Ângela Carrato: Semipresidencialismo, nova tentativa de golpe contra a democracia e a vontade dos eleitores

Tempo de leitura: 8 min
Fotos: Marcelo Camargo, Valter Campanatto e Lula Marques/Agência Brasil

Por Ângela Carrato*

Não foram exatamente bons para o presidente Lula os primeiros dias de retorno ao trabalho.

Após duas semanas afastado, recuperando-se de cirurgia no quadril, ele se viu obrigado, mais uma vez, a atender ao apetite insaciável do “Centrão”, eufemismo para designar o bloco composto pela direita e extrema-direita no Congresso Nacional.

Liderados pelo fisiológico e oportunista Arthur Lira, o “Centrão” demonstra não ter limite na Câmara dos Deputados. Tanto que Lula se viu compelido a trocar a então presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Rita Serrano, por Antônio Vieira Fernandes indicado por Lira.

Caso continuasse resistindo à mudança, medidas econômicas essenciais para o governo não seriam aprovadas naquela Casa.

Vieira Fernandes, como tem destacado a mídia corporativa brasileira, é servidor de carreira da CEF, mas não foi esse aspecto que pesou para sua nomeação. O fundamental é a sua ligação histórica ao Progressistas, ao qual Lira é filiado. Até onde se sabe, o governo não entregou a CEF de “porteira fechada”.

É por isso que as pressões continuam. Lira quer todas as diretorias deste importante banco público.

Seu filho, Arthur Lira, de 23 anos, inclusive é um dos sócios da Omnia 360, empresa responsável por representar veículos de mídia que participam de campanhas publicitárias da Caixa e de outros órgãos públicos.

Fato que explica porque Lira pai e Lira filho são tão “prestigiados” por esta mídia, que se diz favorável ao “estado mínimo”, mas quer para si sempre o “estado máximo”.

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A mídia corporativa, que vive cobrando de Lula “maior presença de mulheres” no governo curiosamente não se abalou com a demissão de Rita.

Ao contrário. Apressou-se em informar que Vieira Fernandes é economista e funcionário de carreira da CEF, coisa que a demitida também era.

O episódio serviu para desmascarar a serviço de quem está grande parte dos defensores das “pautas identitárias”. Mesmo Rita tendo mencionado “misoginia” após deixar o cargo, suas palavras não tiveram qualquer eco.

Essa foi a terceira alteração feita por Lula em seu time, antes de completar um ano de governo.

A primeira minirreforma ministerial aconteceu no início de setembro, para acomodar indicados por Lira.

No lugar da competente Ana Moser no ministério do Esporte entrou o obscuro deputado federal André Fufuca (PP-MA).

Outro apaniguado por Lira, o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumiu a vaga de Márcio França (PSB-SP), que foi deslocado do ministério de Portos e Aeroportos para o do Empreendedorismo e da Empresa de Pequeno Porte, criado para acomodá-lo.

A contrariedade de Lula ficou visível ao optar por empossar seus novos auxiliares sem as solenidades de praxe.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, é outro que está na mira do “Centrão”.

Do nada, passaram a circular rumores de que ele estaria entre as “possíveis opções” de Lula para a vaga aberta no STF, com a aposentadoria da ministra Rosa Weber.

Num primeiro momento, tais rumores pareciam não fazer sentido. Dino, além de excelente ministro, foi peça chave para a derrota da tentativa de golpe em 8 de janeiro.

Se dependesse apenas de Lula, substituir Dino não estaria sequer em pauta.

Está por pressão do “Centrão”, dos militares e desta mídia, que trata Lira como uma espécie de “primeiro-ministro” e passa pano para os militares. Como Dino não tem dado trégua aos golpistas, sua atuação atinge em cheio tais interesses.

Por Dino ser um ministro exemplar, estão fazendo de tudo para que ele “caia para cima”, como se diz no jargão político.

Coincidentemente, os rumores sobre possível mudança na pasta da Justiça circulam acompanhados da possibilidade de Lula desmembrar o ministério ocupado por Dino em dois: Justiça e Segurança Pública.

Os principais especialistas na área e o próprio Dino são contra.

O desmembramento, que agradaria aos militares, é defendido pela turma do “Centrão”, que quer ter sob o seu controle a Polícia Federal e o aparato de segurança responsável pela relação com as polícias militares estaduais.

Eles estão incomodados com a eficiência que a Polícia Federal vem demonstrando. Postura bem diferente do que se verificou durante o governo Bolsonaro.

