por Beto Almeida, no Independência Sulamericana
Qualquer movimento popular que chega ao poder, pelas armas ou pelo voto, tem como preocupação central expor ao povo as razões de sua luta, suas motivações, suas energias fundamentais, seus propósitos, suas alianças, seus programas, suas estrategias e, principalmente, suas ações práticas, voltadas para atender os pressupostos básicos de sua filosofia política, em atendimento evidente à realidade segundo a qual a luta política é, essencialmente, luta de classes, que se expressa no controle político do Estado.
Por isso, a providência imediata do movimento político antes e depois de chegar ao poder é o lançamento de sua própria publicação, tornando-a mais visivel possível no plano da comunicação pública, de modo a disputar, no mercado das idéias, o seu lugar, engajando-se na luta ideológica.
É uma ingenuidade imaginar que se chega ao poder e nele se possa permanecer sem que as ideias que chegaram ao poder não disponham de um canal essencial para que sejam difundidas, em vez de esperar que essa tarefa seja realizada pela mídia sustentada, fundamentalmente, pelo capital bancário especulativo, por exemplo, como é o caso brasileiro, ao longo de toda a Nova República, substituta do regime militar, sob orientação do Consenso de Washington, ainda, predominante, nas suas formulações ideológicas.
Essas idéias são antigas e foram elas que levaram Getúlio ao suicídio, em 1954, como alternativa política para lutar contra a desnacionalização econômica.
O lulismo-dilmismo, no poder, tenta manter uma estratégia nacionalista, utilizando os bancos estatais como porta-estandarte, que, agora, os próprios europeus, em colapso econômico, buscam imitar, como demonstra o reporter Assis Moreira, no Valor Econômico, nessa segunda feira.
Igualmente, Barack Obama, no início da bancarrota financeira, em 2008, tentou o mesmo, defendendo um banco de fomento americano para reverter a financeirização econômica desregulamentada, para salvar a economia sufocada pela especulação bancocrática privada.
Por não ter controlado o sistema financeiro e imposto uma estatização do crédito, para sustentar a produção e o consumo, o colosso capitalista imperialista se encontra em apuro total.
Vale dizer, a solução de Getúlio Vargas, que criou o BNDES e o colocou a serviço dos investimentos no capitalismo nacional, continua sendo a luz pela qual os cegos se buscam pautar, enquanto a grande mídia anti-nacional, entreguista, bancocrática, insiste na sua loucura antinacionalista, tentando anular, politicamene, os agentes dessa estratégia, como foi o caso de Lula e, agora, de Dilma.
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Getúlio Vargas é solução global no plano econômico e político.
Cadê a imprensa nacionalista que o PT não criou para fazer o que a ULTIMA HORA, criada por Getúlio e editada por Samuel Wainer, fez em defesa dos interesses populares?
Tremendo vacilo histórico da esquerda. Infelizmente, o PT não entendeu até hoje que O PODER POPULAR EXIGE UM JORNAL POPULAR, maior lição de comunicação deixada por Getúlio, que jamais pagou para apanhar.
Uma suposta reportagem da Veja, na qual o publicitário Marcos Valério, sem dar entrevistas, “revelaria” seus segredos em que “incriminaria” Lula como o responsável pelo chamado mensalão — uma grosseira montagem — faz surgir novamente, com força, a necessidade de um jornal popular, democrático, de massas.
Sem ele, as forças progressistas ficam reféns, inertes e sem qualquer capacidade de resposta diante da verdadeira campanha de demolição de Lula, do PT e dos valores políticos defendidos pelas forças populares.
Nos países em que há governos populares na América Latina, foram criados mecanismos de comunicação popular, seja com nova leis de comunicação, como na Argentina, Venezuela e Equador, fortalecendo a TV e o rádio públicos, mas também houve o florescimento de jornais populares com capacidade de fazer a batalha de idéias com a imprensa conservadora sistematicamente sintonizada com as ideologias e os interesses dos EUA, e dos oligarcas nativos.
No Brasil já houve um jornal, cuja criação foi estimulada pelo Presidente Vargas, o Última Hora, que foi sufocado após o golpe de 1964.
A decisão recente da Secom de inverter a política de distribuição descentralizada das verbas publicitárias federais da era Lula, que alcançavam numerosas cidades, veículos, inclusive os de menor porte, é um retrocesso. Favorece os conglomerados de mídia que estão em campanha permanente, sonhando com a desestabilização do governo Lula e agora da Dilma, e também com a inviabilização definitiva de Lula, com a novela do mensalão.
É pagar para apanhar.
Enquanto isso, não se fortalece a comunicação pública e estatal, prevista na Constituiçao, pois o governo não avança na aplicação do artigo 224 da Constituição.
Nem é preciso esperar um novo marco regulatório para isto, é preciso aplicar o princípio constitucional na distribuição de novas concessões de rádio e tv que privilegie a comunicação pública, visando claramente alcançar o equilíbrio com a comunicação privada, escandalosamente predominante, seja em número de concessões, seja no maior bocado de verbas publicitárias — recursos públicos — que o governo lhe presenteia.
São exatamente estes conglomerados, representantes do capitalismo informativo/desinformativo, que querem golpear a Voz do Brasil, programa que enorme audiência, talvez o único a fornecer informações sem o crivo deformado do mercado para uma grande massa de brasileiros, em todos os grotões deste país, massa que é praticamente proibida da leitura de revistas e jornais.
É preciso apoiar a decisão da Liderança do PT na Câmara Federal, que retirou este projeto apadrinhado pela ABERT da pauta de votações.
Sua aprovação seria grave retrocesso no direito de informação do povo brasileiro e um golpe contra uma experiência positiva e concreta de regulamentação informativa hoje em prática no país.
Para completar, TVs e Rádios comunitárias são impedidas do acesso a mídias institucionais.
Porém, havendo decisão política, o sonho de um novo jornal como o Última Hora, não é algo tão inalcançável.
Aliás, os congressos do PT já aprovaram a construção de um jornal de massas. Só falta aplicar. Quem elege três vezes um presidente da república, tem força e apoio para esta nova empreitada democratizadora, indispensável, urgente.
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Leitor Anônimo III
Quando o PT abafou a CPI do Banestado, ele selou a sua sorte. Ou tinha rabos presos ou vendeu a alma? Ou teve muito medo, o que termina dando na segunda hipótese. E pior ainda: nesse tempo todo, não renovou quadros. Os tucanos devem voltar em 2014. Mas se até Dilma quer flexibilizar a CLT depois das eleições, qual a diferença entre os neoliberais do PT e do PSDB? PSOL e PSTU ainda são verdes, inconsistentes. Falta-nos, na verdade, um partido de centro, porém nacionalista. Hoje, no Brasil existem republicanos e democratas. É essa pobreza toda. Que pena, para quem acreditou nas utopias das esquerdas. Sinto-me órfão. Vou votar NULO, nessas eleições. E talvez nas próximas.
Silverio S. R.
neo liberalismo do PT, não o velho e bom realismo , é verdade teremos que flexibilizar os encargos trabalhistas não as leis – e está e a flexibilidade por nossa Presidenta ambicionada em mais de uma oportunidade.
xacal
Se misturarmos a noção de governo (Estado), partidos e imprensa, morderemos a isca do PIG.
Dilma dá chinelada no PIG e vai de “braçada” da “namariabrega”, porque ali está claro quem detém o poder, isto é: quem institucionaliza a República.
O PIG se estrepou ao tentar “importar” o modelo FOX NEWS – Tea Party, porque lá a verba não vai direto do cofre público a redação.
Ainda que oligopolista, há um mercado que disputa a verba privada (ainda que estes setores sejam alimentados por isenção e subsídios governistas), mas que sobrevive sem o governo.
