Mercadante antevê Lula subindo a rampa do Planalto com apoio de governadores: “O Brasil vai mudar, e vai mudar muito”

Tempo de leitura: 3 min
A entrevista

Da Redação

O ex-senador Aloizio Mercadante é economista. Não tivesse sido eleito com quase 30% dos votos válidos para o Senado, em 2002, provavelmente ocuparia um cargo importante na área econômica do primeiro governo Lula.

Mas, não aceitou o convite do ex-presidente alegando que teria um papel-chave no Senado, onde militavam pesos pesados da oposição e o PT era francamente minoritário.

Quase vinte anos depois, ele observa com pavor a conjuntura e, diante das decisões que o STF vai tomar afetando uma possível candidatura de Lula em 2022, não tem certezas.

Registra que existe uma forte reação corporativa à suspeição do ex-juiz federal Sergio Moro, mais ainda tem esperança de que, entre quinta e sexta-feiras, passemos do Lula Livre ao Lula Lá.

Curiosamente, Mercadante está muito otimista quando ao cenário a médio prazo.

O ex-senador já foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação e também da Educação.

Mas o essencial a dizer agora é que ele formou-se em Economia pela Universidade de São Paulo e, para não correr riscos de aderir ao neoliberalismo, fez o doutorado na Universidade de Campinas (Unicamp) — e não na PUC do Rio de Janeiro.

Mercadante é a antítese de Paulo Guedes.

O otimismo dele tem a ver com a rápida recuperação da economia chinesa pós-pandemia e com o fato de que, depois que Joe Biden assumiu o poder nos Estados Unidos e deu um cavalo de pau no comportamento da Casa Branca em relação à covid, já há sinais de forte recuperação da economia a médio prazo, que começou pela redução do desemprego.

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Infelizmente, o Brasil não faz parte deste trem. Ainda.

O democrata Joe Biden tem 78 anos de idade. Lula tem 75.

Apesar de ser um democrata notavelmente moderado, Biden apresentou um pacote econômico muito à esquerda do que se esperava.

Quer taxar os mais ricos, investir pesadamente em infraestrutura e abraçar uma versão enfraquecida, mas ainda substantiva, do Green New Deal proposto pelo socialista Bernie Sanders.

Para não ser enforcado em praça pública pelos conservadores, Biden evita falar em “política industrial” nestes termos, um anátema para os republicanos, mas é justamente isso o que ele pretende fazer para competir com a China em produtos industriais de alto valor agregado e novas tecnologias — painéis solares, energia eólica, internet das coisas, trens de alta velocidade, inteligência artificial, nanotecnologia e outros setores em que os chineses, se não assumiram a ponta, estão por assumir.

No parágrafo acima, não reproduzimos exatamente o que nos disse Mercadante, ipsis literis, mas o sentido é este, com nossos acréscimos.

O ex-senador acredita que, se Lula subir a rampa do Planalto em 2022, um caminho de esperança se abre para o Brasil.

Obviamente que a prioridade seria encarar de frente a pandemia, sem o que é impossível a retomada da economia.

Dada a degradação política, econômica, social, sanitária e diplomática em que Bolsonaro enterrou o Brasil, Mercadante acredita que a experiência de Lula — assim como se viu com Biden — será essencial para formar consensos e restaurar a normalidade ao país.

O ex-senador, provocado a dizer quais seriam as prioridades de um novo governo petista, muito provavelmente em aliança com várias outras forças políticas, aponta o combate à fome.

Afirma que uma reforma tributária é essencial, para tirar o peso dos impostos dos mais pobres e da classe média.

E, obviamente, uma reforma política para impor a fidelidade partidária.

Da maneira em que a situação está hoje, avalia Mercadante, a governabilidade depende da barganha individual com cada deputado e senador, com as emendas impositivas asfixiando o Orçamento.

Foi curioso observar o otimismo escaldado de Aloizio Mercadante, que temos visto em muitos petistas nas últimas semanas: um caminho amplo de possibilidades, porém o medo de que se repitam a qualquer momento os múltiplos golpes que se abateram sobre o partido antes, durante e depois do que afastou Dilma Rousseff em 2016.

Vale a pena ver a entrevista, no topo.

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Comentários

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Nêmesis

Lula será o Mandela brasileiro.

Quanto ao Bolsonaro, só lamento. O povo não perdoará o retorno da inflação. Em parte, provocado pela alta deliberada do câmbio, implementada pelo Chicago Boy. Aliás, antes mesmo de assumir o ministério, o meliante já tinha anunciado essa intenção (notícia de 30.10.2018):

https://oglobo.globo.com/economia/guedes-quer-usar-reservas-cambiais-para-reduzir-divida-23200631

Henrique Martins

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/video-so-deus-me-tira-da-cadeira-presidencial-tirando-minha-vida-diz-bolsonaro-em-live/

Quem vai tirar o senhor dessa cadeira é o povo.
Covarde como é, está mais fácil o senhor mesmo tirar sua própria vida quando isso acontecer. Afinal, quem guarda arma debaixo do travesseiro pode se sentir tentado a dar um tiro na cabeça diante da uma derrota muito desonrosa.

Fernando N. dos Santos(NERI)

piada ne? bidem romper com o neo-liberalismo e lula também ,,,,

Fernando N. dos Santos(NERI)

piada ne? Biden romper com o neo-liberalismo ….e Lula também…..se sair do imobilismo e dos gabinetes atapetados …a esquerda “pensante” se afasta um pouco do “faz de conta que…”

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