Petrobrás: A estranha história de uma estatal que passou a dar tiros no próprio pé

Tempo de leitura: 3 min

Foto Federação Nacional dos Petroleiros

Entreguismo e jabuticaba

No Brasil uma empresa capitalista comemora e trabalha para que concorrentes retirem parcelas de mercado dela própria, que é o atual caso da Petrobrás

Por Eric Gil Dantas, pelo IBEPS, o Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais, no site da FNP

O termo jabuticaba é utilizado no vocabulário popular brasileiro para denominar — além da fruta nativa da Mata Atlântica — algo que só existe no Brasil.

Pedro Parente é responsável por mais uma aplicação deste termo, pois só no Brasil uma empresa capitalista comemora e trabalha para que concorrentes retirem parcelas de mercado dela própria, que é o atual caso da Petrobrás.

Como pontuou uma matéria da Exame, “a estatal respondeu por 75 por cento da produção do Brasil em fevereiro, contra 93 por cento em 2010, no fim do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A presença começou a cair com a produção do pré-sal, no governo Dilma Rousseff. E se acelerou desde que Michel Temer assumiu o governo em 2016 e abriu o setor para estrangeiras. Em dois anos, a Petrobras reduziu em 7 pontos percentuais sua participação de mercado, mesma fatia que a empresa levou 13 anos para perder desde o fim do monopólio, há 20 anos”. (Exame, 2018)

Esta perda está se dando com a entrada de grandes petrolíferas estrangeiras no mercado.

Enquanto a Petrobrás foi a responsável a partir dos seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento científico para encontrar o pré-sal, agora empresas estrangeiras – como a Exxon Mobil e a Statoil – se benificiam bastante disso.

Mas isso ainda não é o suficiente. Correndo contra o tempo, antes que as eleições presidenciais retirem um presidente sem votos e totalmente questionável em todas as pesquisas de opinião feitas desde 2016 e a sua equipe, dentre eles Pedro Parente, apresentaram no mês passado uma nova proposta de intenção de mudanças: agora o objetivo é aumentar a participação de outras empresas no setor de refinamento, onde a Petrobrás hoje detém 99% do mercado – tendo por objetivo diminuir sua participação para 75%.

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Segundo a própria Petrobrás, a tendência desse mercado no Brasil é de um crescimento anual de 1,8% até 2030, ao contrário do que deverá ocorrer em outras economias mais ricas.

Ou seja, um setor muito atraente para qualquer empresa (menos para a Petrobrás?).

O primeiro movimento é vender 60% das participações de quatro refinarias que, juntas, correspondem à 37% do refinamento do Brasil: no Sul a Refap (RS) e a Repar (PR), que correspondem a 18% da capacidade de refino do país; e no Nordeste a Rlam (BA) e a Rnest (PE), que respondem por 19% da capacidade de refino.

Para além da entrega de bandeja da riqueza nacional para petroleiras estrangeiras, isso atingirá em cheio os empregos e a renda gerada nos locais onde ficam estas refinarias.

Em Araucária, localizada na Região Metropolitana de Curitiba, o secretário de governo da cidade já disse que a maior parte da arrecadação de Araucária está diretamente e indiretamente ligada à refinaria e que se houver uma queda brusca dos impostos pagos pela empresa sequer conseguirão quitar os salários dos funcionários municipais.

A pergunta que devemos fazer é: a que interesse Pedro Parente e Michel Temer estão respondendo, jogando lucros bilionários para empresas estrangeiras o quanto antes, enquanto ainda não o derrubam nas urnas?

Dos petroleiros e dos brasileiros que dependem dos empregos e da arrecadação gerada pela produção da Petrobrás para garantir Educação e Saúde em suas cidades não é.

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Comentários

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leonardo-pe

como o brasileiro não aprende, continua culpando Dilma(que se não abrir o olho, perderá o direito de disputar o senado por minas Gerais, da qual Lidera as intenções de voto),pelo desastre na petrobras. e tem muitos que dizem isso. a dilma”quebrou”a empresa. como não aprendem, nosso destino será a falência. como disse a Folhade São Paulo: o problema do brasil é o brasileiro. CONCORDO!