Aqui não! A população sabe quem financia esta porcaria toda, e de um modo próprio já disse: “Ah, eu gosto da novela e do futebol, mas na escolha política a coisa é diferente…”
Ainda assim, lá nos EEUU, com todas as diferenças, a partidarização da mídia conservadora estadunidense demoliu a credibilidade deles, por outros motivos, é claro.
Temos o modelo presidencialista de lá, que engessa o presidente, não permitiu a Obama ir muito além, ao contrário daqui, mas com tudo isto, os rednecks não conseguiram falar para além dos seus quintais da KKK, somado as próprias deficiências e idiossincrasias dos Democratas de lá.
Se fizermos esta besteira de criarmos uma imprensa para-oficial-partidária-governista, daremos ao PIG o adversário e o campo de batalha que eles precisam. Daremos relevância ao PIG que ele não tem.
Hoje, eles não têm quase nada. Ladram enquanto a caravana presidencial passa. Usando a metáfora de um comentarista sobre cães, se cedermos a esta tentação, sentaremos na sarjeta com eles.
Não há porque lutarmos no campo deles, porque ainda que assimétrica a batalha, estamos ganhando no campo deles.
Enquanto o PIG vomita um editorial, a presidenta responde com Leis, ações políticas de governo, exemplos que determinam o futuro das pessoal e do país.
É só olhar em volta.
Fabio
O PT continua acreditando que o PIG não tem a minima intenção de fazer mal a eles.
Até quando os governantes do PT vão ficar dormindo enquanto o PIG se arma para derrubar este governo popular.
Sou eleitor fiel do PT e estou cansado de ver o partido bajulando a midia e a direita podre desse pais.
A Dilma é uma pessoa de centro direita e não acredito que no governo dela a mesma irá aprovar ou mesmo discutir uma nova lei de imprensa.
LUIZ EDUARDO-AMPARO
CARTA CAPITAL dessa semana publica os valores das verbas federais em publicidade.Milhões vão para Rede Globo, Folha, Estadão, Veja, Época e uns minguados R$ 150.000, para Cata Capital,semanáio independente e digno de fé.
O articulista tem toda razão. Enquanto enchem os bolsos do PIG segregam Carta Capital. A esquerda cntinua burra!
J Souza
A estratégia da Globo é enfraquecer o PT e poupar a Dilma, por enquanto.
Quando decidir atacar a Dilma, esta não terá defesa, pois o PT estará fraco para defendê-la.
douglas da mata
JC Souza,
Com todo respeito a sua opinião e preocupação, que deve ser a de todos nós:
Reduzir processos políticos históricos, como da presidenta e do PT a uma questão de mídia, ou das “estratégias da g(r)obo” é forçar a barra.
Se assim fosse, o PT nem chegaria onde está.
Sei que não dá para cochilar, mas, por outro lado, dar valor extremado a determinadas variáveis é gastar energia à toa.
É só ler a entrevista do Antonio Cândido feita pela moderadora deste blog: O PT é o partido mais lembrado nas periferias de SP, e paradoxalmente, os petistas não-orgânicos(a imensa maioria)vota útil no Russomano para derrotar o çerra.
Ou seja, neste caso, a nossa incapacidade de “comunicar” nosso candidato não tem nada a ver com o resultado do ataque da mídia com o mensalão, ao contrário.
Então eu poderia te dizer:
Pelo nível de influência do PIG hoje, eleitoralmente falando, onde o PT está há mais de 10 anos, detém dois presidentes com níveis estratosféricos de aceitação, mais de 100 parlamentares e um nível crescente de prefeituras no interior do país, será que a estratégia do g(r)obo passa por diminuir sua influência até desaparecer, levando com ela a demotucanalhada?
Sim, porque quanto mais se fala do “poder” da mídia, eu o vejo cada vez menor, estou errado?
douglas da mata
Senhores,
Li e reli boa parte dos comentários. Concordo com a preocupação de todos, que também é minha.
No entanto, tenho que considerar que o volume de recursos recebidos pela mídia corporativa através das verbas publicitárias não tem correspondido nem um pouco a capacidade destes grupos de causar estragos na imagem do governo e em sua base social de apoio.
Então não há masoquismo, pois não há sofrimento algum. Há sim, “sadismo” da presidenta, que vê um setor ficar totalmente refém das verbas públicas, sem a menor condição de se movimentar de forma independente destes recursos, e que para se mostrar relevante aumenta o tom dos ataques a quem o alimenta.
Não há situação mais vexatória que esta. E a mídia sabe disto, assim como sabem todos no governo.
Basta um apertinho ali, outro aqui, e lá se vão sucursais inteiras.
Mas o verdadeiro poder não precisa ser usado. Basta saber que ele existe.
Eu tenho a intuição de que Dilma (e Lula) evitam dar ao PIG a única bandeira capaz de lhes dar alguma relevância no imaginário popular: O controle, a censura, o esmagamento, ou enfim, o sufocamento.
Não é novidade que nossa sociedade tem especial predileção pelo “mais fraco”, o sofredor. Está em nossa gênese cristã.
Assim, redimimos os mortos, os portadores de câncer, os penitentes, e os que estão em desvantagem.
Nosso cenário e nosso contexto é diferente da Venezuela ou da Argentina. Casos diferentes, remédios diferentes.
Nossa presidenta passeia em todos os níveis de aprovação, mas não consegue punir torturadores, sequer discutir aborto.
O tal do imaginário popular é um troço complexo.
São nossas contradições, e ela entende isto.
Entendeu o recado em 2010, com o susto Marina Silva.
Assim, creio que o governo escolheu dar o que o PIG necessita:
Grana.
E retira-lhes o que poderia lhes dar poder político: A credibilidade.
xacal
Caros comentaristas,
Como dizer a um presidenta com níveis de aprovação e intenção de votos tão grandes, que unidos aos números de seu antecessor (que a elegeu com números estratosféricos), dariam para ganhar a eleição no Brasil e vizinhos que ela não sabe comunicar seu governo?
Será um pouco de arrogância nossa?
O problema dos agentes e militantes da área de comunicação social, aí incluídos blogueiros e comentaristas é imaginar que este microcosmo suplanta todo o Universo em volta.
Leitores de jornais? 2 ou 3% da população, considerando LER e ENTENDER o que lê.
Revista “óia”? 800.000/semana e em franca queda, ainda mais de descontarmos os volumes entubados nas escolas de SP e em outros estados onde este “esquemão” vigora. Vira material de bricolagem para crianças da pré-escola (as figuras são ótimas).
Sobrou a TV, onde os editoriais e william bonners da vida não conseguem convencer mais ninguém.
Foi o tempo em que Cid Moreira mandava todo mundo comer capim para cura do câncer, e no outro dia não restaria mais um jardim intacto.
Ficou a novela, a propaganda e as mensagens subliminares, e olhe lá.
Claro que neste “mundinho” no qual militamos aqui incomoda o siége da mídia corporativa contra a presidenta.
Mas e os eleitores? Perguntem aos de SP. Caso clássico de exemplifica o que digo: a lenga-lenga do mensalão não resiste na memória a uma ida ao banheiro no intervalo.
A pergunta central deste debate é: Governo que financia a mídia de DIREITA pode financia a mídia de esquerda?
Claro que pode, mas eu entendo que não deve.
Governo não tem que financiar empresa de mídia alguma.
Aliás, governo e dinheiro público só deve financiar atividade privada, qualquer que seja ela, se houver muito retorno e interesse público.
Podemos investir em um modelo como era o da BBC, ou a PBS dos EEUU (ambas combalidas, é verdade), mas creio que nem isto esteja nos planos do atual governo.
A comunicação de Dilma e de Lula prescindem os intermediários, eu não tenho dúvidas disto.
Ninguém resistiria a tanto assédio por tanto tempo se não estivesse estruturado em bases sólidas e amplo capital político.
Risco de golpe? Claro, sempre tem. O Jeb Bush não ajudou Bush Jr a dar um golpe com as urnas da Flórida? Pois é.
