por Luiz Carlos Azenha
Os métodos da direita são universais. Eu morava nos Estados Unidos quando Bill Clinton foi eleito presidente, em 1992. A primeira-dama Hillary tinha um projeto para implantar um programa nacional de saúde equivalente ao que seria aprovado quase vinte anos depois, por Barack Obama. Os primeiros ataques ao casal se deram em torno do suicídio do advogado Vince Foster, que trabalhava na Casa Branca.
Foster, dizia a direita, tinha trabalhado num escritório de advogados que havia lidado com as finanças da primeira dama e teria informações comprometedoras sobre o casal. Foi uma novela.
Nem três investigações oficiais atestando suicídio calaram a direita. Ainda hoje existe um site na internet exclusivamente dedicado aos que teriam morrido por atravessar o caminho do casal Clinton. O Clinton Body-Count.
Quanto ao presidente, quase sofreu impeachment no Congresso por causa do envolvimento com uma estagiária. O projeto de Hillary foi engavetado. Bill Clinton deu uma guinada centrista e foi reeleito. Para a direita não importava Vince Foster ter ou não cometido suicídio. Ele era uma arma de campanha.
Leia também:
Comentários
Mark Weisbrot: Obama convenceu que Romney e os republicanos se importam bem mais com os ricos « Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] As mortes atribuídas a Bill Clinton […]
Roberto Locatelli
A crise que culminou no suicídio de Vargas foi o providencial “atentado” na rua Toneleros, em que o direitista Carlos Lacerda levou um tiro na perna e um militar foi morto. Os assassinos disseram que o mandante era o guarda-costas de Getúlio Vargas.
A direita age através da mentira e da farsa.;
Marcos Coimbra: Me engana que eu gosto… « Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] As mortes atribuídas a Bill Clinton […]
Sandro
A galerinha da juventude do PSDB que frequenta o blog tá assustada.
Temos super oferta de empregos , mexam-se!
Mário SF Alves
É a direita republicana, espumando de ódio, a agarrar qualquer pretexto para fabricar um golpe. e olha que republicanos e democratas lá, são farinha quase que do mesmo saco.
__________________________
Com Ícaro foi assim, quis tomar o sol de assalto, e deu no que deu, as asas derreteram e ele caiu.
______________
Acontecerá o mesmo com o nosso Ícaro JB?
Emir Sader: Antes, a direita recorria aos quartéis, agora usa a mídia para apelar ao Judiciário « Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] As mortes atribuídas a Bill Clinton […]
emerson57
“o presidente, quase sofreu impeachment no Congresso por causa do envolvimento com uma estagiária.”
isso lá.
aqui o presidente arranjou um filho alheio,
cuja mãe é a rede globo de televisão que o sustentou na espanha
em troca dela (globo) ser reconhecida pelo “bom mocismo”.
nosso “maior presidente que o brasil já teve” fez a sua parte:
ao ficar viúvo reconheceu como seu o filho alheio,
assim como tinha feito com o outro filho alheio, o plano cruzado.
Jorge Souto Maior: PT, saudações « Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] As mortes atribuídas a Bill Clinton […]
Daniel
Quer dizer que o Clinton e o Obama são de esquerda?
Johann
Em relação aos republicanos, qualquer um está à esquerda
Francisco
Em relação aos Republicanos, até Paulo Maluf é de esquerda e inteligênte…
Daniel
É nisso que eles querem que você acredite.
FrancoAtirador
.
.
A pedagogia da devastação
Blog das Frases – Carta Maior
Influenciados ou não pelo aquecimento do planeta, desastres naturais extremos tem funcionado como uma espécie de voto de Minerva devastador para as dúvidas da sociedade no século XXI. Com alguma precisão eles despencam em momentos-chave da vida política norte-americana, por exemplo.
Em 2005, o Katrina arruinou e submergiu 80% de New Orleans. Menos de um ano depois da reeleição de Bush, ventos de 175 quilômetros por hora, inundações e fogo, ao mesmo tempo e com igual intensidade, matariam cerca de duas mil pessoas. Em 24 horas instalou-se a barbárie. Saques, estupros e assassinatos mostraram do que é capaz a anomia em carne e osso: é capaz de ser tão destrutiva quanto a fúria da natureza anabolizada pelo calor irradiado do capitalismo.