No podcast “Conversa com o Presidente” da terça-feira (24/10) Lula falou pela primeira vez sobre o assunto, admitindo que, diante da violência no Rio de Janeiro e em outros estados, avalia a possibilidade de criar um ministério específico.

Golpistas e milicianos devem ter comemorado, ao mesmo tempo em que os setores progressistas percebem o cerco se fechando.

O fogo ateado em 35 ônibus no início da semana no Rio de Janeiro e a chacina a que foram vítimas médicos na Barra da Tijuca, com três mortos e um ferido, são episódios atribuídos a disputas entre facções milicianas.

Pode ser, mas pode ser muito mais. Algo como recado para o ministro da Justiça, para Lula e para os setores progressistas.

Um dos médicos assassinados era irmão da deputada Sâmia Bomfim, esposa do também deputado Glauber Braga, ambos do PSOL, parlamentares dos mais combativos em relação aos milicianos e aos golpistas.

Há quatro dias, Sâmia anunciou que vai licenciar-se de suas funções, sem prazo para retorno.

O ministério da Justiça e o próprio Lula têm se movimentado com extremo cuidado em se tratando dos golpistas e dos milicianos.

No Rio de Janeiro, onde esses setores são praticamente sinônimo de bolsonarismo, o governador é o fraquíssimo Cláudio Castro, pastor e cantor gospel, que só chegou ao cargo e foi reeleito graças ao clã do Jair.

Em São Paulo e em Minas Gerais, estados que, com o Rio, formam o triângulo mais influente do país, os governadores também são bolsonaristas, respectivamente Tarcísio de Freitas e Romeu Zema, figuras que não perdem oportunidade para fustigar Lula.

Mas as pressões para reduzir os poderes de Lula não se localizam apenas na Câmara dos Deputados ou entre esses governadores.

Também o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vem dando sinais de que quer mais poder. Um claro indício foi a decisão de colocar em votação o Marco Temporal, que acabava de ser derrotado pelo STF.

Num primeiro momento, a postura de Pacheco foi vista como disputa de poder com o STF. Ela vai bem além. Embutido na aprovação do Marco Temporal estava atritar Lula com os ruralistas, uma vez que ele dificilmente não vetaria a medida no todo ou em parte, como aconteceu.

Pacheco vem assumindo assim postura nitidamente conservadora ao posicionar-se também contra a descriminalização de qualquer tipo de droga (na contramão do que acontece no mundo), num óbvio aceno à direita e à extrema-direita e suas pautas moralistas, buscando cacifar-se para a disputa pelo governo de Minas Gerais. Ele espera contar com o agronegócio para bancar sua campanha.

Outro exemplo de que senadores ligados ao Centrão também começam a pressionar o governo Lula foi a derrota do nome indicado pelo Palácio do Planalto para o comando da Defensoria Pública da União.

Novos nomes importantes para o governo podem enfrentar semelhante recusa. Para cada aprovação do interesse do governo, Lula terá que ceder ao fisiologismo de “nobres” senadores?

O próprio STF, atacado pelos golpistas em 8 de janeiro, com a chegada de Luís Roberto Barroso à sua presidência, começa a fazer uma inflexão. A título de evitar “traumas para a democracia”, Barroso volta a falar em semipresidencialismo nas eleições de 2026.

O trauma a que se refere, para defender a medida, atende pelo nome de golpe contra Dilma Rousseff em 2016, por ele denominado impeachment.

O outro trauma ao qual possivelmente queira se referir é a possível reeleição de Lula em 2026.

Mesmo tecendo loas à democracia e à Constituição em sua prestigiada posse há pouco mais de um mês, não se deve perder de vista que Barroso foi um lavajatista de primeira hora.

Indicado por Dilma, ele votou contra a Constituição no caso da prisão depois da condenação em segunda instância, possibilitando o encarceramento e a retirada de Lula do processo eleitoral em 2018.

Para alguns, Barroso é o tipo de pessoa que adora aplausos e ama jogar para a plateia.

Durante evento no Reino Unido, meses antes da eleição de 2018, ele saiu-se com a seguinte pérola: o Brasil é uma “sociedade viciada em Estado”, com uma cultura de “desigualdade” e “desonestidade” institucionalizada.

Além de populista e simplória, sua fala parece esquecer que foi a completa falta de Estado que criou as milícias e as facções criminosas.

Sua fala, em absoluto condiz com a posição de um ministro do STF de um país onde a promoção social, através de programas governamentais, havia conseguido retirar da fome e da miséria milhões de pessoas.