Mas daí a gente propor uma ação corporativa, com a criação de uma empresa que seja financiada por dinheiro público é exagero, pelo menos por agora.
Quem seria o conselho editorial? Teríamos assembleias diárias para determinar as pautas?
Em tempo: O Última Hora não resistiu a figura de seu financiador, e afundou com ele, deste jeito, o legado para a comunicação de massas não cumpriu sua missão.
PS: Pelo que ensina nossa História, quem cria jornais, também cria DIPs. Não contesto Vargas e sua herança política, mas tenho sempre que lembrar que durante muito tempo a maior expressão de sua política respondia por Filinto Müller.
Um abraço a todos.
Fabio Passos
Que saudades do Brizola.
Sabia exatamente o que é o PiG… e o que é preciso fazer para derrubam o monopólio da informação mantido pela direita.
xacal
Pois é.
Lula presidente, Dilma presidente e o Brizola é só uma boa lembrança, mas que nunca conseguiu realizar o projeto o qual ele se achava destinado.
Ao invés de montar um amplo e grande partido de massas, ligado aos movimentos organizados, com amplo debate de democracia internas (que às vezes eram vistas como obstáculos a ação política), preferiu o velho Briza a manter tudo sob o regime único de sua fortíssima personalidade, um partideco de caciques, calcado na ótima comunicação pessoal do líder e no embate com as empresas de mídia.
Pois é.
Longe de mim considerar resultado de eleição como parâmetro para medir o sucesso ou fracasso de carreiras políticas. Entendo até que esta quantificação é sempre duvidosa.
Mas se fazer política, como fazem Lula e Dilma, e como fazia Brizola, é alcançar o poder para mudar a vida das pessoas, não há dúvidas que o velho Briza ficou no caminho.
Neste sentido, não tenho saudades do “que não deu certo”.
Um abraço.
Valdeci Elias
Lula e Dilma estão fazendo no anos 2000, oque Jango e Brizola tentaram fazer na decada de 60, más os EUA e a direita não permitiram.
Voce tenta colocar em lados opostos, personagens historicos nacionalistas, que lutaram , ou lutam pelo povo.
mello
O artigo é excelente, revelador.
Gerson Carneiro
Não é fácil reconhecer e admitir o que direi, mas penso que não há como negar, fazer jogo de esconde-esconde, tapar o sol com a peneira buscando auto consolo. Não, nada disso resolverá a questão ou amenizará os males consequentes de causas previamente conhecidas. Tampouco trará boas perspectivas.
Um cão ao lado de um ancião uivava sem parar. Quando questionado sobre o porquê do uivo incessante do cão o ancião respondeu:
– O cão uiva porque está sentado sobre um prego fincado na madeira.
– E por que o cão não levanta e vai sentar em outro lugar?
– O cão não faz isso porque a dor não é suficiente para fazê-lo levantar e procurar outro lugar para sentar. Ele a suporta.
Ou seja, se o PIG trata incessantemente o Governo Federal com má-fé, com má intenção, difamando, alterando fatos, mentindo sobre o Governo Federal, e o Governo Federal reage abastecendo os cofres do PIG, frequentando suas festas, seus eventos, quem sou para tomar partido do Governo Federal?
Tudo isso que está acontecendo do PIG em relação ao Governo Federal não é surpresa, não é novidade. Foi fartamente previsto e alertado pelos canais de comunicação alternativos ao PIG. Gente que fez parte do Governo Lula, e até o presidente Lula, já previa um golpe midiático.
Então não há surpresa, não há novidade.
Como defender um governo que não considerou o que há muito vem sendo alertado? E ainda, deixa transparecer que não deseja enfrentar e mudar essa relação. Como por exemplo, manter o Ministro Paulo Bernardo no Ministério das Comunicações que nada faz pela regulamentação da mídia.
Ou ainda, permitir que o vice presidente intervenha contra a convocação do editor da revista Veja, Policarpo Júnior, para depor na CPI do Cachoeira.
Fica difícil defender quem é displicente com a própria defesa.
É desolador militar diariamente, e por isso ser provocado, e perceber que a vítima a qual se defende não esboça vontade de auto defesa.
O que resultou das milhares de denúncias que fizemos sobre a campanha difamatória contra Dilma na campanha em 2010?
Dilma, até aonde foi divulgado, estava pronta para ir a mais um evento do PIG, dessa vez, nada mais nada menos que o Grupo Abril.
O Governo Dilma poderia dispor de gente capacitadíssimas para ampliar a comunicação com a população sem precisar se curvar ao, e privilegiar o, PIG. Bastava querer.
Não precisava nem criar um jornal específico, bastaria usar a estrutura e a experiência dos que sempre denunciaram as ilicitudes daqueles que produzem jornalismo desonesto mas que ainda assim são beneficiados pelo Governo Federal.
E se empenhar em regulamentar a mídia.
A inapetência do Governo Federal vai causando desânimo, desolação, descrédito.
Julio Silveira
Para mim o PT comete varios pecados capitais. Mas em se tratando da imprensa corporativa, talvez nem precisasse de um investimento para combate-la politicamente. Penso que se cumprissem seu papel, que se comprometeram a cumprir, o bicho não precisaria ser tão feio quanto parece e é. Mas se omitem vergonhosamente, confesso que não entendo por que. Desengavetar a Lei de Médios e parar de fazer média com os progressistas do país já seria grande contribuição a penitência que todos cumprimos pela omissão do partido, que de quebra também lhes ajudaria bastante, ou não? será que querem mesmo? ou apenas usa-la nos inflamados discursos, sobre o que precisa o Brasil, mas só em periodos eleitorais?
Étore
Deixa ver se eu entendi: vocês estão defendendo que o partido que esteja no poder deva utilizar verbas públicas para difundir a sua ideologia ?
E se o partido no poder for o PSDB, vocês contuinuarão defendendo esta idéia ?
Tiago
Eu concordo com o colega Étore. Achei o texto acima lamentável, triste, retrógrado, pra não dizer assustador. É triste encontrar ainda hoje uma defesa como essa do “Ministério da Verdade”.
Como se os brasileiros quisessem os assassinos que governam esse país lhes vendendo jornais ou tomando tempo na sua televisão. Como se o Estado precisasse de ainda mais poder!
Governo popular é O QUE GOVERNA PARA O POVO, e não o que governa pra quem é de esquerda!
Me entristece ver colegas desse espaço a apoiar panfletos de governantes, quando deveríamos, sempre, defender os interesses do país.
Em minha opinião, uma idéia como a sugerida no texto só poderia vir de um autêntico FASCISTA.
Obrigado.
