Ruy Braga: Jovens do “precariado” enfrentam a polícia nas ruas
Tempo de leitura: 4 min“O recente aumento dos acidentes e das mortes no trabalho, a resiliência do número absoluto de trabalhadores submetidos à informalidade, a concentração da massa dos empregos na base da pirâmide salarial ou a elevação da taxa global de rotatividade e de terceirização da força de trabalho dão ideia da desagregação social que a ortodoxia rentista afiançada pela “Carta ao Povo Brasileiro” assegurou ao país na década de 2000. Por seu lado, a teoria da formação da “nova classe” somada à tese da hegemonia às avessas ajudaram a esboçar uma resposta sociológica ao enigma da conversão do petismo ao rentismo globalizado: para pilotar o modelo de desenvolvimento pós‑fordista no país sem romper com o ciclo da valorização financeira só mesmo pacificando as fontes do trabalho barato, daí uma modesta desconcentração de renda na base da pirâmide salarial a fim de garantir uma severa concentração de capital financeiro no cume do regime de acumulação. Tudo somado ao “transformismo” da direção histórica dos movimentos sociais no país”.
Ruy Braga, em A política do precariado
“O que os artigos desse livro indispensável nos descrevem são pessoas transformadas em insetos na ordem capitalista da metrópole paulistana”.
Francisco de Oliveira, no prefácio de Saídas de emergência: ganhar/perder a vida na periferia de São Paulo
por Luiz Carlos Azenha
Não foi um protesto contra o mensalão, nem para barrar a PEC 37. As assim chamadas “jornadas de junho”, os protestos que chacoalharam o Brasil, foram resultado em boa parte da inquietação social do “jovem proletariado urbano acantonado no setor de serviços”, jovens incorporados aos milhões ao mercado de trabalho nos últimos anos, mas de forma precária.
A opinião é de Ruy Braga, professor do Departamento de Sociologia da USP. Ele é autor de A política do precariado (2012) e organizador de Hegemonia às avessas: economia, política e cultura na era da servidão financeira (2010), em parceria com Francisco de Oliveira e Cibele Rizek. É um dos autores de Cidades Rebeldes, uma reflexão sobre as manifestações de rua que eclodiram no Brasil em junho passado e que será tema de um debate esta noite em São Paulo.
“O grande protagonista deste processo de mobilização social foram os jovens trabalhadores que ganham pouco, enfrentam condições de trabalho muito precárias, uma intensificação do ritmo de trabalho, precarização contratual, aumento de rotatividade, problemas relacionados à flexibilização da jornada de trabalho e a relação disso com o modo de vida na cidade”, diz Ruy. São, também, estes jovens mestiços da periferia, as maiores vítimas da violência e do abuso policial.
Ruy ouviu de entrevistados a descrição de longas jornadas de trabalho, seguidas de longas viagens de ônibus, seguidas do equivalente a ‘esculachos’ da PM na periferia.
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Embora os governos Lula e Dilma tenham tomado algumas medidas de caráter progressista, o fato de que grande parte do Orçamento federal — 44% — ainda é destinado ao pagamento de juros da dívida interna impediu a adoção de políticas públicas que pudessem atender às demandas da fração jovem do “precariado”. Houve maior formalização do trabalho, sim, mas as condições reais se deterioraram.
Isso fica claro, na avaliação de Ruy, em duas estatísticas: entre 2009 e 2012 a taxa de rotatividade, ou seja, a média de tempo que os trabalhadores passam no mesmo emprego, caiu de 19 para 16 meses; entre 2003 e 2010 o número de acidentes no trabalho praticamente dobrou, já pesado o crescimento do número de empregos.
Para Ruy, os setores dinâmicos da economia brasileira — dentre os quais se destaca o financeiro — trocaram “ganhos de produtividade por intensificação no ritmo de trabalho e extensão da jornada pela flexibilização”.
O sociólogo identifica frações do “precariado” nos grupos que adotam as táticas black bloc. São jovens que não passaram por movimentos sociais organizados que, na avaliação dele, pegaram carona nas manifestações para expressar seu mal estar e o ressentimento contra o aparato policial que sufoca as periferias.
O sociólogo diz que a inquietação “está profundamente enraizada na estrutura social do Brasil de hoje” e se expressa de forma organizada num recorde registrado em 2012: o número de horas paradas, resultante de greves, só foi maior nos anos de crise do governo Collor, em 1989/1990.
A conclusão de Ruy, portanto, é de que a inquietação está aqui para ficar.
Clique abaixo para ouvir a entrevista completa, com 23 minutos de duração.
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SERVIÇO
Autores de Cidades rebeldes debatem as Jornadas de Junho e o direito à cidade no MASP
Raquel Rolnik, Ruy Braga, integrante do MPL-São Paulo e Guilherme Wisnik se reúnem no dia 31 de outubro, no auditório do MASP, às 19h, para um debate de lançamento do livro Cidades rebeldes: Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil.
Com textos de Slavoj Žižek, David Harvey, Mike Davis, Ermínia Maricato, Leonardo Sakamoto, Carlos Vainer, entre outros, Cidades rebeldes é o primeiro livro impresso inspirado nos megaprotestos que ficaram conhecidos como as “Jornadas de Junho”. Os debatedores são autores do livro e a mediação é do crítico, arquiteto e urbanista Guilherme Wisnik, curador da 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo “Cidade: Modos de fazer, modos de usar”.
O evento integra a programação da 10ª Bienal e é gratuito, aberto ao público em geral. Sujeito à lotação. Senhas serão distribuídas a partir das 18h.
Realização: Boitempo Editorial, 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, Instituto de Arquitetos do Brasil e Museu de Arte de São Paulo.
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Comentários
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FrancoAtirador
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O ARTIFÍCIO DO MILÊNIO: TERCEIRIZAÇÃO, A PRECARIZAÇÃO MAIS SELVAGEM
Em entrevista concedida no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4/RS), Grijalbo Fernandes Coutinho, Juiz do Trabalho do TRT10 (DF/TO) e ex-Presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA), assim definiu Terceirização:
“A TERCEIRIZAÇÃO É TALVEZ A FORMA MAIS SELVAGEM DE PRECARIZAÇÃO.
Ela é mais selvagem do que o “negociado sobre o legislado”,
porque esconde o verdadeiro empregador, o verdadeiro beneficiado com a mão de obra.
Acho que os capitalistas não imaginavam, no fim do século XIX e início do século XX,
que arranjariam um artifício tão bem construído para enganar os trabalhadores.”
O Magistrado do Trabalho e Jurista Grijalbo Coutinho,
que é graduado em Direito pela Universidade de Fortaleza-UNIFOR, estudou Economia na Universidade Federal do Ceará-UFC, tem Pós-Graduação(Especialização) em Direito do Trabalho pela PUC Minas, em Direito Constitucional pela UnB, em Economia do Trabalho e Sindicalismo pela UNICAMP e é Master em Teoria Crítica dos Direitos Humanos pela UPO-Universidade Pablo de Olavide (Sevilla-Espanha),
também se posicionou contrário à Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho que admite a terceirização para atividade meio,
e criticou de forma veemente o Projeto de Lei 4.330/04 que flexibiliza a terceirização e a estende a qualquer segmento ou atividade econômica “sem nenhum limite quantitativo”:
“A súmula 331 do TST, de 1993, é o exemplo de uma solução intermediária.
