Bonner e Poeta fazem entrevista esclarecedora, mas não suicida
Tempo de leitura: 3 minpor Luiz Carlos Azenha
William Bonner e Patrícia Poeta estavam mais calmos. Sem grosseria, conseguiram questionar Marina Silva em pontos fundamentais de seu discurso. Da parte deles, foi uma boa entrevista.
O ponto central, o confronto entre “nova” e “velha” política, ficou claramente explícito sem que ambos tivessem de recorrer à deselegância, sem as interrupções em série que marcaram a conversa da dupla, por exemplo, com Dilma Rousseff.
Relembrando o que escreveu Ricardo Amaral, no Conversa Afiada, sobre o “debate” entre os âncoras da Globo e Dilma:
Dos 16 minutos cronometrados [da entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo], Dilma falou 10 minutos e meio; [o apresentador William] Bonner, 4 e meio, e Patrícia [Poeta, a apresentadora] quase 1 minuto. Dá 65% para ela e 35% para eles. Dilma pronunciou 1.383 palavras, contra 980 da dupla (766 só do Bonner), o que dá 60% x 40%. Isso é escore de debate, não de entrevista. A dupla encaixou 26 acusações ao governo e ao PT; algumas, com ponto de exclamação. Nos quatro blocos temáticos (corrupção, mensalão, saúde e economia) Bonner lançou no ar 13 pontos de interrogação, e Patrícia, dois. A presidenta foi interrompida 19 vezes. Tomou dedo na cara de Bonner e de Patrícia, que reclamou de uma resposta com um soquinho na mesa. Isso não é comportamento de jornalista. Na entrevista com Aécio Neves – que muitos acharam “dura”, embora tenha sido apenas previsível – a dupla fez quatro interrupções e cinco reiterações de perguntas.
O descrito acima não se repetiu.
A candidata Marina Silva, do PSB, saiu-se bem. Parecia no controle da situação.
Admitiu que a Polícia Federal do governo Dilma é respeitável e, portanto, os eleitores devem esperar pela conclusão da investigação sobre o uso do jatinho supostamente emprestado por empresários à campanha de Eduardo Campos-Marina Silva.
O jatinho em que se acidentou Eduardo Campos está envolto em um “laranjal” de proporções ainda indefinidas.
As contas sobre o uso do jatinho seriam prestadas depois da campanha, afirmou Marina Silva.
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A socialista pediu aos telespectadores o benefício da dúvida que muitos dos seus aliados não dão, nem nunca deram, quando acusações são feitas ao PT.
São dois pontos sobre os quais a presidente Dilma Rousseff pode questionar Marina em futuros debates: a eficiência da PF republicana e o benefício da dúvida a que todos tem direito.
De qualquer forma, durante a entrevista do JN, especialmente quando se tratou do jatinho, ficou no ar um odor de velha política.
A certa altura, Patrícia Poeta lembrou Marina dos magros resultados eleitorais obtidos por ela nas eleições presidenciais de 2010, em seu próprio estado.
No primeiro turno, José Serra (PSDB) teve 52,12%, Dilma Rousseff (PT) 23,92% e Marina Silva (PV) 23,45%. Ou seja, em seu estado de origem Marina não conseguiu nem um terço dos votos.
Marina justificou-se alegando ter confrontado interesses poderosos ao longo de sua carreira, no Acre.
Se o Bonner ou a Poeta fossem suicidas, fariam uma pergunta que a resposta de Marina praticamente implorava:
Como é que a senhora, se eleita presidente do Brasil, pretende enfrentar interesses como os que enfrentou no Acre, tendo como coordenadora do programa de governo uma acionista do poderosíssimo banco Itaú?
Mas esta pergunta, feita na Globo por um âncora, já seria caso para umas férias forçadas.
PS do Viomundo: Este post sofreu modificações para acréscimo de dados.
Leia também:
Seringueiro que atuou com Marina diz que ela privatizou a Amazônia
Comentários
marcos
Temos que acompanhar os fatos com certa preocupação mas sem deixar a desolação tomar conta de todos nós. O Brasil vai enfrentar um período de grande turbulência, independente de que sejam eleitos.