Darcy Brasil Rodrigues da Silva
TIAGO, não creio que você seja um sofista! Mas o seu comentário é uma obra-prima da sofística. E como tal, difícil por demais para rebater. E por que? Porque para concordar ou descordar de você, do ponto de vista doutrinário, é necessário definir alguns conceitos que,por sua vez, demandariam a definição de outros que, nem sempre, são claros à primeira vista. Se Beto Almeida fosse até à Comunidade da Cidade de Deus, aqui no Rio de Janeiro, e desse conhecimento a todos indivíduos desta comunidade do texto escrito por ele e aqui publicado, tendo ainda o direito de prestar esclarecimentos de algumas dúvidas desse imenso público formado pelos moradores da Cidade de Deus (que, entretanto, não passa de uma parcela pequeníssima quando comparada aos 195 milhões de brasileiros que somos) ele, Beto Almeida, se veria frustrado por não se fazer compreender por, talvez, 99% dos sofridos e simpáticos irmãos moradores deste bairro pobre do Rio de Janeiro. E se você, Tiago,pudesse contestar a Beto Almeida, da mesma forma que o contestou aqui, provavelmente, 99% dos moradores concordariam com você, embora tal aprovação fosse dada sem muita convicção, pois, no fundo, desconfiariam que não entenderam nada do que Beto Almeida disse, enquanto,por outro lado, o seu texto, Tiago, seria, para eles, pelo menos mais conciso e teria algumas frases que eles poderiam quase jurar que já tiveram algum contato com elas, seja nos programas de rádio comandados por gente divertida como o são os apresentadores dos programas matinais da rádio Globo, seja em jornais “populares” , comprados a 0,25 centavos que se leem balançando nos trens e coletivos lotados que levam os trabalhadores da periferia para o trabalho, sejam nos jornais televisivos diários que se assistem no “horário nobre” quando se chega cansado do trabalhado e se aciona a TV viciada em exibir os canais comerciais a vomitarem em nossas cabeças o pensamento único neoliberal. Em seu texto,Tiago, ao contrário do que leriam ou ouviriam no texto de Beto Almeida, encontrariam palavras alguma coisa conhecidas, como “fascismo”,que acreditam que seja algo que não deve ser bom, já que sempre ouviram alguém famoso falar que é mau, embora não saibam com certeza definir o que venha ser esse tal fascismo, que,para eles soa apenas como soaria um palavrão aos ouvidos de seus avós. Outra frase encontrada em seu texto ,Tiago,e que parece ser muito boa, não se admitindo que alguém de bom senso possa dela discordar, é “governo popular é o que governa para o povo e não o que governa para a esquerda”. E por que será que nesse debate imaginário entre você,Tiago,ou melhor, entre o seu texto sintético,pouco argumentativo, e a dissertação de Beto Almeida, cheia de argumentos, de exemplos buscados na História do Brasil, que supostamente comprovariam a sua tese ( a dele ,Beto Almeida), debate esse travado, segundo a minha hipótese, com toda a comunidade da Cidade de Deus, você,Tiago, daria um banho em Beto Almeida, sendo, provavelmente, aplaudido de pé, enquanto Beto talvez ouvisse até algumas vais? Simplesmente porque o seu texto, Tiago, se apoia em um construto ideológico dominante preexistente que é automaticamente evocado pelos moradores ouvintes, já que todos os dias, desde que nasceram, eles, de alguma forma , ouvem ou leem , nos rádios , TVs e jornais controlados pelas elites, teses que confirmam o que você falou.E, o que é muito pior, ouvem entre eles mesmos, dentro de suas próprias famílias, nas escolas, dos vizinhos, nas Igrejas de todas as cores,que, consciente ou inconscientemente replicam essas mesmas teses, formando uma imensa cadeia de categorias ideológicas pre-existentes. Que na prática forma uma imensa corrente de opiniões que estruturam o chamado “senso comum”. Por isso, para eles, o seu texto,Tiago, com poucas palavras, sintético, com escassos argumentos, lhes parece muito mais expressivo, contundente e convincente do que a dissertação cuidadosamente desenvolvida pelo ultra-progressista Beto Almeida, por você estigmatizado impiedosamente como fascista.
Para mim me basta deixar essa constatação no ar que, a meu ver, verifica a necessidade expressa por Beto Almeida. Proponho que você releia outra vez o texto de Beto, mas, sem pressa. Talvez você conclua, como eu, que primeiro, um governo pode ser popular sem ser de esquerda,porém , nesse caso , não se governará para o povo, mas para as elites, conseguindo, entretanto, ser apoiado pelo povo.Exemplos não faltam dessa excrescência a que alguns designam como populismo de direita”.Segundo,um governo para ser um governo do povo necessita imperativamente ser de esquerda, embora, contraditoriamente, pode não ser popular. Você deve estar pensando: como esse cara pode escrever tamanha sandice? Como um governo voltado para os interesses do povo pode perder ou sequer ter tempo de consolidar uma aceitação entre o povo? E eu, então, responderia com dois exemplos: Maluf é de direita, penso que disto ninguém tem nenhuma dúvida. Dessa forma, governou basicamente satisfazendo principalmente os interesses das elites (transferindo grandes quantidades de recursos públicos para os bolsos de empreiteiros financiadores do partido de Maluf).Entretanto, durante muitos anos, seu governo foi “popular”. E, o inverso, vimos acontecer com Brizola em seu último governo no Rio de Janeiro: um governo considerado do campo da esquerda, que se esforçava por governar para o povo da Cidade de Deus,por exemplo, que se tornou não popular por conta de uma campanha difamatória do jornal “O Globo” que surtiu resultado.
Tiago
Prezado Darcy Brasil Rodrigues da Silva,
Certamente não foi minha intenção ofender o autor do texto, embora discorde totalmente do que está escrito ali. E certamente não desejo que as minhas palavras sejam a verdade absoluta sobre o que ele escreveu. Certamente não desejo ir à Cidade de Deus e dizer que o ele está errado e eu, certo. Então, se você tomou minhas palavras como ofensivas, minhas desculpas. Mas não mudo uma linha do que disse.
A meu ver, penso que o Estado deve servir ao povo, seja quem for ou onde estiver. Não consigo enxergar onde criar um jornal “popular” para proclamar a ideologia do partido no poder se encaixe no conceito de “servir ao povo”. O Estado pertence a nós, ao povo, não ao PT (em tempo, sou petista roxo, ou vermelho, hehe).
Se eu e você nos reunirmos para criarmos o nosso jornal em defesa do governo, é uma coisa; se o PT o fizer, é uma coisa; mas o Estado fazer isso? Propagar idéias do partido, de algum “grande líder”, e não do País? A meu ver é algo inaceitável. Se isso é servir ao povo, talvez você possa me explicar como. Se defender tais idéias é ser “ultra-progressista”, a meu ver é apenas mais um triste retrato da triste esquerda brasileira.
Defender que o Estado dê bitucadas na mente do povo que governa, a meu ver, é fascismo SIM. A meu ver não é assim que vamos libertar os tais moradores da Cidade de Deus do obscurantismo a eles imposto.
Obrigado.
Darcy Brasil Rodrigues da Silva
TIAGO,primeiro, em momento algum me senti ofendido. Segundo, o Estado existe, e disso todos nós sabemos,porém não existe necessariamente para servir ao povo. Esse é o conceito que pertence ao campo da ideologia das classes dominantes. Trata-se de uma mitificação do conceito do Estado, de um fetichismo. Em uma sociedade de classes, o Estado será sempre uma instituição dominada pelas elites dominantes, que o utilizarão para subjugar as classes dominadas. Em nosso país, pôde-se, no atual momento político em que vivemos, eleger alguns governos de esquerda. Porém, o Estado jamais deixou de pertencer aos seus donos originais.
Terceiro, o exemplo da Cidade de Deus, o usei para tentar demonstrar para você que , também em uma sociedade dividida em classes, a ideologia que a domina será sempre a ideologia das classes dominantes. Tal ideologia penetrou de forma quase estigmatizada em nossas mentes ( eu estou confessando publicamente que essa ideologia das elites também atua sobre os meus atos em vários momentos, fazendo com que eu proceda segundo os seus “princípios” como se fosse, para mim, algo absolutamente “natural” , em oposição à uma ideologia ainda em construção, embrionária,que me proponho a ajudar a construir, fora e dentro de mim, para transformar a nossa sociedade).
