Intercept: Lava Jato fez fumaça com denúncia contra Lula e Deltan, messiânico, defendeu acordo que deu vantagens inéditas a corruptores
Tempo de leitura: 4 minDa Redação
A Operação Lava Jato usou a denúncia contra o ex-presidente Lula no caso do sítio de Atibaia politicamente, para criar uma cortina de fumaça e proteger a Procuradoria Geral da República no caso da investigação do usurpador Michel Temer.
A denúncia contra Lula poderia ter sido apresentada no dia 17 de maio de 2017, mas foi adiada.
Naquele dia, o diário conservador carioca O Globo noticiou que o usurpador Temer teria dado aval ao empresário Joesley Batista, da JBS, para comprar o silêncio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha — ambos do MDB.
Porém, logo a PGR de Rodrigo Janot se viu questionada pelos advogados do usurpador.
O áudio no qual foi baseada a denúncia não havia ainda passado por perícia da Polícia Federal.
Além disso, um dos responsáveis pela delação do empresário Joesley Batista, o ex-procurador da República Marcelo Miller, que foi da Lava Jato na PGR e integrou a equipe de Janot, era suspeito de atuar dos dois lados do balcão.
Mais tarde, Miller foi indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo próprio MPF sob a acusação de receber R$ 700 mil do escritório de advocacia que fez o acordo de delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Miller, de acordo com a acusação, começou a receber o dinheiro em fevereiro de 2017, mas só se afastou oficialmente do cargo em abril daquele ano.
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“No período compreendido entre fevereiro e 05/04/2017, serviu a dois senhores: mantendo-se no cargo de Procurador da República e valendo-se da confiança do Procurador-Geral da República e membro auxiliar do Grupo de Trabalho Lava Jato, orientou a confecção de acordo de colaboração entre o MPF e seus ‘clientes’, em razão de promessa de pagamento ofertada pelos denunciados Joesley e Francisco”, diz a acusação contra ele.
Francisco é o advogado Francisco de Assis e Silva, que representava o empresário dono da JBS.
Os próprios integrantes da Lava Jato ficaram desconfortáveis com os termos da delação dos Batista, de acordo com o Intercept:
A força-tarefa também se preocupava com as condições do acordo com a JBS, que previa, inicialmente, total imunidade aos delatores: eles não seriam denunciados criminalmente, ficariam livres da prisão e de tornozeleira eletrônica e poderiam se manter no comando das empresas. Dallagnol reportou aos colegas que apoiadores da Lava Jato consideraram “absurdo os batistas nos EUA rindo da nossa cara”, referindo-se aos irmãos Joesley e Wesley Batista, que deixaram o Brasil no mesmo dia em que fecharam a delação.
Apesar das suspeitas, no calor da hora Deltan Dallagnol escreveu um longo texto de apoio a Rodrigo Janot, que compartilhou num grupo com uma centena de integrantes do MPF.
No texto, Deltan defendeu o acordo feito com os irmãos Joesley e Wesley.
Ele aproveitou para “vender” uma reforma anticorrupção que é prerrogativa do Congresso, não do Ministério Público Federal.
Finalmente, sugeriu a Janot dar uma entrevista exclusiva ao Jornal Nacional como gatilho de uma “estratégia de marketing”.
Janot refugou. Mais tarde, fez uma manifestação oficial ao STF, defendendo o áudio que incriminava Temer.
A denúncia contra Lulano caso do sítio de Atibais foi apresentada com cinco dias de atraso para “ocupar” a mídia, enquanto a Polícia Federal fazia a perícia comprovando que o áudio da conversa entre Joesley e Michel Temer, embora com cortes, não havia sido adulterado.
Meses depois, com a comprovação do envolvimento de Miller com os irmãos Batista, os acordos de delação foram cancelados a pedido do próprio Janot.
Miller conseguiu trancar a ação do MPF contra si. Um tribunal superior considerou a denúncia inepta.
A defesa apaixonada de Miller e do acordo de delação dos irmãos Batista, feita pelo beato Dallagnol — em mensagem a procuradores sobre os quais tinha ascendência política — mostra que o chefe da Lava Jato em Curitiba parecia se mover com messianismo, sem a cautela requerida pelas dúvidas que ele próprio e os colegas manifestavam privadamente sobre o caso.
Em outras palavras, Dallagnol dizia uma coisa para seu grupo mais íntimo e outra quando interagia com o MPF e o próprio Rodrigo Janot:
Comentários
Nelson
Podridão, podridão e mais podridão, em escala nunca imaginada.
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E pensar que ainda há milhões e milhões de brasileiros acreditando, com toda a convicção, que Sérgio Moro e a Lava Jato e seus procuradores estão a livrar completamente o Brasil da corrupção.
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Conheço um cidadão, advogado há umas três décadas, mais ou menos, que chegou a me dizer, quando critiquei severamente o atual ministro da Justiça, o seguinte: “coloque na tua cabeça que Moro é na Terra o que Jesus Cristo é para a Igreja”.
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Em outro e-mail que me enviou, o mesmo advogado se refere ao “Marreco” como “o extraordinário, magnifico, exemplar, o incomparável Sérgio Moro”.
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A princípio – não é uma regra inexcedível – uma pessoa que cursou uma universidade deve ter uma capacidade intelectual mais desenvolvida do que uma outra que não tenha passado por um curso superior.
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Portanto, uma pessoa com curso superior teria muito mais aguçada a capacidade de apreender sobre as coisas que a cercam.
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Por isso, não me furto de perguntar. Se um advogado que, possivelmente, chegou a cursar também uma pós-graduação ou mais que isso, se deixa envolver completamente pelo fanatismo[*] e não consegue enxergar as tantas vezes em que Moro, a Lava Jato e seus procuradores e o próprio STF pisaram, sem cerimônia, na Constituição, o que passará pela cabeça daquele que não teve o privilégio de ingressar em uma universidade?
–
* O antipetismo insuflado na cabeça de milhões, à base de muito ódio e “veneno”, só poderia resultar em fanatismo. Fanatismo que, como podemos ver pelas declarações do advogado, não poupa nem gente letrada.
Cláudio Lima Santos
Esses procuradores da lava jato de Curitiba , sao verdadeiros marginais. Eles agiam à margem da lei , pra alimentar um projeto político. Nin guem ali estava preocupado com corrupção.
Zé Maria
A Denúncia da Força-Tarefa de Curitiba contra Lula
era só uma questão de “Timing” na Mídia Fascista:
Se tinha Operação em Brasília,
com repercussão na Imprensa,
não tinha Denúncia contra Lula,
em Curitiba, porque concorreria
com a outra, na Mídia Fascista.
O Lula tinha de estar sempre
em destaque nas Manchetes
da Globo, do Estadão, da Folha;
da Gazeta do Povo, no Paraná,
e do Antagonista, na internet.
O Liminha (CFL) dava a dica
e o Beáto Dalanhól (DD) corria
de um Grupo a outro da PGR
para saber o momento exato
de ‘largar’ a Denúncia [Fraca]
contra o ex-Presidente Lula,
não na Justiça, mas na Mídia
que faria, antecipadamente,
o Julgamento e a Condenação.
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