O deputado André Figueiredo, autor do pedido
26/10/2012 09:48
Erros de pesquisas eleitorais podem resultar em CPI na Câmara
Líder do PDT recolhe assinaturas para criar uma CPI dos Institutos de Pesquisas. Para parlamentares, as pesquisas de intenção de voto podem manipular o eleitor. Já os institutos afirmam que os números foram corretos ao apontar tendências.
No primeiro turno das eleições municipais, em 21 das 26 capitais onde teve disputa para a prefeitura houve algum erro nas pesquisas eleitorais divulgadas às vésperas da votação. Apenas em Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP) e Palmas (TO) todos os resultados ficaram dentro do previsto pelas pesquisas, considerando a margem de erro, o que gerou críticas e provocou reação na Câmara. O líder do PDT, deputado André Figueiredo (CE), já começou a recolher assinaturas de parlamentares para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Institutos de Pesquisa.
Figueiredo afirma que a iniciativa conta com o apoio de 80% dos líderes das bancadas partidárias. “Queremos, através de uma comissão parlamentar de inquérito, fazer as devidas verificações na metodologia que está sendo aplicada por vários institutos de pesquisa e, a partir do que for abstraído dessa CPI, podemos também elaborar uma regulamentação para as pesquisas eleitorais”, aponta.
O descontentamento dos parlamentares com os institutos de pesquisa é baseado em casos como o de Recife, onde o Datafolha apontou um segundo turno, mas Geraldo Júlio (PSB) ganhou no primeiro, com 51% dos votos válidos. Também em Curitiba houve erro. As últimas pesquisas – tanto do Datafolha quanto do Ibope – mostravam o atual prefeito, Luciano Ducci (PSB), em segundo lugar e Gustavo Fruet (PDT) em terceiro. Mas as urnas inverteram essa ordem, o que eliminou Luciano Ducci da disputa do segundo turno, que ficou entre Ratinho Júnior (PSC) e Fruet.
Manipulação
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Para o relator da proposta de reforma política da Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), as “pesquisas erradas” podem influenciar o processo eleitoral. “O eleitor não fica totalmente livre, porque muitas vezes você induz uma polarização. A pessoa é levada a abandonar seu candidato porque ele aparece em terceiro lugar na pesquisa, e ela migra para um voto útil porque quer derrotar outro candidato. Isso é um tipo de manipulação do processo eleitoral”, afirma.
O deputado Esperidião Amin (PP-SC) reforça as críticas. “Estamos corrompendo a democracia. Pesquisa deixou de ser uma fotografia, supostamente honesta de um momento, para ser um agente político, um cabo eleitoral – talvez o mais forte de todos – para desmontar uma candidatura e para dar vitamina para outra”, afirma. “Não pode ficar como está. O número de erros e a proporção, o volume dos erros ocorridos nesta eleição, mostram que estamos piorando.”
O parlamentar acrescenta que não é a favor de proibir as pesquisas eleitorais, mas propõe a elaboração de um ranking dos institutos de pesquisa que mais acertam, para mostrar à população quais entidades têm credibilidade.
A Câmara discute ainda uma proposta que aumenta a multa para quem divulgar pesquisas eleitorais fraudulentas, podendo chegar a R$ 1 milhão. O Projeto de Lei 96/11, do deputado Rubens Bueno (PPS-PR), foi aprovado em maio pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, e está pronto para ser votado no Plenário.
Sem impacto
Para o cientista político André Pereira, os institutos de pesquisa não erraram muito nesta eleição. “Os erros são marginais e não afetam o resultado final”, contesta. Ele afirma que é preciso diminuir o peso dado à influência das pesquisas no resultado eleitoral. “O resultado é limitado, porque o eleitor não é bobo e ele tem uma série de outras formas de ter acesso à informação”.
Pereira diz que as pesquisas têm influência, na verdade, na hora de arrecadar recursos para a campanha eleitoral. “Ajuda um pouco mais na questão do financiamento das campanhas porque, em tese, os grandes financiadores buscam colocar mais recursos em quem tem mais chance de vencer no final.”