Quarto, Beto Almeida ,claramente, em seu texto não propôs, em momento algum, o lançamento de um jornal de governo. O que Beto Almeida observa é que não existe um jornal popular de esquerda, como são alguns jornais populares de direita. E não existe porque os governos Lula e Dilma não cumpriram a tarefa que lhes impôs a Constituição de 1988, que assegura ao nosso povo o direito à informação e a liberdade de expressão da pluralidade de ideias. Se o governo Dilma resolvesse essa tarefa democrática, os recursos de publicidade que financiam os jornais de direita seriam igualmente divididos por todos, permitindo-se a criação de um jornal popular de esquerda , como um dia foi o “Última Hora”. Tal iniciativa do governo Dilma seria o equivalente a outras iniciativas já adotadas na Argentina, no Equador e na Venezuela, expressado-se como uma nova “Lei de Mídias”. Sem essa lei, nenhum jornal que decidamos voluntaristicamente lançar vingará, conhecendo, em pouco tempo, o seu fechamento, como foi o caso de outras tentativas nesse sentido adotadas no passado. Assim, Beto Almeida não propôs a criação de um jornal de governo, mas um esforço do governo no sentido de democratizar os seus gastos em publicidade com vistas a cumprir o que reza a Constituição,buscando também fazer aprovar uma nova “Lei de Mídias” que retire o monopólio da informação das mãos das elites dominantes. Tal lei, uma vez aprovada, não permitirá, do ponto de vista constitucional, a nenhum governo, seja ele de direita ou de esquerda,valer-se do dinheiro público para promover os seus interesses na mídia, como foram e são os casos dos governos de direita de partidos como o DEM e o PSDB , e nem tampouco permitirá que governos de esquerda financiem jornais de direita que tentam sistematicamente derrubá-lo, como ocorre desde o primeiro governo Dilma, que repassou 70% da verba de publicidade governamental para órgãos como “O Globo” e a “Veja”. A mesma lei deveria coibir a “liberdade de mentir” de que desfrutam os escribas da direita, estabelecendo severas penas para essas práticas. Deveria também facilitar a criação de rádios e TVs comunitárias.Assegurar o acesso à banda larga a todos os brasileiros; robustecer ainda mais a presença das emissoras públicas entre nós, criando outros canais, tal como uma “Brasil News”, em concorrência ,de fato, com emissoras como a “Globo”, “Band” e “Record” News. Repare que refiro-me a emissoras PÚBLICAS e não estatais e ,muito menos ,governamentais.
Por último, Tiago, quando ilustrei um hipotético debate entre você e o Beto Almeida também não tinha intenção de ofendê-lo. O fiz acreditando sinceramente que , se esse debate pudesse ocorrer de fato, você seria hoje, em 20 de setembro de 2012,com certeza absoluta, o vencedor.Isto não é uma afirmação irônica de minha parte em relação a você, Tiago; embora seja um fato mais do que irônico, amargo. E por quê? Se você tiver saco de ler o meu texto empolado pelas dificuldades que sinto em escrever,talvez encontre a resposta.
Francisco
Eu não vi ninguém falando em verbas públicas para financiar “um jornal do PT”. Para o PT fazer isso precisaria mudar de nome para PSDB.
A questão é outra, as verbas públicas de publicidade, podem ser gastas por milhares de critérios e, inclusive, não serem gastas, pura e simplesmente. Essa decisão é decisão de governo, até porque, a Globo não permite – o verbo é esse – que se faça uma legislação especifica sobre o assunto. Praticamente não há uma legislação de Estado.
E porque a Globo “não permite”? Não o faz porque achaca – o verbo é esse – os governos eleitos no país. Sem estrutura midiatica que dê divulgação eficaz aos atos do governo, o governo, de direita, esquerda ou diagonais, capitula e entrega dinheiro público, um mensalão – a palavra é essa – à familia Marinho. Espera viver em paz, mas como todos que pagam proteção à Máfia, não a obtem.
A parca legislação sobre radiodifusão que existe impõe – é Lei – que a midia seja regionalizada e descentralizada, ou seja, não se torne monopolista.
Assim, a verba pode ser destinada ao jornal “A Tarde”, da Bahia, o “Imparcial” do Maranhão, etc. Nenhum deles “petista”, mas nenhum deles Rede Globo. Pela legislação vigente isso não só é legal como é desejável. Se o governo PT quiser, faz. É legal e, mais, é republicano.
O buraco negro que existe na legislação da área, permitiria, inclusive o governo federal fazer o que o governo de São Paulo faz. O que ele faz é, simplesmente, bancar a “Bolsa Liberalismo de Araque”.
O “Última Hora” era de Samuel Wainer. Getulio usou seu prestigio e juntou financiadores para dar o primeiro empurão no jornal. Só isso.
E digo mais: se o PT quisesse roubar dinheiro público, teria pouquisimos problemas. Dúvida? Quantos problemas com corrupção e denuncias teve a ARENA? E o PDS? E o PFL? E o DEMO? E o PSDB?
Quem rouba, no Brasil, jamais verá materia de jornal taxando-o de ladrão.
abolicionista
Se a argumentação fosse apenas ética, é óbvio que a Rede Globo e a Folha de São Paulo teriam de ser interditadas, foram órgãos que alimentaram largamente a censura, contribuíram para ocultar cadáveres e esconder qualquer tipo de notícia que criticasse o regime militar – são, portanto, incompatíveis com a democracia. Logo, não se trata de discutir se o governo deveria ou não criar um jornal de esquerda. É lógico que deveria. E deveria também criar novos jornais de centro e de direita, fechando os existentes, que não convivem bem com o regime democrático. A questão é se o governo tem ou não poder de fogo para fazer isso. Parece-me bastante óbvio que não, ou deveríamos adotar a tese de que Dilma é uma Polliana ingênua. Temos, portanto, duas opções ou o PT treme na base (aliada?) por saber do grande poder de convencimento de de domínio da mídia sobre as mentalidades, ou o PT tem acordos com a mídia que, caso rompidos, trariam-lhe imenso prejuízo político. A segunda hipótese parece mais viável, daí o fato de que a mídia e o PSDB (há diferença entre as duas coisas?) terem evitado ligar o Lula ao mensalão. Como o PT sucumbiu ao lulismo, dá-se ao luxo de queimar o partido inteiro para proteger o seu trunfo. O lulismo mostra sua face obscura, obrigando o PT a voltar-se contra suas próprias origens, a trair seus ideais em nome desse pacto perverso. Os problemas brasileiros são assim reduzidos à disputa partidário-eleitoral, com o que a crítica não avança e permanece encalhada em contradições tais como: se a mentalidade política do povo brasileiro é atrasada, principalmente por causa do domínio do PIG, como pode esse mesmo povo acertar e votar no Lula? A verdade que não se pode pronunciar é que, ainda que tenha acertado ao votar em Lula, grande parte do povo o fez pelos motivos errados. Nós ainda não temos no Brasil, a despeito do lulismo, uma cultura democrática consolidada. E não o teremos sem uma grande mobilização social, que se vincule novamente à perspectiva da luta de classes e de politização. A sorte do PT precisa, ao mesmo tempo, desvincular-se da sorte de Lula.
Francisco
O pior não é isso, o pior é perceber (ai, meu Pai eterno!) que a esquerda desconhece até a própria história…
“Que fazer?” é o título do livro publicado por Vladimir Ilitch Lenin há já quase noventa anos. Qual o tema central do livro? Em consonancia com o título, trata do que fazer diante do poder acachapante da direita czarista.
Resposta: criar um jornal, ou se assim desejar, criar uma mídia alternativa.
Algo que deveria ser ridiculamente fácil nessa era de mídias digitais. Justamente quando o custo de publicar desaba, acaba o Pasquim. vai entender…
Inconpetente (isso mesmo, in-com-pe-ten-te), o partido sequer demonstrou entender a importancia de uma banda larga nacional, pública e gratuita (ou de baixissimo custo), como a educação.
A proposta de Lenin foi aprovada pelo Partido Social Democrata Russo (nem eram “bolcheviques” na época…). O jornal se chamou “Iskra” (“Centelha”) e depois que o “assalto ao céu” se consolidou (sinal de que a medida foi produtiva…), o jornal passou a chamar-se “Pravda” (“Verdade”).
Essa mudança de nome foi, mais precisamente, depois de 1924, com a ascenção de Stalin ao secretariado-geral. O jornal foi crescentemente perdendo o poder contestatório e, ao invés da idéia inicial de “botar fogo”, passou à função de “Diario Oficial” (botar agua na fervura…).
