou.
O governo de Lula 3 fez uma opção preferencial por temas genéricos, passando ao largo de crises específicas. Com as operadoras de saúde ele não mexe, o que não é novidade, porque a turma da Lava Jato também não mexeu.
A encrenca das operadoras é do tamanho de duas outras de tempos passados, a dos bancos, que explodiu no colo de Fernando Henrique Cardoso, e a das empreiteiras, que contribuiu para a deposição de Dilma Rousseff.
Não foi à toa que a gigante americana UnitedHealth fugiu do mercado brasileiro.
Trata-se de um setor da economia que atende 51 milhões de brasileiros, no qual prosperam alguns donos de operadoras e de hospitais.
Negam atendimentos, descumprem até mesmo decisões judiciais e argumentam que cumprem as leis e as normas. O plano ficou caro? Culpa da inflação médica que foi de 14,1%, contra os 4,8% da vida oficial.
As dificuldades do setor vêm de uma origem simples, nele não há rigor no controle de custos.
Na ponta dos planos e dos serviços, fatura-se. Na outra, 51 milhões de vítimas pagam.
Quando a conta não fecha, cancela-se o freguês idoso ou doente. Havendo grita, arma-se um acordo de cavalheiros à espera de uma “proposta legislativa”.
Tudo bem, mas o ator mexicano Cantinflas já cuidou desse tipo de acordo. Antes de começar uma partida de dominó, perguntou aos parceiros:
— Senhores, vamos jogar como o que somos?
*Elio Gaspari é jornalista e escritor.
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Comentários
Zé Maria
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Senado Aprova Projeto de Lei Proposto pelo Presidente da República
Luiz Inácio LULA da Silva que institui o “Programa Mobilidade Verde e
Inovação (MOVER)” e que estabelece a Política de Conteúdo Local
para as atividades de exploração e produção de petróleo, gás natural
e outros hidrocarbonetos fluidos, aplicável ao regime de concessão
e ao regime de partilha de produção petrolífera.
O PL 914/2024 foi Aprovado pelos 67 Senadores Presentes à Sessão.
https://www.congressonacional.leg.br/materias/materias-bicamerais/-/ver/pl-914-2024
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Zé Maria
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Coroné Lira sobrevive à base de Cantagem e Ameaças
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na terça-feira 4 haver “sérios riscos” de a Casa não votar o projeto de lei que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação, do governo Lula (PT).
O “recado” está ligado à possibilidade de o Senado não aprovar a taxação de compras internacionais de até 50 dólares. As duas propostas, embora sejam diferentes, estão no mesmo projeto.
Na semana passada, a Câmara aprovou uma alíquota de 20% sobre essas compras. Trata-se de uma demanda do varejo brasileiro que atingiria diretamente plataformas de e-commerce como Shein e AliExpress.
Nesta terça, porém, o relator no Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), excluiu o trecho que prevê tributar as importações.
“Além de o assunto não guardar relação com o Programa Mover, regulado originalmente pelo projeto de lei, entendemos que a tributação na forma sugerida vai na contramão dos regimes existentes em outros países”, diz um trecho do parecer.
Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o projeto vai a votação no plenário nesta quarta-feira 5. Não se sabe, porém, se até lá o relator devolverá ao texto o dispositivo sobre as importações.
“Se o Senado modificar o texto, obrigatoriamente ele tem de voltar [para a Câmara]. O que eu não sei é como os deputados vão encarar uma votação que foi feita por acordo. Se ela retornar, eu acho que o Mover tem sérios riscos de cair junto e não ser votado mais na Câmara“, disse Lira.
“É o que eu penso, de algumas conversas que tive.”
O Mover tem o objetivo de apoiar a descarbonização dos veículos brasileiros, o desenvolvimento tecnológico e a competitividade global.
E oferece incentivos fiscais a empresas do ramo automotivo que investem em sustentabilidade e prevê novas obrigações à indústria automotiva para diminuir o impacto ambiental.
https://www.cartacapital.com.br/economia/o-recado-de-lira-sobre-derrubar-programa-do-governo-lula-caso-fracasse-a-taxacao-de-compras/
Zé Maria
https://samiabomfim.com.br/wp-content/uploads/2024/06/escrito.png
NEOLIBERALISMO DE VENTO EM POPA
A Absurda Discussão em Pauta no Congresso sobre a PEC 3/2022,
que possibilita a PRIVATIZAÇÃO DAS PRAIAS BRASILEIRAS, através
da venda de terrenos do litoral brasileiro, hoje sob domínio da União.
A Proposta de Privatização das Praias foi Aprovada na Câmara
dos Deputados, com o Apoio do Coroné Lira (PP/AL), e foi remetida
ao Senado, onde tramita sob relatoria de Flavio Bolsonaro [o 01 do Jair],
que abre margem para a degradação ambiental de áreas protegidas,
a especulação imobiliária, e inclusive a privação de acesso da população
às praias do Brasil, um bem público que deveria ser de todos sob proteção
do Estado Nacional.
Vote NÃO à PEC 3 da Privatização das Praias:
https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=151923
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Zé Maria
https://images01.brasildefato.com.br/62467a1446a09ae4111b9c5942aff6dc.webp
“Marcha com 20 Mil Pessoas Marcam Mobilização Contra
Projeto do [des]governador Ratinho Jr. de entregar gestão
de escolas do Paraná para a iniciativa privada”
https://www.brasildefatopr.com.br/2024/06/03/greve-dos-professores-no-parana-reune-cerca-de-20-mil-em-manifestacao
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