PS do Viomundo: O pedido de CPI obteve as assinaturas necessárias, foi protocolado e entrou na fila.
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Comentários
Leitor J: Dois alertas sobre o Rio de Janeiro « Viomundo – O que você não vê na mídia
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Eu sabia
enquanto era só os outros que usam tais truques ninguém disse nada. Baastou o petismo usar também que já querem CPI
Carta Maior e o filme B de Marcos Valério: Amanhã tem mais « Viomundo – O que você não vê na mídia
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As mortes atribuídas a Bill Clinton « Viomundo – O que você não vê na mídia
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Matheus
Eu também andei meio desconfiado… Porque, embora não seja o fator mais decisivo e tenha impacto muito limitado, o desempenho nas pesquisas eleitorais têm uma certa influência na escolha dos candidatos, pois os primeiros ficam em evidência.
O problema é que temos uma prioridade muito mais urgente: a CPI DA PRIVATARIA TUCANA. Quando é que vamos abrir essa investigação? Todo mundo que leu os livros “O Brasil privatizado” (Biondi) e “A Privataria Tucana” (Amaury jr.) (ou resenhas, entrevistas com os autores e debates) sabe que empresas estatais competitivas e estratégicas foram transferidas quase de graça para grupos financeiros ligados ao governo demotucano de FHC. E que estes grupos político-financeiros acumularam bilhões de dólares com o esquema de corrupção das privatizações e financiamento das empresas privatizadas. Na verdade, o processo todo foi caríssimo, mas quem pagou a conta de tudo fomos nós, o povo brasileiro, que ainda viu as promessas de melhora e barateamento de produtos e serviços serem todas refutadas.
Disso, todo mundo que tomou conhecimento das investigações de Biondi e Amaury Jr. sabe. Mas com certeza existem mais conexões financeiras e políticas nisso tudo, que precisam ser investigadas, desvendadas, conhecidas à fundo. E, principalmente, isso deve ser CRIMINALIZADO, os responsáveis devem ir para a cadeia e as empresas e serviços privatizados devem voltar para o poder público (e se quiserem privatizar, que seja de modo honesto, de acordo com a lei e com a vontade do povo, obrigando o governo a submeter qualquer privatização a plebiscito).
Carlos Lopes: Passadas as eleições, pressa do STF “sumiu” « Viomundo – O que você não vê na mídia
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Altamiro Borges: Mídia prepara bote contra Lula « Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] Leia também: O pedido de CPI dos institutos de pesquisa […]
Urbano
A camarilha não resolveu ainda e muito menos vem fazendo a contento (cadê o convite ao fubica, ao policarpo, ao cievita? Sem isso vai ser pura enganação) o julgamento da cpmi do carlos cachoeira e já querem uma outra?
Álvaro Santos: O lixo não é o vilão das enchentes « Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] Leia também: O pedido de CPI dos institutos de pesquisa […]
Jorge Souto Maior: Um legítimo gol de mão « Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] Jorge Luiz Souto Maior é juiz do Trabalho e Professor de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da USP. Leia também: O pedido de CPI dos institutos de pesquisa […]
Rodrigo Leme
O primeiro passo dessa CPI deve ser chamar um estatísticoo para explicar margem de erro, universo de análise, amostragem e extrapolação dos dados. No dia seguinte encerram a CPI, pedindo desculpas pela perda de tempo.
FrancoAtirador
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Institutos de Pesquisa são empresas privadas que visam lucro.
Pode ser até que nem todas as sondagens sejam manipuladas,
para não dar na vista e não serem totalmente desacreditadas,
mas o dinheiro falará mais alto que um eventual descrédito.
E quem encomenda pesquisas eleitorais e, pois, paga por elas ?
Órgãos ‘isentos’ como CNI, CNT, GLOBO, FOLHA e ESTADÃO !!!
‘Mênti quiêu góstio’ !
PELAMORDEDEUS !
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