Antonio Lassance: Eduardo Campos vive sua lua de fel com Aécio Neves

Tempo de leitura: 2 min

por Antonio Lassance, em Carta Maior

Empacado em terceiro lugar nas pesquisas de opinião; relegado pela mídia, igualmente, ao terceiro plano; Eduardo Campos resolveu dar fim à sua lua de mel com Aécio Neves.

Campos deixou de andar de mãos dadas e agora usa os cotovelos contra Aécio para disputar uma vaga no posto de candidato preferencial das oposições para o caso de uma eleição em dois turnos.

Até então, o trabalho de alfinetar os tucanos vinha sendo reservado a Marina Silva e seu grupo, a Rede.

Parecia desavença, mas não era. Campos criticava a gestão Dilma e preservava FHC, Aécio e o PSDB. Marina, por sua vez, não poupava ninguém, nem mesmo Lula, dando um tom mais antipetista à candidatura.

Não é incomum, em campanhas, o candidato a vice servir de metralhadora giratória, fazendo o papel de “policial malvado”, enquanto o candidato à Presidência posa de bom moço.

Campanhas eleitorais são curtas e a tarefa de Campos se torna cada vez mais difícil. Pouco conhecido na grande maioria dos estados do país, sem palanques próprios em muitos deles, agora sem mandato, ele se vê diante de um risco, quase uma maldição que já se abateu sobre vários ex-candidatos a presidente.

Ao contrário do que se pode imaginar, uma candidatura presidencial afunda, mais do que projeta a maioria dos políticos.

Campos vê no espelho o fantasma de gente como Roberto Freire, Guilherme Afif Domingos, Anthony Garotinho, Cristovam Buarque e Heloísa Helena, que depois de terem sido candidatos a presidente, nunca mais tiveram a mesma evidência e importância.

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Mais do que amargar um terceiro lugar nesta eleição, Campos pode terminar sendo apenas aquele que ajudou Aécio a ir para o segundo turno.

Foi a mesma ajuda, aliás, cumprida por Marina nas eleições de 2010, sem a qual José Serra não teria disputado contra Dilma e proporcionado um espetáculo deprimente de pregação moralista antiaborto e bolinhas de papel.

Campos e Marina passaram, de outubro de 2013 até agora, tentando se colocar como a opção preferencial de uma oposição conservadora que disputa o mesmo programa de Aécio.

O problema é que um programa baseado, fundamentalmente, em ajuste fiscal ao gosto do sistema financeiro internacional (aquele que critica gastos do governo, consumo das famílias e salário mínimo, mas se cala em relação aos juros escorchantes), que disputa adeptos no antipetismo e que usa como estandarte o be-a-bá do moralismo conservador, a começar pela questão do aborto, é um programa estreito demais para dois candidatos.

O zigue-zague de Campos demonstra que, a essa altura, ele ainda não tem claro qual seu papel nesta campanha.

Parece disposto a cumprir qualquer tarefa que se mostre mais conveniente ao objetivo de colocar sua foto em um eventual segundo turno, doa em quem doer.

(*) Antonio Lassance é cientista político.

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Comentários

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Urbano

Aí é hiena dilacerando hiena. O ápice da animalidade bruta vai ser quando do arranca raio entre o eduardo moita e a marinaja…

Fran

Se você é abestado em votar num desses três então seja mais abestado e vote no Tiririca. Faça certo pelo Brasil. Tiririca é nosso Tiririca Presidente.

Maria Apafrecida Jube

Será que Duduzinho Beleza, achou que poderia assinar o projeto bestial de Aécio para o Brasil e ainda derrota-lo no primeiro turno? Acontece que os apoiadores desse projeto de arrocho salarial e desemprego, são os donos do dinheiro mas não dos votos, não dá para levar os dois para o segundo turno.

FrancoAtirador

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Disputa por segundo lugar coloca Eduardo-Marina contra Aécio

Vermelho.Org, via ESCREVINHADOR

Já era previsível, porque são inexoráveis as leis do pragmatismo em disputa eleitoral polarizada e numa conjuntura em que a derrota da oposição é o resultado mais previsível. A coalizão PSB-Rede-PPS de Eduardo Campos decidiu mandar Marina Silva bater no PSDB e em Aécio Neves.

Era de fato uma questão de tempo. Depois de as duas pré-candidaturas oposicionistas terem passado quase todo o mandato da presidenta Dilma Rousseff combinando um discurso comum, está chegando a hora da guerra intestina.

Com os fatores da disputa praticamente definidos e com a campanha já em curso – apesar de curiosamente a legislação obrigar a usar a expressão “pré-campanha” – Aécio Neves e Eduardo Campos começam a brigar, na disputa por um eventual direito de disputar o segundo turno, se houver, contra a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição.

Segundo o jornal on line Brasil 247, Marina Silva esteve em Palmas nesta quarta-feira (7) para participar de uma palestra a estudantes da Universidade Federal do Tocantins sobre Sustentabilidade.

Em entrevista antes do evento, a ex-senadora atacou o senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG).

Segundo ela, Eduardo Campos é a única alternativa real de vitória contra Dilma em 2014, porque o PSDB tem o “cheiro da derrota”.

Íntegra em:

(http://www.rodrigovianna.com.br/geral/disputa-por-segundo-lugar-coloca-eduardo-marina-contra-aecio.html)
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Marina Silva, jogadora de pôquer

As próximas decisões de Eduardo Campos serão sempre difíceis:
ou disputa com Aécio Campos a posição de centro-direita, subscrevendo os preconceitos de Marina Silva, ou reduz sua exposição, permitindo que Marina conduza o processo, cuja derrota será inapelavelmente atribuída a ele.
Há conservadoras e reacionárias que são exímias jogadoras de pôquer:
Marina Silva é uma delas.

Por Wanderley Guilherme dos Santos, na Carta Maior

(http://www.cartamaior.com.br/includes/controller.cfm?cm_conteudo_id=30894)
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