Dizer que o Brasil é uma sociedade viciada em Estado faz coro com o “estado mínimo” defendido pelo golpista Michel Temer, ocupante do Palácio do Planalto na época, e contribuiu para colocar água no moinho de Bolsonaro, eleito para a presidência da República naquele mesmo ano.

Sintomaticamente, é esse Barroso quem volta a relançar a ideia agora.

O semipresidencialismo que defende nada mais é do que o velho parlamentarismo experimentado pelo Brasil em 1962 e derrotado em dois plebiscitos, em 1963 e 1993.

O sistema semipresidencialista prevê um presidente eleito por sufrágio universal direto, um chefe de estado com prerrogativas específicas; e um governo, composto pelo primeiro-ministro e pelo conselho de ministros, responsável perante o parlamento.

Para viabilizar o golpe contra a presidente Dilma, o Congresso Nacional agiu como se no Brasil já vigorasse o semipresidencialismo, uma vez que mesmo sem crime de responsabilidade, ela foi deposta por não contar com o apoio da maioria dos parlamentares.

Defender o semiparlamentarismo significa, em outras palavras, encontrar uma maneira para reduzir a importância da escolha do eleitor para a presidência da República.

Significa encontrar uma maneira para ampliar o poder aos quais os Liras e os Pachecos servem.

O que Barroso propõe nada mais é do que o rebaixamento do valor do voto direto para presidente e o empoderamento do que há de mais conservador na sociedade.

Um dos tormentos para a classe dominante brasileira tem sido não conseguir eleger seus representantes para o mais alto cargo da República. Vide as seguidas derrotas dos tucanos José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves para candidatos petistas.

Quanto ao Congresso Nacional, seus integrantes, a cada eleição, se mostram mais conservadores e reacionários, impulsionados pela atuação dos lobbies do agronegócio, dos especuladores financeiros nacionais e internacionais, das armas e das igrejas neopentecostais.

Em síntese pelo poder do dinheiro.

É importante lembrar que o parlamentarismo ou o semipresidencialismo são sempre lembrados no Brasil quando políticos progressistas estão prestes a chegar ao poder ou se teme que sejam reeleitos. Foi assim quando Jânio Quadros renunciou, em 1961, e seu vice, João Goulart, assumiu o poder.

Foi ventilado no primeiro governo Lula e volta à cena agora, quando a classe dominante já perde o sono diante da possibilidade dele ser candidato em 2026.

Como se tudo isso não bastasse, a mídia corporativa, também dá sua contribuição para tentar complicar a vida do governo Lula. Em encontro com jornalistas na sexta-feira (27/10), Lula afirmou que o déficit nas contas públicas este ano não será zero, como chegou a mencionar meses atrás.

A informação é relevante, mas está longe de sinalizar problemas para a economia. Em países como os Estados Unidos, esse déficit é altíssimo e nem por isso a economia deixa de funcionar dentro dos padrões esperados.

Para quem não sabe, a dívida pública do governo estadunidense em relação ao PIB em 2022 foi de 123,4%. Já a brasileira, deve fechar este ano perto dos 75% do PIB.

Não se alcançar, como queria Lula, o déficit zero nas contas neste primeiro ano de governo e diante da pesada herança bolsonarista, não indica nada que possa justificar reduzir ou cortar investimentos em programas que levem ao desenvolvimento, como o PAC. Mesmo assim, foi o bastante para a mídia corporativa reagir de maneira furiosa.

Em editorial intitulado “Lula sabota o país”, a Folha de S. Paulo, no sábado (28/10), relata não só o que considera “infelizes discursos de Lula”, como tenta atritar o presidente com o mercado financeiro e com o seu próprio ministro da Economia, Fernando Haddad. Posição da Folha vem sendo seguida Rádio CBN, do grupo Globo.

Ao contrário de se constituírem em fatos isolados, as ações de Lira, de Pacheco, dos militares, dos milicianos, dos três governadores, ministro Barroso e da própria mídia não se constituem em fatos isolados.

Elas visam tolher e desgastar o governo Lula junto à opinião pública. Até agora não tinham obtido sucesso, mesmo que a mais recente pesquisa Quaest, divulgada na quinta-feira (26/10) deva servir como sinal de alerta.

Houve, pela primeira vez, um recuo na aprovação do atual governo, com os que o avaliam positivamente somando 38%, os que o consideram regular 29%, enquanto outros 29% dos entrevistados deram avaliação negativa e 4% não souberam responder. A queda foi de quatro pontos em relação à avaliação anterior.

Já a aprovação do trabalho pessoal de Lula teve queda maior: era de 60% em agosto e agora está em 54%.

