É preciso um governo Lula 3-B
Frágil e infértil, primeira fase do mandato abriu espaço à vitória eleitoral da ultradireita e do Centrão. Um cegamento ideológico impede o presidente de buscar outros caminhos. Eles existem, mas é preciso corrigir a rota o quanto antes
Por Antonio Martins*, no Outras Palavras
I.
O governo Lula 3-A chocou-se contra um iceberg ontem (6/10), ao sofrer uma derrota eleitoral muito vasta.
Sua rota ao desastre segue a de outros governantes que hesitam em enfrentar as novas forças que oprimem as sociedades – em especial, o rentismo –, desencantam os eleitores com a democracia e abrem espaço para a ultradireita e suas diversas formas de antipolítica.
O fenômeno espalha-se pela Europa e Américas. Ocorreu (ou ocorre) com Alberto Fernández na Argentina, Gustavo Boric no Chile, Emmanuel Macron na França, Olaf Scholz na Alemanha, o Partido Democratico (ex-PCI) na Itália, os socialistas portugueses, o Syriza na Grécia e tantos outros.
A eleição ainda não acabou. Uma vitória — desejável e possível — de Guilherme Boulos na cidade mais influente do país pode amenizá-lo um pouco. Mas o essencial não mudará.
O resultado abre de imediato a disputa por 2026 e terá efeitos sérios sobre a governabilidade de Lula, a ponto de abrir-se uma bifurcação.
Ou o presidente opta por manter o caminho que escolheu por volta do terceiro mês de seu mandato – e neste caso terá ainda menos margem de manobra, pois seus adversários se fortaleceram; ou rompe o script, resgata os momentos de entusiasmo produzidos entre a vitória eleitoral e a posse apoteótica e apela à mobilização de suas bases.
A trajetória também será pedregosa, mas permite reconstruir um horizonte político. É com tal hipótese que este texto trabalha.
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II.
Vale examinar sinteticamente os números do pleito, para dissipar dúvidas sobre o sentido do resultado.
As eleições municipais não refletem exatamente a correlação de forças entre os partidos (pois o poder local, conservador, pesa de modo exagerado); mas sinalizam tendências.
O gráfico abaixo registra número de prefeituras obtidas pelos partidos à esquerda, entre 1985 e 2024.
Nos primeiros 15 anos após a redemocratização, o volume de prefeitos(as) eleitos(as) cresce continuamente, passando de 40 a 430.
É a época em que surgem novidades marcantes, como o “modo petista de governar” e, muito especialmente, os Orçamentos Participativos – hoje, na prática, abandonados.
Mas a curva sobe ainda mais intensamente a partir da primeira chegada de Lula ao governo, e passa de 430 a 1.610 entre 2000 e 2012. Cai de modo abrupto nas duas eleições seguintes, com o golpe e os governos Temer e Bolsonaro.
Mas, em clara ruptura com o que ocorreu nos governos de esquerda anteriores, em 2024 o novo mandato de Lula não dá impulso relevante aos partidos que o apoiam.
O PT aumenta ligeiramente o número de prefeituras (de 183 para 248, mas ainda assim abaixo dos 261 eleitos em 2016, ano do golpe contra Dilma). Com o PSB, dá-se o mesmo. Mas PDT, PCdoB, Rede e PSOL encolhem.
No cômputo geral, os seis partidos alcançam, com Lula na Presidência, 728 eleitos – 10% a menos do que haviam alcançado sob Bolsonaro, há quatro anos.
Ao contrário de tudo o que se esperava quando da eleição de Lula 3, os que avançam, em seu mandato, são o Centrão (no conjunto do país) e a ultradireita (nas capitais e maiores cidades). PSD (874 eleitos), MDB (843), PP (742), e União Brasil (577), todos componentes do grande bloco fisiológico-direitista, são de longe os mais vitoriosos, obtendo 54% das prefeituras.
O primeiro – partido de Gilberto Kassab e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas – teve crescimento de 31,6%.
O PL, de Jair Bolsonaro, elegeu 510 prefeitos e destaca-se nas capitais – por onde ex-presidente circulou de forma intensa, durante a campanha. O partido venceu em duas delas e está no segundo turno em sete.
Também é a força principal nas 103 maiores cidades, as que têm segundo turno: venceu 10 e disputará 23 prefeituras.
Neste grupo de metrópoles, os seis partidos à esquerda, somados, venceram apenas quatro disputas e estão no segundo turno em 21.
