Dilma não aprendeu a lição de Reagan, ou a omissão é intencional?
Tempo de leitura: 3 minO grande comunicador
por Luiz Carlos Azenha
Discordem quanto quiserem das políticas do ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan. Sim, ele deu início ao desmonte dos direitos sociais, numa escalada muito parecida com a que o Congresso brasileiro, dominado pelas bancadas BBB — Bala, Boi e Bíblia — está promovendo agora. Bancou o espetacular crescimento do Orçamento militar usando o espantalho comunista. Beneficiou como poucos as grandes corporações. Mas… era mesmo o Grande Comunicador. Parecia coberto por uma camada de teflon. Nada colava em Reagan (até do escandaloso Irangate escapou, quando alguém do governo teve a brilhante ideia, nunca atribuída ao presidente, de usar dinheiro da venda de armas ao Irã para financiar a guerrilha da Nicarágua).
Reagan elegeu-se pela primeira vez em 1980. Tinha minoria no Congresso, de 243 democratas contra 192 republicanos. Nas eleições da metade do primeiro mandato, por causa da recessão econômica, os democratas aumentaram sua maioria: 269 a 166. Mesmo assim, o presidente nunca perdeu a iniciativa política, num país em que o Congresso é poderosíssimo. Como assim?
Reagan tinha um assessor de imagem chamado Michael Deaver. As aparições do presidente eram milimetricamente organizadas para ter impacto visual. Ao fundo, bandeiras dos Estados Unidos, uma multidão multirracial ou, quando Reagan estava no interior, grandes pacotes de feno, para apelar ao sentimento de ingenuidade e pureza atribuído pelos norte-americanos ao povo da roça. Nestas ocasiões, Reagan usava chapéu, bota e calça de vaqueiro. Deaver dizia que, na TV, as palavras não importam. Não queria nem saber da narração dos repórteres, desde que o ângulo das câmeras fosse o planejado. O que Deaver buscava era associar a imagem de Reagan, no cérebro dos eleitores, à de um líder determinado.
Mas o aspecto mais notável da estratégia de comunicação de Reagan era que o presidente usava como ninguém o púlpito presidencial para ocupar a mídia, naqueles minutos de cobertura obrigatória que as emissoras de TV de qualquer país dedicam ao presidente. Reagan marcava posição, ainda que minoritária. Ele falava diretamente às bases dos parlamentares, dando a volta na posição de força dos democratas no Congresso. Em outras palavras, fazia política com clareza. A gente sempre sabia a posição de Reagan, contra ou a favor.
É óbvio que não queremos sugerir, aqui, uma comparação entre o poder de comunicação de Reagan e o de Dilma Rousseff. Aquele, um ator treinado em Hollywood. Esta, mais afeita ao trabalho de bastidores. Porém, é espantoso que não saibamos ainda, com clareza cristalina, as posições do Planalto sobre uma série de questões importantes para a sociedade brasileira. Por exemplo, sobre o PL 4.330, para além de declarações genéricas sobre inaceitável “perda de direitos”. Veta ou não veta? Busca compromisso? Em que bases? Se as posições do Planalto estivessem claras, Dilma poderia militar por elas em seus pronunciamentos, ainda que apenas para marcar posição.
Tirando a oposição clara à redução da maioridade penal, Dilma parece ter abdicado do púlpito e, assim, de influenciar o debate político sobre temas decisivos. No primeiro de maio, falará… aos internautas, ao menos aos que já concordam com ela.
O Congresso acaba de eliminar a obrigatoriedade da marca dos transgênicos no rótulo dos alimentos e a gente não sabe o que pensam Dilma, o governo ou o Ministério da Saúde a respeito. Na repressão aos professores do Paraná, não sabemos o que pensam o ministro da Justiça, nem o da Educação, muito menos o Planalto ou a presidenta.
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Agindo assim, perdem Dilma, o governo e, por associação, o PT. Passam a impressão de aturdimento, incompetência ou covardia. Seria tristíssimo constatar que se trata de omissão deliberada, de permitir que o Congresso faça o “serviço sujo” com o qual o governo, em cima do muro, pode perfeitamente conviver — sem ser acusado de ter esquecido seus compromissos trabalhistas.
Leia também:
Lalo Leal: Globo é a responsável pela despolitização do brasileiro
Comentários
Cláudio
:
Valeu a pena ! Dá gosto ser o cantor do seu povo.
