Glauber Braga prevê dança de cadeiras para aprovar voto impresso em comissão

Tempo de leitura: 3 min

Estava bem encaminhada, a proposta, para tramitar na Câmara dos Deputados. De repente, o ministro Barroso, do nada, presidente do TSE, vai para dentro do Parlamento e se reúne com líderes partidários. Nos dias seguintes, o que muitos desses líderes fazem? Trocam os integrantes da comissão e colocam lá parlamentares contrários à aprovação desse projeto. Ou seja, eles querem ver se matam o projeto na comissão. Então essa é uma interferência clara do senhor ministro Barroso no processo legislativo. Ele tem medo do quê? Ele tá apavorado por quê? Ele estaria refém de alguém? Acredito que não. Mas é um dado bastante preocupante. Jair Bolsonaro, em entrevista, acusando o ministro Luís Roberto Barroso de interferir no Parlamento.

Da Redação

O voto impresso é a nova “cloroquina” de Jair Bolsonaro.

A opinião é do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ), em entrevista ao Viomundo.

O presidente da República precisa de temas polêmicos para aglutinar sua base eleitoral, por isso chegou a ameaçar que não disputará a reeleição em 2022 sem o voto impresso.

Pela PEC 135/2019, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), o voto impresso seria adotado nos moldes do que existe na Venezuela: urna eletrônica que imprime uma cópia do voto, conferida pelo eleitor e colocada em urna.

Em eleições contestadas pelo opositor Henrique Capriles, em 2013, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, um poder à parte, fez auditoria em 100% dos votos — 54% foram auditados no dia da eleição.

Nicolás Maduro venceu Capriles por 265 mil votos de diferença.

As mudanças no sistema eleitoral da Venezuela foram fruto da Constituição Bolivariana aprovada por Hugo Chávez em 1999.

O deputado psolista acredita que, depois do suposto recado emitido pelo ministro da Defesa, Braga Netto, ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PE), poderá acontecer uma dança das cadeiras na comissão especial que analisa o tema do voto impresso na Câmara.

Apoie o VIOMUNDO

A comissão especial, formada por 34 titulares e 34 suplentes, tem como presidente o deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) e como relator o bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR).

Onze partidos formalizaram sua oposição à proposta, em reunião virtual. Participaram dela Ciro Nogueira, do PP; ACM Neto, do DEM; Valdemar Costa Neto, do PL; Marcos Pereira, do Republicanos; Paulo Pereira da Silva, do Solidariedade; Luciano Bivar, do PSL; Roberto Freire, do Cidadania; Baleia Rossi, do MDB; Gilberto Kassab, do PSD; Bruno Araújo, do PSDB e Luís Tibé, do Avante.

Agora, porém, o senador Ciro Nogueira vai assumir a Casa Civil do governo Bolsonaro e, na nota assinada pelo ministro da Defesa, o projeto do voto impresso foi descrito pelo general Braga Netto como iniciativa “do governo”.

O projeto teria sido derrotado na comissão especial não fosse uma manobra do presidente Paulo Eduardo Martins, que adiou a votação para depois do recesso, alegando que o deputado Filipe Barros quer fazer modificações no relatório.

O deputado petista Arlindo Chinaglia disse que a decisão foi completamente ilegal, já que o relatório já havia sido apresentado:

“Quando o relator exarou o seu parecer, ali ele poderia ter feito réplica, ali poderia ter acatado ou não as sugestões. Esse momento já passou. É por isso que a atitude do presidente transformou essa reunião numa completa ilegalidade”, afirmou depois da reunião do dia 16.

Na entrevista, o deputado Glauber Braga disse que ele e o Psol querem esclarecimentos do ministro da Defesa sobre suposta pressão que teria feito sobre Lira.

A próxima reunião da comissão especial está marcada para 5 de agosto.

Glauber Braga afirma que a nota do ministro da Defesa deixa claro que os militares do mais alto escalão estão fechadíssimos com os planos de Jair Bolsonaro para 2022 e atuam com dubiedade em relação à defesa da Constituição e das instituições.

Por isso, segundo o deputado, ganham importância as manifestações previstas para o próximo sábado, 24 de julho.

Vejam, no topo, a entrevista completa do deputado, que está com o sono alterado desde o nascimento de Hugo, o primeiro filho com a colega de partido, a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP).

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

Centrão + Milícia do Guedes:
Tudo Junto e Misturado

Blocos Parlamentares na Câmara:
PSL, PP, PSD, MDB, PL, DEM, PSDB, PTB, PSC,
PMN, REPUBLICANOS. E acrescentando
PODEMOS, SOLIDARIEDADE, DC, PATRIOTA, CIDADANIA, PROS e AVANTE.

https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/especiais/56a-legislatura/comissao-especial-pec-135-19-cedulas-fisicas-para-plebiscitos/membros

    Zé Maria

    A Hipocrisia da Mídia Venal de Mercado é Imensurável.
    Faz de conta que se escandaliza com a formalização da
    Associação do desgoverno Bolsonaro/Guedes/Mourão
    com o Centrão Fisiológico (normal pra quem há poucos
    dias estava entupido de M_rda).
    Estão soltando foguetes nas redações junto com os
    Abutres Especuladores do Mercado Financeiro, enquanto fingem uma defesa da moralidade.
    São Falsos. e Porcos. Sabem muito bem que o desgoverno Bolsonaro/Guedes entregando cargos
    e verbas orçamentárias para o Centrão terão
    maioria no Congresso Nacional, para aprovar
    qualquer coisa que beneficie a Burguesia e
    prejudique a Classe Trabalhadora.

Zé Maria

Maus-Caráteres do Ministério da Defesa
plantaram Factóide no Estadão.

    Zé Maria

    Se esses Milicos Sem-Vergonhas não forem punidos,
    é sinal que o General Braga Neto está mentindo.

Deixe seu comentário

Leia também