Para compreender como se produziu este desastre, é preciso examinar as circunstâncias muito particulares do cenário político brasileiro desde a terceira eleição de Lula – e como seu governo tem respondido a elas.
III.
A tarefa de reconstruir o Brasil em novas bases, com a qual o presidente comprometeu-se de forma explícita, em discursos ao “governo de transição”, é fascinante, mobilizadora e… extremamente árdua.
Ela pode resgatar milhões de brasileiros da vida precária a que estão submetidos e dar outra vez sentido à ideia desgastada de nação. Mas contra ela pesam os interesses dos grupos que extraem a riqueza das maiorias – e se tornaram, nos últimos anos, cada vez mais imunes às decisões do Estado brasileiro.
O Banco Central “independente” presenteia a cada ano ao 0,1% mais rico, por meio da taxa de juros, duas vezes o orçamento da Saúde.
As agências “reguladoras” transferem ao grande capital privado as decisões essenciais sobre serviços públicos como telecomunicações, transportes, energia elétrica, águas, saúde complementar, mineração, petróleo e gás.
A Saúde e Educação públicas vivem subfinanciamento crônico.
Os bancos públicos foram reduzidos e desfigurados; o BNDES, financeiramente esvaziado; a Eletrobrás, privatizada; a Petrobrás, extirpada de suas subsidiárias mais importantes; o Orçamento, loteado em favor das ambições eleitorais dos parlamentares.
Enfrentar esta teia de interesses exige duas capacidades que Lula tem de sobra: a de articulador político e a de mobilizador social. Mas embora permaneça exímio no manejo do primeiro atributo, o presidente descuidou-se do segundo, desde que chegou ao Palácio do Planalto.
Os períodos presidenciais do lulismo nunca convocaram as maiorias a exercer pressão sobre as instituições e fortalezas conservadoras – ao contrário do que ocorreu, por exemplo, com Hugo Chávez na Venezuela, López Obrador no México ou Gustavo Petro na Colômbia.
As consequências desta escolha não apareceram com clareza nos dois primeiros mandatos, quando a situação econômica era mais favorável e, principalmente, não havia ultradireita organizada no país. A partir de 2022 tudo havia mudado.
Forma-se um círculo de impotência que começa na recusa a tensionar o poder conservador e termina no desencanto com a política e na produção de mais combustível para o (neo)fascismo.
Funciona assim: 1. Livres de pressão popular, as instituições mantêm seu papel de guardiãs dos privilégios. (Passados dois anos, Lula não foi capaz de impor ao BC a queda na taxa de juros, de recuperar a Eletrobrás ou a BR Distribuidora, e sequer de nomear um dos 13 membros do conselho de gestão da Vale).
2. A preservação da desigualdade e das injustiças frustra, obviamente, a sociedade. (O governo sequer tentou reverter a contrarreforma trabalhista de Michel Temer, e propôs, aos precarizados em empresas-plataforma, um projeto infame, que despertou sua ira).
3. O desencanto das maiorias com a democracia agora encontra um canal: o mercado eleitoral da ultradireita, onde surgem e continuarão se multiplicando os Nikolas, os Pablo Marçal, os Bruno Engler, as Cristina Graemi, os Lucas Pavanato e tantos outros.
A penalização de Marçal é certamente necessária, mas de muito pouco servirá. A esta altura está perfeitamente claro que, enquanto não for interrompido, o círculo da impotência continuará gerando monstros… cada vez mais populares!
IV.
Em nenhum outro terreno da ação de Lula este fenômeno é tão absurdo quanto no “ajuste fiscal” liderado e conduzido pelo ministro Fernando Haddad. Aqui, o governo não precisou de adversários. Agiu e continua agindo para limitar a si próprio, provavelmente por cegueira e submissão ideológicas.
Bloqueou o meio mais ágil de que dispõe para melhorar as condições de vida das maiorias e iniciar a reconstrução do país; privou-se precisamente do instrumento que as instituições conservadoras teriam mais dificuldades para sabotar.
O exame crítico detalhado do “arcabouço fiscal” proposto em abril de 2023 e das propostas de “orçamento com déficit zero” apresentadas em setembro daquele ano e de 2024 está feito nestes textos (1 2).
O que importa aqui é examinar um aspecto particular: como o governo teria podido, caso se visse livre destas duas amarras, abrir uma nova agenda nacional e colocar na defensiva as forças que sempre quiseram limitá-lo.
O gasto público social é, num país carente e desigual, uma ferramenta decisiva para proteger as maiorias e engajá-las num projeto político.
