Nelice Pompeu aos professores: Neste domingo, a aula é na urna. Temos de dar um basta a tudo o que nos arrancaram!

Tempo de leitura: 4 min
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Por Nelice Pompeu

Em 2017, o ex-presidente Lula foi escolhido como patrono O ex-presidente foi escolhido como patrono dos formandos do curso de Humanidades da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), no campus dos Malês, em São Francisco do Conde, na Bahia. Fotos: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Neste domingo a aula é na urna

Por Nelice Pompeu*

Resistimos até aqui e infelizmente muitos não tiveram essa oportunidade!

Foram anos terríveis, lutamos até para conseguir respirar e sobreviver, nos arrancaram vidas, direitos, só não conseguiram nos tirar o direito de sonhar e esperançar!

E dia 2 de outubro temos o dever de dar um basta! Precisamos ter lado, até porque o futuro nos mandará cobranças!

Votaremos por nós, por aqueles que partiram e pelas novas gerações que merecem viver em um país livre do fascismo.

E a educação e seus profissionais, que foram tão atacados e perseguidos nesses anos sombrios, serão protagonistas nessa reconstrução, para um país mais humano, justo e inclusivo.

Que esse período, que estará nas páginas mais tristes da nossa história, também sirva de aprendizado e reflexão,

Onde é que erramos?

Como permitimos que o que há de pior na essência humana fosse eleito?!

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Todo educador deveria se questionar.

Eleger alguém como Bolsonaro não foi opção política, não foi questão de ser de direita ou esquerda.

Eleger alguém como Bolsonaro é ser cúmplice de um projeto que tem como plataforma política o ódio, que tem gerado a exterminação da população. 

É também ser cúmplice das milícias e conivente com discursos preconceituosos, homofóbicos , racistas , misóginos , machistas, LGBTfóbicos!

Nossas escolhas trazem consequências.

Em meios aos espinhos, aprendemos com os erros, mas a primavera há de chegar.

É preciso termos a consciência de que não será apenas uma eleição. 

Será um plebiscito para escolher entre democracia vs barbárie , viver vs morrer, amor vs ódio, educação vs negacionismo.

Será a eleição mais decisiva das nossas vidas. Definirá o futuro que queremos para nossos alunos e filhos.

Antes o professor se orgulhava de saber que seus podiam cursar ensino superior. E hoje se preocupa se falta comida na mesa desse jovem.

A universidade que era para todos, virou universidade para poucos.

Nos governos do PT várias políticas públicas foram criadas na área da educação, entre as quais:  PROUNI, FIES,  Jovem Aprendiz, Ciência sem Fronteiras, SISU, PRONATEC.

Porém, no governo Bolsonaro, esses programas foram extintos ou reduzidos!

Pela Constituição de 1988, a Educação é direito de todos e dever do Estado, mas nunca dantes nossas crianças e jovens foram tão privados desse direito.

É criminoso um presidente que compromete o futuro de crianças e jovens, que ainda sofrem com os efeitos da pandemia, ampliando o abismo social existente no Brasil.

A quem interessa afinal o “emburrecimento” da população?!

Para Bolsonaro, a Educação não é investimento, mas prejuízo.

Ele reduziu 96% dos investimentos em Educação Infantil, excluiu o direito à creche de famílias beneficiárias do Auxílio Brasil para crianças até 4 anos, cortou 56% para Educação de Jovens e Adultos (EJA) e ainda cortou R$ 1,096 bilhão no programa “Educação básica de qualidade”.

A crueldade desse desgoverno vai além.

Congelou por cinco anos o valor da verba da merenda escolar repassada aos municípios. Isso acontece justamente no momento em que cresce o número de crianças e jovens que têm como única refeição a comida servida nas escolas. 

A educação pede socorro, enquanto o Ministério da Educação do governo Bolsonaro continua sendo palco de escândalos e corrupção.