Em primeiro lugar estamos em crise a muito tempo;
não existe varinha mágica para resolver está questão;
a inflação passou da meta a muito tempo ou alguém quer nos enganar;
a corrupção não veem dos trabalhadores e sim do próprio governo e empresas e bancos que lucram com tudo isso, ou melhor dizendo com a desgraça alheia;
A violência no País está tomando proporções inimagináveis e de quem é a culpa;
Ter um shopping cheio ou uma casa de espetáculo lotado não é sinal que a economia anda as mil maravilhas;
a venda de carros não será a solução para as montadoras e sim uma política de corte de juros para garantir o emprego de muitos trabalhadores;
o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, realmente estão com suas contas sólidas graças aos empréstimos consignados, cartão de crédito e cheque especial, ou financiamento da casa própria que a maioria das pessoas não estão conseguindo deixar de pagar juros exorbitantes.
Hoje no Brasil existem duas gerações as do devedores e dos endividados.
Como comprar imposto de renda para trabalho assalariado: O nome já diz salário não é renda e sim salário e observem que é alto;
Uma previdência cara que cobra caro ao grupo de trabalhadores no Brasil.
Empresários que vivem de juros de bancos como verdadeiros sanguessugas da nação;
Senhores e senhores não se iludam com falas promessas não existe banquete de graça alguém esta pagando a conta e nós sabemos que a conta é cara e nós estamos pagando por ela,
Passado as eleições todos os candidatos eleitos, ficaram no Congresso brincando do faz de conta.
Não quero aqui atacar a nova ou velha República;
Mas sinceramente, eu gostaria de saber se todos os homens públicos deste País abririam mão dos seus proventos para os cargos que foram eleitos e recebessem apenas um salário mínimo para dizer de pito aberto que amam o BRASIL.
Hipócritas mentirosos, soberbos e arrogantes jamais variam isso em por de um povo que é humilhado e massacrado dia a após dia para manter uma máquina arcaica, pesada e oneroso que faz qualquer mortal se sentir o pior dos seres por sermos incapazes de mudar o que aí está, todos sem exceção, comprometidos com interesses pessoais.
Viva ao povo brasileiro que passou pela ditadura, pela democracia mentiroso, onde o voto é obrigatório e o serviços militar também, onde uns poucos ganham rios de dinheiros, enquanto outros não tem nem aquém recorrer. Mas tenham certeza que em breve, muito em breve mesmo este povo massacrado e oprimido terá os seus dias de paz, saúde e tranquilidade baterem a sua porta. Creem tudo passará mais está nação com a for de “DEUS TODO PODEROSO NUNCA PERECERÁ”. Brava gente brasileira nós somos a razão e a verdade para a grande mundanças.
Abraços fraternos a todos.
Marcos
Léo
A “santinha” que quer se eleger condenando a velha politica, caiu a mascara.
Por que será que ainda não se iniciou uma investigação pra valer neste caso nebuloso do Jatinho do Dudu/Marina?
Será que vamos esperar a Associação da “Velhinha de TaubatÉ”, acreditar nesta tramoia e da inicio as invetigações?
PARE O MUNDO QUE EU QUERO DESCER….
Raymundo Júnior
Não gostei da forma como os entrevistadores se portaram (mais uma vez) atrapalhando a fala da candidata. Nem precisa ser jornalista para não fazer isso. Basta ter tido bons pais: “Menino(a), quando o outro fala agente escuta!”
Onda Vermelha
Pessoal vejam o “desastre” e a falta de “consistência política” da “fadinha da floresta” na entrevista com a jornalista Renata Lo Prete na GloboNews. Entrevista esta que se seguiu a do JN desta quarta-feira. Fazendo justiça a repórter, aqui as perguntas foram muito mais bem elaboradas. As respostas nem tanto! Marina Silva é a entrevistada no Jornal das Dez. Divulguem! Veja em http://g1.globo.com/globo-news/jornal-das-dez/videos/t/todos-os-videos/v/marina-silva-e-entrevistada-no-jornal-das-dez/3592002/
Elias
Segui sua recomendação e assisti à entrevista. Fiz mais. Transcrevi a primeira pergunta e a resposta. Quem ler vai concordar com você, Onda Vermelha. Marina é mais fraca que um papel de seda.
Renata Lo Prete: Se a senhora vencer, vai chegar à presidência abrigada num partido que não é o seu, no qual a senhora já sinalizou que não pretende ficar, sustentada por uma coalizão eleitoral que é a menor desde a quem elegeu Fernando Collor. A senhora tem dito que vai buscar apoio no Congresso entre as pessoas de bem, inclusive do PT e do PSDB. Mas a gente sabe que é muito improvável que petistas e tucanos participem de um governo que não é o deles, juntos na posição de coadjuvantes. E o PMDM tem sido aponta como adversário preferencial aí pelos seus aliados. Somando tudo isso, com que a senhora governaria?