.:. 20:13
… .
Ouvindo As Vozes do Bra♥S♥il e postando:
… .
* 1 * 2 * 13 * 4
*************
… .
Uns poemas (acrósticos) de autoria de Cláudio Carvalho Fernandes (poeta anarcoexistencialista) para Dilma Rousseff, a depenadora de tucanus, e Lula, o comedor de tucanus :
.:.
D uas vezes contra o espectro atro
I nscreveu já seu nome na história
L utando contra mídia venal & Cia e seu teatro
M ulher forte de mais uma vitória
A deixar tucanus na ó-posição de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! DE QUATRO ! ! ! !
.:.
D ilma, coração valente,
I magem de todo o bem em que se sente
L ivre o amor maior pela brasileira gente
M uito humana e inteligente
A PresidentA do nosso Lula 2018 de novo Presidente
.:.
D ilma, de uma nação vitoriosa
I lustre brasileira lutadora
L uz de dedicação esplendorosa
M otivando a pátria gloriosa
A uma luta digna, vencedora.
.:.
L uz do povo brasileiro
U m digno e fiel lutador
L astreando com real valor
A honra do Brasil inteiro.
.:.
D ilma, os conscientes te agradecem
I nfinitamente por tua digna história
L utando por todos que reconhecem
M ais a vida no bem comum de fazer na glória
A grande pátria-nação que os brasileiros merecem
.:.
D ilma, coração valente,
I sso que a gente sente
L ibertar o ser plenamente
M antendo sempre presente
A humanidade inteligente
.:.
D ilma deu mais uma surra na ó-posição
I gual ao que Lula também já fez
L ivrando o povo brasileiro da infelicitação
M ostrando que o Brasil tem voz e vez
A o mundo todo dignificando sua população
.:.
L ula livrou 40 milhões da pobreza
U m feito memorável sem precedentes
L utando contra a mídia venal, teve a certeza
A bsoluta de estar ao lado dos brasileiros conscientes
.:.
D ilmais deu mais uma surra na ó-posição
I nstalada na grande mídia venal
L ula teve a sua participação
M andando o pig & Cia ao
A bismo na quarta eleição
.:.
D oar-se a seu povo é exemplo dignificante
I luminando a vida de outros seres lhanos
L ouve-se quem bem merece que se cante
M aravilhas de se acreditar nos humanos
A promover em cada ser o mais do ser em ser interessante
.:.
L ivrando da pobreza absoluta 40 milhões de brasileiros
U m feito sem igual que por si só já bastaria
L ula segue sendo no mundo um dos primeiros
A fazer de seu povo a eterna rima rica de sua poesia
… .
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Ley de Medios Já ! ! ! ! Lula 2018 ! ! ! !
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Valeu a pena ! ! ! ! Dá gosto ser o cantor do seu povo ! ! ! !
Ana Clara Nunes
Dilma, se não sabe e não dá conta de governar o Brasil, pede para sair.
Tua covardia impressiona e ao mesmo tempo está acabando com a esquerda no Brasil.
Fernando
Azenha, eu vejo o seguinte: Presidência é um cargo político, não é um cargo gerencial. Dilma não tem perfil político. Já houve quem dissesse que ela é uma “gerentona”. Podemos ver isso nessa insistência em declarar números, tabelas, fazer comparações. Mas ela não tem o perfil do confronto de idéias, de defesa de princípios, coisa que seu antecessor tem de sobra. Ela realmente parece perdida quando atacada politicamente, sem saber o que fazer. Se ela é uma gerente, ela candidatou-se a um cargo de presidência, e tem que agir como tal. Para mim, Lula errou na escolha de seu sucessor. Pessoa certa no lugar errado.
Jr. Dalprà
Só que esse artigo não leva em conta o momento: Dilma já se reelegeu! Mas melhorar a imagem do PT não é com ela, é com a direção do partido e todos os políticos por ele eleito.
Plutarco
Mas Zenha, É incompetência e covardia!