Discípulo catatônico da não intervenção do Estado –exceto em países com reservas de petróleo– Bush demorou dois dias para romper a letargia ideológica e chegar à região da tormenta.
Em se tratando de uma catástrofe isso é o suficiente para se produzir outra.
Nenhum poder humano evitaria o Katrina. Mas a lentidão e a incompetência do socorro adicionaram perdas e danos evitáveis se o ocupante da Casa Branca não tivesse banido a presença ativa do Estado da agenda e do imaginário norte-americano.
Na eleição de 2008, o passivo do Katrina, encorpado de um furacão financeiro ainda em curso, refrescou o discernimento dos eleitores.
O custo da omissão pública idealizada em promessas neoliberais de autorregulação da sociedade pelos mercados derrotaria os republicanos para um candidato negro e democrata.
Desta vez, o voto de Minerva chama-se Sandy. Ele acaba de irromper na disputa pela sucessão de Obama trazendo inundações e ventos de 140 kms/h na costa leste do país.
Sandy já fez cerca de 85 vítimas.
Porém, fez mais que isso: a ventania incontrolável trouxe do fundo a questão que distingue as duas candidaturas em confronto nas urnas dos EUA nesse momento: a do democrata e a do republicano Mitt Romney.
Bilionário egresso das finanças desreguladas, Romney é um ato falho do dinheiro personificado em político.
A transparência de suas gafes e falcatruas fiscais é o maior cabo eleitoral de um Obama empalidecido pelos recuos e refregas do mandato que expira.
Romney declarou logo no início da campanha que veria com bons olhos se a Federal Emergency Management Agency,a FEMA, agência estatal que coordena o socorro às emergências, fosse, como gostam de dizer os neoliberais aqui e alhures, “descentralizada”.
“Sempre que sai da esfera federal para a estadual vai na direção certa e, se puder ir além, e passar para o setor privado, melhor ainda’, declarou o republicano resumindo em uma frase seu propósito na Casa Branca.
Nesta 5ª feira a prefeitura de Nova Iorque ignorou os augúrios privatistas de Romney e ordenou às empresas de ônibus que colocassem toda a sua frota na rua. Decidiu que os coletivos circulassem gratuitamente para atenuar o colapso do metrô. Determinou que todos os carros que atravessarem as pontes e túneis de Manhathan transportem pelo menos 3 pessoas, forçando a prática da carona.
No mesmo dia, Obama desembarcou em New Jersey, governado por um estridente republicano,um dos críticos mais agressivos ao ‘intervencionismo’ de sua administração. Foi levar solidariedade, recursos estatais e logística da FEMA para acudir a população que esteve sob o epicentro da tormenta.
Sendo a experiência alheia uma das melhores salvaguardas do futuro, caberia arguir: o que seria de uma cidade como São Paulo, por exemplo, se diante de uma tragédia superlativa, a prefeitura não dispusesse, digamos, de efetivo controle gerencial e logístico sobre o sistema de saúde pública?
Hoje é isso que acontece com 37 hospitais e 44 unidades de atendimento integralmente terceirizados pelo tucanato a OSs, de eficácia e lisura contestadas pelo próprio Tribunal de Contas do Estado.
Essa é uma hipótese que ajuda a dimensionar as implicações de um tema que coagulou divergências de fundo entre as candidaturas Serra e Haddad nas eleições municipais do último domingo em SP.
Felizmente, neste caso, não foi preciso um furacão para testar o acerto de cada lado.
As urnas tomaram as devidas precauções.
É necessário agora que as retificações de rumo sejam pedagogicamente explicadas e discutidas com a cidade que teve a coragem de dar o primeiro passo.
Não por uma revanche tola em torno de miudeza: é urgente consolidar novas referências entre o poder público e o interesse coletivo, seja na saúde, no transporte, na habitação, na cultura ou na segurança.
São Paulo –o Brasil, de um modo geral– tem furacões sociais apavorantes embutidos em cada uma dessas esferas.
No filme “Ensaio sobre a Cegueira”, baseado no romance de José Saramago, o personagem em fuga pela cidade pergunta à esposa, cuja visão subsiste solitária num mundo que perdeu a capacidade de se enxergar: “Há sinais de governo?”.
