Apoiadora de golpes e beneficiária da ditadura, Folha compara Dilma a Bolsonaro e toma o troco

Tempo de leitura: 4 min
A família Frias emprestou um jornal, a Folha da Tarde, para a ditadura mentir sobre confrontos inexistentes contra "terroristas", que encobriam execuções; carros do jornal eram utilizados em campanas da polícia política; o grupo fez uma calhordice com sua própria repórter, Rose Nogueira, para demitá-la por "abandono de emprego". O grupo se beneficiou da concessão pública da estação rodoviária de São Paulo durante a ditadura. Jamais pediu desculpas por promover o golpe de 64 e apoiar a ditadura militar. Mais tarde, mentiu sobre Dilma para tentar dar um golpe eleitoral em 2014 e apoiou o golpe de 2016

A Folha da Tarde noticiou minha prisão por terrorismo. Estava lá todos os dias escrevendo sobre teatro, cinema, era repórter de cultura e variedade. Mas, para poder fazer essa gracinha aqui, de me dar abandono de emprego, que eu só fui saber 20 anos depois, a Folha fez o seguinte: falseou a data do nascimento do meu filho. Meu filho nasceu em 30 de setembro de 1969, no Hospital 9 de Julho, na rua Peixoto Gomide.

Eu fiquei internada 24 dias porque tive grande movimento de bexiga no parto. Eu trabalhei até um dia antes dele nascer. E aqui a Folha escreve que meu filho nasceu em 9 de agosto. Meu filho nasceu em 30 de setembro. Para que [o falseamento]? Para me dar o abandono de emprego no começo de dezembro.

Rose Nogueira, ex-repórter da Folha da Tarde, jornal dos Frias, sobre sua demissão por “abandono de emprego” durante a ditadura militar

“A FALHA DE S.PAULO” ATACA OUTRA VEZ?

As afirmações do editorial do jornal a respeito do meu governo são fake news. A Folha falsifica a história, num gesto de desprezo pela memória de seus leitores

Por Dilma Rousseff, no Dilma.com

A Folha tem enorme dificuldade de avaliar o passado e, assim, frequentemente erra ao analisar o presente.

Foi por avaliar mal o passado que a empresa até hoje não explicou porque permitiu que alguns de seus veículos de distribuição de jornal dessem suporte às forças de repressão durante a ditadura militar, como afirma o relatório da Comissão Nacional da Verdade.

Foi por não saber julgar o passado com isenção que cometeu a pusilanimidade de chamar de “ditabranda” um regime que cassou, censurou, fechou o Congresso, suspendeu eleições, expulsou centenas de brasileiros do país, prendeu ilegalmente, torturou e matou opositores.

Os erros mais graves da Folha, como estes, não são de boa-fé. São deliberados e eticamente indefensáveis.

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Quero deixar claro que falo, sobretudo, do grupo econômico Folha, e não de jornalistas.

Quero lembrar, ainda, a publicação, na primeira página, de uma ficha falsificada do Dops, identificada pelo jornal como se fosse minha, e que uma perícia independente mostrou ter sido montada grosseiramente para sustentar acusação falsa de um site fascista.

Mesmo desmascarada pela prova de que era uma fraude, a Folha, de forma maliciosa, depois de admitir que errou ao atribuir ao Dops uma ficha obtida na internet, reconheceu que todos os exames indicavam que a ficha era uma montagem, mas insistiu: “sua autenticidade não pôde ser descartada.”

Quem acredita que as redes sociais inventaram as fake news desconhece o que foi feito pela grande imprensa no Brasil – a Folha inclusive.

Não é sem motivo que nas redes sociais a Folha ganhou o apelido de “Falha de São Paulo”.

O editorial de hoje da Folha – sob o título “Jair Rousseff” – é um destes atos deliberados de má-fé. É pior do que um erro.

É, mais uma vez, a distorção iníqua que confirma o facciosismo do jornal.

A junção grosseira e falsificada é feita para forçar uma simetria que não existe e, por isto, ninguém tem direito de fazer, entre uma presidenta democrática e desenvolvimentista e um governante autoritário, de índole neofascista, sustentado pelos neoliberiais – no caso em questão, a Folha.