FrancoAtirador
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Áudio do discurso da Presidente da República
introdutório à reunião com as Centrais Sindicais:
(http://goo.gl/CZYz3W)
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(http://blog.planalto.gov.br/dilma-afirma-que-medidas-economicas-nao-vao-retirar-direito-dos-trabalhadores)
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FrancoAtirador
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(https://pt-br.facebook.com/SiteDilmaRousseff)
(https://twitter.com/dilmabr)
(https://twitter.com/cartamaior)
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Andre
O Ministro da Educação já se pronunciou portal do MEC, ou seja em nome do governo. Disse que a “a greve e seus desdobramentos, entre eles os mais graves e inaceitáveis, como a violência praticada por qualquer parte, prejudicam a todos”. Ou seja colocou o agressor e o agredido no mesmo nível e botou a culpa em ultima instancia na vítima: a violencia é um desdobramento da greve que prejudica a todos. Quem está em greve são os professores e não a policia. Não é a toa que a presidente que é do Partido (que se diz) dos Trabalhadores não vai fazer pronunciamento em cadeia de rádio e TV no dia do trabalhador. Se for para falar para os trabalhadores o que o ministro disse para os professores, é melhor ficar calada. E a comparação com Reagan realmente passa a ser muito relevante: cada vez mais parece que a unica diferença é a capacidade de se comunicar…
laertix
Dilma, coração ambiValente..
FrancoAtirador
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Contraponto do Jornalista Paulo Nogueira, no DCM:
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Dilma deu uma bofetada na Rede Globo
ao rejeitar a TV no Dia do Trabalho.
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Existem problemas reais, e existem falsos problemas.
Falso problema é, por exemplo, Dilma falar ou não por rede de tevê no Dia do Trabalho.
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Em plena Era Digital, exigir que Dilma apareça na televisão é uma questão de obsolescência mental.
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Vi, sem surpresa, a oposição tentando tirar bovinamente proveito da decisão presidencial de limar a tevê. Aécio pontificou.
Aécio não perde a oportunidade de falar quando poderia ficar quieto.
(E, como no caso dos professores do Paraná, de silenciar quando deveria falar).
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Renan também nos obsequiou com suas imprescindíveis considerações sobre o gesto de Dilma.
Não lembro mais o que Renan disse, mas foi com certeza alguma coisa fascinante.
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Essa é a vida…
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Mas, com alguma surpresa, vi gente de esquerda também indignada com Dilma.
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Aí não faz, simplesmente, nexo.
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Tudo que Dilma possa fazer para dessacralizar a televisão entre os brasileiros é bem-vindo, dado o mal que Globo e demais emissoras representam para a sociedade.
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Repito: tudo.
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Há uma tradição inercial pró-televisão, e particularmente pró-Globo, que deve ser rompida.
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Por que, por exemplo, o último debate para presidente é ainda na Globo?
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Os opositores dizem que por trás da decisão de Dilma está um alegado receio de um panelaço.
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Ainda que seja esta a motivação: evitar as panelas dos analfabetos políticos. Mesmo assim, o fato, em si, é positivo.
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Estamos na Era Digital: é um recado inteligente, mesmo para os paneleiros que se movem sob a manipulação da imprensa e da própria ignorância.
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Eu até admitiria pensar duas vezes sobre o tema se Dilma fosse uma mestra da tevê, como Lula, mas definitivamente não é o caso.
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De resto, importante, mesmo, é o conteúdo da fala.
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Há vários assuntos importantes para os trabalhadores, como a terceirização.
O pronunciamento de Dilma, seja em que plataforma for, é uma chance para ela deixar claro que é contra – visceralmente contra — a terceirização das atividades fim, como querem Eduardo Cunha e seguidores.
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Num plano mais sonhador, me ocorre que Dilma poderia também endereçar sua solidariedade, ainda que atrasada, aos professores do Paraná, tratados selvagemente pelo governador Beto Richa.
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Veremos o que Dilma dirá.
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De toda forma, rejeitar a televisão foi um gesto histórico – um reconhecimento
de que são outros os tempos, e uma bofetada bem dada na Rede Globo.
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(http://www.diariodocentrodomundo.com.br/dilma-deu-uma-bofetada-na-rede-globo-ao-rejeitar-a-teve-no-dia-do-trabalho)
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abolicionista
Eu ainda acho que é covardia, medo do panelaço. Quem não tem coragem de assumir a posição e fica em cima do muro, acaba tomando pedrada dos dois lados quando a coisa esquenta.
