Bolsonaro sugere que vacina pode fazer homem virar bicho e que “não vai ter para todo mundo”; entenda o motivo do discurso

Tempo de leitura: 2 min
Reprodução

Da Redação

Quanto menos pessoas se vacinarem, maior é o risco de o Brasil não atingir a chamada “imunização de rebanho”, quando de 60 a 75% da população estiverem protegidas da infecção por coronavírus.

Enquanto isso não acontecer, autoridades sanitárias dificilmente relaxarão todas as medidas de proteção contra o coronavírus, inclusive o uso da máscara.

A tendência é de que o comércio e a indústria exerçam forte pressão por uma vacinação rápida, para que a economia possa ser totalmente reaberta.

Quando a vacina for massificada nos Estados Unidos, o que está previsto para acontecer na primavera — por volta de abril –, a pressão crescerá sobre governantes de todos os outros países.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que não é politicamente morto, disse que a incapacidade de o Brasil vacinar a todos pode custar caro ao projeto de reeleição de Jair Bolsonaro: “Esse é o tema que pode gerar o maior dano de imagem. As pessoas estão começando a entrar em pânico, em desespero”.

Apesar de o Datafolha ter registrado que 22% dos entrevistados não pretendem se vacinar, a tendência deste número é cair depois que a campanha começar a ser mostrada nos meios de comunicação.

A decisão do Supremo Tribunal Federal, que permite ao presidente da República, aos governadores e a prefeitos imporem medidas restritivas a quem não for vacinado, tende a fazer o número de negacionistas cair ainda mais.

Aí, sim, entra o nó do confronto político entre o presidente da República e o governador de São Paulo, João Doria.

Como o próprio Bolsonaro admite no vídeo acima, “não vai ter vacina para todo mundo” em 2021.

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Entra a coronavac, que o Instituto Butantã está produzindo com insumos trazidos da China.

No dia 23 de dezembro ficaremos sabendo se a coronavac tem uma taxa de sucesso próxima da vacina que já está sendo aplicada no Reino Unido, Estados Unidos e Canadá, a da Pfizer.

Outra vacina, da Moderna, também receberá aprovação emergencial nos EUA ainda nesta sexta-feira.

Agora, São Paulo e a União disputam seringas e agulhas, que podem faltar.

O desfecho da disputa pode ser: 1. a coronavac fracassa e Doria fica com o mico da vacina chinesa na mão; 2. a coronavac dá certo, mas é insuficiente para completar a vacinação nacional; 3. a coronavac dá certo, Bolsonaro não consegue trazer vacinas da Pfizer e outras fornecedoras e a vacina chinesa acaba atendendo à maioria dos brasileiros.

Seria o nocaute político de Bolsonaro.

Como escreveu o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, a luta do presidente agora é para encobrir o fracasso do governo federal em eventual campanha de vacinação.

Ele repete com a vacina da Pfizer o que seus partidários já fizeram com a vacina chinesa: semeia dúvidas.

Deu certo contra a coronavac. De acordo com o Datafolha, 50% dos entrevistados disseram que não tomariam a vacina chinesa, depois de forte campanha dos bolsonaristas nas redes sociais espalhando — entre outras fake news — que a vacina mexe com o DNA ou traz um chip que permitiria ao governo comunista monitorar os vacinados.

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Zé Maria

COVID-19
Brasil
Datafolha
Isolamento Social

Na média geral, 39% dos pesquisados afirmam que
estão totalmente (5%) ou parcialmente (34%) isolados.

Já 7% dos entrevistados disseram que estão vivendo
normalmente, sem mudar em nada sua rotina,
e 54% afirmaram que estão tomando cuidado,
mas saem de casa para trabalhar ou fazer outras atividades.

O isolamento varia muito conforme o Gênero e a Idade.

50% das mulheres dizem que estão totalmente isoladas
ou que só saem de casa quando é inevitável. Entre pessoas
com mais de 60 anos, esse número salta para 61%.

Já entre os que têm de 16 a 24 anos a proporção cai para 30%
e declina para 26% entre os homens.

    Zé Maria

    Daí porque os mais jovens são os mais infectados atualmente.

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