É o que pode alimentar, por exemplo, um plano de reconstrução da indústria; a universalização do saneamento, com despoluição dos rios urbanos e áreas costeiras; a escola pública em período integral; a transição energética; a execução de um novo projeto para a Amazônia, que mantenha a floresta em pé; um SUS capaz de oferecer, também, consultas e exames sem fila de espera; o respaldo aos bancos públicos, para livrar da agiotagem privada as famílias e empresas endividadas.
O gasto público social pode, além disso, dar ao Estado condições de empregar com dignidade – salários e direitos – as milhões de pessoas necessárias para realizar estas tarefas.
O gasto público social precisa, como todas as despesas do Orçamento, de aprovação do Congresso. Mas tanto a lógica política quanto a experiência concreta demonstram que mesmo os parlamentares contrários à esquerda têm enorme dificuldades em contestá-lo – e terminam cedendo aos governos que o propõem.
Quem votaria contra, por exemplo, um projeto para conceder, com recursos do Estado, direitos essenciais – férias remuneradas, seguro-acidente e seguro-doença – aos trabalhadores das empresas de aplicativos?
Que deputado ou senador se oporia à contratação de um milhão de professores(as) de múltiplas disciplinas, médicas(os), psicólogos(as), enfermeiros(as), fisioterapeutas, merendeiras(os) ou agentes culturais para estabelecer a educação integral na escola pública e para ampliar o atendimento no SUS?
Os que se atrevessem sofreriam decerto consequências graves em seus redutos.
Todo este imenso potencial de transformação da vida e da política foi limado pela política fiscal do governo.
O “ajuste fiscal” jamais fez parte do programa do governo Lula. Foi introduzido de contrabando, no primeiro trimestre de 2023. Integra uma espécie de “programa oculto” de todos os governos neoliberais.
Levou Emmanuel Macron a impor ao Parlamento, na França, a elevação da idade mínima para aposentadorias – e a abrir caminho para Marine Le Pen.
Fez Olaf Scholz eliminar os subsídios ao diesel usado pelos agricultores alemães em seus tratores – apenas para abrir espaço a vitórias inéditas dos neonazistas.
Amputou os braços do governo Lula, até levá-lo à derrota deste domingo.
A Reforma Agrária está parada, como não se cansa de alertar João Pedro Stédile.
O Executivo desistiu de enfrentar o “novo ensino médio”, que oferece um ensino de segunda categoria às maiorias, para economizar tostões.
O subfinanciamento do SUS prossegue.
As verbas do ministério do Meio Ambiente para combater a devastação ambiental serão, em 2025, menores que as do primeiro ano de Bolsonaro. Etc etc etc.
O que o “ajuste fiscal” ainda fará com o Brasil até 2026?
V.
As eleições não terminaram. As cartas centrais estão sobre a mesa.
Em 6/10, houve uma clara vitória da forças políticas e sociais mais retrógradas. Há sinais muito evidentes de que ela está relacionada ao fracasso do governo Lula 3-A.
Virá Lula 3-B? Como se viu ao início, as condições agora são mais difíceis.
Gilberto Maringoni lembra, a partir do exemplo de Franklin Roosevelt, que as decisões mais centrais de um governo – aquelas que sacodem o senso comum antes estabelecido – devem ser tomadas nos primeiros cem dias.
No entanto, a reconstrução nacional, num país tão regredido quanto o Brasil, sempre será capaz de empolgar.
Lula conserva popularidade relevante. Sua liderança e capacidade de apelo e sensibilização são incomparáveis.
Terá a abertura à mudança e o espaço mental necessários para refletir a sério sobre os resultados deste domingo e sobre seu próprio governo?
Se a resposta for não, a tendência é o Executivo acionar o piloto automático e tentar aguentar-se até o fim de seu período.
O preço será um enorme sofrimento – para as maiorias e, ao fim e ao cabo, para o próprio presidente.
Nesse caso pode ser recomendável, para quem acredita num futuro digno para o Brasil, sair em busca de outros meios de viabilizá-lo.
Mas se Lula estiver disposto a promover um giro em seu mandato, a enfrentar com habilidade e manha (mas também com valentia e audácia) as forças que o mantêm até agora acorrentado – aí, sim, teremos dois anos de ótimas emoções pela frente.
*Antonio Martins é editor de Outras Palavras.