Marina Silva: Eu acho que a sociedade brasileira vai determinar com quem eu vou governar. E, pelo o que eu sinto, por onde eu ando Renata, é que a sociedade brasileira está dizendo: Marina ganhe e governe com os melhores. E eu posso te dizer com muita tranquilidade. Quando eu digo que vou governar com os melhores do PT, do PSDB, do PMDB, de todos os partidos, é porque existem pessoas boas, honestas e competentes em todos os partidos. O problema é que essas pessoas, elas ficam no banco de reserva. Mas, pode prestar atenção numa coisa que acontece. Quando a sociedade se mobiliza, esses, os melhores, são os primeiros que estão na linha de frente. E eles vão ser escalados pela sociedade brasileira para governar. Eu fico pensando: imagina um movimento que faça que eu chegue à presidência da República, que é isso que vai acontecer se deus quiser e o povo brasileiro. Você consegue pensar, uma pessoa como Cristovam Buarque fazendo oposição ferrenha ao governo de Marina Silva? Você consegue pensar uma pessoa como Pedro Simon, como Jarbas Vasconcelos? Você consegue pensar, pessoas de bem, depois de tudo isso que aconteceu com o Brasil, continuem com a lógica da velha política, da oposição cega, que só vê defeitos, que só vê problemas e que não pensa no país, é essa velha política que a gente precisa acabar.
elizabeth pretel
Também assisti a entrevista, por sinal bem esclarecedora. Por que será que não repercutiu? Nem nos blogs.
Elias
Não sei bem o que você quis dizer com “esclarecedora”. Pra mim, cara Elizabeth, a candidata Marina Silva sonha com o país de Alice. Completamente fora da realidade. Ela sem dúvida viaja na maionese.
Elias
Marina comunizou a elite sem combinar com os russos. Será que a Neca (dona do Itaú) se considera igual a Marina? Ou será que Marina não se toca que hoje frequentam o mesmo restaurante por uma questão de oportunismo da banqueira? “Essa visão tacanha de ter de combater a elite deve ser combatida”, diz Marina. Não é de chorar? Ou de rir? A retórica calidoscópica de Marina, convence um esquimó ingênuo a comprar uma geladeira. E quando o esquimó ingênuo, alertado pela esposa da a inutilidade de sua compra, concluir que passou por idiota, vai querer devolver o produto. Aí será tarde demais.
elizabeth pretel
Elias, foi esclarecedora nesse sentido mesmo. Não sei se vc assistiu a entrevista, mas marina é muiiiiiiiiiito ruim. Tomara que o povo tenha a sabedoria ou dicernimento ou sensibilidade de perceber.
Elias
Fico contente por saber que coincidimos em opiniões sobre Marina. Ela é mesmo o que você disse, muiiiiiiiiiiiito ruim. Grande abraço, Elizabeth.
Ricardo JC
Que me perdoem aqueles que gostaram da entrevista da Marina, mas a fala final dela, cheia de hesitações (e algumas frases desconexas) e sem apresentar nenhuma proposta foi de chorar. Quando ela disse, ao final, que só ficaria 4 anos, sem tentar a reeleição, para garantir as gerações futuras, eu quase rolei de rir. Não gosto desta conversa de que ela não tem condições e tudo o mais. Me lembra muito o que falavam de Lula. Ela tem condições sim, mas de fazer um governo cheio de contradições e com um rumo ainda indefinido (ainda que pareça estar totalmente voltado para a direita).
Sidnei Brito
Não pode falar do Itaú, claro.
Demonizar a política, tudo bem, né?
Mas melindrar o capital, sobretudo o capital financeiro, ainda mais um grande anunciante?
E o Itaú tem problema com o fisco. Como todos sabemos, não se fala de corda em casa de enforcado.
A única coisa legal seria o Bonner no twitter mandar:
“banqueiros insatisfeitos! Mega-anunciantes insatisfeitos! Patrão insatisfeito! Muito bom!”
Gerson Carneiro
Como é que o Bonner faria essa pergunta se o Jornal Nacional costuma ser patrocinado por Bancos?
Adriano Medeiros Costa
Bonner e Poeta são o q há de pior.
