Rubens Valente: “Sem Gilmar Mendes, Dantas não reverteria o jogo”
Tempo de leitura: 10 min“Sem Gilmar Mendes, Daniel Dantas não conseguiria reverter o jogo”
por Sergio Lirio, em CartaCapital
Com 24 anos de carreira, Rubens Valente é um dos repórteres mais premiados do Brasil. Rigoroso na apuração dos fatos, fiel na interpretação dos acontecimentos, construiu uma carreira respeitada no jornalismo. Durante mais de dois anos, Valente se dedicou à investigação que resultou no livro Operação Banqueiro (462 páginas, R$ 44,90, Geração Editorial), um mergulho nos documentos e bastidores da Satiagraha. O subtítulo da obra resume o conteúdo escrito com habilidade e independência: “Uma trama brasileira sobre poder, chantagem, crime e corrupção. A incrível história de como o banqueiro Daniel Dantas escapou da prisão com apoio do Supremo Tribunal Federal e virou o jogo, passando de acusado a acusador”.
A análise do livro pode ser lida na edição impressa de CartaCapital que chega às bancas nesta sexta-feira 10. Na entrevista a seguir, Valente fala do papel do então presidente do STF, Gilmar Mendes, na campanha contra a operação policial e a favor de Dantas e desmonta algumas versões mentirosas alimentadas com o único intuito de anular a condenação do banqueiro a 10 anos de prisão por suborno.Operação Banqueiro é uma ode à verdade factual e presta um grande serviço à democracia e ao jornalismo.
CartaCapital: Na sua longa carreira de repórter, você se lembra de uma operação tão peculiar quanto a Satiagraha?
Rubens Valente: O aspecto mais grave foi a interdição da investigação, a impossibilidade de as autoridades levarem a apuração inteira até o final. Em termos gerais, a regra do jogo do processo penal no Brasil é simples: o delegado aponta evidências, o procurador acusa ou não, o juiz julga. Ao longo do processo, o réu se defende. Em caso de inocência, após o processo o réu pode buscar a punição dos responsáveis por um eventual erro judicial.
Mas no caso da Satiagraha, o delegado foi proibido de investigar e o juiz foi impedido de julgar. O sistema foi brutalmente bloqueado, de modo a não funcionar, a não concluir sequer a apuração inicial. Ao longo de 24 anos como repórter, li e acompanhei algumas dezenas de inquéritos policiais. Mas nunca vi uma inversão de fatores tão dramática e na dimensão deste caso.
Eu só posso qualificar o rumo dos acontecimentos como espantoso. Que dizer de um cidadão que não chega a ser julgado, mas em poucos meses passa a acusador em um processo contra o próprio delegado e o próprio juiz que o prenderam? É o sonho de todo investigado. As instituições estão em risco quando um acusado consegue impedir que a atribuição de um fato criminoso seja devidamente apurada até o fim pelos órgãos públicos. O bloqueio da Satiagraha foi um dos principais motivos do meu empenho neste livro, inclusive financeiro, pois todos os gastos, incluindo as viagens a três capitais e cópias de documentos, foram bancados com as minhas próprias economias.
CC: Daniel Dantas não só conseguiu anular na Justiça a operação como leis e regras judiciais foram mudadas depois da ação policial, entre elas o uso de algema (a Lei Dantas), que passou a ser disciplinado. De onde provém tanto poder?
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RV: Até 2010, o Opportunity sequer constava nas listas de doadores das principais campanhas eleitorais registradas na Justiça eleitoral. Estranho que uma empresa com tantas relações no meio político não tenha colaborado para eleições até aquele ano. Mas certa vez um advogado de Dantas o descreveu como um indivíduo com boas relações com o Congresso, com os poderosos, uma pessoa “que se vira”.
De fato, as relações de Dantas com políticos parecem ser um traço fundamental na sua trajetória. Mas isso não explica tudo. No livro procurei descrever as relações de amizade e acadêmicas de advogados de Dantas e do banco Opportunity com o ministro do Supremo Gilmar Mendes. Que durante a presidência do STF disse abertamente se opor ao que chamava de abusos do Ministério Público e da Polícia Federal. As coisas se juntaram. Sem Mendes na presidência do Supremo, nem todo o prestígio de Dantas teria sido capaz de reverter o jogo de forma tão espetacular. A alteração de regramentos se deveu ao empenho pessoal de Mendes, que chegou a convocar um “pacto social” e chamar o presidente da República “às falas”.Ele se tornou um ator fundamental no processo de desqualificação da Satiagraha.