Fatores externos como as guerras na Ucrânia e o massacre de Israel contra os palestinos influem nestas avaliações, uma vez que o temor dos reflexos na economia impactam na popularidade de qualquer governo.

Seja como for, talvez tenha chegado a hora de Lula não enfrentar mais a situação sozinho e contar para a população o que está acontecendo.

Não cabe ao Legislativo assumir funções que são do Executivo. Não cabe a parlamentares coagirem o governo para indicar ministros, não cabe a governadores ou a integrantes do STF atuarem, mesmo que disfarçadamente, contra a democracia e contra governos democráticos eleitos. Não é aceitável que à mídia corporativa brasileira trabalhe contra os interesses da maioria da população.

Povo na redes e rua é sempre o melhor antidoto para golpistas.

*Ângela Carrato é jornalista e professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG. Integra o Conselho Deliberativo da ABI, bem como as Comissões de Ética dos Meios de Comunicação e Relações Internacionais desta instituição.

Leia também:

Jeferson Miola: Lições do déficit zero precisam ser aprendidas

Roberto Amaral: As esquerdas e o desafio de voltar ao combate

Jeferson Miola: Arthur Lira e o sequestro do governo

Altamiro Borges: Pesquisa acende o sinal de alerta para o presidente Lula; vídeo

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Comentários

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Zé Maria

:
O Conto Midiático Neoliberal da ‘Desoneração da Folha de Pagamento’
:
“Desoneração da Folha de Pagamento
Ainda Não Provou Gerar Mais Empregos”,
diz DIEESE

Com a Desoneração, a Contribuição
para a Previdência Social de Setores
Intensivos em Mão de Obra muda de 20%
da Folha de Pagamento para Alíquotas
entre 1% e 4,5% sobre a Receita Bruta.

Redução da Arrecadação do INSS pode
comprometer Aposentadorias Atuais
e Futuras.

Dinheiro que seria Recolhido iria para financiar
a Previdência e o modelo de Assistência Social
Solidária do País.

Sangria Promovida na Previdência Social
é criticada pelo Diretor-Técnico do Dieese:

“O dinheiro que deixa de ser arrecadado terá de ser suprido
por outras fontes, e isso vai fazer com que a gente tire verba
da Saúde e de outras áreas importantes.
Não é uma política que se sustente no Estado brasileiro,
e que está inscrita num chapéu de medidas neoliberais
que desestruturam o mercado de trabalho e a assistência
social, como a Previdência”.

A Vice-Presidenta da CUT, Juvândia Moreira, vê com Preocupação
que um Direito do Trabalhador – o Direito à Aposentaria – seja Afetado
dentro de uma Medida de Incentivo a Setores Econômicos Específicos.

“A política mais eficiente para a geração de emprego e renda
são os investimentos públicos, e dentro disso uma política
de reindustrialização”.

Pelo texto entregue ao presidente Lula, para Sanção ou Veto,
o Poder Executivo terá que definir a partir de agora mecanismos
de monitoramento de avaliação do impacto da desoneração
da folha de sobre a manutenção dos empregos nas empresas,
mas nada menciona sobre a criação de novas vagas de trabalho.

https://www.cut.org.br/noticias/desoneracao-da-folha-de-pagamento-ainda-nao-provou-gerar-mais-empregos-diz-diees-60f6

Zé Maria

.

“À vista de algumas interessantes entrevistas que ouvi – nos últimos dias –
sobre Segurança Pública, informo que ações de investigação e inteligência
somente são noticiadas DEPOIS de todos os resultados,
sob pena de ineficácia.
Assim, é um absurdo cobrar o “detalhamento” quanto a ações futuras
de investigação e inteligência, pois não me cabe e seria tecnicamente
errado.

Além disso, REITERO que é falso que não temos uma política nacional
de segurança.
Ela existe, aprovada por leis e decretos, e está sendo executada
com AÇÕES. Tais ações não são “enxugar gelo”, na medida em que
produzem resultados logicamente encadeados, juntando estratégia
e tática.

Finalmente, lembro que o Governo Federal não manda e não quer mandar
nas polícias estaduais. Estas são subordinadas exclusivamente aos
governadores e seus auxiliares.

Temos uma Constituição Federal e sabemos os nossos limites e papéis
em um federalismo cooperativo.”

FLÁVIO DINO
Senador (MA) Licenciado.
Ministro da Justiça e
da Segurança Pública.
Governo Lula (III).
https://twitter.com/FlavioDino/status/1720958629254176852

“Deixe eu ver se entendi bem @FlavioDino?
Querem cobrar o ‘detalhamento antecipado’
das ações de investigação e inteligência
que serão feitas contra o crime organizado!
Parabéns ministro. Seremos implacáveis no
combate as organizações criminosas.
O tempo da impunidade já passou.”