Todas as afirmações do editorial a respeito do meu governo são fake news.

A Folha falsifica a história recente do país, num gesto de desprezo pela memória de seus próprios leitores.

Repisa a falsa acusação de que o meu governo promoveu gastos excessivos, alegação manipulada apenas para sustentar a narrativa midiática e política que levou ao golpe de 2016.

Esquece deliberadamente que a crise política provocada pelos golpistas do “quanto pior, melhor” exerceu grande influência, seja sobre a situação econômica, seja sobre a situação fiscal.

A Folha, naquela época, chegou a pedir a minha renúncia, em editorial de primeira página, antes mesmo do julgamento do impeachment.

Criava deliberadamente um ambiente de insegurança política, paralisando decisões de investimento, e aprofundando o conflito político.

Estranhamente, a Folha jamais pediu o impeachment do golpista Michel Temer, apesar das provas apresentadas contra ele.

Também não pediu o impeachment de Bolsonaro, ainda que ele já tenha sido flagrado em inúmeros atos de afronta à Constituição, e o próprio jornal o responsabilize pela gravidade da pandemia.

A Folha continua seletiva em seus erros: Falha sempre contra a democracia, e finge apoiá-la com uma campanha bizarra com o bordão “vista-se de amarelo”.

Um país que, em 2014, registrou o índice de desemprego de apenas 4,8%, praticamente pleno emprego, com blindagem internacional assegurada por um recorde de US$ 380 bilhões de reservas, não estava quebrado, como ainda alega a oposição.

Na verdade, a destituição da presidenta precisou do endosso da grande mídia para garantir a difusão desta fake news.

O meu mandato nem começara e o impeachment já era assunto preferencial da mídia, embalado pelas pautas bombas e a sabotagem do Congresso, dominado por Eduardo Cunha.

Os dados mostram que a “irresponsabilidade fiscal” que me foi atribuída é uma sórdida mentira, falso argumento para sustentar o golpe em curso.

Entre 2011 e 2014, as despesas primárias cresceram 3,7% ao ano, menos do que no segundo mandato de FHC (4,1% ao ano), por exemplo.

Em 2015, já sob efeito das pautas bombas, houve retração de 2,5% nessas despesas. As dívidas líquida e bruta do setor público chegaram, em meu mandato, a seus menores patamares desde 2000.

Mesmo com a elevação, em 2015, para 35,6% e 71,7%, devido à crise que precedeu o golpe, elas ainda eram muito menores que no final do governo de Temer (53,6% e 87%) ou no primeiro ano de Bolsonaro (55,7% e 88,7%).

Logo ao tomar o poder ilegalmente, os golpistas aproveitaram-se de sua maioria no Congresso e do apoio da mídia e do mercado para aprovar a emenda do Teto de Gastos, um dos maiores atentados já cometidos contra o povo brasileiro e a democracia em nossa história, pois, por 20 anos, tirou o povo do Orçamento e também do processo de decisão sobre os gastos públicos.

Criou uma “camisa de força” para a economia, barrando o investimento em infraestrutura e os gastos sociais, e “constitucionalizando” o austericídio.

O Teto de Gastos bloqueia o Brasil, impede o País de sair da crise gerada pela perversão neoliberal que tomou o poder com o golpe de 2016 e a prisão do ex-presidente Lula.

E, a partir da pandemia, tornará ainda mais inviável qualquer saída para o crescimento do emprego, da renda e do desenvolvimento.

Se a intenção da Folha é tutelar e pressionar Bolsonaro para que ele entregue a devastação neoliberal, que tenha pelo menos a dignidade de não falsificar a história recente.

Aprenda a avaliar o passado e admita seus erros deliberados, se quiser ter alguma autoridade para analisar um presente sombrio de cuja construção participou diretamente.

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Comentários

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a.ali

a FAlha, desmentida ítem por ítem pela Presidenta Dilma!!!

David

A Dilma separa o grupo folha de seus jornalistas.
Mas quem escreveu o editorial não foi um jornalista?

