Depois de deixar o fascismo rolar solto, Zuckerberg suspende contas de Trump com 60 milhões de seguidores
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
As contas do presidente dos Estados Unidos no Facebook e no Instagram, com quase 60 milhões de seguidores, foram bloqueadas indefinidamente pelas duas plataformas.
O anúncio foi feito pelo empresário Mark Zuckerberg, em nota:
Os chocantes eventos das últimas 24 horas demonstram claramente que o presidente Donald Trump tenciona utilizar o seu tempo restante no cargo para minar a transição pacífica e lícita de poder para o seu sucessor eleito, Joe Biden.
A sua decisão de utilizar sua plataforma para incentivar, em vez de condenar, as ações dos seus apoiadores no edifício do Capitólio perturbou, com justeza, pessoas nos EUA e em todo o mundo.
Removemos estas declarações ontem porque julgamos que o seu efeito — e provavelmente a sua intenção — seria provocar mais violência.
Após a certificação dos resultados das eleições pelo Congresso, a prioridade para todo o país deve ser garantir que os restantes 13 dias de mandato e os dias após a posse [de Biden] sejam pacíficos e de acordo com as regras democráticas estabelecidas.
Nos últimos anos, permitimos que o Presidente Trump utilizasse a nossa plataforma de acordo com as nossas próprias regras, por vezes removendo conteúdo ou rotulando as suas publicações quando violavam as nossas políticas.
Fizemo-lo porque acreditamos que o público tem o direito de acessar o mais amplo discurso político, até mesmo discurso controverso. Mas o contexto atual é fundamentalmente diferente, envolvendo o uso da nossa plataforma para incitar a insurreição violenta contra um governo democraticamente eleito.
Acreditamos que os riscos de permitir que o Presidente continue a utilizar o nosso serviço durante este período são demasiadamente grandes.
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Portanto, vamos prolongar o bloqueio que colocamos nas suas contas do Facebook e do Instagram por tempo indeterminado e durante pelo menos as próximas duas semanas, até que a transição pacífica do poder esteja concluída.
O presidente Trump também está impedido, mas temporariamente, de postar no Twitter, onde tem 88 milhões de seguidores.
A decisão de Zuckerberg é inédita em relação a um chefe de Estado.
Antes da mais recente campanha eleitoral nos Estados Unidos, ele foi alvo de fortes críticas da senadora democrata Elizabeth Warren, que se tornou uma das pré-candidatas à Casa Branca.
Warren defende a regulamentação das redes sociais como um serviço público.
Ela argumenta que Zuckerberg, escondendo-se atrás da defesa da liberdade de expressão, lucrou imensamente com mensagens falsas ou meias-verdades difundidas por Trump no Facebook em troca de pagamentos milionários para impulsionamento.
Zuckerberg se defendeu dizendo que não era censor.
Apesar da eleição do democrata Joe Biden, as ideias de Warren sobre as redes sociais não devem ser abraçadas pelo futuro presidente.
A futura vice-presidente Kamala Harris, que era senadora da Califórnia, entrou na chapa como garantidora dos interesses dos bilionários do Vale do Silício.
Talvez antevendo a ação dos donos das redes sociais, apoiadores de Trump tem dito que ele pretende controlar uma empresa de mídia, através da qual possa manter sua relevância na política dos Estados Unidos.
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