Marat
Eu sempre me oriento pela letra “T” nas embalagens e NÃO compro produtos transgênicos! E agora, como proceder? sobre o Congresso, creio que pulhas, patifes, ladrões e embusteiros precisam de um tratamento, digamos, mais forte, mas como o governo é pusilânime, como saber se algum produto é transgênico??? Pergunta séria. Alguém pode ajudar?
Alexandre Tambelli
Eu penso de modo diverso. Nós sabemos como agem os meios de comunicação hegemônicos buscando caminhos diários para transformar cada fala, pronunciamento da Presidenta Dilma em algo negativo para ela, distorcendo, editando, inventando o que a Presidenta não disse.
Com os tempos atuais e o smartphone não se pode negar que a TV ficou esquecida num canto da casa. A internet, mesmo para quem não tem Banda larga em casa, funciona via 3 G. No meio do feriadão a TV não vai dar ibope para Dilma e para muita coisa.
Quem observa no cotidiano das ruas os usuários de smartphone percebe a crescente utilização dele pelas classes C e D, essa gente – enorme contingente – foi adentrando na era Digital nesta década, mais de 2012 para cá, penso eu, com a facilidade de acessar as redes sociais via celular.
Nós somos uma minoria. Eu, por exemplo, adentrei no mundo virtual em 28 de maio de 1997, lembro até a data. Estou completando em maio a maioridade na Net. Ao povão é tudo novidade, desde o advento da tecnologia 3 G.
O povão não desgruda do celular, do Zap, do Facebook e da mania de compartilhar vídeos e fotos.
Dilma na TV pode é acirrar novamente o clima dos panelaços, e vai servir de alimento para a velha mídia depois dizer o que ela não disse, distorcer a sua fala, esconder o que interessa do seu pronunciamento.
Na conjuntura atual da Câmara dos Deputados o melhor é não ser muito assertivo, porque senão o Eduardo Cunha, o Carlos Sampaio, o Bolsonaro e outros malucos de lá saem fazendo mais barbaridades ainda desengavetando até o capeta!
O Governo Dilma utiliza a estratégia de terceirizar a discussão de temas polêmicos nas mãos de LULA. Ele é quem está chamando para si a briga com as oposições nos mais diversos locais em que tem ido ultimamente.
A oposição na sua sanha de derrubar o PT tem ultrapassado todos os limites, vide a prisão da cunhada por Moro, vide o massacre aos professores no Paraná e vide o Governador Alckmin negando tudo, até que não há greve de professores no Estado.
O Governo Federal descobriu, tarde é claro, que não existe nenhuma possibilidade de civilidade com a velha mídia, encastelada esta numa redoma de fantasia, onde parece que um mundo paralelo tomou conta dos seus jornalistas, articulistas, repórteres e editores. Uma doentia realidade, onde a monotonia se fundou e que é baseada apenas numa obsessão: o antipetismo; e num culpado para tudo: o PT.
Ir na TV no feriadão? Ou colocar na internet a fala da Presidenta em 1 de maio, eu fico com a Internet. A mídia oligopólica não tem mais remédio, contra ela o antídoto, se o Governo não se sente seguro em lutar por uma Lei de Médios ainda, é ignorá-la.
Abri, hoje a Smart TV e juro, tem um canal de notícias do Yahoo, cabem na tela uns 10 quadradinhos de notícias. Pasmem! Nenhuma notícia sobre o massacre aos professores no Paraná, ontem.
Será bom que a Presidenta Dilma dê um sinal do futuro da comunicação que é para além da TV aberta e do Rádio e para além das revistas e jornais impressos. A Internet veio para derrubar a mídia tradicional. Sigamos em frente, conectando cada vez mais brasileiros e facilitando a conexão via Banda Larga e deixemos a mídia oligopólica e seus políticos aliados falando para cada vez menos pessoas.
Se o Governo Federal conseguir acertar a mão na Economia e ela voltar a crescer e continuar o processo de apoderamento da classe trabalhadora se vence esta batalha de manter no Poder as esquerdas em 2018.
Hoje em dia, quanto menos a Presidenta Dilma entrar em bola dividida melhor. Se ela for muito assertiva a Câmara dos Deputados, a mídia e o PSDB piram dobrado. Como sabemos se Dilma diz A eles reclamam, se diz B eles reclamam e não tem jeito. Tudo o que ela fizer será sempre errado. É melhor se fazer de morto do que ficar nesse jogo sonhado pela oposição, de “detonar” toda fala e todos os atos da Presidenta.