PAULO PIMENTA
Deputado Federal (RS) Licenciado.
Ministro-Chefe da Secretaria de
Comunicações (SECOM) da
Presidência da República.
Governo Lula (III).
https://twitter.com/Pimenta13Br/status/1720968069588169002

.
Que tal entregarem os Cargos ao Coroné Lira
ou aos Especialistas da Imprensa-Empresa?

.

Zé Maria

.

“Petrobras Desmente Reportagens Publicadas n’O Globo”

“A disseminação de ‘desmentidos’ em torno de acontecimentos
dentro de estatais tem sido vista com frequência ao longo
do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”

“Tais conteúdos têm sido publicados com o aval da ‘grande imprensa’,
assim como ocorreu a escalada de Fake News que tomou conta
da internet e das redes sociais durante o mandato de Jair Bolsonaro.”

Íntegra da Reportagem no Jornal GGN: https://t.co/VZ9fCXQdm7
https://twitter.com/LuisNassif/status/1721096515202982275

Legal. A partir de agora, a Imprensa Venal Neoliberal
vai mudar sua Linha Editorial Privata, e as Reportagens
dos Veículos do Grupo Globo e da Mídia FasciPaulista
(Estadão e FolhaSP à frente) serão todas publicadas
e disseminadas pela Internet essencialmente com
Verdades Factuais, e a Veracidade das Notícias serão
ptrviamente Checadas, sem Nenhuma Má-fé nem com
Conotação Político-Ideológica de Direita.
Além do mais, serão Valorizad@s dentro nas Redações
@s Jornalistas Profissionais Honest@s, de Bom Caráter
e Mais Competentes.
Vai ser uma Maravilha a ‘Grande’ Mídia Empresarial e um
Primor de Jornalismo no Brasil, depois dos Desmentidos
dos Órgãos Governamentais Brasileiros. Dããã…

.

marcio gaúcho

Sempre vale lembrar que os deputados e senadores da república foram eleitos pelo povo e são os seus representantes, cabendo a eles tomar qualquer iniciativa, em nome do povo que os elegeu. Sim, para mudar o regime presidencialista por outro tem de haver um plebiscito. Ou, poderão mudar a Constituição através de uma PEC, abolindo a consulta popular. Daí, caminho aberto aos políticos para fazer o que bem entenderem em nome do povo. Êta, povo brasileiro!!!

marcio gaúcho

Sempre vale lembrar que os deputados e senadores da república foram eleitos pelo povo e são os seus representantes, cabendo a eles tomar qualquer iniciativa, em nome do povo que os elegeu. Sim, para mudar o regime presidencialista por outro tem de haver um plebiscito. Ou, poderão mudar a Constituição através de uma PEC, abolindo a consulta popular. Daí, caminho aberto aos políticos para fazer o que bem entenderem em nome do povo. Êta, povo brasileiro!!!

abelardo

Reproduzo, se permitido, o importante artigo de Rubens Valente.

A ‘nova’ inteligência militar de Múcio mantém ideia de tutelar a democracia
Por RUBENS VALENTE
Publicado em 31/10/2023 às 08:56

Alterado em 31/10/2023 às 08:56

O Diário Oficial da União circulou no último dia 6 com uma portaria assinada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, pela qual aprovou um documento chamado pomposamente de “Política de Inteligência de Defesa”. Ela tem um cheiro de naftalina dos tempos da ditadura militar nos anos 1970. É redigida de tal forma vaga e imprecisa que pode ser apreciada com alegria pelos bolsonaristas ensandecidos do 8 de Janeiro. Na essência, abre espaço para a atuação das Forças Armadas contra os próprios brasileiros, insistindo na confusão autoatribuída de “Poder Moderador”, uma ficção que inexiste na Constituição de 1988.

O anexo à Portaria nº 4.846/2023 cita 20 supostas “ameaças observadas”. Detectar tais “ameaças”, segundo o texto, é “meta precípua” da inteligência militar. A primeira delas não é, por exemplo, o assombroso avanço do narcotráfico nas regiões de fronteira do Brasil, que só aparece na 11a posição, mas sim uma “ingerência externa sobre temas de interesse nacional”. Termos tão abstratos podem ser encaixados em várias teorias conspiratórias e fake news.