Partiu do Supremo o vazamento de um relatório, depois desmontado pelos fatos, que sugeria a existência de grampo sobre autoridades do tribunal. E partiu de Mendes a decisão de acolher a tese de que o juiz Fausto De Sanctis havia se “insurgido” contra o Supremo pelo simples fato de ter ordenado uma segunda ordem de prisão contra Dantas. Como se um juiz não pudesse julgar de acordo com sua consciência. A ideia de uma suposta “rebeldia” comoveu outros ministros do STF, que chegaram a falar em “união” em defesa do tribunal. Como se o Supremo fosse um clube no qual os filiados devem “defender” uns aos outros, e não meramente analisar fatos e provas.
CC: A introdução de “Operação Banqueiro” cita excessos e equívocos do delegado Protógenes Queiroz. Essas falhas eram suficientes para anular o processo?
RV: A defesa do banqueiro se aproveitou dessas falhas. Mas o delegado muito mais acertou do que errou. Ele acertou ao elaborar e colocar em prática um plano que levou à documentação da oferta de suborno e à apreensão do dinheiro que seria usado como propina para ele e outro delegado do caso. Foi uma situação arriscada, que ele soube concluir com sucesso. Acertou ao conseguir uma ampla interceptação de telefones e de comunicações por internet com ordem judicial que trouxe evidências importantes para a investigação. Acertou ao não se dobrar às dificuldades do inquérito, que tratava de temas variados e de certa complexidade técnica.
Esses méritos, porém, foram ofuscados pela intensa campanha de desmoralização que ele e a Satiagraha sofreram em diversos níveis e por diferentes meios. Seus erros, por mais banais, acabaram amplificados à exaustão. Por quê? Porque ele era a peça mais fraca do inquérito, havia sido abandonado à própria sorte pela sua instituição, a Polícia Federal. Qualquer jornalista com alguma experiência em processos judiciais sabe que todo e qualquer inquérito policial, todo e qualquer, repito, contém certa dose de erros, imprecisões ou conclusões sem rigorosa base nos fatos. Mas o trabalho de um delegado é apenas uma parte do processo. O sistema judicial possui freios e contrapesos que permitem que as opiniões do delegado sejam verificadas por outras instâncias, a saber: o Ministério Público, o juiz e os advogados dos réus.
O beabá de um advogado criminalista é descobrir esses erros e, por meio deles, tentar obter alguma vitória judicial, na estratégia de convencer o Judiciário sobre as “ilegalidades” da polícia. O jornalista isento que ler com paciência o inquérito da Satiagraha vai concluir que os erros cometidos pelo delegado ao longo da operação, talvez o principal deles tenha sido pedir a colaboração de agentes da Abin sem um respaldo superior da direção da Polícia Federal, jamais teriam a capacidade de levar à anulação da operação. Em situações normais de temperatura e pressão, seus erros poderiam ser censurados e corrigidos, mas não teriam qualquer repercussão em termos de legalidade.
CC: Ao longo da apuração, você encontrou alguma prova ou indício de que o então presidente do STF, Gilmar Mendes, ou algum integrante do tribunal foi grampeado pela Policia Federal ou pela Abin?
RV: Sob vários pontos de vista (jornalístico, técnico, jurídico e mesmo ético), não é mais possível aceitar que essa suspeita continue a ser veiculada como fato, pois todas as imensas e complicadas investigações desencadeadas por diferentes órgãos públicos jamais localizaram qualquer prova material de grampo telefônico ou ambiental sobre qualquer ministro do STF. Eu cuidei de verificar esse ponto quase à exaustão. Ouvi com atenção e a necessária dose de desconfiança integrantes da Operação Satiagraha, li as conclusões das investigações policiais, vi os laudos do material apreendido.
Não há uma linha sequer sobre constatação de grampo contra autoridades do Supremo. Esses são os elementos concretos que integram o processo. Fora disso, só mesmo a paranóia, alimentada por um estranho silêncio das autoridades encarregadas de verificar a existências desses supostos grampos. A Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República sabem muito bem que não existe prova alguma dos grampos, mas até hoje, mais de cinco anos depois, jamais vieram a público fazer o desmentido cabal. Nunca prestaram contas das investigações. Esse ato de transparência deveria ter ocorrido há muito tempo, pois instituições e figuras públicas foram colocadas em xeque.