Como se pode ver, o PT esta uns três ou quatro capitulos atrasado.
Talvez irremediavelmente.
Mas, e de novo apelo aos céus, já que não tem um filho duma égua no partido que escute a militancia… Meu deus, oh, meu Deus, será que é mais dificil criar uma porcaria de uma mídia que preste, estando já no poder e não alijado dele?
Vai deixar para fazer isso depois do golpe que acontece daqui a dezesseis dias?
Fabio Passos
É uma coisa só: globo = psdb = veja = dem = estadão = pps = fsp
O PiG é a verdadeira oposição da direita.
Quem ainda não sabe disso?
O governo do PT paga para apanhar… e vai continuar apanhando.
Não deveria dar um centavo para o PiG.
Rodolfo Machado
Azenha, desculpe colocar aqui este texto, mas na falta de um “Fora de Pauta”:
O capitalismo de cassino de “Wall Street”
Rifando as cidades norte-americanas
Publicado por Márcia Denser
Enviado por Sílvio de Barros Pinheiro
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/09/o-capitalismo-de-cassino-de-wall-street.html
Um excelente ensaio de Michael Hudson, professor de Economia na Universidade do Missouri, autor de The Bubble and Beyond, (leia resenha em português em: 3/9/2012, redecastorphoto: “Porque os credores públicos não podem – e não devem – ser pagos”) obra que coloca os setores financeiro e imobiliário na raiz da crise fiscal urbana mundial, fornece os fundamentos deste nosso artigo. Segundo ele, A marcha de Wall Street contra os 99% está se acelerando. É a mesma filosofia de austeridade imposta à Grécia e à Espanha, e a mesma que leva o presidente Obama e Mitt Romney a insistirem na redução de custos com o Medicare (assistência de saúde pública) e com a Previdência Social.
Diferentemente do governo federal dos EUA, a maioria das cidades e estados possuem constituições que previnem déficits orçamentários. Isso significa que ao suprimirem impostos sobre imóveis, as cidades e estados devem pegar dinheiro emprestado dos ricos ou cortar serviços públicos.
Em tese.
Mas agora isso dançou e se tornou arriscado porque a economia afunda com a queda dos valores das dívidas. Da Califórnia ao Alabama, as cidades estão se tornando inadimplentes. Já não conseguem restabelecer impostos sobre proprietários sem causar mais inadimplência hipotecária e abandonos. Mas alguém tem que ceder. De forma que então as cidades reduzem gastos públicos, encolhem seus sistemas educacionais e forças policiais, e vendem seus ativos para pagar detentores de títulos.
E isto se tornou a causa principal do crescente desemprego nos Estados Unidos que, obviamente, diminui a demanda de consumo. É um pesadelo keynesiano. Menos óbvios são os cortes devastadores ocorrendo na saúde, no treinamento de mão-de-obra e outros serviços, enquanto taxas de matrícula para colégios públicos e as “taxas de participação” no ensino médio sobem. Sistemas escolares estão se desfazendo e professores são abandonados numa escala nunca vista desde a Grande Depressão.
Todavia, estrategistas de Wall Street enxergam essa situação e os “espremidos orçamentos locais” como dádivas. Como disse Rahm Emanuel (além, é claro, de Murdoch, Bush, Rumsfeld, Chaney, Soros & banqueiros ilimitados, aficcionados do Capitalismo de Desastre mixado ao Cassino) afinal, uma crise é uma oportunidade boa demais para se desperdiçar – e a crise fiscal alavanca os credores financeiramente para empurrarem políticas anti-trabalhistas e privatizações.
O terreno está sendo preparado para uma “cura” neoliberal: cortar pensões e assistência médica, negligenciar promessas de reformas trabalhistas e rifar o setor público, deixando os novos proprietários cobrarem pedágios sobre tudo, desde avenidas a escolas. O termo do momento é “extração de rendas”. Tendo causado a crise financeira, o legado de décadas de cortes sobre a propriedade, financiado pelo endividamento sem limites, agora deve ser pago vendendo-se ativos públicos.
Chicago arrendou sua Skyway por 99 anos e seus estacionamentos por 75 anos. O prefeito Emanuel contratou os gerentes de ativos do JP Morgan para dar “conselhos” sobre como vender a privatizadores o direito de cobrar taxas sobre serviços que eram gratuitos (ou seja, como construir uma ratoeira mais eficiente).
Por retratar os servidores locais como inimigos públicos número 1, a crise urbana está fazendo com que a luta de classes volte à ordem do dia. O setor financeiro argumenta que pagar pensões (ou até um salário mínimo) absorve a receita a ser usada no pagamento de títulos podres. A cidade de Scranton na Pensilvânia reduziu os salários do setor público para o mínimo, enquanto outras procuram romper com planos de pensão e contratos salariais – e depois vão atrás de jogos de azar em Wall Street, numa tentativa desesperada de cobrir suas obrigações estimadas em 3 trilhões de dólares, mais 1 trilhão em cuidados de saúde.
Embora Wall Street tenha engendrado a economia-bolha cuja explosão engatilhou a crise fiscal urbana, seus lobistas e suas teorias econômicas absurdas não são responsabilizados. Melhor do que culpar os que cortaram impostos e deram uma herança inesperada aos banqueiros e aos magnatas do setor imobiliário, é obrigar professores e outros empregados do serviço público a devolverem seus salários e aposentadorias. Contudo, para os predadores financeiros não existem devoluções de espécie alguma, ao contrário.
Em vez disso, chegará o momento em que as cidades serão forçadas a fazer o que fez Nova Iorque para evitar a bancarrota em 1974: entregar a gestão para quem Wall Street determinar. Os políticos eleitos serão substituídos por “tecnocratas” que irão fazer o mesmo que Margaret Thatcher e Tony Blair fizeram na Inglaterra: vender o que resta do setor público e levar cada programa social para a mesa de “negociações”.
O plano é atingir algumas metas. Como por exemplo, dar aos privatizadores o direito de cobrar pedágio sobre a infraestrutura pública. A ideia é forçar cidades a equilibrar o orçamento, arrendando ou vendendo suas avenidas e sistemas de transporte público, escolas e prisões. Isso promete criar um novo mercado para os bancos: empréstimos a abutres que comprarão os direitos de instalar pedágios na infraestrutura básica da economia. Como oficiais públicos eleitos não podem engajar-se em políticas tão predatórias e anti-trabalhistas, resta a “magia do mercado” para dissolver sindicatos, diminuir serviços públicos, taxar sistemas de água e esgoto, cortar linhas de ônibus e aumentar tarifas.
Para realizar esse plano financeiro, é necessário emoldurar o problema de tal maneira que as alternativas anti-sociais sejam excluídas. Como bem sabia Margaret Thatcher, deve-se pregar a falta de alternativas (there is no alternative ou TINA). Não há alternativas senão vender o transporte público, o setor imobiliário e até sistemas educacionais e prisões.
Para os neoliberais, a beleza disso tudo é que o rebaixamento da educação torna os cidadãos mais suscetíveis à falsa consciência do Tea Party. Esse é o significado de livre-mercado hoje: renda criada por investimentos no setor público “livre” para ser paga aos bancos como juros em vez de ser recuperada pelo governo. A maior parte da receita urbana são rodovias, escolas e sistemas de água e esgoto financiados pelo contribuinte.
O miolo da “falsa consciência” dos banqueiros – a matéria de capa com a qual os lobistas do Tea Party estão procurando doutrinar os eleitores norte-americanos – é que os impostos sobre a terra e os ativos financeiros punem os “criadores de emprego”. Os beneficiários desse gasto público dizem que precisam ser mimados com preferências fiscais para investir e empregar, enquanto os 99% devem ser chutados e incitados a trabalhar mais por menores salários. Essa falsa narrativa ignora que os maiores períodos de crescimento norte-americano foram aqueles em que os impostos individuais e corporativos eram também maiores. O mesmo é verdadeiro na maioria dos países. O que está sufocando o crescimento econômico são as elevadas dívidas – devidas a 1% da população – e cortes de impostos sobre grandes riquezas.