Ela admite a terceirização naquilo que é atividade meio e proíbe a atividade fim…
Embora a súmula 331 faça a distinção, ela não conceitua o que é atividade fim e o que é atividade meio…
Eu reconheço a vontade política do TST de pôr um freio no problema.
Mas ao mesmo tempo, abriu-se a porta larga para terceirização…
A súmula 331 é de um momento em que o trabalho começou a se fragilizar, e a terceirização a ganhar força.
Alguns entendiam que era uma realidade inevitável. Não era mais aquele quadro dos anos 80.
O TST, tentando se aproximar de uma dura realidade, alterou sua jurisprudência.
Percebendo a correlação de forças entre capital e trabalho e vendo aquele fenômeno se alargar cada vez mais tentou por um freio.
E, como disse, esse freio acabou abrindo um pouco mais a janela da terceirização.”
“Mas a Justiça do Trabalho tem atuado, majoritariamente, com critérios e uma certa rigidez que não permite uma terceirização tão ampla como esta que se propõe.”
“E hoje o capital se acha tão forte que súmula já não resolve seu problema.
Parte considerável do capital estabelecido no Brasil, nacional e estrangeiro, quer mais.
Quer a possibilidade de se terceirizar em qualquer atividade, meio ou fim, e sem quaisquer limites.
É definitivamente uma era da precarização absoluta.”
“Tenho objeção total à súmula 331, mas o PL 4330/04 é um tapa na cara dos trabalhadores brasileiros e de suas organizações sindicais. É o escárnio. Se não é o fim do Direito do Trabalho, é o mais duro golpe que se pode proferir contra ele, na sua história centenária.
Nada mais grave foi praticado contra as relações de trabalho institucionalizadas desde o fim da escravidão.”
“Por esse projeto, o Direito do Trabalho vai atuar de forma superficial sobre relações precarizadas, flexibilizadas, irrelevantes.”
“Esse projeto que aí está… é algo sem precedentes.
A súmula 331, frente ao PL 4330/04, vira uma referência de proteção.
Quando na verdade não é.”
“O que o PL 4330/04 pretende é ampliar os níveis de precarização e de miséria social.”
“Não tenho dúvidas de que esse projeto, que tramita no congresso nacional há quase dez anos, ganhou força nos últimos tempos porque setores do capital já não toleram mais a sumula 331, querem mais do que isso.
Se sentem incomodados com as interpretações proferidas por juízes e tribunais acerca dos limites da terceirização.
O projeto foi retirado da gaveta em um movimento intenso do capital e do seu lobby.”
Íntegra:
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04/11/2013 16:16
“A terceirização é uma forma selvagem de precarização”,
afirma ex-presidente da Anamatra
Por Guilherme Villa Verde (Secom/TRT4)
Na última semana, o Juiz do Trabalho da 10ª Região [DF/TO] e ex-Presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA), Grijalbo Fernandes Coutinho, participou de um seminário sobre terceirização realizado na Escola Judicial do TRT4.
Na ocasião, Grijalbo Coutinho concedeu ao site do TRT4 a entrevista que segue, onde fala sobre a terceirização e o Projeto de Lei 4.330/04.
TRT4: Quais são os impactos da terceirização para o trabalhador?
Grijalbo Fernandes Coutinho: Na minha compreensão, os impactos são todos negativos para o trabalhador. Não há sequer uma vantagem.
A terceirização surge com maior intensidade a partir dos anos 70 e ganha corpo definitivamente no Brasil na década de 90.
Hoje é uma verdadeira febre.
A terceirização tem dois propósitos muito evidentes: o econômico e o político.
Sua razão econômica é permitir aos patrões a diminuição de custos com a exploração da mão de obra.
Vários argumentos são usados no sentido de que se trata de especialização, de racionalização, mas tudo isso é secundário.
A outra razão é a de cunho político.
Nesse ponto o objetivo é dividir os trabalhadores, fragmentá-los, especialmente em suas representações sindicais.
A ideia de que a terceirização cria novos postos de trabalho é inverídica.
Os postos de trabalho são uma necessidade de determinado setor.
Ou você utiliza a mão de obra contratada diretamente pelo tomador de serviços ou o faz por meio da terceirização.
TRT4: O senhor menciona um crescimento da terceirização no Brasil nos anos 90. Por que isso ocorreu?
Grijalbo Fernandes Coutinho: Esta foi uma tendência mundial.
O capital se reestruturou a partir dos anos 70.
Houve uma crise econômica evidente, a crise do petróleo, do capitalismo norte-americano.
E o capitalismo foi bastante hábil para se reinventar, para continuar com aquela máxima de gerar lucro e criar riquezas materiais.
Um das formas de fazer isso é justamente diminuir o poder do trabalho e de todas as suas organizações.
Nada foi por acaso.
Assim como se verifica, a partir dos anos 90, um processo intenso de privatização e de esvaziamento do Estado, por outro lado há um duro golpe contra o trabalho.
Houve a reestruturação dos modos de produção, com utilização intensa dos recursos da robótica e da microeletrônica, e a fragmentação da cadeia produtiva.
Essa fragmentação ocorre tanto na terceirização interna quando na externa.
A terceirização externa é observada principalmente nas grandes empresas automotivas, onde a fragmentação é total.
As peças de um carro são fabricadas em diferentes regiões e países, sempre com o intuito de se conseguir o menor custo.
Na terceirização interna, contrata-se um empregado e arranja-se uma pessoa para figurar como intermediário de mão de obra.
As duas formas são terríveis para o trabalhador.
A diferença é que na interna a fraude é escancarada, e na externa é menos perceptível.
TRT4: Em qualquer caso, o senhor considera a terceirização uma precarização da relação de trabalho?
Grijalbo Fernandes Coutinho: A terceirização é talvez a forma mais selvagem de precarização.
Ela é mais selvagem do que o “negociado sobre o legislado”, porque esconde o verdadeiro empregador, o verdadeiro beneficiado com a mão de obra.
Acho que os capitalistas não imaginavam, no fim do século XIX e início do século XX, que arranjariam um artifício tão bem construído para enganar os trabalhadores.
Hoje o mundo jurídico do trabalho apresenta algumas soluções intermediárias, como se pretendesse remediar os efeitos, tapar alguns buracos.
Mas isso na verdade acaba abrindo as portas para o fenômeno.
A súmula 331 do TST, de 1993, é o exemplo de uma solução intermediária.
Ela admite a terceirização naquilo que é atividade meio e proíbe a atividade fim.
A partir desse parâmetro os diversos operadores de direito têm se guiado.
Eu reconheço a vontade política do TST de pôr um freio no problema.
Mas ao mesmo tempo, abriu-se a porta larga para terceirização.
E hoje o capital se acha tão forte que súmula já não resolve seu problema.
Parte considerável do capital estabelecido no Brasil, nacional e estrangeiro, quer mais.
Quer a possibilidade de se terceirizar em qualquer atividade, meio ou fim, e sem quaisquer limites.
É definitivamente uma era da precarização absoluta.
O que o PL 4330/04 pretende é ampliar os níveis de precarização e de miséria social.
TRT4: O PL 4330/04 é um retrocesso com relação à sumula 331?
Grijalbo Fernandes Coutinho: Sem dúvida.
Tenho objeção total à súmula 331, mas o PL 4330/04 é um tapa na cara dos trabalhadores brasileiros e de suas organizações sindicais. É o escárnio.
Se não é o fim do Direito do Trabalho, é o mais duro golpe que se pode proferir contra ele, na sua história centenária.
Nada mais grave foi praticado contra as relações de trabalho institucionalizadas desde o fim da escravidão.
