Ala do bolsonarismo pode ter incitado invasão a embaixada para constranger líderes da China e Rússia
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
O engenheiro Alberto Palombo, um dos invasores da embaixada da Venezuela em Brasília, foi expulso do território venezuelano pelo encarregado de Negócios Freddy Maragote.
Palombo diz representar o grupo Soy Venezuela no Brasil.
Palombo disse à Folha:
Não trabalho para a embaixadora, eu simplesmente vim ajudar. Aqui tem muitos venezuelanos que saíram do nosso país fugindo de uma crise humanitária.
Palombo afirmou ter sido convocado por Tomás Silva, ministro-conselheiro e número dois da embaixadora María Teresa Belandria, reconhecida oficialmente pelo governo Bolsonaro como representante do autoproclamado presidente Juan Guaidó.
O fato de a invasão ter acontecido horas antes da reunião dos BRICs em Brasília pode ter sido uma forma de causar constrangimento diplomático aos líderes da China e da Rússia, que reconhecem o governo de Nicolás Maduro mas tem profundas relações comerciais com o Brasil.
O grupo de pessoas que entrou nas instalações da embaixada, vestido de branco, é composto por cerca de 20 militantes pró-Guaidó.
A ação recebeu apoio do deputado federal Eduardo Bolsonaro, líder do PSL na Câmara, e ex-futuro embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Eduardo é próximo de Steve Bannon e do guru Olavo de Carvalho, que estimulam um movimento internacional de extrema-direita e a guerra cultural contra a esquerda.
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Não se sabe o posicionamento do filho 02 sobre o assunto, já que o vereador Carlos Bolsonaro repentinamente sumiu das redes sociais.
O presidente russo Vladimir Putin, um dos líderes mundiais mais bem informados, por ter dirigido a espionagem da FSB, sucessora da KGB, antes de assumir o poder, terá um encontro reservado com Jair Bolsonaro esta tarde, em Brasília.
A quem interessa um incidente diplomático entre Brasil, Venezuela, China e Rússia em plena reunião dos BRICs?
A Guaidó, certamente. À ala mais radical do bolsonarismo, com certeza. É aquela que busca o AI-5, quer fechar o STF e prender de novo o ex-presidente Lula.
Fechar o STF é uma forma de abafar definitivamente qualquer apuração envolvendo o próprio clã Bolsonaro — dos laranjas de Minas Gerais, aos negócios suspeitos de Fabrício Queiroz e dos milicianos acusados de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
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