CC: E quanto as supostas ilegalidades cometidas pela Abin?
RV: Li e reli várias vezes os diversos depoimentos e documentos que integram a Satiagraha e o inquérito aberto para apurar a participação da Abin. A única conclusão possível é que a Abin não usurpou o papel de investigação consagrado pela Constituição às polícias. A Abin não interceptou nenhum telefonema, não tomou nenhum depoimento e não requisitou ao juiz do caso nenhuma medida de qualquer natureza.
Em suma, os agentes da Abin em momento algum conduziram o inquérito. Por todo o tempo a investigação continuou presidida pela autoridade policial, com a devida fiscalização do Ministério Público e sob os olhares do Judiciário. O papel dos agentes da Abin se restringiu a acompanhar e fotografar alvos nas ruas, ler emails interceptados por ordem judicial, transcrever conversas interceptadas com ordem judicial. Ou seja, era um papel meramente auxiliar. Um trabalho braçal. No pen drive do delegado Protógenes foram apreendidos também documentos em word produzidos por agentes da Abin sobre algumas autoridades. Esses papéis, que incluem dados delirantes e informações de difícil comprovação, jamais foram anexados à Satiagraha. São imprestáveis como prova, tanto que o delegado não os juntou ao inquérito. E foi apenas esse o papel da Abin.
Por que a eventual participação de agentes da Abin em certo ponto do inquérito poderia ser capaz de anular a operação inteira? Não há uma única participação, nem mesmo lateral, de agentes da Abin no episódio do suborno de dois delegados federais. A alegação de que a mera e pontual ajuda de alguns agentes da Abin em qualquer ponto da investigação seja capaz de anular um processo inteiro é inteiramente risível. É, na verdade, um tapa na cara dos cidadãos brasileiros pagadores de impostos e cumpridores das leis. Os advogados falam na teoria importada dos EUA dos “frutos da árvore contaminada”. Diz a tese que um processo gerado por uma prova ilícita deve ser anulado pelo vício na origem. Ocorre que a participação dos agentes da Abin na Satiagraha nada teve a ver com a origem do processo, foi sempre posterior, e portanto a teoria é totalmente inválida.
CC: Dantas já foi condenado fora do Brasil. Cortes britânicas e norte-americanas se referiram a ele em termos duros e o acusaram de fraude, entre outro crimes. No Brasil, a despeito da anulação posterior (agora em analise no Supremo), ele foi condenado em primeira instância por suborno. Seu nome também tem sido citado nos principais escândalos da era FHC e Lula. Ele continua, porém, a ser tratado em diversos círculos e por considerável parcela da mídia como um “empresário polêmico”. E apenas isso. Pelo seu livro, conclui-se que ele é mais do que polêmico, certo?
RV: Dantas e o banco Opportunity aparecem referidos em diversos escândalos nos últimos anos: grampos do BNDES e as privatizações, caso do extinto banco Banestado, investigação privada da Kroll e a Operação Chacal, CPI dos Correios e o mensalão e, por fim, a Operação Satiagraha. Essa sequência de acontecimentos coloca o banqueiro como um dos principais personagens da história brasileira contemporânea. Tratá-lo como “polêmico” é um resumo pobre e impreciso. Ele foi acusado e investigado não por suas supostas “polêmicas”, mas por fatos e atos que podem e devem ser averiguados.
CC: As relações de Dantas com o PSDB foram retratadas em varias reportagens e livros ao longo das ultimas décadas. “Operação Banqueiro” acrescenta novas e interessantes provas dessa relação umbilical. O banqueiro, por outro lado, sempre se declarou perseguido pelo PT, mas os interesses do Opportunity e do partido se entrelaçam na Satiagraha. Você chegou a buscar explicações para os motivos de os petistas terem saído em apoio ao banqueiro e participarem da força tarefa para desacreditar a operação?
RV: A Satiagraha veio a público em abril de 2008, no mesmo período de intensas negociações entre os fundos de pensão ligados ao PT, a telefônica Oi e o banqueiro com vistas à criação da gigante da telefonia BrOi. Havia um interesse público e manifesto do governo na criação da nova supertele, uma operação que acabou possível após um ato do próprio presidente Lula. Creio que as investigações da Satiagraha chegaram num péssimo momento para os interesses do governo, que queria logo concluir aquela fusão. Isso pode ter contribuído para a extrema má vontade do governo em relação ao inquérito policial.