Por esse projeto, o Direito do Trabalho vai atuar de forma superficial sobre relações precarizadas, flexibilizadas, irrelevantes.
Os empregadores vão se sentir à vontade para aumentar sua margem de lucro e fugir da responsabilidade que é inerente à relação entre capital e trabalho: a tensão social.
Eles transferem essa tensão, de forma muito diluída, a um terceiro que não reúne condições econômicas, financeiras ou políticas de suportar qualquer pressão.
TRT4: A súmula 331, para o senhor, já era um retrocesso com relação ao enunciado 256?
Grijalbo Fernandes Coutinho: Sim.
A súmula 331 é de um momento em que o trabalho começou a se fragilizar, e a terceirização a ganhar força.
Alguns entendiam que era uma realidade inevitável.
Não era mais aquele quadro dos anos 80.
O TST, tentando se aproximar de uma dura realidade, alterou sua jurisprudência.
Percebendo a correlação de forças entre capital e trabalho e vendo aquele fenômeno se alargar cada vez mais tentou por um freio.
E, como disse, esse freio acabou abrindo um pouco mais a janela da terceirização.
Mas esse projeto que aí está, o PL 4330/04, é algo sem precedentes.
A súmula 331, frente ao PL 4330/04, vira uma referência de proteção.
Quando na verdade não é.
TRT4: Qual é o ponto mais grave do PL 4330/04?
Grijalbo Fernandes Coutinho: É a abertura larga, sem freios e sem limites, da terceirização.
É a terceirização em qualquer segmento, em qualquer atividade e sem nenhum limite quantitativo.
Há outros aspectos graves, mas esse que permite terceirizar em tudo, em qualquer segmento ou atividade econômica é o central.
É o mais nocivo do projeto.
TRT4: É possível fazer uma distinção clara entre atividade meio e atividade fim?
Grijalbo Fernandes Coutinho: Não, não é fácil.
Embora a súmula 331 faça a distinção, ela não conceitua o que é atividade fim e o que é atividade meio.
Mas a Justiça do Trabalho tem atuado, majoritariamente, com critérios e uma certa rigidez que não permite uma terceirização tão ampla como esta que se propõe.
Não tenho dúvidas de que esse projeto, que tramita no congresso nacional há quase dez anos, ganhou força nos últimos tempos porque setores do capital já não toleram mais a sumula 331, querem mais do que isso.
Se sentem incomodados com as interpretações proferidas por juízes e tribunais acerca dos limites da terceirização.
O projeto foi retirado da gaveta em um movimento intenso do capital e do seu lobby.
TRT4: Alguns defensores da PL 4330/04 afirmam que ele é necessário em face da realidade brasileira, onde a terceirização é cada vez maior. Qual a sua opinião sobre isso?
Grijalbo Fernandes Coutinho: O fato de ter aumentado o número de terceirizados não significa que tenhamos que ter uma legislação para isso. O PL 4330/04 acaba por legitimar esse quadro.
Eu acho que existem repostas políticas e jurídicas para resolver o problema.
Esse projeto agrava a situação.
Falsamente se diz que o projeto vai resolver o problema de 16, 20 milhões de terceirizados. É falso. Vai agravar a situação.
Vai reduzir o salário desses 20 milhões e colocar mais 40 ou 50 milhões nesse mesmo quadro.
Não vai resolver absolutamente nada, o projeto é uma falácia.
É muito bom para o setor empresarial que faz uso da terceirização.
Não tenha dúvida.
É espetacular para todos que querem reduzir os seus custos e sua responsabilidade social.
TRT4: Qual seria a reposta adequada do Judiciário para a terceirização?
Grijalbo Fernandes Coutinho: O Judiciário tem que refletir.
Eu sei que ele é composto de homens e mulheres das mais variadas tendencias ideológicas, é natural que assim o seja.
E com essas diversas tendências a Justiça do Trabalho tem dado respostas.
De algum modo tem impedido a consumação de uma terceirização sem limites.
Já é alguma coisa.
Na minha compreensão, deveríamos ir além.
Deveríamos avançar no sentido de vetar a terceirização.
Nesse ponto sou voz minoritária.
Mas acho que, na medida do possível, a Justiça do Trabalho tem atuado de forma eficaz para evitar a propagação desse fenômeno econômico absurdamente terrível para a democracia no país.
(http://www.anamatra.org.br/presidentes/grijalbo-fernandes-coutinho-10-regiao-2003-2005)
(http://www.trt4.jus.br/portal/portal/trt4/comunicacao/noticia/info/NoticiaWindow?cod=804550&action=2&destaque=false)
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Paulo Kliass: Brasil remete U$ 40 bi em juros e lucros este ano – Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] Ruy Braga: Jovens do “precariado” enfrentam a polícia nas ruas […]
Eunice
Quem ouve a Voz do Brasil Profundo ( por isso o setor de esculhambação ao povo que se auto intitula prestador de serviços quer acabar com a Voz do Brasil) mostra que há até um projeto de um Depu malvado, para permitir que empresas em situação difícil possam suspender o contrato de trabalho. Pode?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
O que é suspender? O empregado poderia ir para outro emprego enquanto isso?
Seria uma forma a mais de humilhar o empregado? Seria para driblar o acerto?
Façam me o favor!!!!!
Eunice
O comente de Ana Merdinarski é bom.
Jô
As análises de Ruy Braga e Francisco de Oliveira desconsideram que o aumento considerável do trabalho formal foi acompanhado pelo crescimento da massa salarial e da inclusão de milhares de jovens no mercado de trabalho. O aumento do emprego formal possibilitou também que os trabalhadores pudessem ter maior liberdade de escolha na procura por uma vaga de trabalho, o que aumenta a rotatividade. Outro fator que aumenta os índices de rotatividade é o maior acesso à educação (ensino médio e superior). Assim, aonde Ruy enxerga precarização é possível perceber na realidade maior estabilidade, inclusão e ascensão social.
Leo V
Discordo Jô.
Setor de teleatendimento (que a Dilma até viaja pra inaugurar): rotatividade absurda. Em alguns são contratadas cerca de 100 pessoas todos os dias.
As que saem em sua maioria não estão indo para empregos melhores. Saem porque não aguentam o “trabalho”, que destrói esses jovens. Só que grande parte desses jovens acabam voltando depois de um tempo por falta de opção, e o ciclo se repete.
A alta rotatividade é também uma característica do mundo do trabalho atual. As pessoas tendem a ficar menos tempo na mesma empresa pois não possuem nela mobilidade. As possibilidades de ascensão nas empresas são menores do que em outras épocas. De onde tiro isso? Não tenho a fonte da pesquisa, mas foi em palestra que assisti do Pochman.
FrancoAtirador
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ROTATIVIDADE DE TRABALHADORES TERCEIRIZADOS
CONTRIBUI PARA O DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA
“A rotatividade no Brasil é duas vezes maior do que a dos Estados Unidos, que é reconhecido internacionalmente como um mercado de trabalho flexível.
Se compararmos a realidade brasileira com a de países europeus, as demissões ocorrem dez vezes mais aqui”.
(Marcio Pochmann, em 05/03/2012; Agência Brasil)
(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-03-05/rotatividade-de-trabalhadores-terceirizados-contribui-para-deficit-da-previdencia-diz-presidente-do-i)
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05/8/2013
PESQUISA DO IPEA APONTA QUE 82% DOS TRABALHADORES
QUE GANHAM ENTRE UM E DOIS SALÁRIOS MÍNIMOS
MUDAM DE EMPREGO A CADA DOZE MESES.
Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada divulgada hoje em São Paulo.
Nos últimos dez anos, a carteira de trabalho foi conquistada por mais de 47 milhões de trabalhadores.
A pesquisa do IPEA mostrou ainda que entre 2001 e 2011 16 milhões de postos de trabalho foram criados.
Com isso, a taxa de desemprego atingiu o seu menor valor histórico:
passou de 12,3% em 2003, para 5,5% em 2012.
A remuneração média dos trabalhadores brasileiros também cresceu: 24%.
O ESTUDO TAMBÉM CONSTATOU QUE A ROTATIVIDADE
NOS POSTOS DE TRABALHO AUMENTOU.
“O emprego formal no Brasil dura pouco – 82% dos trabalhadores que ganham entre um e dois salários mínimos mudam de emprego a cada doze meses.
Isso porque, muitas vezes, o trabalhador se demite ou pede para ser demitido, na verdade, para receber o seguro desemprego, FGTS.
Chegamos a uma situação onde o mercado de trabalho está nesta situação desejável de pleno emprego e onde as despesas de seguro desemprego nunca foram tão altas”,
diz o ministro-chefe da secretaria de Assuntos Estratégicos Marcelo Neri.
(http://www.sae.gov.br/site/?p=17585#ixzz2jQ6iY6UI)
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06/8/2013
ROTATIVIDADE NO EMPREGO CRESCE ENTRE TRABALHADORES BRASILEIROS
E JUSTIFICA O AUMENTO NO NÚMERO DE PEDIDOS DE SEGURO-DESEMPREGO
Muito trabalho, salários baixos e pouca perspectiva são motivos
para a troca constante de emprego, entre os de salário inferior
SAE PROPÕE ABONO MENSAL E QUALIFICAÇÃO NO EMPREGO
A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) do Governo Federal abriu ontem (05/8/2013) o debate sobre uma proposta para que o trabalhador, com renda de até dois salários mínimos, passe a contar com um crédito, para fazer um curso de no mínimo 40 horas a cada ano.
O objetivo é elevar a renda e a qualificação do trabalhador, além de diminuir a rotatividade e fortalecer a produtividade das empresas nacionais.
A iniciativa, divulgada na quarta edição do caderno “Vozes da Nova Classe Média”, é necessária pelo aumento da oferta de vagas com carteira assinada nos últimos anos, que tornou mais constantes as trocas de emprego.
Segundo o Estudo da SAE, o segmento formal do setor privado brasileiro sempre sofreu com altas taxas de rotatividade.
No Brasil, em média, 40% da força de trabalho muda de emprego a cada ano.
Esta alta taxa de rotatividade é ainda maior entre os trabalhadores com baixa qualificação e com baixos salários (que são aqueles que recebem até dois salários mínimos).
Entre os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos, a taxa de rotatividade chegou a 57% ao ano, em 2011.
“O trabalhador se demite ou pede para ser demitido para receber o seguro desemprego, pegar o FGTS.
O mercado de trabalho está nessa situação desejável de pleno emprego e onde as despesas de seguro desemprego nunca foram tão altas.
É uma situação paradoxal.
Na verdade, o que o estudo propõe é uma nova política e ajustes na forma de aumentar a permanência do trabalhador no posto de trabalho”,
afirma o ministro interino da SAE e Presidente do IPEA Marcelo Neri.
“Quase todos os indicadores de mercado de trabalho brasileiro melhoraram nos últimos anos: caiu o desemprego, aumentou a formalização, cresceu a renda.
O que piorou foi a rotatividade, que já era alta em termos internacionais e aumentou.
Nossas propostas buscam reduzir a rotatividade, aumentar a produtividade dos empregos e garantir uma continuada expansão da renda”, concluiu Neri.
(http://agencia.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=19245)
(http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=19281)
(http://www.sae.gov.br/site/wp-content/uploads/4%C2%BA-Caderno-Vozes-da-Nova-Classe-M%C3%A9dia.pdf)
(http://www.slideshare.net/saepr/apresentao-do-lanamento-do-4-caderno-vozes-da-nova-classe-mdia)
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Leia também:
(http://www.oit.org.br/sites/default/files/topic/gender/pub/relatorio_trabalho_decente_880.pdf)
(http://www.ipc-undp.org/pub/port/IPCPovertyInFocus26.pdf)
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IMBECILIDADE E/OU MÁ-FÉ
Aí, Editores de Economia e ‘Colonistas’ da Mídia Bandida,
uns imbecis, alguns mal-intencionados, outros ambos,
estão se dizendo ‘surpresos’ com a situação paradoxal
em que há pleno emprego e alta no seguro-desemprego.
(http://globotv.globo.com/globo-news/jornal-das-dez/t/todos-os-videos/v/superavit-primario-cai-40-no-acumulado-do-ano-ate-setembro/2926600)
Ora, há pouco tempo, eles mesmos publicaram as razões:
(http://m.g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2013/08/rotatividade-em-vagas-de-emprego-cresce-entre-trabalhadores-brasileiros.html)
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Matheus
Chamo a atenção para a entrevista com o pesquisador que estudou a prática black bloc em outros países:
“O que é o black bloc? Um movimento? Uma tática? Uma performance?
Black bloc é simplesmente uma tática, uma maneira de se organizar dentro de uma manifestação. Consiste em se vestir de preto para garantir um certo anonimato. Pelo que conheço, a maioria dos black blocs desfilam com calma nas manifestações. A simples presença deles forma, de certa maneira, uma bandeira preta, símbolo do anarquismo. Vale lembrar que os sindicatos fazem coisa semelhante quando se manifestam: eles se agrupam atrás de faixas, com bandeiras, para que todos os seus membros andem juntos. Nesse sentido, com o black bloc é a mesma coisa.
Francis Dupuis-DériQuando, como, onde e por que surgiram os black blocs?
O black bloc como forma de ação – ou seja estar vestido de preto e mascarado – surgiu na Alemanha Ocidental por volta de 1980. A tática apareceu dentro do movimento “Autonomen”, que organizava centenas de ocupações políticas e lutava contra a energia nuclear, a guerra e os neonazistas. Os black blocs alemães defendiam as ocupações de prédios contra as expulsões da polícia e se confrontavam com os neonazistas nas ruas. A estratégia black bloc se propagou no Ocidente através da música anarcopunk e de grupos antirracismo. A ampla cobertura midiática das manifestações antiglobalização de Seattle, nos Estados Unidos, em 1999, também contribuiu para a difusão da tática, assim como a internet o faz hoje. A questão, aqui, é que o black bloc é facilmente reproduzível.
O que justifica o surgimento dos black blocs em países da Europa e nos Estados Unidos, onde as necessidades básicas da maioria dos cidadãos, ao contrário do que ocorre no Brasil, já estão atendidas?
No Ocidente, os black blocs se mobilizam há pelo menos 15 anos durante grandes encontros do G8, G20, FMI etc. E dentro do chamado movimento altermundialista (famoso pelo slogan “outro mundo é possível”, cunhado pelo Fórum Social Mundial). Muitos black blocs consideram que a ideologia neoliberal e o capitalismo são responsáveis pelas desigualdades, injustiças e a destruição do planeta. Além disso, essas grandes cúpulas internacionais demonstram que apenas uma ínfima parcela da elite controla os negócios globais e que, consequentemente, existe um sério déficit democrático no mundo. Por fim, a repressão aos movimentos sociais no Ocidente cresceu nos últimos 15 anos. Em países como a Grécia, a situação econômica é catastrófica. Por essas e outras razões, as pessoas estão revoltadas e consideram que já não basta se manifestar pacificamente: é preciso perturbar e reagir quando a polícia ataca o povo.