*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
Leia também
Luis Felipe Miguel: Balanço sobre o resultado das eleições de domingo
A eleição do Centrão: PSD, MDB e PP lideram ranking de prefeituras
Antonio Martins: A cruzada de Haddad contra a Saúde e Educação
Comentários
Zé Maria
Brasil pode se tornar um País de Maioria Evangélica até 2032
O Brasil está passando por uma transformação silenciosa, mas profunda, que pode definir o futuro político e social do país. O crescimento do movimento evangélico, com sua forte organização, mobilização e influência, não é apenas uma questão religiosa, mas um fenômeno que impacta diretamente as decisões nas urnas e os rumos do Brasil. Se você ainda não está prestando atenção, aqui estão três razões urgentes para entender o movimento evangélico e por que isso importa agora, mais do que nunca.
Os fiéis da balança nas eleições
Em 2010, 26,2% da população se declarava evangélica. Em 2022, esse número saltou para aproximadamente 31%, segundo o IBGE. E o impacto disso nas eleições é massivo.
A eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, foi um divisor de águas. Ele conquistou cerca de 70% dos votos desse grupo no segundo turno, garantindo sua vitória com base em pautas conservadoras que dialogam diretamente com os valores religiosos dos evangélicos. Em 2022, mesmo em meio a controvérsias, ele manteve este apoio crucial, demonstrando que os evangélicos podem não apenas influenciar uma eleição, mas decidir seu desfecho.
Essa influência deve crescer nas próximas eleições – e candidatos que não compreenderem o poder desse grupo correm o risco de serem deixados para trás. Entender o movimento evangélico é, portanto, uma questão de sobrevivência política.
A mobilização social e o poder das igrejas
Os templos evangélicos são muito mais do que espaços de culto: são verdadeiras redes de mobilização social. As igrejas, especialmente as pentecostais e neopentecostais, têm uma presença marcante em comunidades periféricas. Esses grupos ajudam na formação de redes de apoio, oferecem serviços sociais e atuam como um ponto de contato direto com a realidade de milhões de brasileiros.
Esse poder de mobilização vai além da fé. Líderes evangélicos, muitos dos quais têm forte influência sobre seus seguidores, são capazes de moldar opiniões e direcionar votos. Durante as eleições, campanhas políticas se infiltram nesses espaços e usam essa rede de apoio para impulsionar suas mensagens. Não entender a força dessas igrejas é ignorar um dos maiores motores de organização social do país.
O fator cultural: uma nova agenda moral
O movimento evangélico não influencia apenas o cenário político, mas também dita tendências culturais e morais no Brasil. Questões como aborto, educação sexual, direitos LGBTQIA+ e a definição de família estão no centro de debates nacionais, e os evangélicos têm ocupado um lugar de destaque nessas discussões.
As pautas morais conservadoras têm ganhado cada vez mais espaço nas agendas públicas, e a resistência a mudanças progressistas é alimentada por um discurso articulado dentro das igrejas. Esse embate entre uma sociedade em transformação e um bloco conservador estruturado cria um conflito cultural intenso, que molda a opinião pública e as decisões políticas.
O Brasil está num ponto de inflexão, onde compreender essas dinâmicas culturais se torna vital. As batalhas eleitorais são, cada vez mais, batalhas morais. O movimento evangélico tem a capacidade de mudar narrativas e influenciar escolhas que definem os rumos da sociedade brasileira.
A urgência de entender o movimento evangélico
Ignorar o movimento evangélico é ignorar o futuro do Brasil. O crescimento exponencial desse grupo, sua influência decisiva nas urnas e sua capacidade de moldar a agenda moral do país tornam fundamental que se entenda suas motivações e objetivos.
Se políticos, analistas e a sociedade em geral não começarem a prestar atenção e entender a complexidade desse fenômeno, correm o risco de ficarem à margem de um dos movimentos mais poderosos e dinâmicos da história recente do Brasil. O futuro das eleições e da cultura política brasileira pode estar nas mãos desse grupo – e isso não pode ser ignorado.