Por outro lado, Dantas havia conseguido se aproximar de petistas históricos. No livro procurei descrever o papel de dois desses petistas no processo de criação da BrOi. Houve um segundo fato: em 2008, a Polícia Federal havia incomodado muitos interesses de políticos de vários partidos, incluindo petistas e integrantes da base aliada. E a “tolerância” do PT e do governo em relação à PF havia chegado ao ponto máximo um ano antes, quando uma equipe de policiais invadiu a casa do irmão de Lula na Grande São Paulo. Por sua vez, Lula havia superado, do ponto de vista da sua imagem diante o eleitorado, o trauma da acusação do mensalão, e não estava tão dependente das ações espetaculares da polícia, que davam ao governo um discurso anti-corrupção.
CC: Dantas recorre a uma teoria conspiratória para se defender. Diz-se vitima da união de interesses políticos e econômicos de integrantes do PT, seu desafeto Luis Roberto Demarco e a Telecom Italia. Ele tem usado esse argumento para tentar influenciar processos contra ele no Brasil. Nos últimos anos, ele e seus advogados se referem a um inquérito em Milão que investigou e puniu funcionários da Telecom Italia por espionagem. Esse inquérito sempre é evocado em diversos processos pelo Opportunity. Ao longo de sua pesquisa, encontrou alguma evidência dessa conspiração ou alguma relação entre os processos no Brasil e a investigação italiana?
RV: Tive acesso e verifiquei milhares de páginas que integram a investigação realizada na Itália, incluindo os extensos depoimentos dos principais envolvidos. Como digo no livro, o Opportunity enfrenta sérias e talvez incontornáveis dificuldades para demonstrar uma prova objetiva sobre a alegada corrupção de autoridades do Brasil por funcionários da Telecom Italia de modo a “perseguir” o banco brasileiro.
Até o momento, essa hipótese não passa disso, uma simples suspeita sem confirmação. Nos autos há apenas referências indiretas e imprecisas. Mas os advogados do Opportunity passaram a manobrar esse fantasma para relacionar a investigação no Brasil à outra da Itália, exigindo que uma acusação só fosse investigada depois da outra. É como se um motorista atropelasse alguém na rua e, quando encontrado pela polícia, alegasse ao juiz: “Lá na Itália uma pessoa disse que esse delegado que me prendeu aqui está me perseguindo. Então eu só posso ser acusado do atropelamento se antes vocês investigarem esse delegado”. É um argumento juridicamente absurdo. Mas que ganhou guarida em variados meios.
CC: No relatório da Satiagraha, Protógenes Queiroz dedica um capítulo às relações de Dantas com a mídia. Como você definiria essa relação?
RV: O foco do meu livro são as provas, acusações e explicações do caso Satiagraha e não o papel da mídia, embora ela seja um personagem presente em toda a narrativa. Eu também entendi que o debate sobre o papel da mídia na cobertura da Satiagraha havia sido extenso e intenso na internet, por meio de blogs e sites e outras publicações, como CartaCapital, que remaram contra a maré, e por isso eu não precisava gastar páginas que poderiam ser usadas para avaliar outros aspectos do caso.
Mas ao longo do livro eu procurei demonstrar diversas imprecisões e enganos divulgados pela mídia que acabaram por ajudar as posições do Opportunity. Outro aspecto notável foi ver que boa parte da mídia não viu nenhum problema na paralisação e anulação do caso Satiagraha, considerando-os fatos quase rotineiros, mas que de banais nada tinham.
Leia também:
Rubens Valente: Banqueiro Dantas, “um grande credor” do PSDB, apostou na ascensão de Gilmar Mendes
Comentários
Jose C. Filho
Escreveu o sábio rei Salomão: Os homens (os maus, mesmo poderosos e ricos) não valem nada, pesados em balanças são mais leves que penas. Alguém disse aqui que se não fosse a globo o G. Mendes não seria nada; eu digo que mesmo com globo, veja, folha e tudo, ele continua sendo “nada”, assim como “nada” são os editores da mídia suja que manipulam informações, agem como partido de oposição e acobertam ilicitudes de bandidos aliados.