FrancoAtirador
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Pastelaria MariNéca
http://imgur.com/bzFE1Sy
i.imgur.com/bzFE1Sy.jpg
Prêmio Itaú/Sustentabilidade
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FrancoAtirador
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Detalhe
A Pastelaria MariNéca fica em Lisboa, Portugal.
É uma das poucas que ainda não fechou na Europa,
depois que a Troika aplicou o Tripé Econômico:
Arrocho Fiscal, Juros Altos e Desemprego em Massa.
(http://abre.ai/pastelaria_marineca_itau_sustentavel)
(http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2013/12/campos-e-marina-do-tripe-economico-a-importacao-da-troika-8032.html)
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Alexandre Silveira
Foi muito pouco inteligente a pergunta do William Bonner fez em relação a tal velha política e nova política. No exemplo que ele levantou sobre as divergências de ideias entre Marina e Beto em dois pontos específicos de dois assuntos polêmicos, como uso de embriões e transgênicos, são duas pessoas do mesmo partido (PSB) pensando diferente. Ele a a Fátima pensam exatamente iguais em todos os aspectos da vida , em todos os assuntos ????? Ela não está se associando a Maluf, Collor, Renan Calheiros, Sarney,Jader Barbari, isso sim é a velha política à qual Lulla e Dillma se associaram, tal qual uma quadrilha.
Sidnei Brito
Ela está se associando a Heráclito Fortes, Jarbas Vasconcelos, Bornhausen, Lara Rezende, Roberto Freire, banqueiros, megaempresários etc.
A questão não é a de realizar um campeonato de quem se associa aos piores, até porque a disputa talvez terminasse empatada entre os principais candidatos.
A questão está em se fazer às claras.
Não adianta eu falar de nova política rendendo-me à velha política.
Falemos o que quisermos de Lula, Dilma, Zé Dirceu e de todo o PT. Eles já foram, noutros tempos, até que bem moralistas, admitamos. Mas uma coisa é certa: nunca renegaram a política.
Nos movimentos de junho de 2013, quando todo mundo dizia que era um movimento antipolítica, o Lula escrevia no New York Times: isso é política até a medula!
Mas não vai adiantar muito falar sobre isso agora. As melhores análises sobre esse momento ímpar de nossas vidas virão daqui uns 30 anos.
Em 2034, quem sabe o Azenha escreve um livro chamado “2014: o ano que não terminou”.
Fernando
Azenha e Conceicao uma coisa eu acho mto estranha. Se existe um esgotamento dos partidos, o PT nao soube interpretar a jornada de junho de 2013 que pediam melhorias em serviços públicos. E isto estaria se refletindo em uma escolha natural de Marina. Como pode Alckimin ter 50% de votos nas pesquisas de governador sendo que os serviços prestados aqui em SP são falhos?
Sidnei Brito
Ótima colocação.
E mais: sendo ele de um partido que está há 20 anos no governo do Estado e que é, ao lado do PT, o único partido que se pode dizer “orgânico” no Brasil.
Maria Izabel L Silva
Não vi a entrevista. Então depois das criticas, Bonner e Poeta foram mais civilizados? Deixaram Jânio Quadros, ops digo, Marina falar. E sobre o jatinho clandestino? Nada? A pergunta suicida deve ser feita pela Dilma. O Aécio não tem coragem de fazer. Só não entendi uma coisa: o beneficio da duvida é em relação a que? Ao jatinho?
andre
Há um crime no ar nestas eleições. Ocultá-lo é outro crime, muito maior
Autor: Fernando Brito
Nem a metade dos negócios sombrios que envolveram a compra do jatinho que matou Eduardo Campos e mudou o rumo da eleição presidencial já chegou ao conhecimento público e já há, de sobra, elementos para dizer que houve a formação de uma quadrilha para a aquisição do aparelho, senão por ordem, ao menos em visando beneficiar o ex-governador de Pernambuco, elevado com a morte a herói da nova e ética política.
Os fatos evidenciam isso e os organizo de forma cartesiana, para o demonstrar.
Não se trata de um avião adquirido, tempos atrás, por dois ou três empresários inescrupulosos e aventureiros, que resolveram emprestá-lo a um candidato, de olho em vantagens.
O avião foi comprado, inequivocamente, para atender às necessidades de Eduardo Campos em sua campanha, com Marina Silva, à Presidência.