Governar e deixar a oposição falando com as paredes é o melhor remédio.
Paula Souza
Excelente texto.
Sidnei Brito
Caro Alexandre, perdoe-me o paradoxo: você está absolutamente certo. E, justamente por isso, está completamente errado.
Explico-me.
De fato, Dilma, para essa turma, calada já está errada. O que ela vier a falar, você disse bem, será motivo de pancadaria. Ora, mas aceitar isso é sucumbir a esse grande jogo de chantagem, intimidação e intolerância protagonizado pela oposição (política e midiática) e pelos que papagueiam sua posição.
O que a – chamemos de – direita quer é justamente isso: silenciar o PT e o governo. Eles sabem que o jogo deles só pode ser jogado se não houver contraponto. Daí o deixar Dilma e o partido o tempo inteiro nas cordas.
O bater panelas é, nesse sentido, bastante simbólico. Está longe de representar um grito contra a carestia, como já usado alhures. Aqui, tal prática está sendo usada no sentido de uma censura, de uma intolerância, de um negar voz ao outro. É uma forma de deixar claro que eu não quero nem ouvir o que você está falando, não importa o que seja. É semiótica pura, diriam os intelectuais.
Não é nada trivial isso. Vejamos o caso da corrida presidencial de 2014. O Jornal Nacional se notabilizou com entrevistas acima do tom com todos os candidatos, talvez à exceção de Marina Silva, que apanhou menos dos apresentadores do que Aécio, por exemplo. Mas no caso de Dilma, lembremos, não foi só uma entrevista dura, como, aliás, deveria mesmo ser. Contra Dilma tentaram impor o silêncio, cortaram suas falas, as perguntas encobriam as respostas. A ideia era clara: não podemos deixar essa mulher falar.
E por que não deixar Dilma e o PT falarem? Simples: porque esse grupo político tem o que falar e tem o que mostrar. Fazendo uma paráfrase, a mídia tem um monopólio e não tem medo de usá-lo! Ora, será que é por acaso o fato de a avaliação do governo e a avaliação pessoal de Dilma terem subido justamente quando ela ocupava todos os dias o “púlpito” do horário eleitoral gratuito, com mais do que o dobro de tempo de seu principal oponente? Tenha certeza, meu caro, que isso não passa despercebido dessa turma da mídia e da oposição. Por isso fazem o possível e o impossível para calarem Dilma e deixá-la acuada: para eles, é perigoso o povo ter contraponto.
Não quero me gabar nem quero encher sua bola, meu caro Alexandre. Mas não tenho dúvidas que as posições por nós aqui expressas devem fazer parte de acalorados debates entre a assessoria de Dilma, além dela própria e de seus principais colaboradores, ora puxando para um lado, ora para outro. Ou não!
Andre
Meu caro, o Brasil é um país imenso e diversificado. Ao contrário da nossa visão do sul urbano maravilha e do que as grandes empresas que lucram com o acesso digital de smartfones e redes sociais propagam, a maioria da população brasileira não tem acesso a internet. Segundo dados do IBGE apenas 49% da população brasileira tem acesso a internet. 24,2 milhões de lares de renda de até 2 salários mínimos (em torno de R$ 1,4 mil) não estão conectados à Internet. O mesmo vale para 7,5 milhões de lares na área rural do país. Já a TV está em mais de 90% dos lares. Ou seja, se os mais de 50% que não tem internet deixarem a TV desligada no feriadão não vão ver o pronunciamento na internet. Em outras palavras, Dilma não vai falar para a maioria da população brasileira no primeiro de maio. Ela pode estar falando para o futuro das empresas de internet mas não para o presente de milhões de trabalhadores brasileiros. Além do mais se fosse inteligente politicamente e realmente tivesse vontade e como fazer o enfrentamento, Dilma ocuparia o mesmo espaço da TV que é usado para bate nela o tempo todo. O bate panelas é restrito não é generalizado e da última vez se deu imediatamente após a manifestação de extrema direita, ou seja ‘sob intensa emoção’. Talvez realmente ela esteja mais preocupada com as lutas partidárias que com os trabalhadores. Ou talvez, Dilma esteja cortejando as grandes empresas da internet, vide acordo com o facebook.
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