Mário SF Alves
Ora, companheiro, a Gloebbels e as demais congêneres do PiG são apenas caixa de ressonância de algo muito, muito, maior.
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“…o patrão deles, de todos eles, é a Casa Grande…”
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Ou seja: o poder. O poder de fato. É isso.
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Jamais esqueça-se disso. Estamos falando do Mal. O Mal que só é o Mal pra quem ele faz mal; ou seja, para a imensa maioria da população.
Ulisses
Gilmar “Dantas” Mendes não seria nada se não fosse a mídia, principalmente a rede globo! As ligações carnais entre a globo, FHC e Dantas seriam expostas e toda a corrupção da privataria das teles exposta. Gilmar mendes seria um nada sem a rede globo!
Chico Show
É isso
Bonifa
Este é apenas um dos livros que vão esclarecer o que é a Satiagraha. Depois virão os filmes.
ricardo silveira
Tem-se que tirar o chapéu para Gilmar Mendes, ele é um sujeito muito competente, peitou todo mundo, chamou o Lula às falas, demitiu o delegado Lacerda, participou de um grampo sem áudio, comprometeu o STF (?) no HC a Dantas, é gênio (e, se do mal não vem ao caso) fez o que veio para fazer. Já os ministros que Lula escolheu, salvo Lewandowski, são o que se viu na AP 470. Crédito tem que ser dado a FHC que indicou Gilmar e assegurou, a duras penas, sua indicação no Senado, contra tudo e contra todos, afinal, FHC terminou o governo mais sujo que pau de galinheiro. A direita é, de fato, muito competente para fazer valer os seus interesses.
Ulisses
500 anos de domínio desta fazenda Brasil é pouco? Tem muito expeertise. A esquerda tem 11 anos só!
Luís Carlos
Crédito? Lamento, não dou crédito à canalha. Prefiro dar crédito a quem luta contra essa malta e essa pråtica corrupta. Não dou crédito a quem se refere a aposentados como vagabundos, nem a quem concede dois Habeas Corpus para banqueiro condenado.
Ronaldo Curitiba
Se depender do PT, da Dilma, do PIG, dos partidos fascistas, da Polícia Federal, do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria Geral da República, do Ministério Público, do Ministério da Justiça, do CNJ, da OAB, do Senado, da Câmara Federal, da PM, da Polícia Civil, do PCC, da CBF, das torcidas organizadas, das escolas de samba, etc, etc, o Daniel Dantas jamais será incomodado, e muito menos julgado, e menos ainda condenado.
Acho que a única instituição (não considero a blogosfera uma instituição) do Brasil interessada em condenar o Daniel Dantas é o PCdB.
Vou ficar de olho neste partido. Talvez ele ganhe os meus votos em 2014.
Se este livro for traduzido para o francês, ou alemão, ou sei lá, o Brasil vai ficar mal na foto.
Amaury Andrade
Gilmar Mendes, um canalha.
Sem mais delongas, simples assim.
Francisco
Ai, ai, companheiro…
Do jeito que a coisa vai, temos de começar a falar escondido, de canto de boca, escondidos pelos cantos…
Cuidado com o processo, cuidado com a Papuda…
Como dizia Paulinho da Viola, cuidado com o sinal vermelho…
Luís Carlos
Mendes fez o que dele esperavam os que o indicaram para o STF e também a grande mídia. Recordo que Mendes se mostrou raivoso com o uso de algemas em Dantas. Indignação que nunca antes surgira, e menos ainda depois. Também alguns integrantes da mídia mostraram indignação com seu representante corrupto algemado.
Eis a grande prova de que poderosos nesse país não vão para cadeia. Mendes, hoje aliado de Barbosa, impediu que corrupto fosse preso, como Barbosa está fazendo com Jeferson e fez com mensalão tucano.
Fabio Sp
Dantas está para PSDB assim como Eiske está para PT.
Ulisses
Que comparação mais imbecil! Leia privataria tucana e veja a roubalheira que foi o processo de privataria tucana das teles! Quando o Eike teve um envolvimento deste?
Luís Carlos
Seria: Dantas está para PSDB como Itaú estaria para Marina?
