Dilma: Lei de Cotas contribui para Brasil saldar sua dívida com os jovens pobres

Tempo de leitura: 2 min

Paula Laboissière, Repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (15) que o decreto que determina a reserva de metade das vagas de universidades e institutos federais para alunos de escolas públicas, negros e índios contribui para saldar uma dívida histórica do Brasil com os jovens pobres. A regulamentação da chamada Lei de Cotas está publicada na edição desta segunda-feira do Diário Oficial da União.

“Nosso objetivo, com essa lei, é ampliar o acesso às nossas universidades e aos nossos institutos federais para os jovens das escolas públicas, para os negros e para os índios. Essas universidades e os institutos estão entre os melhores do país e, muitas vezes, as pessoas vindas das escolas públicas têm dificuldade de ter acesso à universidade pública”, explicou Dilma.

No programa semanal Café com a Presidenta, ela destacou que as universidades e os institutos federais terão quatro anos para implantar a Lei de Cotas de forma integral, mas que os processos seletivos para matrículas em 2013 já precisam oferecer uma reserva de vagas de 12,5%. “É bom ressaltar que a lei vale para todos os cursos – inclusive, aos mais procurados, como medicina e engenharia, por exemplo”, disse.

Dilma lembrou que o Programa Universidade para Todos (ProUni) é outra possibilidade de acesso às universidades federais, pois oferece bolsas de estudo parciais e integrais a pessoas de baixa renda. Segundo ela, 1,1 milhão de estudantes no país já foram beneficiados pelo programa, que exige um bom desempenho do aluno no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Quem não for aprovado no ProUni, de acordo com a presidenta, pode recorrer ao Programa de Financiamento Estudantil (Fies), que financia as mensalidades de faculdades particulares. Atualmente, 570 mil estudantes fazem cursos universitários em todo o país com o apoio do Fies, que também exige boas notas no Enem. “Quero dar um conselho para os quase 6 milhões de jovens que vão fazer as provas do Enem agora em novembro: que vocês peguem firme e estudem bastante, porque o Enem pode mudar a vida de vocês.”

Edição: Talita Cavalcante

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Comentários

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Matheus

Sou favorável às cotas para alunos de escola pública, contando que haja ampliação do investimento na educação pública nos três níveis. E o que vemos agora é uma política sistemática de cortes em investimentos educacionais públicos.

Não concordo com cotas raciais. E por que? Primeiro, a maioria dos negros são pobres, a maioria dos pobres são negros, e quase todos os pobres estudam em escolas públicas, PORTANTO, a cota para a escola pública já beneficia automaticamente os negros pobres. Segundo, políticas racialistas, que dividem juridicamente a sociedade em raças, são sempre arbitrárias, pois não existe critério jurídico, administrativo ou científico para separar o negro do não negro. Terceiro, políticas racialistas desviam o foco da questão de classe social e geram ressentimentos em quem não recebe privilégios jurídicos de acordo com a sua “raça”, definida arbitrariamente pela demagogia oficial.

Do jeito que a coisa está sendo implantada, vamos ser realistas:

– Isso vai aumentar a demanda da classe média e alta pelas faculdades privadas.
– As faculdades privadas são subsidiadas pelo Estado, em troca de bolsas para alunos pobres. Esses bolsas, em sua maioria, são parciais e apenas preenchem vagas que ficariam ociosas por falta de demanda.
– Os governos dos três níveis federativos continuarão desvalorizando a educação pública, especialmente o seu elemento humano, nos professores e outros trabalhadores da educação.

Portanto, a política de cotas, assim como o Prouni, são implantados como estratégia de privatização e assistencialização da educação. Como todo assistencialismo, não se trata de um “alívio imediato” de curto prazo a ser aliado a uma mudança estrutural de longo prazo. Por mais que se esconda sob pretextos humanitários, a realidade é que estamos diante de uma política neoliberal para a educação. Uma regressão completa, pois o ensino público básico é tão ruim que a maioria dos supostos beneificiários das cotas sequer vai conseguir preencher as vagas, pois são analfabetos funcionais.

Mais uma amostra de como a “política social barata” do lulodilmismo é um esmbuste, com ganhos reais para a elite e ilusões para o povão.

Zezinho

Como é fácil resolver os problemas no Brasil não? Apenas com um canetaço está tudo resolvido.

Melhorar o ensino básico e médio? Pra quê???????

Daqui a 6 anos quando começar o preconceito contra os diplomados cotistas vão criar uma lei obrigando as empresas a contratarem através de cotas.

Os engenheiros negros não poderão assinar projetos pois não poderão ser responsabilizados pelo projeto. Imagina se um prédio ruir e acusarem o engenheiro? Vai estar caracterizada a discriminação racial e perseguição.

Esse é o futuro do Bananão

lia vinhas

A turma branquela de olhos azuis aqui do blog (pior é que sou assim) não gosta de ver pobre e preto do seu lado, eles querem tudo, escolas, faculdades, hospitais públicos só servindo a eles. Povão é só um detalhe que eles usam para uma faxina, para lavar seus carros, para ser escravos em suas mansões e por aí vai. Mas isso está acabando, sabiam? Felizmente. Graças a um ex-torneiro mecanico que tem a aprovação de 80% da população mesmo sem cargo político (Já viu alguém fazer curso no Senac sendo analfabeto? Só na cabeça desses reaças).

Vlad

Tão bacana iço que até a gente esquesse do encino fundamentau.
Tambem né, pra ke perder tempo com isso?
Obrigadu tia Diuma. Vo descolar o deploma unevercitario e cer aoguem na vida. quem çabe dotor adevogado até.

Étore

Mais preconceito legitimado por essa tal “dívida histórica”.
Daqui a 100 anos vão fazer outras leis para reparar a dívida histórica que está se criando com decretos racistas como este.

Fabio Passos

Muito bom.

Francisco

Acho bom o PT “amarrar” institucionalmente suas (nossas) conquistas.

Até o “retirante analfa” chegar a Brasilia um monte de comedores de óstia e doutos já tinha passado por lá e nenhum havia considerado “preto” merecedor de um olhar sequer…

Os pequenos-burgueses olham com um ódio dificil de mensurar o “roubo” de vagas aos seus pinpolhos. Na primeira chance eles acham um jeito de “modernizar” a coisa e…

    Willian

    Bem, pra começar é HÓSTIA, com H, o que não é uma questão religiosa, mas de cultura. Segundo, por falar em HÓSTIA, não vi comentários sobre o fato de Haddad ter comungado na missa que o Chalita o levou.

Willian

Por que o ITA e o IME ficaram de fora das cotas?

lia vinhas

Esse é o “poste” do Presidente Lula. E se Deus quiser, os paulistas espertos elegerão outro “poste” para salvar aquela cidade.

ZePovinho

Temos de ir ainda mais fundo.Vige no país o sistema de cotas para brancos,que retira grande parte da renda dos mais pobres e os impede de competir em igualdade de condições com os mais ricos.
Refiro-me ao sistema tributário,que é massivamente progressivo.Aumente a carga tributária em cima da oligarcada Dilma,que o sistema de cotas durará pouco tempo.

    ZePovinho

    ………..massivamente regressivo!!!!!!!!!

Bonifa

Orgulhamo nos por ver semelhante coisa. As universidades públicas continuam abertas aos alunos de famílias de melhor renda, mas metade de suas vagas está destinada aos jovens pobres. Isso faz um mix fantástico, pena que Darcy Ribeiro não tenha chegado a ver isso.

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