    Patricia Benett dos Santos Pereira Rios

    Há jornalistas e jornalistas como comparar um Kiko Nogueira com Alexandre Garcia, pode? Claro, não dá! Então gente, dos veículos existem bons e maus como em todo ramo profissional.

abelardo

Taí, a familia Frias toma na cara, outra vez, em resposta a sua tentativa de se fazer parecer ser ainda possuídora de algum tipo de credibilidade ou respeito. Se torna um mico zumbi, que já morreu e ainda continua pagando.

Mancini

Falar mais o que sobre que eu rotulei como VPM – Velha e Podre Mídia. [linkamos] https://refazenda2010.blogspot.com/

Edmundo Moraes

Conheço bem essa e muitas outras histórias da “Nossa mídia” especificamente da Folha, estava trabalhando la na Folha da Tarde, do grupo Folha, durante todo esse período negro da história. O mais triste era ver que a cada prisão seguidas de Tortura, e algumas em morte, era comemorada com muito Uísque, pela direção e o inominável Fleury. Período de Censura, Corrupção que quando denunciada, o jornalista era demitido, vide o caso de José Carlos Bitencourt, que eu presenciei, demetido por ter denunciado desvio de verba do Mobral.

Nelson

Segundo o sítio http://www.quantocustaobrasil.com.br, criado pelo Sinprofaz, a sonegação de impostos no Brasil chega a mais de R$ 600 bilhões por ano.

Levantamento feito há poucos anos, encomendado por uma grande entidade empresarial, procurou avaliar quanto a corrupção estaria a consumir de recursos do país todos os anos. O resultado final: R$ 67 bilhões.

Ou seja, todos os anos a sonegação de impostos consome 9 vezes mais recursos do país do que a corrupção. Mas, a mídia hegemônica apresenta a corrupção como o grande mal do país enquanto literalmente “esquece” de falar da sonegação.

Nelson

Antes de privatizar o Banerj, o governo do tucano Marcelo Alencar contraiu, junto à União, um empréstimo de R$ 3,300 bilhões. Quando bateu o martelo da privatização, Alencar entregou o banco público do Rio de Janeiro por R$ 330 milhões ao Itaú. Ou seja, recebeu dez vezes menos que o valor do empréstimo que contraiu, segundo ele, para sanear o banco. Mas, os presentes não terminaram aí. O Itáu recebeu ainda o direito de operar, com exclusividade, a folha de pagamento do funcionalismo do RJ por dez anos.

Hoje, é bem provável que o Rio de Janeiro, um estado afogado em dívidas, ainda esteja pagando aquele empréstimo que contraiu junto à União na década de 1990. Enquanto isso, o Itaú só amontoa lucros. Nos últimos cinco anos, lucrou uma média de R$ 26 bilhões por ano:

2015 27,66 bi
2016 24,10 bi
2017 24,87 bi
2018 24,97 bi
2019 28,40 bi

Nelson

Desde quando assumiu o governo, janeiro de 1995, até o momento da privatização, Fernando Henrique Cardoso investiu nada menos de R$ 21 bilhões – do meu, do teu, do nosso, do dinheirinho cento e tantos milhões de brasileiros – na expansão e modernização da telefonia brasileira. Para o “leilão” da privatização, estabeleceu o preço mínimo de R$ 13,5 bilhões para o sistema existente.

Batido o martelo, o sistema saiu por R$ 22,5 bilhões. Porém, já denunciava Aloysio Biondi, em 1996 FHC editara medida provisória que permitia que todo o ágio pago na aquisição de empresas estatais poderia ser amortizado no imposto de renda nos dez anos seguintes.

Então, se investimos R$ 21 bilhões e entregamos por R$ 13,5, o que FHC fez, na verdade, foi doar a telefonia para megagrupos privados se encherem de lucros às nossas custas. E ainda há uma montoeira de brasileiros a aplaudirem a privatização porque ela teria trazido celulares para todo mundo. Dizem isso mesmo pagando tarifas caríssimas que estão entre as mais altas do planeta.