FrancoAtirador
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POR QUE A EDITORA DO GRUPO FOLHA, DE SÃO PAULO, DOS FRIAS,
NÃO PUBLICOU O LIVRO DO JORNALISTA DA FOLHA DE S. PAULO
“Operação Banqueiro”
Daniel Dantas é personagem central do livro
que a “Folha” não quis publicar
Por Rodrigo Vianna, no ESCREVINHADOR
O repórter Rubens Valente levou mais de dois anos para escrever “Operação Banqueiro”.
O livro (que chega nesta sexta – 10/janeiro ao mercado) narra os bastidores de uma das maiores batalhas do capitalismo selvagem brasileiro, na virada do século XX para o XXI.
Daniel Dantas está no centro da narrativa.
Investigado pela Operação Satiagraha da Polícia Federal, o banqueiro acionou mecanismos políticos, midiáticos e judiciais para travar a investigação.
O delegado Protógenes foi afastado do cargo.
O juiz Fausto de Sanctis sofreu todo tipo de pressão e acabou também está afastado da Vara Federal de São Paulo que lidava com casos de lavagem de dinheiro e crimes financeiros.
De acusado, Dantas passou a acusador.
Processa jornalistas que ousaram mostrar o papel por ele exercido nas nebulosas privatizações dos anos FHC.
Quais são os aliados de Dantas no Judiciário?
E no mundo político?
Ele controla mesmo uma rede própria de “inteligência” para “espionar” os adversários? Quem o protege?
Repórter paciente e discreto, Rubens dedicou-se a garimpar os autos da Operação Satiagraha, e assim compôs o perfil do banqueiro.
Curiosamente, a “Folha” – jornal em que Rubens trabalha há mais de uma década – recusou-se a publicar o livro.
A “Folha” tem uma editora, e costuma lançar livretos sob o selo ”Folha explica”.
Pelo visto, o diário conservador paulistano achou que a atuação de Dantas não merecia maiores “explicações”.
Pelo que se sabe, Rubens Valente foi enrolado durante anos.
A editora dos Frias acenou com a possibilidade de publicar o livro, mas na hora H pulou fora.
Por que a “Folha” não quis publicar “Operação Banqueiro”?
Medo de processos judiciais (Dantas, com se sabe, dedica-se a processar jornalistas)?
Ou medo de envolver nas denúncias personagens graúdos, citados no livro como parceiros de Dantas?
Nesta sexta-feira, “Folha” e “O Globo” trazem matérias sobre o livro. Nenhuma delas tem assinatura.
A ordem parece ser: vamos falar sobre o livro, mas de forma discreta.
A Geração Editorial montou uma “operação de guerra” para garantir a distribuição de “Operação Banqueiro” – sem sustos, sem riscos de que algum personagem citado na obra tentasse barrar a chegada da mesma às livrarias.
A seguir, um pequeno trecho do livro – que pode fornecer pistas sobre os motivos para a recusa da “Folha”…
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“Não se sabe exatamente a reação de Serra, ou de quem recebeu a “vacina”, mas ela parece ter sido bastante negativa. Porque logo depois (Roberto) Amaral* enviou a Dantas, “para ler e rasgar”, a cópia de um e mail que ele disse ter enviado a Serra para protestar contra a suposta reação do tucano. Nessa mensagem, Amaral fez uma declaração enigmática:
Dantas teria um crédito, um grande crédito, embora poucas pessoas soubessem disso.
Reprodução do e-mail interceptado pela PF, que consta no Processo da Operação Sathiagraha:
“Recebi seu recado lido por amigo comum. Aviso-lhe: não mais mande me (sic) recados neste tom: acho que você estava fora de si quando mandou esta infeliz mensagem. Não sou lambe cu acanalhado ou acarneirado. Você sabe disso. Já fiquei seis anos sem falar com você e, se necessário, fico mais vinte. Não sou Roseana ou Sarney**. Você precisa de mim*** e eu não preciso de você. Você vá ser acavalado, acerbo, com quem tem obrigação de aguenta-lo. Quanto à sua bizantina observação sobre D [Dantas], devo dizer lhe:
você não sabe de nada — nada mesmo. Ponha isto na sua cabeça.
Ele é credor, grande credor****. Eu e duas pessoas sabemos disso. Não seja encegueirado e não se deixe embair pelo pequeno Sérgio Andrade […] Cópia deste vai para a Pessoa.”
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Observações do Escrevinhador
* Roberto Amaral seria um “consultor” – com trânsito no mundo que reúne tucanos e obscuros interesses financeiros.