Que ideologia norteia a atuação dos black blocs?
Não existe “um” black bloc, mas sim “os” black blocs, que são distintos em cada manifestação. De maneira geral, quem mais participa desses grupos são anarquistas, anticapitalistas, feministas radicais e ecologistas. Segundo minhas pesquisas, os black blocs são geralmente compostos por indivíduos com uma forte consciência política.
Os black blocs são de esquerda ou de direita? É possível defini-los nestes termos?
Principalmente de esquerda e sobretudo de extrema-esquerda. Mas, como o black bloc é reconhecido principalmente pela aparência, pela roupa preta, fica fácil imitá-lo. Já há alguns anos, na Alemanha, país onde surgiu a tática, neonazistas organizam black blocs dentro de suas próprias manifestações. É uma apropriação, uma deturpação.
É possível fazer algum paralelo entre os black blocs e o ludismo do século 19?
De certa maneira, podemos sim fazer um paralelo. Muitos pensam que os ludistas, que destruíam as maquinas têxteis na Inglaterra no século 19, eram apenas românticos contrários ao progresso. Mas, no fundo, eles defendiam um modo de vida comunitário contra o desenvolvimento tecnológico e econômico que mais tarde viria a perturbar profundamente suas vidas. Tudo em nome do lucro de alguns poucos privilegiados. Certamente, essa ideia existe dentro dos black blocs. Há muitos ecologistas radicais que aderem à tática, e suas ações diretas são motivadas pela convicção de que o capitalismo, o desenvolvimento desmesurado e o consumismo vão destruir a vida no planeta.
Por que os black blocs adotaram o vandalismo como estratégia?
Muitos movimentos sociais contam com grupos mais combativos. Isso se aplica, por exemplo, para os movimentos indígenas e alguns grupos sindicais. É importante lembrar que os black blocs não são os únicos que procuram destruir bancos. Durante a crise de 2001, na Argentina, lembro de ter visto mulheres da classe média, de aproximadamente 50 anos, atacarem vitrines de bancos com martelos, porque elas acabavam de perder todas suas economias. Era uma maneira significativa de expressar sua revolta. Ao longo dos séculos, muitas vezes, pessoas arruinadas por dívidas pesadas queimaram bancos e tribunais – onde se mantinha o registro das dívidas. Foi o que aconteceu nos Estados Unidos depois da independência. Como outras pessoas, os black blocs pensam que é preciso mais que manifestações calmas e pacíficas para realmente perturbar a ordem das coisas e expressar uma revolta legítima contra instituições que destroem suas vidas. Os bancos são uma delas.
Em que sentido atentar contra símbolos do capitalismo (bancos, lojas de automóveis etc.) pode ajudar a superar a ordem capitalista?
Algumas pessoas se manifestam com um cartaz “Foda-se Capitalismo!”. Isso não detém o capitalismo, mas é uma mensagem, uma crítica pública. A ação do black bloc é a mesma coisa, só que mais radical, mais combativa. O alvo é a mensagem. Os críticos dos black blocs frequentemente relatam danos e quebradeiras contra pequenos comércios e usam esse fato para qualificar a tática como violência gratuita e apolítica. Ora, segundo minhas pesquisas, 99% dos alvos têm um significado claramente político: bancos, grandes empresas, grupos privados de mídia, edifícios do governo e da polícia. Mesmo quando um pequeno comercio é alvo, é preciso ser paciente e buscar alguma explicação. Frequentemente, nas semanas seguintes, ficamos sabendo que, por exemplo, era uma represália contra comerciantes que colaboraram com a polícia durante uma manifestação, ou pequenos empresários que costumam a maltratar seus funcionários.
No Brasil, os black blocs apareceram com mais força durante as manifestações de junho. Tanto à esquerda quanto à direita, poucas são as vozes que contestam publicamente essa desumanização dos black blocs. Esse processo de condenação social também foi visto em outros países onde os black blocs atuam há mais tempo? Pode citar alguns exemplos?
No Ocidente, a repressão da polícia contra movimentos sociais progressistas vem crescendo nos últimos 15 anos. Durante a greve estudantil de 2012, no Canadá, mais de 3.500 pessoas foram presas apenas na cidade de Québec. (Québec tem apenas 7 milhões de habitantes e a greve durou 10 meses) A maioria das prisões ocorreu durante manifestações pacíficas. Ao todo, ao longo de toda a greve, apenas algumas vitrines foram quebradas. Nada que justifique tamanha repressão.
Na cidade de Montreal e na cidade de Québec, a legislação municipal também foi modificada para proibir máscaras e obrigar os manifestantes a fornecer antecipadamente o trajeto do protesto. Um militante fantasiado de panda foi preso e teve a cabeça de sua fantasia arrancada. Em um dos meus livros, À qui la rue? Répression policière et mouvements sociaux (A quem pertence a rua? Repressão policial e movimentos sociais, em tradução livre), contabilizei mais de 10 mil detenções contra o movimento altermundialista desde as manifestações de Seattle, nos Estados Unidos, em 1999. As leis antiterroristas editadas após 11 de setembro de 2001 são usadas para criminalizar todo tipo de dissidência. Os conflitos políticos se polarizam e o Estado age de maneira burra, através da repressão policial e da detenção dos dissidentes.
Como a esquerda (movimentos sociais, partidos políticos e intelectuais) costuma reagir à aparição dos black blocs?
Os black blocs parecem não ter muitos amigos. Muitas vezes, os porta-vozes das organizações progressistas, como sindicatos, denunciam os black blocs, dizendo que eles se “infiltram” em “suas” manifestações e que eles só querem “quebrar tudo”. Pessoas de esquerda justificam dessa maneira a repressão e a criminalização da dissidência. Denunciando a “violência”, eles esperem ganhar uma imagem respeitável. Vimos isso em todas as manifestações do movimento altermundialista, desde Seattle, em 1999, até o encontro do G20 em Toronto, no Canadá, em 2010. O problema é que essas forças progressistas praticamente não acumulam ganhos nos últimos 15 anos. Pior, é a direita quem está na ofensiva em todas as partes, e a esquerda recua – pelo menos na Europa e nos Estados Unidos.
A esquerda mais institucional e “respeitável” frequentemente precisa da turbulência e da combatividade da extrema-esquerda para suas manobras no campo político. Na Itália, um grupo contra a construção de um trem de alta velocidade (Movimento No TAV) aplaudiu em Turim um porta-voz que declarou “somos todos black blocs”. No Brasil, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) declarou recentemente apoio e solidariedade aos black blocs. Vemos regularmente testemunhos de manifestantes que não participam dos black blocs, mas que concordam com a tática e inclusive já foram protegidos por eles dos ataques da polícia. Vimos isso em Seattle e no Québec durante a greve de 2012, assim como em outros lugares. Muitos sabem também que os black blocs ilustram um elemento importante dos movimentos de contestação. Para alguns, os black blocs são uma “imagem do futuro”.”
Tradução: Delphine Lacroix
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2013/10/black-blocs-sao-politizados-e-expressam-revolta-contra-injusticas-sociais-1922.html
Felicito o Azenha por dar um tempo naquela avalanche de textinhos governistas entediantes, repetindo algum discurso com teorias da conspiração para justificar a suspensão dos direitos fundamentais em nome de uma abstrata ideia de “lei e ordem”.
