Claudia Dutra: Tudo igual uma ova! Quem defende a democracia não se rende ao golpe
Tempo de leitura: 4 minFotos de Lula e Dilma, Lula e Pepe Mujica: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
por Claudia Pereira Dutra, especial para o Viomundo
Por parecer grosseira a expressão “uma ova” busquei informações sobre a interjeição aqui usada como repúdio à tentativa de igualar todas as concepções e práticas políticas e por entender que a extinção da política só pode levar ao avesso da democracia.
O professor de linguística José Augusto Carvalho (Unicamp) diz que “uma ova!”, originalmente designaria uma triste compensação, um consolo inútil (…), mas, na verdade, segundo ele, a expressão registra uma enérgica contestação por parte de quem a profere.
Assim, entendi que deveria manter a expressão neste texto.
Nos últimos dias tomamos conhecimento que a JBS (Friboi) continua pagando a mesada de Eduardo Cunha (PMDB) para que se mantenha calado na prisão.
Temer (PMDB), presidente do golpe, recebeu o dono da Friboi e, conforme o empresário, deu aval para que continuasse com tal propina.
Ou seja, o Eduardo Cunha era e é um “corrupto necessário”, que de dentro da prisão comanda quem está em suas mãos.
O crime de “obstrução da justiça” é o mínimo que se pode deduzir desse fato.
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Ainda, nesse encontro no palácio do Jaburu, o dono da Friboi confessou a Temer que pratica suborno para obter informações privilegiadas do Ministério Público.
Temer ouviu com naturalidade esse relato e não se opôs, inclusive não encaminhou nada em relação a tal crime. Isso chama-se prevaricação.
Ou seja, mais uma vez, admitem a “corrupção necessária”.
Temer inclusive contou ao empresário que o Juiz Sergio Moro indeferiu 21 perguntas de Cunha para lhe “trucar”, dando mais ingredientes para entender como funciona a seletividade da “lava a jato”.
E caso do Aécio (PSDB)?
O senador agora afastado que estimulou a mentira e o ódio contra Lula e Dilma foi pego acertando propina com o dono da Friboi e também foi gravado falando em morte de algum possível delator.
Por incrível que pareça depois de tudo isso a manipulação continua. Os crimes da cúpula do PMDB e do PSDB são resumidos ao velho chavão “tudo igual”.
Igual “uma ova”! Quem defende a democracia não se rende ao golpe!
Não congelamos os recursos das políticas sociais e somos contra exterminar direitos trabalhistas e previdenciários.
Também não combinamos com empresários obstruir a justiça e manipular a informação.
Não somos contra investigar qualquer fato, condenamos a instrumentalização da justiça e repudiamos a difamação.
A injúria é a morte da argumentação e é feita por quem não se interessa por justiça e sim pelo extermínio moral dos adversários políticos vistos como inimigos.
Nessa lógica, tenta-se impedir a candidatura de Lula em uma eleição direta e regride-se ao patamar da ditadura.
Por isso não podemos permitir que o ódio siga ganhando adeptos para excluir os princípios democráticos.
Vale lembrar que em tempos de crise o ódio é porta voz do fascismo e que este está sempre latente e pronto para criar fantásticos úteis à legitimação do poder autoritário.
O ódio agora impede parte da população de entender a gravidade das confissões do dono da Friboi feitas a Temer.
A revelação desse encontro mostrou as ramificações criminosas que se alastram no judiciário e na mídia, pois o empresário contou a Temer que conseguiu fazer “deixar quieto” na mídia o caso da carne podre que sua empresa adultera e vende.
Não podemos calar perante o escárnio que é produzido por essa imprensa corrompida para corromper a opinião pública, nitidamente mais uma peça útil da “corrupção necessária”.
A parcialidade da grande mídia se tornou uma arma potente de perseguição.
No caso da delação do empresário Joesley que envolve Temer, a análise dos meios de comunicação trata da ponderação em relação à legalidade dos áudios da conversa e solta mais ilações contra Lula e Dilma sem alertar o grave fato de um empresário tratar de crimes com Michel Temer.
Ou seja, a “corrupção necessária” guia o jornalismo, a política e as instituições públicas que se orientam por interesses utilitaristas.
A cada fato se vê mais maniqueísmo, a produção da farsa sem limites.
Mais do que nunca é fundamental que se saiba a real distinção entre direita e esquerda, o que historicamente nos diferencia e entender que estas diferenças se referem à concepção de cada um em relação à igualdade.
Ou seja, como nos posicionamos em relação às desigualdades, se admitimos sua existência ou se nós queremos sua eliminação.
Mas, e o fascismo?
Este se refere à liberdade e define a quem admite o recurso da força, o exercício do poder autoritário, o controle total do Estado que se sobrepõe as liberdades dos indivíduos.
Esse poder autoritário é exatamente o que temos visto crescer com o governo Temer que se cerca do aparato militar para impedir a manifestação popular.
A repressão visa impedir a participação ampla da sociedade que, neste momento, é a única capaz de reunificar o país na defesa dos valores democráticos.
As eleições diretas apontam um caminho possível de unidade entre as diversas forças políticas progressistas que ensejam debater e pensar propostas para reconduzir o país.
Fora disso, o que teremos é o confronto da guerra que sangra com a ferida aberta pelo golpe.
Fora do caminho da participação e da superação do golpe, teremos mais “corruptos e corruptores úteis” oriundos desse modelo capitalista que representa a síntese de toda a destruição política, social, ambiental que se impõe.
Não somos todos iguais, somos todos diferentes!
Quando nos aproximamos na defesa da justiça e da equidade avançamos em direção da construção de uma sociedade melhor.
Claudia Pereira Dutra é professora e ativista dos Direitos Humanos
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Comentários
RONALD
O povo ama Lula, sabe que Lula é inocente. Lula nas Diretas já 2017 !!!!!
Lukas
Incrível, como no meio de tanta corrupção, SÓ Lula se manteve inocente.
Que homem!
Lincoln Azevedo
Como estimular uma candidatura de Lula agora se ele está tão ou mais sujo que Temer e Aecio? Está na delação de TODOS, com provas.
Cadeia par todos! Temer, Aecio, Lula, Dilma, FHC, etc
JAYME VASCONCELLOS SOARES
A única via possivel para a retomada da democracia no Brasil são as eleiçoes diretas, em todos os níveis da pólitica, com Lula libvre para concorrer à Presidencia do nosso País em 2018. Lula não pode ser condenado sem provas por esta justiça tendenciosa partidaria e tendenciosa, comprometida e envolvida com vários crimes de corrupção, e nítidamente parcial. O povo tem que ir às ruas e impedir, por todos os modos, uma condenaçãp e prisão de Lula: isto será o fim deste País e a morte dos anseios e sonhos do seu povo a uma verdadeira democracia. Brasileiros e brasileiras vamos às ruas defender o nosso direito de defender o candidato que melhor represente os interesses do nosso povo! Vamos às ruas defender eleições diretas já, e defender LULA!!!
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