O arrocho nas aposentadorias públicas é parte da crise geral. Aliás, Paul Ryan, candidato indicado a vice-presidente pelo Partido Republicano, e Rick Perry, governador do Texas, caracterizaram a Previdência Social norte-americana como um esquema a la Charles Ponzi do dias atuais.
O fato é que o sistema financeiro está podre. Isso transformou a atual luta de classes numa guerra financeira na qual o fator principal é moldar a forma como os eleitores enxergam o problema. O truque é fazê-los pensar que cortar impostos barateará o custo de vida e a habitação, quando o entendimento que deve ser propagado é o seguinte: cortar impostos só faz com que mais renda para empréstimos caia no colo dos banqueiros, o que afundará mais ainda a economia.
Políticos democratas ou republicanos não querem taxar mais as finanças, os seguros ou o setor imobiliário. A postura deles está alinhada com o que querem os financiadores de suas campanhas: deixar Wall Street mais rica. É o velho problema das prioridades. As dívidas não podem ser pagas e não serão pagas. Então, a questão é quem deve ser priorizado: o 1% ou o 99%? Insiste-se que a austeridade e a redução do Estado são inevitáveis, não uma escolha política que privilegia os credores públicos e o 1% aos 99%, ou uma retribuição do dinheiro gasto comprando políticos e fazendo eleitores acreditarem que “cortar impostos sobre a propriedade e sobre os ricos ajudará a economia”.
Se os Estados Unidos continuarem a permitir que o 1% legisle e dê as cartas, a economia será esfacelada em pouco tempo. A era do crescimento ianque chegará ao fim. Mas, repetimos: alguém tem que ceder. Ou seja, é hora de dar calote. Caso contrário, Wall Street transformará os EUA na Grécia. Esse é o plano financeiro – a estratégia da atual guerra financeira contra a própria sociedade.
Um tiro, não no pé, mas no próprio coração do sistema.
Carlos Eduardo Luz
Após ler o texto no blog do PHA fiz um comentário e fui censurado, fiz somente uma pergunta: E COMO FICA A TV RECORD NESTE CENÁRIO?
Thomaz
Ora vejam: “Uma suposta reportagem da Veja,(…) faz surgir novamente, com força, a necessidade de um jornal popular, democrático, de massas.” A Veja é a publicação mais popular do país, vende mais que as demais juntas. Acontece que o “popular” sugerido pelo autor é um veículo de esquerda. A cumpanherada pode esperar sentada, porque jornal popular desse jeito, de esquerda, não vende. Ou tem titicas de leitores, vejam as cartas capital da vida. Entre as alternativas dos governos de esquerda latinos, o exemplo mais chamativo é a Telesur, do Hugo Chávez. Audiência traço até na Venezuela bolivariana.
Ulisses
Caro Thomas, suponhamos que desta vez o PT e a Dilma tomem vergonha na cara e cancele todo gasto em propaganda nestes 4 grupos midiáticos Globo, Abril, Folha e Estadão. Quero ver esta revista chifrim ser a mais vendida do Brasil. O que vejo é esta revista encalhada nas bancas e suas tentativas canhestras de assinatura na internet. Se não fosse a Globo, este sim o verdadeiro perigo para a nossa incipiente democracia, a oposição já tinha ido para o ralo do tietê a muito tempo
LEANDRO
E você acha que a verba do governo, onde a maioria é propaganda estatal, se baseia em que? Em propaganda das estatais e se elas querem vender os serviços ou produtos que comercializam, onde você sugere que elas anunciem? Eu, se fosse diretor de marketing de alguma delas, anunciaria nos veículos de maior penetração e tiragem porque tenho que mostrar resultado, se o lucro da CEF cai vão vir em cima de mim cobrando isso.
E, só para constar, o governo tem um canal de tv com orçamento milionário e nem assim sai de 0,01 % de audiência.
Ulisses
Caro Leandro, vender o que? Empresa pública precisa de propaganda para vender? Petrobras? Eletrobras? Banco do Brasil? Caixa Econômica? Governo Federal? Piada cara. São instituições públicas, todos sabem. Propaganda de governo é só promoção do governante. Não leu o que o Requião fez no Paraná?
xacal
Caro Thomaz,
A taxa média mundial de leitores, em série histórica, varia entre 3 e 7%, dependendo do veículo.
Eu arrisco a dizer que no Brasil esta taxa não chega a 3% nos jornais diários, e se formos contar a tiragem mensal da “óia”, subtraídas os volumes entubados nas escolas de SP e outros esquemas do tipo, não dá 1%.
A tiragem da “óia” despenca dia a dia.
Com raríssimas e honrosas exceções, como a minoritária Carta Capital, poucas publicações sobreviveriam de suas receitas privadas (venda e propaganda).
Sem o dinheiro público, já eram, ainda mais em tempos de internet.
O debate central é: O governo que FINANCIA publicações de direita, pode FINANCIAR publicações de esquerda?
Eu acho que dinheiro público não tem que financiar empresa privada de comunicação alguma, seja ela de esquerda ou de direita.
Por outro lado, assim como acontece com a Inglaterra (BBC) e outros países da Europa, e até nos EEUU, como a PBS(esta é sigla?), há de se ter um rede pública forte, pois sabemos que o papel da mídia corporativa é lucro e entretenimento, e sabemos que comunicação social é MUITO mais que estas duas variáveis.
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Aos demais colegas comentaristas eu digo:
Dilma tá matando o monstro de tanto cevar ele, como fazemos com porcos.
Vejam, quanto mais a mídia se enfurece e escarafuncha seus ódios de classe mais ela fica reduzia aos guetos, isolada e sem credibilidade.
Só restam os produtos como novelas e outras baboseiras, onde têm que rebolar para incutir mensagens subliminares.
Aquilo que eles chamavam de “formação de opinião”, os editorialistas e noticiários de TV, não conseguem desequilibrar nenhuma disputa política.
O naufrágio de çerra em SP é um exemplo clássico.
Se juntar a aprovação e intenção de Lula e Dilma vai dar para ganhar eleição na Argentina, Chile, Venezuela, etc.
Temos dificuldades no Nordeste por causa das “cagadas” que fizemos dentro do partido, e pelo crescimento “natural” das forças aliadas, que uma hora vão querer ser cabeça de mosquito a ficarem eternamente como rabo de elefante.
Agora, é claro que há uma disputa hegemônica pela cultura política, e que neste sentido, o PIG, por sua estrutura tem vantagens sobre o campo progressista.
Mas não há nada que prove que a construção de um jornalão dê a este campo condições de contrapor o PIG.
Wainer e a UH chegaram quase no fim, e afundaram junto com GV, ou seja, não foram capazes de ir além da persona pública de seu criador.
Na ditadura e durante ffhhcc, e até antes com collor, nos disputávamos a hegemonia política sem controle sobre nenhum órgão de mídia.
Acumulamos capital político sem este controle orgânico.
E eu penso que assim deveremos ficar.
Precisamos FAZER POLÍTICA. Esta é a verdadeira forma de comunicar com a população.
Afinal, como seria o conselho editorial? Eleito? Quem seriam os controladores? Qual a natureza do mandato que deteriam para falar em nosso nome?
grilo
A audiência do JN da Globo deve-se muito mais à novela que vem a seguir do que ao jornal propriamente. Os leitores da Veja pertencem a uma classe de frustrados que sonham um dia ter uma Mercedez Benz. Eleitoralmente não significam nada. Agora dizer que a Telesur não tem uma grande audiência é de uma obitusidade ímpar.