Estamos diante de conflitos POLÍTICOS, e temos, todos, a obrigação ética de repudiar o discurso criminalizante, que acha que a teoria política se reduz à legislação penal aplicada apenas aos ativistas, nunca à polícia e empresariado.
Se queremos discutir POLÍTICA, é preciso ampliá-la e limitar o discurso criminalizante, que é uma “redução à punição”, encarando “a questão social como caso de polícia”, como já disse um célebre oligarca, ultimo presidente da República do Café com Leite.
Há indignação com a corrupção e violência de agentes estatais, mas também com um modelo econômico incapaz de oferecer algo mais que uma sobrevivência precarizada e consumismo compensatório. Os jovens querem ser cidadãos, não querem morrer na fila do SUS, não querem apanhar da polícia, enquanto banqueiros e seus representantes políticos vivem no luxo absoluto e poder ilimitado. Pregar uma resposta penal e policial é legitimar a desigualdade, a violência policial e a precarização.
Leo V
Muito bom!
Adilson
Sobre os Black Blocs, o sociólogo diz:
“São jovens que não passaram por movimentos sociais organizados que pegaram carona nas manifestações para expressar o mal estar e o ressentimento contra o aparato policial que sufoca as periferias”.
Só uma pergunta para o sociólogo: Onde estavam então os Black Blocs quando a Maré foi sufocada em Bonsucesso, quando a menina Juliane foi alvejada em Manguinhos? Eu não vi essa disposição toda, essa revolta acumulada, ao lado da periferia que chorou a morte do menino Douglas.
Agora, na Ataulpho de Paiva no Leblon, debaixo do escudo dos professores e dos Iphones dos mascarados no centro do Rio, e sob as luzes da Paulista, só dá eles!
viviane
Que papo é esse? Vc não entendeu? Os meninos que usam táticas black bloc não são salvadores da pátria! Eles são “precariados” por ela. E vc? Foi lá?
Adilson
Ah, agora eu entendi, poxa, por que vc não explicou antes? Eles são sufocados, ressentidos e tem uma imensa revolta dentro deles contra o aparato policial que sufoca as periferias, mas quando a periferia se manifesta contra esse mesmo aparato policial que a sufoca diariamente, eles não estão lá, pois estão ocupados, servindo de “escudo” para as manifestações burguesas.
J Souza
Para quem não entendeu os jovens e esqueceu, alguns trechos da música da música “Comida”, do Titãs…
“A gente não quer só comida / A gente quer comida / Diversão e arte
A gente não quer só comida / A gente quer saída / Para qualquer parte…
A gente não quer só comida / A gente quer bebida / Diversão, balé
A gente não quer só comida / A gente quer a vida / Como a vida quer…”
“A gente não quer só comer / A gente quer comer / E quer fazer amor
A gente não quer só comer / A gente quer prazer / Prá aliviar a dor…
A gente não quer / Só dinheiro / A gente quer dinheiro / E felicidade
A gente não quer / Só dinheiro / A gente quer inteiro / E não pela metade…”
Esses jovens que estão nas ruas, quiseram seus pais, mas não tiveram!
Porque seus pais estavam acordando às 5 da manhã e voltando para casa às 11 horas da noite!
“Criança vê, criança faz!”.
O que esses jovens puderam ver de seus pais quando crianças?
Como educar crianças se você passa o dia e boa parte da noite fora de casa, juntando uns trocados para sobreviver?
Parabéns pelo artigo!
Roberto
Parabéns J.Souza pela frase bastante elucidativa:
“Esses jovens que estão nas ruas, quiseram seus pais, mas não tiveram!
Porque seus pais estavam acordando às 5 da manhã e voltando para casa às 11 horas da noite!”
É assustadora a insensibilidade de nossos políticos e governantes e, especialmente, das pessoas mais abastadas desse país a essa grave questão. Em sua frase é possível projetar que futuro para essas crianças? O passe livre é pouco (embora válido) perto do que precisamos em termos de saúde, educação e habitação.
Para os que não se sentem responsáveis por esse estado de coisas, conversem longamente com quem é mãe ou pai, que ganha até um salário mínimo, mora na periferia onde o acesso ao trabalho é mais precário e sintam, sim sintam o que essas pessoas passam em seu dia a dia. Como essas pessoas organizam suas vidas, como se sentem quando deixam uma criança aos cuidados de um lugar com pouca estrutura e atenção. Como voltam do trabalho (acordaram 4hs da manhã e chegaram as 19hs) e o filho reclama do sono que está sentindo porque não pode dormir mais durante a manhã porque a mãe precisa ir trabalhar e deixá-lo em algum lugar, antes de ir estudar a tarde. Qual é o contato que imaginam que pode existir entre essa criança e essa mãe? A criança até sente o amor da mãe, mas é ainda pouco do que ela precisa para sentir-se vista e cuidada, para lhe dar estrutura e educação adequada.
Desabafo porque tive esta conversa com alguém recentemente e senti o quanto a pessoa é impotente diante de uma vida de trabalho para “pagar as contas”.
Aí penso, quem escolhemos para governar, para debater, elaborar projetos de lei, etc. Alguém lembra-se em qual deputado federal, estadual ou vereador que votou nas últimas eleições? Alguém tem dúvida que esses são tão importantes quanto escolher um presidente, governador ou prefeito?Qual era o histórico desse candidato, quais eram seus projetos? O voto é só um parco exemplo do exercício da cidadania que é ou deveria ser algo muito mais amplo ou participativo. Estamos muito aquém do que significa exercer a cidadania, infelizmente. Por isso os movimentos que ora surgem, surgem com algum caráter de esperança, mas ainda muito distante de manifestações que a população precisa se comprometer. Manifestar é exercer a cidadania todos os dias, toda a hora, por-se no lugar do outro, especialmente daquele desconhecido, dos desconhecidos que moram mais longe e que nesse lugar não tem horizonte e, por isso, precisam ir muito longe (onde a moradia não é acessível por ser muito cara) para buscar emprego para sobreviverem (como bem diz a palavra sobreviver, sobrevida).
Nos falta o exercício de alteridade, conhecer o outro estranho a nós.
Leo V
Não tenho acesso aos dados que Ruy Braga se baseia para afirmar que houve esse aumento de acidentes de trabalho, pois não possuo o livro onde ele provavelmente publicou esse dados, e sem tirar o mérito dele sobre a discussão que ele levanta sobre as condições de vida e trabalho dessa população:
Pelos dados que conheço, esse aumento de cerca de 400 mil para mais de 700 mil acidentes de trabalho no Brasil se deve em grande parte a muitos adoecimentos estarem sendo reconhecidos pela previdência como doenças de trabalho (que para efeitos de benefício é equivalente a acidente de trabalho propriamente dito). E isso se deve a entrada em vigor do Nexo Técnico Epidemiológico a partir de 2007. O que teria havido portanto é um maior reconhecimento por parte da previdência e não uma mudança da realidade do trabalho. Resta verificar se o Ruy Braga levou em conta a entrada em vigor do NTEP. Eu suspeitaria que não, pelos números que ele fala. O que não quer dizer que as condições de trabalho no Brasil torne o trabalho uma máquina de moer gente.
Caio
Ainda continuo com a impressão de que os intelectuais da academia querem ver uma coisa que não aconteceu de fato. Querem que movimentos históricos que tanto defendem tenham ocorrido no país. A investigação científica do “caso” em questão precisa ser avaliado de forma mais profunda e despida de “carências”.