Foi essa a essência das acusações feitas pelo general da reserva Augusto Heleno, homem forte de Jair Bolsonaro, contra a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e a líder indígena Sonia Guajajara, hoje ministra dos Povos Indígenas, quando do lançamento de uma campanha internacional que denunciava a destruição da Amazônia durante o governo de Jair Bolsonaro, em 2020. Heleno disse na época que “o site da Apib se associa a diversos outros, que também trabalham 24 horas por dia para manchar a nossa imagem no exterior, em um crime de lesa-pátria”.

Na entrevista que concedeu para seu livro chapa-branca editado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), o ex-comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, membro e um dos fiadores do governo Bolsonaro, disse a respeito de sua “visão sobre a Amazônia” que há “formas contemporâneas de imperialismo, movidas pelo grande capital, corporações, organismos internacionais e as ONGs”. Acusou ainda a imprensa brasileira, “guardadas algumas exceções”, de ter dado “cores dramáticas ao que denunciavam [as queimadas na Amazônia], amplificando as matérias advindas do exterior”. Alegou ainda uma suposta “perda da liberdade para agirmos em consonância com nossos interesses”.

Como se pode perceber, ao falar em “ingerência externa” versus “interesse nacional”, a “nova” inteligência militar assinada pelo ministro da Defesa do governo Lula 3 não tem nada de novo, poderia ter sido escrita hoje pelos bolsonaristas Villas Bôas e Heleno.

O texto da portaria de Mucio sobre a terceira principal “ameaça observada” é igualmente preocupante. Fala em “ações contrárias à Soberania Nacional, inclusive propaganda adversa e desinformação oriunda de outros Estados e/ou grupos antagônicos”. Aqui temos militares se imiscuindo em pilares fundamentais de uma democracia, como as liberdades de expressão e de imprensa. Fica claro que a “inteligência militar” pretende determinar, segundo critérios que desconhecemos, o que é ou não é “desinformação” ou “propaganda adversa”. Tais adjetivações deverão ser usadas para interpretar, por exemplo, a reportagem de um jornal estrangeiro sobre crimes ambientais na Amazônia.

Hoje o papel que o Judiciário, em especial o Supremo Tribunal Federal, premido por determinadas circunstâncias, se autoconcedeu sobre os temas da desinformação e das fake news já é bastante controverso e problemático. Mas ao menos, dentro de um processo normal de transparência, decisões judiciais são tornadas públicas e podem ser debatidas, apoiadas ou repudiadas. Em sentido oposto, o setor de inteligência é justamente o império do secretismo.

A terceira “ameaça” citada na portaria de Mucio são “agentes de perturbação da ordem pública, suas estruturas e áreas de atuação capazes de gerar distúrbios, impondo o emprego das Forças Armadas”. É bastante provável que os militares não se referem aos bolsonaristas e à extrema-direita que exigiam um golpe de Estado antes e depois das eleições presidenciais de 2022. Esses tiveram o apoio tácito do comando das Forças Armadas, que não moveram um centímetro para retirá-los da frente dos seus quartéis, por exemplo. Mas ainda que seja referência à extrema-direita, devemos discutir se cabe às Forças Armadas, em um regime democrático, novamente empoderar o conceito do “inimigo interno” que a ditadura militar tão alegremente abraçou, com resultados terríveis do ponto de vista dos direitos humanos.

É importante entender que a listagem das “ameaças observadas” contida na portaria não fica parada no papel como uma mera reflexão. Ela servirá para moldar e direcionar o serviço de inteligência. “Identificá-las” é uma prioridade, diz o texto da portaria, assim como “aperfeiçoar o fluxo de produção de conhecimento sobre riscos, ameaças que dificultem ou impeçam a aplicação do Poder Nacional”, como está escrito no campo das “diretrizes no âmbito do sistema de inteligência de Defesa”.

O conceito do “Poder Nacional” foi definido pela ESG (Escola Superior de Guerra) — criada em 1949 sob inspiração do National War College dos EUA com o objetivo grandiloquente de “formar elites pensadoras para encontrar soluções relativas aos problemas gerais do país” —, como “a capacidade que tem o conjunto de Homens e Meios que constituem a Nação para alcançar e manter os Objetivos Nacionais, em conformidade com a Vontade Nacional”, conforme está no volume 1 do Manual Básico da ESG de 2009.

E aqui o pulo do gato: tal “Vontade Nacional” é “entendida [pela ESG] como a interpretação pelas Elites dos anseios da sociedade nacional”. As Elites, com “e” maiúsculo, certamente incluem os militares, pois não. Tais conceitos extremamente complicados são repassados durante a formação educacional de todos os militares brasileiros. É uma tentação inequívoca de ditar os rumos do poder civil, o que novamente foge às atribuições constitucionais das Forças Armadas. Tal distorção está presente no golpe militar de 1964 e na quase tentativa de golpe de 2023, uma vontade de recuperar um “Poder Moderador” que só apareceu na Constituição de 1824, há quase 200 anos.

