Altamiro Borges: Enfurecido contra a imprensa, Malafaia defende joias fora-da-lei de Bolsonaro
Tempo de leitura: 3 minMalafaia defende contrabando de Bolsonaro
Por Altamiro Borges, em seu blog
As joias de R$ 16,5 milhões dadas de “presente” à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – agora também apelidada de “Misheik”, em alusão às ditaduras sauditas – causaram um aparente racha nas igrejas neopentecostais do Brasil.
Segundo reportagem da Folha, “aliados evangélicos do ex-presidente, até aqui, preferiram silenciar sobre o caso… Coube ao sempre vocal Silas Malafaia, um dos pastores mais próximos na campanha eleitoral de 2022, sair em defesa de Bolsonaro”.
Sabe-se lá a que preço, o midiático lobista da fé foi o único a justificar o contrabando do “capetão”.
Em vídeo postado nesta quinta-feira (9), o “pastor” argumenta cinicamente que o casal nunca teve intenção de ficar com o presentinho milionário.
“Não teve nenhuma questão, escusa, do presidente ou da Michelle esconderem joias ou alguma coisa e não colocarem no acervo oficial”.
O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo afirma também que não houve crime nas ações para reaver a muamba na Receita Federal do Aeroporto Internacional de Guarulhos – a maioria delas efetuadas por militares, inclusive com o uso de avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Além de advogar em defesa do fascista, ele aproveitou para atacar a mídia.
“Fico com vergonha de ver uma imprensa medíocre, parcial e inescrupulosa, comandada pela ‘Globo lixo’, num ataque cerrado à figura do ex-presidente Bolsonaro… Sabe o que é esse jogo bandido [da imprensa]? É que eles odeiam Bolsonaro”, rosnou no YouTube.
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A fúria demoníaca do “pastor”
A fúria demoníaca de Silas Malafaia levou a Folha a procurar outras lideranças religiosas para saber qual o impacto desse novo escândalo.
A constatação foi a de que “a maior parte dos líderes evangélicos que subiu em palanques e púlpitos com Jair Bolsonaro na eleição de 2022” está calada e acuada.
Tanto que os principais portais dessas igrejas preferiram silenciar sobre o ruidoso episódio das joias ilegais.
“Nos bastidores, contudo, alguns pastores se incomodaram com o desdobramento do caso. No começo eles até acreditavam que Bolsonaro, pessoalmente, não tinha culpa de nada. Já não estão mais tão seguros assim. Mas veem Michelle como inocente na história. Esses líderes preferem não se identificar, por temerem que um posicionamento mais contundente seja usado para beneficiar a esquerda”, descreve o jornal.
Cofres públicos bancaram viagem a Londres e Nova York
A conduta agressiva do “pastor” Silas Malafaia em defesa do “capetão” tem várias motivações. Uma delas é esconder outros podres praticados por estes dois falsos “cidadãos do bem”.
Vale lembrar apenas um dos casos mais recentes. Em setembro do ano passado, o midiático líder neopentecostal acompanhou o então presidente da República em viagem oficial para os funerais da rainha Elizabeth II e para a Assembleia da ONU.
Na ocasião, o site Metrópoles revelou que “os cofres públicos bancaram a viagem do pastor a Londres e a Nova York… O governo também pagou as despesas do padre Paulo Antônio de Araújo, outro integrante da comitiva do presidente. Tanto o pastor quanto o padre voaram a bordo do avião presidencial, mas essa não foi a única despesa custeada pelo erário. Um registro oficial obtido pela coluna comprova que ambos viajaram ‘com ônus’ para o governo – ou seja, à custa dos cofres públicos. Nem Silas Malafaia nem Paulo Araújo ocupam cargos no governo”.
“À coluna, Malafaia confirmou que o governo pagou suas diárias de hotel, mas não quis responder sobre as despesas com alimentação. ‘Fiquei em um hotel normal, hotel bom. O de Nova York era inferior ao de Londres’, disse.
De acordo com o pastor, o hotel de Londres era categoria quatro estrelas, e o de Nova York era ‘três, quatro estrelas’…
Malafaia disse ainda que o presidente da República pode gastar até R$ 25 mil sem prestar contas e sem comprovar nada.
‘Ele pode até sacar o dinheiro e não prestar conta’, emendou”. A cumplicidade na sacanagem já dura muitos anos!
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