Jotace
Caro Grilo,
Ainda que pessoalmente considere o grau deletério do JN, concordo iteiramente contigo quanto à referência feita à assistência – e importância – da Telesur cuja audiência já é imensa e vem aumentando dia a dia. Pois é muito grande o interesse mundial na totalidade da sua programação. É de notar a grande mudança do padrão o que a torna (também) em qualidade uma das melhores do planeta. Cordial abraço, Jotace
Bonifa
Há anos pedimos pela rede que quem tenha condições para tal pense seriamente na criação de um grande jornal, não precisa ser completamente popular mas de formato misto, no Brasil. A oportunidade de comprar o próprio Jornal do Brasil e viabilizá lo como um grande jornal independente e progressista, de circulação nacional, passou batida. A necessidade continua, talvez a cada dia mais premente.
Quem vai dar voz ao Lula ? | Conversa Afiada
[…] Beto Almeida: O pecado capital do PT […]
Mariac
Crítica já velha dos militantes, mas agora está numa linguagem mais seca e com exemplos. Acho que o PT vai entender desta vez.
Luiz Moreira
RELANCEM A “ULTIMA HORA”. Logo de inicio, um artigo histórico contando sua trajetória e sua tomada pelos militares e entrega , no RS,para a ZERO HORA. E poderemos por os podres desta burguesia direitista e canalha.
Roni
No tempo de Getúlio, lia-se jornal. Hoje o povo lê manchetes nas bancas e assiste TV. O PT deveria investir mais em TV pública. Talvez um jornal com distribuição gratuita nas grandes metropoles como faz o metrô de SP? Quanto às enormes cifras gastas na propaganda institucional, Dilma deveria usar o dinheiro para fazer contraponto às mentiras veiculadas pelo PiG no próprio PiG. Trocar linguagem publicitária por comunicação de massas. Se a Globo recebe 70% das verbas, por que não veicular por ex. mensagens periodicas de Lula no horário nobre? Daria mais audiência que a própria novela que vem a seguir.
Hans Bintje
márcio joffily
Excelente, Hans. A matéria acima é excelente exceto quando atribui o fracasso petista à INGENUIDADE. o PROJETO HEGEMÔNICO PETISTA vai ralo abaixo, entre outros importantes motivos,pelo o que está estampado na charge mostrada por você. Por trás dessa “ingenuidade”, tratar a mídia com deferência, está o interesse em aliar-se a ela. Do contrário não teriam virado as costas ao povo.
Willian
“…Voz do Brasil, programa de enorme audiência…”. Agora conta aquela do papagaio que era gago. rs
Augusto Soares
Você não ouve, eu ouço. Empate.
Willian
200.000.000 não ouvem. Desempate.
luca brevi
Beto Almeida. Voce falou e disse tudo. Sem um canal que chegue aos mais nos fundos grotões do Pais e do povo na periferia fica dificil implantar reformas ou sustentar avanços no campo democrático e ideológico.Eu sempre pensei nisso, e tem que ser de forma sistemática. Somente assim, o povo estará antenado e sabedor de sua posição nesse processo de transformação. Mais do que nunca e sem perda de mais tempo, viabilizar esse instrumentos de comunicação para que não entremos na onda do retrocecesso que ja se delinea.
José Ricardo Romero
A questão, já antiga, que se coloca é: porque o PT não fez? Gosta de apanhar? Isto é inverossímel. Não teve condições políticas? Claro que teve, todas elas. Porque um ministro das comunicações continua dormindo sobre projetos já elaborados e apresentados à nação e discutido, porque foi enfiado na gaveta? Porque a Dilma, tão ciosa em outros ministérios com a boa governança, eficiente e com bons resultados, simplesmente ignora a questão da mídia, mantém no cargo um dorminhoco como o Bernardo e não dá explicações ao país, já que este clama há muito tempo de forma resoluta para que alguma coisa seja feita? Se Dilma tem as suas razões para prevaricar nesta questão, porque não se explica? O próprio Lula, só quando os personagens de seu governo já estavam nas coxias para ir para casa é que apresentou o seu projeto de regulação da mídia, deixando a bomba explodir no colo da sua sucessora. O que há com o PT e com o governo? Porque se acovardam vergonhosamente em relação a essas questões, correndo inclusive o risco de terem fraco desempenho eleitoral por conta dos ataques mentirosos da mídia, continua inerme e dá as costas para esse problema gravíssimo do golpe contra as instituições? Não tem o governo a obrigação de preservar as instituições e a democracia? Não se dá conta (todo mundo já se deu conta há muito tempo) do caráter golpista do PIG , da oposição e do judiciário? Não tenho respostas a estas questões, mas qualquer que sejam não devem ser coisa muito boa. Só pode ser alguma coisa de muuito sujo para justificar tanta omissão e covardia.
Mariac
Vamos repetindo e ampliando moçada. Faz uns quantos? Uns 9 anos do governo Isalene? O PT deixou ela apanhar sozinha. Quem sabe se não foi por ciume mesmo?
Benedito
José Ricardo, o questionamento que você faz é o mesmo que me persegue desde o primeiro de janeiro de 2003. Por que o PT, mesmo tendo o presidente mais bem avaliado da história, não enfrenta a mídia? Por que não cria uma mídia alternativa? (rádio, TV, jornal, revista). Do que tem medo o PT? Dele mesmo? Por que o PT não avança em direção a uma agenda mais à esquerda? É algo muito sujo, como você falou? É falta de visão? É complexo de inferioridade? São compromissos assumidos e impublicáveis? Ou é simplesmente covardia, falta de coragem? Gostaria muito de saber.
Maria Ines Reinert Azambuja
Acho que a explicação passa pela neurociência…
Baixa autoestima… Espírito de funcionário público… Falta de empreendedorismo… Não precisamos de um Canal Brasil e sim de uma empresa privada capaz de contar histórias com outra perspectiva. Feita por gente que acredita e aposta no país…
Hoje fiquei chocada ao assistir na Gaúcha loas a uma entrevista dada ontem pelo Diego Mainardi… e sugestões de que deveria ir para os autos do Ministério Público Federal ou coisa assim… O programa pregava abertamente a delação premiada por parte do Marcos Valério, que segundo um promotor entrevistado, podia sim evitar ir pra a cadeia, se provasse que o desvio não foi de 100 mas de 300 milhoes e implicasse o Presidente Lula nisto!!!
Fiquei com a sensação de golpe de Estado! E com a pergunta… a serviço de quem?
Jotace
Caro José Ricardo Romero,
Há inúmers razões para os teus questionamentos e que são os mesmos de muitos brasileiros. Pois, já de muito tempo, a grande maioria dos quadros importantes do PT tem subestimado os ideais do povo brasileiro, ao pôr de lado os princípios e valores que deveria preservar. Tem agora, como é o caso de Dilma também e até de Lula, a última oportunidade de voltar a considerá-los. Há que cessar o entreguismo antipátria e desmoralizante bem como com a proteção e os favores que vem descaradamente outorgando à grande mídia. Não dá de fato para entender o porque dos governos petistas, mais particularmente o de Dilma, se comportarem como o têm feito. Daí ver o desastre que ninguém pode esconder e que ocorre em S. Paulo…É bom lembrar que a campanha patriótica e intensa da mídia alternativa na Internet quando da última eleição presidencial foi decisiva para a vitória da atual Presidente. Abraços, Jotace
mardones
Pois é. Como dizia o famoso Chacrinha: “Quem não se comunica, se trumbica”.
O masoquisma da Dilma, financiando o PIG, é visível.
Rasec
Não concordo com as críticas que este site faz ao Governo Dilma, exceto uma: a Comunicação de Governo desde o Lula e a Comunicação da esquerda é uma lástima! E nem é por falta de dinheiro! Por que se escolhe estes mesmos veículos para ganhar dinheiro de publicidade e apanhar? Não dá pra entender…
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