Atualmente, a escola é uma fábrica de adoecimento.

Colegas desanimados, doentes, desmotivados.

Muitos até desistem da profissão, agravando ainda mais o déficit de profissionais.

Nunca foi tão difícil ser professor.

Somos perseguidos e assediados por aqueles que se dizem defensores “cidadãos do bem”.

Hoje um professor que fala em sala de aula que a Terra é redonda corre o risco de ser acusado de doutrinação.

Até o famoso livro “Revolução dos Bichos”, de George Orwell, foi objeto de denúncia por uma família bolsonarista por conter no titulo a palavra “Revolução”!

Mas o que esperar de pessoas que idolatram uma falso messias e desmerecem o legado de Paulo Freire?

O próprio Bolsonaro já criticou Paulo Freire chamando-o de “energúmeno”.

Para o mestre Paulo Freire, educar é um ato político, pelo qual os marginalizados alcançam a compreensão de sua realidade, aprendem a lutar por seus direitos e vislumbram a superação das relações de opressão.

E uma das principais funções da escola é formar cidadãos críticos e conscientes, para que não sejam manipulados.

E como educadores devemos ter consciência da nossa importância em promover uma educação emancipadora.

Que nossas práticas, promovam REFLEXÃO, pois o voto traz consequências e a falta de debates políticos também.  

O estrago é gigantesco.

A falta de debates políticos:

  • ajudou a eleger Bolsonaro e sua milícia toda
  • assassinou quase 700 mil pessoas
  • retardou a chegada da vacina no Brasil
  • confiscou nossos salários
  • faz faltar comida na mesa
  • faz famílias viverem em situação de rua
  • faz pessoas morrerem de frio, enquanto há prédios abandonados em SP
  • mata a população preta, pobre e periférica
  • censura os profissionais de educação
  • privatiza as escolas públicas
  • promove o sucateamento dos serviços públicos
  • encarece os preços e aumenta o custo de vida
  • forma alienados
  • faz acreditar em falsas promessas
  • extermina vidas e sonhos
  • forma idiotas

Até o PPP das escolas se chama Projeto POLÍTICO Pedagógico.

Tudo é política

Desde o preço do pãozinho ao cargo que a pessoa ocupa.

E se acha que não é função do educador essas discussões, você está na profissão errada.

Lermbre-se: a história mandará cobranças!

Por isso, eu tenho lado.

Dia 2 de outubro, votarei em um nordestino de Garanhuns , que já passou fome, foi operário, foi preso e atacado injustamente e, mesmo sem ter acesso à universidade, reconhece a importância da educação para a reconstrução de uma Nação.

Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato da Educação!

*Nelice Pompeu é professora da rede pública municipal da cidade de São Paulo. Integra o Movimento Escolas em Luta

Leia também:

Eliara Santana: Sobrevivemos para reconstruir o Brasil

Marilena Chauí: Refazer o país exige que a esquerda encontre seus pontos em comum

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Nelice Pompeu

Professora da rede pública municipal da cidade de São Paulo. Integra o Movimento Escolas em Luta.


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Comentários

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Zé Maria

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“Estou na 1a reunião do Grupo de Trabalho de Educação,
vinculado ao governo de transição.
Este GT foi convocado por Fernando Haddad e é
coordenadopor Henrique Paim.
Vamos trabalhar a Educação em concepção sistêmica
(da creche à pós-graduação) e vamos ter o PNE
como referência.”
“Essas são as informações mais relevantes.
No mais, o trabalho será coletivo
e pautado pelo esforço de concertação.
Tanto para a transição quanto para o futuro
do governo Lula-Alckmin é preciso que
o (re)fortalecimento da escola pública
seja nossa obsessão. E assim será.”

Professor Daniel Cara
Pesquisador na Faculdade de Educação
da Universidade de São Paulo (USP)
https://twitter.com/DanielCara/status/1590006454777700353

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