Nelson

Quando se iniciou o Plano Real, em julho de 1994, a dívida pública montava R$ 48 bilhões. Seis meses depois, quando FHC assumia o poder, essa dívida já tinha pulado para R$ 68 bilhões. Um crescimento de 41,66% em meio ano.

Em janeiro de 2003, FHC repassava para Lula uma dívida de R$ 687 bilhões. Detalhe: FHC privatizou quase 2/3 do nosso patrimônio afirmando que iria usar os recursos arrecadados na amortização da dívida. E a multiplicou por 10. Que grande administrador o povo brasileiro colocou para gerir seu país. Isto é Plano Real.

Depois deste enorme descalabro administrativo, a mídia hegemônica e seus comentaristas seguem a nos vender Fernando Henrique Cardoso, Pedro Malan, Pedro Parente, Gustavo Franco, Armínio Fraga e outros comparsas de FHC como grandes expoentes em administração. Pelos números que nos legaram, não deveriam estar mofando na cadeia?

Nelson

O Brasil segue indo na direção do fundo do poço. E, ao que parece, o governo de Jair Bolsonaro e a quase totalidade dos governos estaduais pretendo cavar para ver se o país afunda ainda mais.

Um inocente, que ainda acredita na tal liberdade de imprensa – e existe uma montoeira deles -, vai afirmar que os órgãos da mídia hegemônica e seus comentaristas não deixarão de informar a população brasileira sobre o que está, de fato, a acontecer com o país.

Vai afirmar que tais órgãos não deixarão de informar que o país não está se reorganizando para se recuperar, para, daqui a algum tempo, poder se igualar à Bélgica, país de primeiro mundo. Não deixarão de informar que, pelo contrário, o destino do Brasil, se implantado o atual projeto em sua completude, será o de fazer companhia ao Haiti.

Contudo, ainda que o inocente acredite nisso, o que estamos vendo é a mídia hegemônica a encobrir completamente o desmantelamento e destruição das estruturas do nosso país. Essa mídia está a naturalizar a demolição do Brasil sob a justificativa de que é assim que o mundo está a agir e que este o único caminho que resta a seguirmos.

E, para mostrar que não é de hoje que os órgãos da mídia hegemônica e seus comentaristas escondem do povo a realidade por que passa o país, escrevi alguns tópicos.

Nestes tópicos, narro fatos e dados dos quais a esmagadora maioria dos brasileiros muito pouco ou mesmo nada sabe. Daí, é inevitável a pergunta.

Se essa mídia se mostra, a todo momento, como defensora intransigente, inveterada, dos recursos e do patrimônio públicos, porque não informou ou informa o povo acerca desses e de tantos outros dados e fatos e o chama a impedir que os governantes perpetrem tantos crimes contra este próprio povo?

Então, repito algo que já escrevi neste Viomundo. Para mim, já de há muito tempo que não restou à mídia hegemônica qualquer pingo de credibilidade.

Mas, vamos aos poucos tópicos; poderiam ser dezenas, centenas, possivelmente.

Oseias

Atacar o PT, Lula e Dilma virou meio de vida para toda sorte de oportunistas, seres obscuros a fim de fácil promoção, moralistas sem moral e picaretas de todo tipo.
Quanto ao GAFE ou PIG, a melhor coisa que pessoas sérias e inteligentes podem fazer é não lê-los.

robertoAP

Que paulada na cabeça da Falha. Poderiam dormir sem ter que ler a sua própria capivara,escrita e descrita pela presidenta Dilma em detalhes.
Eles são muito bons em ajudar a derrubar apenas governos sérios,justos e democráticos ,pois quando tentam enfrentar um monstro analfo/fascista , mega corrupto e ladrão , o ditador de Maracangalha os xinga de jornal mentira e jornal lixo, chita em suas cabeças, retira verbas publicitárias e ainda faz chacotas sexuais com suas empregadas.

Zé Maria

Quando se trata de morder o Orçamento e atacar o PT,
qualquer Mentira Deslavada é válida para o Consórcio
de Mídia Empresarial GAFE (Globo, Abril, Folha, Estadão).

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