FrancoAtirador
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Bah, cara!
Creio que, na hora das passeatas,
o ‘precariado’ estava sendo escravizado,
no emprego, pelos Senhores do Capital.
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Lafaiete de Souza Spínola
Hoje, pela manhã, numa reportagem sobre as UPPs, comentavam sobre a classe média nas favelas.
Ora, segundo o entendimento atual, a nova classe média não está surgindo de quem sai de uma escola básica capaz de obter bons resultados num teste PISA, de jovens preparados para ingressar numa universidade federal, de pessoas que, após os 12 anos básicos, fizeram ou estão fazendo, em larga escala, os mais variados cursos técnicos.
O critério é ter uma televisão com tecnologia coreana ou japonesa e uma antena, precária, no teto dos barracos, mesmo faltando o esgoto ao lado.
Essa juventude necessita e quer mais, muito mais:
Investimento de, pelo menos, 15% do PIB na educação básica, com escolas de grande porte; em tempo integral; com as 03 refeições, de qualidade; com esportes; com cultura; com transporte escolar etc. Como está, atualmente, esses estudantes terminam o secundário e, grande parte, não sabe o significado do cálculo 15%. Não duvide!
Recursos para chegarmos lá: Criar uma CPMF exclusiva para o ensino básico, efetuar uma criteriosa auditoria da dívida pública, anexar o bolsa família ao orçamento da educação, 5% do salário/entrada para cada filho matriculado etc.
Mobilização, urgente, da sociedade: Usar cerca de 40% das reservas para a construção desses grandes centros escolares e preparação de professores.
Tudo isso tem que ser federalizado, pois, não deve haver as diferenças gritantes existentes na educação, entre as regiões do país.
Leia meu tópico: UM PROJETO PARA A EDUCAÇÃO NO BRASIL.
Valcir Barsanulfo de Aguiar
Os movimentos pacíficos de protestos, deveriam se posicionar contra os vândalos destruidores chamados Black Bloc, mascarados não merecem nenhuma credibilidade, são bandidos pagos e a serviço dos neo liberais fascistas, que pretendem tumultuar e causar desordens.
Jota
Como é fácil criar ideais do que representa o MPL. Mas, nada é mais digno de definir quem são estes “ativistas”, do que o discurso do Jovem ao sair de uma reunião com a presidenta da república. No alto de sua arrogância (diga-se típica de classe média), saiu profetando “ela é uma despreparada”, e mais um monte de lixo.
São jovens se divertindo.
Poderia chamar “Política do Entendiado”, jovens estilo laranja mecânica, buscando diversão.
Sim, se aglutinaram-se outros jovens do precariado, mas a liderança, é composta basicamente de classe média entendiada.
Leo V
Você acha então que a Dilma estava preparada para discutir transporte e tarifa zero?
Pessoas louvam seus senhores, quando alguém os trata pelo aquilo que dizem e são.. ah, mas que heresia!
Claudio Freire
Caro Azenha, desculpe o fora de tópico, mas colo aqui uma matéria escrita pelo Paulo Nogueira, que ressalta a coragem do prefeito Haddad no caso do IPTU de São Paulo.
Haddad está apanhando muito da velha mídia que vocaliza os interesses dos de sempre, mas a redução e até a isenção de IPTU para as áreas periféricas e mais pobres estão sendo compensadas pelo aumento nas áreas mais favorecidas. Justiça social que deve ser defendida.
Acho justo ressaltar a distribuição de renda que ele está patrocinando com coragem e determinação. Segue a matéria do Paulo Nogueira.
” Num país em que rico não paga imposto, é com satisfação que vejo a questão do novo IPTU em São Paulo.
Há uma lógica perfeita nos aumentos: ele é menor nas regiões mais pobres e maior nas regiões mais afluentes.
Em algumas áreas, na verdade, o que houve foi uma redução. No Parque do Carmo, por exemplo, o IPTU ficou 12% menor.
Isso se chama redistribuição de renda, e é algo de que São Paulo precisa com urgência e em doses torrenciais.
Louve-se a coragem do prefeito Haddad, uma vez que a periferia não tem voz na mídia, e a turma das áreas mais nobres já está batendo nele com seu habitual egoísmo e completa falta de solidariedade.
Há um simbolismo na tabela de aumentos que merece aplausos.
Não é o primeiro episódio de escolha acertada de Haddad. Na questão da mobilidade urbana, ele já optou pelos ônibus e não, como sempre aconteceu em São Paulo, pelos carros.
Um ex-prefeito de Bogotá disse que um ônibus que passa em boa velocidade enquanto um carro está no engarrafamento significa democracia.
Haddad parece seguir a mesma lógica ao aumentar as faixas exclusivas de ônibus. Em breve, de tanto ver passar ônibus enquanto seu carro não anda, muitos paulistanos mudarão de ideia sobre a melhor forma de se locomover em São Paulo.
Há ainda uma longa caminhada até sabermos se Haddad será ou não um bom prefeito. (Sabemos, com certeza, que prefeitos como Serra e Kassab foram uma tragédia paulistana, com sua miopia, falta de conhecimento e foco em quem já é mimado demais.)
Mas Haddad parece saber para onde quer ir, como ficou claro no caso do IPTU e da mobilidade urbana.
Na grande frase romana, vento nenhum ajuda quem não sabe para onde ir. Haddad parece saber.
E esta é uma excelente notícia para os paulistanos. “
Abs.
Ana
Belo artigo, realmente merecedor de espaço, ainda que em outro contexto. Exemplo a ser seguido em todos os municípios.
É a lógica do imposto sobre as grandes fortunas, que já tem seu espaço na CF/88, mas que ainda não contou com a boa vontade/coragem necessária dos governantes e legisladores para que seja criado…
Romanelli
Aproveitando o espaço, então coloco aqui as minha considerações obre o tema:
Aqui penso que estamos diante de uma falácia (Designa-se por falácia um raciocínio errado com aparência de verdadeiro)
O que Malddad fez não foi redistribuir tributos coisa nenhuma ..prioritariamente ele esta AUMENTANDO a CARGA TRIBUTÁRIA, o custo BRASIL, o custo São Paulo ..carga esta que terá reflexos no comércio, aluguel das famílias, em diversos serviços e nas mensalidades escolares, por exemplo.
A prefeitura já vem negociando uma revisão pretérita de sua divida com o Governo Federal, desta vez com índices mais favoráveis com consequente diminuição das despesas financeiras ..conta também com novos prazos e novos recursos ..mas isso parece que não satisfaz a FÚRIA arrecadatória que esta em curso
Como disse, valorização ESPECULATIVA não significa aumento de renda, MUITO MENOS aumento de custos/despesas da PMSP ..e pensar que há economistas como eu que como eu condenam até o uso da indexação pela inflação passada.
Ainda, no que tange às tarifas (que esta sendo LEVIANAMENTE usado como desculpa), de concreto é que não vimos a transparência prometida, 70% da frota continua sendo dum só camarada, redução como a eliminação dos cobradores sequer foi aventada (e MO corresponde a 50% dos custos), assim como não foi quantificado o repasse da benefícios fiscais dados pelo Governo Federal.
..fora a corrupção e DESVIOS que correm solto
E sobre os corredores já disse aqui, eles são e SERÃO INSUFICIENTES, jamais poderiam ser a essência ..isso não é política pública que se apresente.