** A referência a Sarney e Roseana teria a ver com a Operação Lúnus? Nela, em 2002, a PF apreendeu grande quantidade de dinheiro vivo com o marido de Roseana Sarney – que à época aparecia à frente de Serra nas pesquisas eleitorais. A operação tirou Roseana da corrida presidencial. A família Sarney atribuiu a Serra a “armação”.
*** Por que Serra “precisa” de Roberto Amaral – homem que aparentemente fazia a ponte entre políticos e Dantas??
**** Dantas seria credor de quem?
(http://www.rodrigovianna.com.br/forca-da-grana/daniel-dantas-e-personagem-central-do-livro-que-a-folha-nao-quis-publicar.html)
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FrancoAtirador
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02/05/2012
Cachoeira de Dados
Dadá era a “fonte” de Andréa Michael, ex-Folha de São Paulo
Andréa Michael é aquela jornalista que avisou Daniel Dantas
sobre a Operação Satiagraha através da Folha de São Paulo.
Na época o delegado queria a prisão preventiva da jornalista.
Agora sabemos que sua fonte era o Dadá,
que também deve ser a fonte de todo o ‘jornalismo investigativo’
no Brasil.
(http://cachoeiradedados.wordpress.com/2012/05/02/dada-era-a-fonte-de-andrea-michael-ex-folha-de-sao-paulo)
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Não esqueçam, porém, que o Procurador da República, em São Paulo,
Rodrigo De Grandis também atuou pelo MPF na Operação Satiagraha…
(http://www.viomundo.com.br/arquivo/voce-escreve/a-folha-precisava-ter-noticiado-que-a-pf-monitorava-os-emails-de-dantas)
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Mário SF Alves
É… se o mundo se resumisse a isso, a essa briga de foice no escuro, eu diria que Marx esteve completamente errado. Até porque, o que move “este tal dant[as]esco mundo” não são as contradições de classes. O que move este complexo e burlesco mundo anti-república é a safadeza inter classe. Ou seja, a safadeza de classe.
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Como o mundo não se resume a isso, então, palmas pro Marx.
Legal é poder pensar que se Marx estivesse diante disso, talvez sentisse a necessidade de um pequeno adendo ao Capital, acrescentando um capítulo especial sobre esse “novo” e engenhoso motor do mundo: a safadeza.
E desde quando a Re[s]pública vem sendo conspurcada mesmo?
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Safadeza quântica; é disso que se trata. Tanto mais grave, tanto mais odiosa, quanto mais “país do quanto pior, pior” seja o país.
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A questão é o poder hegemônico neste país. E tal poder há quinhentos anos vem tratando, elaborando e aperfeiçoando este Estado de Direita; este Estado feito sob medida para uma minoria. O STF é parte [e que parte!] disso. Parte do Congresso “eleito pelo povo”, também.
JURIDICO
O Supremo cada vez mais sujo que pau de galinheiro de manha… Como ja disse esse SUPREMO ficara na historia como pior do de Olga Benario
anac
No Brasil, apenas vai preso quem comete crime de empobrecimento, emputecimento, empretocimento e emPTcimento.
Genoino encarcerado por possuir uma humilde casa no bairro Butantã de SP.
Crime: empobrecimento e emPTcimento ilícitos.
Se tivesse apto e mansão em Higienopolis e Morumbi SP, apto Leblon e Ipanema, Fazenda em MG, apto no Quartie Latin Paris, Land Rover, Mercedes, BMW, etc estaria soltos usufruindo de sua riqueza.
luiz mattos
Existem sites que se dizem progressistas onde é retaliado quem pronuncia o nome de dd ou de seus amigos,sabe do que falo,né anac?
Antonio Silva
Que tal os blogueiros progressistas iniciarem uma campanha para doação de exemplares deste livro (e o Privataria Tucana)para TODOS os detentos da penitenciária Papuda ?
A galera que encontram-se trancafiadas em penitenciárias merecem (e precisam) saber sobre as degenerações do judiciário brasileiro .
Seria ótimo que os detentos da Papuda soubessem deste conluio D.Dantas e supremim .
Rodrigo
É vergonhoso ver como nossas instituições estão impregnadas com estas práticas de troca de favores, e tudo cai no esquecimento… leitura obrigatória para quem como eu ainda não digeriu a Satiagraha mesmo após 5 anos.
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