A máquina militar – formada pelos três “Centros de Inteligência” do Exército, da Marinha e da Aeronáutica – tomará medidas para colocar em prática a “nova” política assinada por José Mucio. Mas o que são e como funcionam esses setores? Recentemente a Agência Pública revelou que o Exército também detém o programa capaz de vigiar os passos de um cidadão nas ruas.

Não se sabe de forma independente nem mesmo o tamanho dessa máquina. Estima-se que a força de trabalho seja dez vezes maior que a da Abin, hoje com cerca de 600 oficiais de inteligência. Em maio passado, portanto já no atual governo, a Pública solicitou esses números aos Comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, mas jamais teve sua dúvida respondida. A Pública também solicitou tão somente o currículo dos três oficiais responsáveis pelos três centros. Também nunca houve resposta.

A nova política de inteligência substitui a primeira do gênero, lançada em junho de 2016 no contexto da remilitarização do governo federal a partir da chegada de Michel Temer à Presidência logo após o processo de impeachment que derrubou Dilma Rousseff. Estiveram à frente desse processo os generais Sérgio Etchegoyen, que comandou o GSI, órgão de inteligência no Palácio do Planalto, Joaquim Silva e Luna, que se tornou o primeiro militar a ocupar o cargo de ministro da Defesa desde a criação da pasta, em 1999, e especialmente o então comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas.

Como normalmente ocorre com tudo que se relaciona ao campo da inteligência, os meios de comunicação tradicionais não deram atenção à portaria de Mucio. No Brasil, há muito tempo a inteligência de Estado só é assunto público quando estoura algum escândalo, como esse último que envolve o uso, pela Abin, de um programa capaz de monitorar os passos de uma pessoa na rua. Conforme escrevi aqui na semana passada, a comissão do Congresso Nacional responsável por controlar as atividades de inteligência, nos últimos anos sob comando da direita e da extrema-direita, reiteradamente tem voltado às costas para o assunto, omitindo-se no seu papel previsto na lei 9883, de 1999.

A rigor não surpreende que Mucio tenha assinado tal portaria. Ele é um político criado na Arena, o partido de sustentação da ditadura militar, e depois ajudou a fundar seus sucedâneos, o PDS e o PFL, embrião do União Brasil. Hoje está no PTB, um baluarte do bolsonarismo. Toda a carreira política de Mucio foi na direita. Que um político com esse passado esteja à frente de uma pasta fundamental num governo considerado de esquerda (assim como foi ministro de Relações Institucionais no governo Lula 2) é uma daquelas ocorrências da política brasileira que só uma tese de doutorado poderia esclarecer. Boa sorte a quem tentar.

A nova política do governo Lula 3 entrou em vigor sem qualquer discussão prévia ou esclarecimentos à sociedade civil. Nós, os civis que pagamos os salários, as pensões, os coquetéis e as compras milionárias das Forças Armadas, somos apenas informados pelo Diário Oficial a respeito de decisões previamente acertadas entre os próprios militares.

Rubens Valente é colunista da Agência Pública. Texto originalmente publicado no site da Agência Pública.

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/F9xIS3bX0AA2rtt?format=jpg
https://twitter.com/BArevalodeLeon/status/1719435296222183630

LAWFARE DO SISTEMA JUDICIAL CORRUPTO DA GUATEMALA
(“Contubernio de Jueces y Fiscales Corruptos Golpistas”)
É COMBATIDO NAS RUAS PELO POVO GUATEMALTECO

Uma Força-Tarefa do Ministério Público Guatemalteco
tentou impedir a Posse do Presidente Eleito do País
Centro-Americano, por intermédio de uma Operação
que passou a ser Denominada pela Imprensa Venal
Latino-Americana como ‘a Lava Jato da Guatemala’.

Entretanto, no Início do Mês de Outubro, Movimentos de
Povos Originários e Setores Populares da Guatemala iniciaram
Protestos e Bloqueios de Estradas em Vários Pontos do País
para defender o Resultado da Eleição Presidencial de 20 de
agosto de 2023, que consagrou majoritariamente a Chapa
de Oposição de César Bernardo Arévalo de León (Presidente)
e Karin Larissa Herrera Aguilar (Vice-Presidenta),ambos do
“Movimiento Semilla” (*), que venceu o Segundo Turno com
60,91% dos Votos Válidos, uma Vantagem de 20% sobre a
Candidata Sandra Torres, Segunda Colocada, ao final do
Pleito Eleitoral.