Para entender mais sobre o impacto e a força do movimento evangélico no Brasil, participe do curso Brasis Evangélicos. Com início no dia 15 de outubro, ele oferece uma oportunidade única para analisar esse fenômeno e suas repercussões políticas e sociais.
https://www.cartacapital.com.br/cursos/3-razoes-urgentes-para-entender-o-poder-do-movimento-evangelico-no-brasil
Conteúdo do Curso “Brasis Evangélicos”
AULA 01 – terça-feira, 15 de outubro de 2024, 19h
O mosaico religioso brasileiro: religiões no cotidiano e na cultura da população;
AULA 02 – quarta-feira, 16 de outubro de 2024, 19h
Evangélicos no mosaico religioso brasileiro: Evangélicos ou protestantes? como se tornaram de segmento isolado a grupo religioso expressivo? A chegada ao Brasil no século 16, a consolidação das igrejas a partir do século 19, a presença pública da primeira metade do século 20, as diferentes posturas durante a ditadura militar, até chegar ao crescimento numérico e patrimonial e a intensificação das expressões socioculturais e políticas na cena pública a partir dos anos 1980;
AULA 03 – quinta-feira, 17 de outubro de 2024, 19h
Quem são os evangélicos no Brasil do século 21? A pluralidade do segmento evangélico e as diferentes ramificações e grupos que o compõem;
AULA 04 – terça-feira, 22 de outubro de 2024, 19h
Teologias, tendências e práticas entre evangélicos no Brasil: Isolacionismo, Evangelho Social, Fundamentalismo, Teologia da Libertação, Ecumenismo, Evangelicalismo, Teologia da Missão Integral, Teologia da Prosperidade, Teologia da Retribuição, Teologia da Confissão Positiva, Teologia da Guerra Espiritual, Fundamentalismos Políticos (Reconstrucionismo/Teologia do Domínio, Reformismo);
AULA 05 – quarta-feira, 23 de outubro de 2024, 19h
Um retrato da presença de evangélicos na arena política brasileira: modalidade institucional (ocupação de cargos eletivos e por nomeação) e não institucional (debate de pautas);
AULA 06 – quinta-feira, 24 de outubro de 2024, 19h
Como tratar o tema “evangélicos” em espaços públicos, sem cometer equívocos e promover intolerância: “os evangélicos” não existe; ninguém é só evangélico; ninguém pode falar pelos evangélicos; voto evangélico não existe; Neopentecostais: categoria defasada; evangélicos não fazem o que o pastor manda. Respostas a questões dos alunos e alunas não tratadas nesta lista (na primeira aula serão coletadas as principais dúvidas).
https://cursos.cartacapital.com.br/brasis-evangelicos
https://www.youtube.com/playlist?list=PLDf1arPvrdyyJOFOcCwIDSx0-Iy4-PSSV
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Brasis Evangélicos
Hoje (9/10), Quarta-Feira, às 19 horas
Aula Pública Inaugural Especial Gratuita
Participação de
Magali Cunha, jornalista e pesquisadora em Religião e Política no ISER, e
Odja Barros, pastora batista, teóloga feminista, psicanalista e escritora.
https://youtu.be/6p_fo27IaAE
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Zé Maria
https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/10/X-LKD-1200×627.jpg
Hoje (9), Quarta-Feira, às 19 horas
https://cursos.cartacapital.com.br/brasis-evangelicos
Os Evangélicos na Cena Pública e no Mosaico Religioso Brasileiro
Atualmente, o movimento evangélico desempenha papel crucial
na política, na cultura e na vida cotidiana do Brasil.
O crescimento desse segmento religioso vai muito além da fé,
e compreender suas dinâmicas é essencial para quem deseja
entender as mudanças sociais que moldam o país.
CartaCapital, em parceria com o Instituto de Estudos da Religião (ISER), convida você para a Aula Inaugural Gratuita do Curso “Brasis Evangélicos”,
na quarta-feira, dia 9 de outubro às 19 horas.
Este evento especial será uma porta de entrada para um dos cursos
mais importantes sobre a compreensão do protagonismo evangélico
no Brasil – um fenômeno que impacta diretamente nas esferas política,
social e cultural.
Participe da aula inaugural e entenda a pluralidade evangélica e
como esse grupo influencia decisões políticas e culturais.
Além disso, o evento vai desmistificar estereótipos e equívocos comuns,
oferecendo uma abordagem crítica e fundamentada sobre o tema.
Também será uma oportunidade para analisar o impacto dos evangélicos
na política, no debate público e na vida cotidiana, mostrando como suas
ações moldam diversas esferas da sociedade.
Esta é uma oportunidade exclusiva para jornalistas, acadêmicos, líderes
religiosos e todas as pessoas interessadas em compreender o futuro
que está sendo moldado no Brasil.
https://hotmart.com/pt-br/marketplace/produtos/brasis-evangelicos-os-evangelicos-na-cena-publica-e-no-mosaico-religioso-brasileiro/T95614849X
O Voto Evangélico no Brasil
Nos últimos anos, o voto evangélico tornou-se uma força crescente e decisiva no cenário político brasileiro.