A resposta é dada pelo passeio da câmera nas ruas de uma metrópole onde bandos esfarrapados e famintos vagam sem destino, num hiato em que o Estado desmoronou e a auto-regulação dos mercados não compareceu. É a barbárie.
O noticiário conservador no Brasil inocula na sociedade uma cegueira branca equivalente à fé mercadista de Romney.
A jaula ideológica adensada há décadas precisa ser rompida pelo pluralismo de uma nova regulação da mídia.
De novo, não por qualquer revanchismo tolo. Mas para que o país possa, mais rapidamente, equacionar seus ‘furacões’ históricos.
Postado por Saul Leblon
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1126
Urbano
Ou ela é mais colérica ou ele é mais dissimulador…
Eneas
Nos EUA nao existe essa coisa de direita ou esquerda. A cada eleição se faz um circo para que as pessoas pensem que algo vai ficar diferente.
“There is no Democracy in the U.S..”
Piragibe Silva Borges
Tudo bem quanto ao comparativo, os lados sensibilizados sempre utilizarão de meios extremos para persuasão. É da política (não que eu concorde). Mas me inquieta um escândalo que repercutiu muito tempos atrás, por ocasião do suicídio daquele americano: o tal do projeto “white water”. O mesmo dizia respeito ao ramo imobiliário, salvo engano…
Gilvan
Azenha, tu entendes mais de EUA do que eu, mas pergunto: qual a diferença entre Democratas e Republicanos? Sabes mais que eu que a eleição americana é uma “quimera” para inglês ver. Sua democracia é à base de guerras e rumores de guerras mundo à fora. Não existe direita e nem esquerda no país de Mickey. Lá eleições e “escândalos” são espetáculos midiáticos e muita farra monetária, um show pouco melhor do que o julgamento do “mensalão” a maior quimera jurídica nunca antes registrada na história do Brasil. Merda por merda…
Marat
Os Clinton, como todo “bom” estadunidense, tem muitos cadáveres em sua consciência. O mais grave são os africanos, nas muitas “intevenções democráticas” a base de bombas, mísseis e metralhadoras ianques!
O casal Clinton é tão terrotista quanto Goerge W. Bush, Ronald Reagan, Harry Truman et caterva!
Patrick
A diferença é que nos Estados Unidos, a imprensa “mainstream” não assume essas bandeiras, que ficam na mão da mídia reconhecidamente de extrema-direita, como a Fox News.
José X.
‘A diferença é que nos Estados Unidos, a imprensa “mainstream” não assume essas bandeiras, que ficam na mão da mídia reconhecidamente de extrema-direita, como a Fox News.’
De jeito nenhum. O New York Times, por exemplo, por muito tempo explorou o tema das “armas de destruição em massa do Saddam Hussein”, e incentivou aquela pavorosa invasão do Iraque. Inclusive, como o nosso PIG, o NYT tinha sua Judite: Judith Miller.
Rasec
Esclarecedor!
Willian
Ainda bem que temos a esquerda, que só trabalha com a verdade e as boas intenções, sempre na busca de um mundo melhor e mais igualitário, onde o homem nunca será explorado pelo homem.
Luís Carlos
Porque você defende a mentira e a impunidade dos tucanos?
Luís Carlos
Acrescento, mentira e impunidade dos tucanos, braço partidário da grande mídia?
Emilio
Nem tanto. Basta reduzir um pouco a miséria e baixar os juros que a revoada de corvos aparece. Quando a oposição é feita por tubarões endinheirados eu consigo entender – estão defendendo o deles. Quando é o borra-botas, que mora na Freguesia do Ó e se põe ao lado dessa burguesia esfaimadora… É coisa para a psicologia.
Julia Rossi
Emílio, é verdade. Pobre de direita é de tirar a paciência de qualquer ser pensante.
Mário SF Alves
Kkkkkkkkkkkkk… valeu, sujeito. Freguesia do “Ó”, mesmo.
abolicionista
Cortaram sua verba, caro Willian? Chora não, que a Sonsinha ainda tem um loooongo caminho pela frente!rs
lulipe
A “esquerda” nunca matou ninguém, nunca se corrompeu, é o que existe de melhor na existência humana.Como ninguém vê isso???
Deixe seu comentário