Era o mesmo grupo que fornecia, até o dia 15 de maio, na pré-campanha, o transporte aéreo para o senhor Eduardo Campos: o avião Learjet 45/40, matrícula PP-ASV, da Bandeirantes Pneus, o que está provado, inclusive, por fotos do candidato neste aparelho e fica mais evidente quando se rastreia seu uso.
Os mesmos empresários foram em busca de outro jato executivo, maior e mais confortável, com a finalidade específica de servi-lo na fase mais intensa da campanha. Se o fizeram por ordem de Campos, é impossível afirmar, a menos que um deles ou outra pessoa próxima o confesse.
Mas, mesmo que se admita que o fizeram por iniciativa própria, é certo que Eduardo Campos aprovou a aquisição pessoalmente, num vôo experimental, candidamente confessado pelo ex-co-piloto do aparelho, Fabiano de Camargo Peixoto, em entrevista à Folha, no dia seguinte ao acidente.
Não foi um “presente” da do ao candidato, como quem dá uma caneta bonita. Foi um ato partilhado entre todos, com um objeto que a ele e sua candidatura , acima de tudo, seria importantíssimo.
Há uma vantagem pessoal claramente estabelecida na transação e foi para obtê-la que se praticaram os atos fraudulentos.
Sim, fraudulentos.
Porque agora sabe-se que – além dos antecedentes de pelo menos dois dos compradores, o processado por contrabando Apolo Vieira e o operador de factoring e usineiro João Lyra Pessoa de Mello, já condenado e multado por não registrar operações de câmbio – a compra está povoada de laranjas e fantasmas, como mostrou a reportagem do Jornal Nacional com base nos procedimentos da Polícia Federal, que infelizmente só são acessíveis, como sempre, à Globo.
Os valores não são “uma bobagem”, uma tapioca: só na “entrada” da transação foram mais de R$ 1,7 milhão.
Há, na compra e no uso do avião fatal, materialidade e autoria já bem delineada de crime.
Mas não há, incompreensivelmente, nenhuma ação pública do Ministério Público, tão ativo no Brasil e – lembram da aprovação da PEC 39? – absolutamente autônomo para investigar e geralmente ansioso por opinar até sobre o vôo dos pássaros.
Não se pode confundir respeito aos mortos com encobrimento de crimes, cumplicidades e responsabilidades, inclusive as político-eleitorais, até porque disto se aproveitam os vivos, muito vivos.
Porque este encobrimento significa a negação do mais fundamental direito da sociedade: o direito à verdade.
Mais grave ainda quando a sonegação desta verdade por comprometer decisões que o povo brasileiro irá tomar.
Aroeira
Bláblá se associa
a crime eleitoral
E o PT, vai agassalhar ?
Bonner, cadê a Dra Sandra Cureau, a imparcial ?
No Tijolaço:
Marina acaba se se associar a um crime eleitoral
Independente do resultado “marquetológico” da entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional – e eu acho que foi desastroso – há um elemento gravíssimo nas declarações da nova candidata do PSB.
Marina confessou o conhecimento de um crime eleitoral e a participação nos benefícios desta transgressão.
Ela confessou saber que o avião era produto de um “empréstimo de boca” que seria ‘ressarcido” – se é ressarcido, tem preço – ao final da campanha.
Poderia, se fosse o caso, dizer que não sabia dos detalhes da contratação do serviço, feita por Eduardo Campos. Mas está amarrada de tal forma no assunto que teve de se acorrentar à fantasiosa versão do PSB.
Que é uma aberração jurídica e contábil, que não pode prevalecer – e não prevalece – em qualquer controle de contas eleitorais.
Até no Acre de Marina Silva o TRE distribui um formulário onde o dono de um veículo, mesmo que seja um Fusca 82, assine a cessão e atribua o valor em dinheiro do bem.
O que dirá para um jato de R$ 20 milhões!
Não há um contrato sequer, não há preço estabelecido e, sobretudo, as empresas (ou o laranjal) que tinha o controle do avião não se dedicam à locação de transporte aéreo.
É um escândalo de proporções amazônicas.
Só menor do que o escândalo que é, depois de tantas confissões, o silêncio do Ministério Público.
Todos se lembram da Procurador Sandra Cureau, que por um nada partia para cima do Presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff.
Está mudo, quieto, silente.
Acovardado diante dos novos santos da mídia.
A partir de agora, prevalecendo isso, se podem emprestar prédios, frotas, aviões, até uma nave espacial para Marina ir conversar com Deus.
De boca, sem recibo, sem contrato, sem papel.
Na fé.
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