-Eu quero ver é um a rede de MONOTRILHOS rodando pelo canteiro central das principais avenidas (as artérias), e com direito a manutenção da área verde.
-quero ver incentivo fiscal dado a ESTACIONAMENTO que se localizasse em pontos nevrálgicos e estratégicos, em pontos que INTEGRARIAM o transporte individual (que vem pelos vasos, pelos bairros) com o transporte de massa (Metro, CBTM, Monotrilho, Furafila etc)
-quero ver a PROIBIÇÃO de estacionamento em vias que só dispõe de duas mãos em cada sentido e que passam ônibus ..pois estas, do jeito que estão, nem corredor puxadinho comportam
-quero ver um reestudo pra se diminuir os semáforos, os cruzamentos e para o alargamento de INÚMERAS avenidas espalhadas por SP que foram tomadas por comércio ILEGAL (ex: via Anchieta, Pd Arlindo Vieira, Cursino, Miguel Stefano, Itaquera)
-quero ver uma política Nacional, que envolva TODOS os governos, pra estimular o uso e desenvolvimento de carro NACIONAL compacto
-queria ver até o aumento de placas e/ou dias para carros em rodízio, ao menos aqui não seria uma política tão invasiva e/ou restritiva como a que vem sendo praticada (diminuição de velocidade, permissão de edificações que não tenham vagas na garagem etc)
enfim, pra esta administração, acho que estou querendo muito
Jeanette
Eu também ia sugerir essa matéria, do DCM.
Luiz Carlos Azenha
Temos um post específico sobre isso, com o mapa dos aumentos/decréscimos do IPTU em SP. abs
Romanelli
desculpe, acho que a coisa é MUITO mais profunda, complexa e abrangente.
..fico mais com a tese de que os protestos de hoje são uma somatória havida, dum lado, pela SENSAÇÃO de que os partidos políticos e Instituições públicas já não nos defendem nem nos representam, e doutro, com a sensação de abandono, de se ser enganado e de vivermos mergulhados no CAOS e na IMPUNIDADE.
Tudo dentro da mentalidade de que se vc quer, baixinho, então você pode
http://www.youtube.com/watch?v=A_2Gtz-zAzM
Gil
Para enfrentar a precarização do trabalho no Brasil: SINDICALIZAÇÃO NELES!!!
Só a LUTA ORGANIZADA pode enfrentar este problema
O Projeto de Lei número 4.330, do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO, precariza ainda mais as relações trabalhistas, sob a justificativa de regulamentar a contratação de terceirizados.
ESTA FALTANDO MUITA SOLIDARIEDADE ENTRE AS CATEGORIAS DE TRABALHADORES
Não há solidariedade e companheirismo, entre os trabalhadores formais e informais, públicos e privados, rural e urbano, norte e sul, muito pelo contrário, pois são estimulados a se desagregar
Não há mesmo consciência de classe, caímos na armadilha de uma falsa cidadania, onde todos são “iguais”
Bilhões sendo gastos com produtos importados e gastos no exterior, que poderiam estar gerando postos de trabalho de melhor qualidade no nosso país, e ainda há quem defenda a construção de plataformas e navios petroleiros no exterior
Todo o apoio ao Mais Médicos, mas o governo deve aumentar o número de vagas para Medicina, quadruplicar pelo menos, nas Universidades Federais, e assim como para Odontologia, Engenharia, e outros, mas as novas vagas seriam destinadas exclusivamente para COTAS SOCIAIS E RACIAIS, porque só em Cuba o pobre pode estudar Medicina?
Uma iniciativa importante é o Pronatec – Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego.
Melhorar o Seguro Desemprego com mais parcelas e de maior valor, e com menos exigências em relação ao tempo de emprego
HOJE TEMOS:
A assistência financeira é concedida em no máximo cinco parcelas, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de dezesseis meses, conforme a seguinte relação:
· três parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício de no mínimo seis meses e no máximo onze meses, nos últimos trinta e seis meses;
· quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício de no mínimo doze meses e no máximo 23 meses, nos últimos 36 meses;
· cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício de no mínimo 24 meses, nos últimos 36 meses.
Período aquisitivo é o limite de tempo que estabelece a carência para recebimento do benefício. Assim, a partir da data da última dispensa que habilitar o trabalhador a receber o Seguro-Desemprego, deve-se contar os dezesseis meses que compõem o período aquisitivo
http://portal.mte.gov.br/seg_desemp/seguro-desemprego-formal-2.htm
Portanto o Seguro Desemprego no Brasil deixa muito a desejar com o máximo de cinco parcelas, deveria ser o triplo, ou até mais. E é preciso comprovar vínculo empregatício de no mínimo seis meses para receber três parcelas, e com isso as pessoas ficam na mão do patronato
E quanto ao aviso prévio, deveria ser de 90 dias, não importando o tempo de serviço, entrou já teria o direito aos 90 dias de aviso, portanto também é preciso acabar com o contrato de experiência
E a multa deveria ser de 100% do FGTS e sem período mínimo de contratação
Mardones
Muito importante esse debate. As interpretações do Ruy também. Precariado, subproletário, nova classe média e etc. São estes os novos personagens que estão movimentando o Brasil. Eles ganharam trabalho. Muito inclusive com carteira assinada. E descobriram que são agentes da nova expansão capitalista. A remuneração é baixa – geralmente entre 1 e 3 salários mínimos – a jornada é alta e as condições são precárias. Para completar, o que ganham não cobre os gastos num país cujos preços são altos até para padrões nórdicos, fruto de um Custo Brasil e de um retorno do capital (Lucro Brasil) inimagináveis em terras mais democráticas do globo. Não há muitas alternativas: ou trabalham nas condições dadas ou vão às ruas reclamarem melhores condições de trabalho, remuneração, serviços públicos, polícia cidadã e qualidade na representação política. A nova classe média foi convidada para participar de um mercado de consumo que vende mercadorias a preço de ouro. Longe dos orçamentos desse novo trabalhador precarizado.
Malvina Cruela
‘Questão social é caso de polícia. Assim o ex-presidente brasileiro Washington Luís resumiu a postura que adotava contra os incipientes movimentos sociais que incomodavam seu governo, de 1926 a 1930.”
Ainda bem que isso ficou no passado não é? Agora tudo mudou…
Julio Silveira
As vozes que teimam propor uma leitura mais coerente ante a “surpresa”, primeiro das mídias, principalmente a corporativa, e depois dos dirigentes públicos, seguidores, para as consequências da falta quase generalizada dos meios para uma cidadania civilizada nas periferias das cidades, não serão ouvidas.
A arrogância interpretativa não vai ser novidade, ela faz parte da cultura dos grupos dirigentes desse país, que doutos espiritas, aviam receitas sem conhecer com profundidade os pacientes, e depois ignorantes surpreendem-se com o aprofundamento das doenças sociais que acreditavam estariam prevenindo.
Evitam um mergulho radical no atendimento aos interesses dessas comunidades que poderia levar ao um melhoramento nessa relação, por serem de outro mundo. Torna-los cidadãos de fato não de retórica, somente assim poderemos inverter essa tendência de se criarem homens bombas dentro de nossa sociedade. Mas diferentes dos radicais islâmicos, os nossos sendo criados pela cultura da insensibilidade que acaba se tornando reciproca, virando uma bola de neve, se agravando, se tornando pior e virando violenta mesmo. Quando as pessoas se veem acostumadas a não terem nada, passam a acreditar por isso que não têm nada a perder.
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