No Primeiro Turno, Arévalo havia ficado em Segundo Lugar, nas
Eleições Gerais de 25 de Junho deste Ano, entre 22 Candidatos,

O Processo de Transição de Gabinetes de Governo havia até
Começado no dia 4 de Setembro, mas foi ‘Interrompido na
Semana Seguinte’, após ‘Denúncias’ sobre ‘Manobras do MP’
para ‘alterar a Vontade Popular Expressa nas Urnas’.
Membros do Ministério Público Guatemalteco chegaram mesmo
a apreender Dezenas de Urnas e Atas Eleitorais na Sede do TSE,
na Última Semana de Setembro (**).

https://twitter.com/BArevalodeLeon/status/1708185514807881976
https://twitter.com/BArevalodeLeon/status/1711585671591219582
https://twitter.com/PetroGustavo/status/1708168157859340773

Finalmente, após Semanas de Manifestações Populares pela
Garantia do Cumprimento da Lei Eleitoral do País, o Tribunal
Supremo Eleitoral (TSE) da Guatemala oficializou os Resultados
Eleitorais e marcou para Meados de Janeiro a Posse do Presidente
Eleito, Bernardo Arévalo.
(https://twitter.com/TSEGuatemala/status/1719328651898978372)

O Decreto, Divulgado nas Redes Sociais do Tribunal nesta terça-feira
(31/10), determina a Posse em 14 de Janeiro de 2024 dos Deputados
Eleitos e a Posse Presidencial no Dia Seguinte (15/01/2024). (https://pbs.twimg.com/media/F9xIS3bX0AA2rtt?format=jpg)

Atualmente o Governo da Guatemala é de Extrema-Direita [Proto-Fascista).

*(https://movimientosemilla.gt/quienes-somos)
**(https://www.berlinerboersenzeitung.de/pt/Avenida/209184-mp-da-guatemala-confisca-atas-eleitorais-de-eleicoes-presidenciais.html)
(https://dialogosdosul.operamundi.uol.com.br/america-latina/82453/guatemala-vitoria-de-arevalo-protege-semilla-de-perseguicao-e-mira-oposicao-corrupta)
(https://sputniknewsbr.com.br/20230901/presidente-eleito-da-guatemala-denuncia-golpe-de-estado-em-curso-30145150.html)

Com informações da Agência de Notícias Internacionais Sputnik News
https://twitter.com/sSputnik_Brasil/status/1719385885098332591
https://sputniknewsbr.com.br/20231031/guatemala-tse-oficializa-resultado-das-eleicoes-e-marca-data-de-posse-do-novo-presidente-31178145.html

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Jose carlos r. campos

Mais uma vez a Profa. Angela Carrato se supera na analise da atual conjuntura politica brasileira. Parabens pela sua analise correta e honesta. Na minha modesta opiniao se Lula continuar a ceder ao centrao, ele nao termina o mandato. Ou talvez ele sinta que possa fazer concessoes e terminar este mandato para se cacifar para o segundo? So saberemos daqui a tres anos.

André Luiz Cordeiro da Silva

O Lira quer ser Presidente do Brasil na marra. O pior é o Judiciário através do STF com Barroso e Gilmar parecendo advogados de porta de cadeia defendendo e blindando o nefasto presidente da câmara. Ou seja, nova modalidade de golpe em andamento, agora com STF, Congresso e com tudo contra o Povo e o Executivo(esse se não surgir um traidor com sede de poder e riqueza igual a Temer).

Zé Maria

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‘Prisioneiro das Consequências das Próprias Escolhas’,

diria o Poeta Chileno Pablo Neruda.

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Zé Maria

“Sergio Moro e Gabriela Hardt fogem de Intimação do CNJ ”

Além do ex-Juiz e sua Substituta, Três Desembargadores do TRF-4
são Investigados por Conluio para favorecer a Força-Tarefa Lava Jato
em repasse bilionário ilegal da Petrobras na Justiça Federal.

https://www.cartacapital.com.br/cartaexpressa/cnj-tenta-sem-sucesso-intimar-moro-e-gabriela-hardt-em-investigacao-sobre-gestao-de-recursos-da-lava-jato/

https://revistaforum.com.br/politica/2023/10/30/moro-fugiu-de-oficial-de-justia-que-tentou-intima-lo-por-investigao-no-cnj-146832.html

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