Com o aumento expressivo da população evangélica, que passou de 26,2% em 2010 para cerca de 31% em 2022, conforme dados do IBGE, o impacto desse grupo na política tem sido cada vez mais evidente.
Mas o que mudou de fato?
E como os evangélicos têm influenciado os rumos das eleições?
Um dos marcos dessa transformação foi a eleição de Jair Bolsonaro em 2018.
Contando com um forte apoio dos líderes e fiéis evangélicos, o ex-capitão conseguiu conquistar uma base eleitoral sólida, com pautas que dialogavam com parte deste grupo:
a defesa fundamentalista da família e o combate à ‘ideologia de gênero’.
O Brasil, historicamente católico, vem observando uma mudança notável em seu perfil religioso.
A população evangélica tem crescido exponencialmente nas últimas décadas, um movimento impulsionado pela expansão das igrejas pentecostais e neopentecostais, que têm forte atuação em comunidades carentes e nas periferias urbanas.
Esse crescimento também reflete uma mudança cultural, em que a religião se torna um elemento central não apenas da vida espiritual, mas também das decisões políticas.
Com o aumento do número de evangélicos, passou a haver uma maior organização política desse grupo.
Líderes religiosos começaram a ter influência direta sobre o comportamento eleitoral de seus fiéis, com uma mobilização que transcende os púlpitos e invade as redes sociais.
A extrema direita, por exemplo, utiliza habilmente esses canais para disseminar mensagens direcionadas a esse público, reforçando a imagem de um candidato comprometido com os valores cristãos.
Em 2018, pesquisas indicavam que mais de 70% dos evangélicos optaram por Bolsonaro no segundo turno, um número que foi crucial para garantir sua vitória.
Esse apoio foi além de uma simples identificação com as pautas morais: havia também uma percepção de que Bolsonaro representava um “salvador” diante das ameaças que muitos líderes evangélicos alegavam estar presentes, como a corrupção e a “ameaça comunista”.
Já em 2022, mesmo com uma gestão marcada por crises e polêmicas, Bolsonaro conseguiu manter uma parte significativa do voto evangélico, embora tenha enfrentado uma maior fragmentação.
Ainda assim, o grupo evangélico permaneceu um dos seus pilares mais fiéis, e a polarização no país só reforçou o peso desse eleitorado nas urnas.
O ex-presidente utilizou intensamente símbolos religiosos durante sua campanha e compareceu a diversos eventos organizados por igrejas, na tentativa de solidificar esse apoio.
O crescimento contínuo da população evangélica no Brasil sugere que esse grupo permanecerá um ator decisivo nas eleições futuras.
O que está em jogo agora é se outras figuras políticas conseguirão conquistar essa base ou se ela continuará concentrada em candidatos que representem pautas conservadoras e religiosas.
Além disso, o comportamento dos jovens evangélicos, que já nascem em um contexto diferente dos seus pais, será um fator a ser observado nas próximas disputas eleitorais.
A evolução do voto evangélico no Brasil é um fenômeno que não pode ser ignorado.
Ele reflete não apenas uma mudança religiosa, mas uma transformação profunda nas relações entre fé e política.
E, como as últimas eleições demonstraram, aqueles que conseguirem entender e dialogar com esse eleitorado terão uma vantagem considerável nas disputas que estão por vir.
O curso Brasis Evangélicos ajuda a entender mais sobre essa revolução evangélica, com uma abordagem crítica e profunda, explorando o impacto
desse movimento em diversas esferas da vida nacional.
“Brasis Evangélicos (Os Evangélicos na Cena Pública e no Mosaico Religioso Brasileiro)” começa efetivamente no próximo dia 15 de outubro.
Assista à Aula Pública Inaugural Especial Gratuita
nesta quarta-feira (9) às 19 horas:
https://youtu.be/6p_fo27IaAE
https://www.cartacapital.com.br/cursos/convite-para-a-aula-inaugural-do-curso-brasis-evangelicos-8-de-outubro/
.
Bernardo
Texto equivocado e derrotista. Essa visão parece a de extremista de direita infiltrado, por ela o governo acabou ou nem existiu.
Analisar politica dessa forma já há bastante no PIG.
Menos!!!
Zé Maria
Ao menos por enquanto, o Kassab ainda não convenceu
o Desgovernador Canalha de São Paulo a trocar de Partido.
Por enquanto!
Zé Maria
O III
é
I-B
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