Nelson

“[…] e com o uso político da empresa no controle da inflação!”

Usar uma empresa pública, que, na verdade, pertence ao povo brasileiro, para aliviar a carga inflacionária sobre esse mesmo povo é crime, sr gN?

Sim, a Petrobras foi usada, corretamente, por meio de uma política aplicada para este fim, o controle da inflação, meu chapa.

Pelo jeito, você está aplaudindo a política vergonhosa, de lesa-pátria, adota pela dupla Temer/Parente. Usar a empresa que pertence aos brasileiros para garantir empregos e gordos lucros no estrangeiro é política correta, senhor gN?

Nelson

“Ignora as dezenas de bilhões de dólares de prejuízo acumulados com o Petróleo”

Ao que tudo indica o senhor gN ignora que o preço do barril de petróleo, que chegou a US$ 125 dólares, caiu, em menos de dois anos, para US$ 35 levando petroleiras do mundo todo ao prejuízo.

Mas, como foi devidamente envenenado – deixou-se envenenar – pela propaganda exaustiva e insistente contra a Petrobras e o PT veiculada pelo PIG e por redes sociais, passou a acreditar que as dificuldades da maior empresa brasileira, perfeitamente contornáveis, como mostram inúmeros estudos, surgiram por obra e graça dos governos do Partido dos Trabalhadores.

Essa queda brutal da cotação do barril deveu-se a um acordo feito entre os EUA e a Arábia Saudita com objetivo específico de minar as economias da Rússia, Iran, Venezuela e Brasil. Grandes produtores e exportadores de petróleo, os três primeiros tinham e seguem tendo governos que ousam não se submeter ao que os EUA ditam.

Já o Brasil, que via nas imensas reservas do Pré-Sal um passaporte para um novo patamar de desenvolvimento, também era governado por um governo que, apesar de muitas e absurdas concessões que fez ao grande capital, em alguma medida ousava destoar do caminho traçado pelo Império dos EUA.

    leonardo-pe

    desses países Russia Irã e Venezuela, deram uma Banana para os Estados Unidos. não trocaram seus regimes e presidentes. já aqui, com a imensa colaboração do brasileiro, nossa economia(e por tabela o ano)evaporou. teremos 6 meses”só para cumprir tabela”. o bom dessa paralisação foi que nossa mascara desabou. e mostrou uma cara muito FEIA do brasileiro. mas, como não aprendem, preferem por a culpa nos outros(principalmente políticos). e nossa imprensa está rachando de rir da nossa cara.

Simone Souza

O fo.da nao é so isso, o pior é que americano paga menos que os brasileiros pelo mesmo barril de petroleo da petrobras, Refinar lá fora e importar só pode ser idéia de incompetente ou de alguem que quer quebrar a empresa para vendê-la de uma vez.
Se o Pedro Parente fosse o CEO de uma multinacional privada, ja tinha sido demitido há muito tempo. Os erros dele nao sao de um amador, sao intencionais para quebrar a empresa e assim justificar a venda da Petrobras.
Por causa dele tá todo mundo na fila do posto para abastecer o galao ja que nao da para todo mundo encher o tanque.
Qual empresa grande no mundo que nao demite o CEO da empresa se ele cometer um erro de um (1) bilhao de dolares ?
É injustificavel esse politico do psdb ainda está no cargo. Ele está agindo assim com a clara intenção de quebrar a petrobras.
Se o dolar variar todo dia, todo dia teremos aumento dos combustiveis.
Se o barril de petroleo variar todo dia, todo dia termos aumento dos combustiveis.
Por acaso o brasileiro ganha em dólar ??? O real é uma moeda forte ? Nao.
Essa politica do Parente parece ser coerente, mas nao é, porque ele dá nosso Barril de petroleo ( materia prima) barato e paga para importar pelo triplo ou quadruplo do que vendeu o oleo cru. É quem paga a conta somos nos.

    gN

    O Q eu acho interessante é Q vcs tentam ignorar o desastre Q foi a gestão petista na Petrobras! Ignora as dezenas de bilhões de dólares de prejuízo acumulados com o Petróleo e com o uso político da empresa no controle da inflação! Ah e a quantidade de pessoas Q querem a privatização só aumenta…

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