O caso de racismo envolvendo a USP de Ribeirão Preto

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bateria

10/11/2014 às 16h39 (Atualizado em 10/11/2014 às 18h50)

Bateria de faculdade de medicina da USP Ribeirão Preto é acusada de racismo

Denúncia será apresentada junto com outras em audiência pública na Assembleia de SP

do R7, sugerido por Renata Gonçalves, no Facebook

por Ana Cláudia Barros e Caroline Apple

Denúncias de racismo, xenofobia, sexismo, homofobia e outras formas de violência em uma das mais importantes faculdades de medicina do país serão apresentadas nesta terça-feira (11), na Comissão de Direitos Humanos da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), que realizará uma audiência pública para tratar de casos de violações supostamente praticados na FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Um desses casos que serão levados à audiência teria acontecido na FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto). De acordo com relatos publicados nas redes sociais, nas páginas da cartilha de hinos da “Batesão” (bateria da faculdade), está uma música com teor racista e machista.

A postagem informou ainda que o material teria sido divulgado em uma palestra de enfermagem cujo tema era “violência contra a mulher”, junto com o kit de matrícula da universidade para os estudantes de medicina.

Na letra, que causou indignação entre internautas, a figura feminina é colocada na condição de objeto sexual. A música fala de loira e morena, mas fica ainda mais agressiva ao se referir à mulher negra, que é tratada como “preta imunda” e “fedorenta”.

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A letra na íntegra não é passível de publicação por causa de seu alto teor sexual.

Audiência

De acordo com a assessoria do deputado Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos, o foco da audiência é mostrar que não são situações pontuais, mas algo antigo e generalizado.

Além dos relatos de casos, os denunciantes prometem apresentar na Alesp registros das manifestações de violência em vídeos e fotografias.

No texto publicado no site do parlamentar para divulgar a audiência, é destacado que a violência, simbólica ou física, não está “restrita ao momento de ingresso do estudante na vida universitária, tampouco é exclusividade das faculdades de medicina. Muitas dessas violências ficam invisíveis porque estão naturalizadas; muita vezes, nem opressor nem oprimido têm consciência da posição que ocupam, e o que deveria ser extraordinário passa a ser ordinário”.

O texto enfatiza ainda que a audiência “não tem intenção de fulanizar, até porque quanto mais se analisa um meio, mais tende-se a verificar que nenhum sujeito é culpado pelo que acontece – o que não implica em não haver responsabilidades –, mas de entender o que se passa na FMUSP e contribuir para o aperfeiçoamento desta instituição, particularmente ao que se refere à emancipação humana”.

Em nota, USP afirma que repudia casos de violência e discriminação

A USP São Paulo afirmou em nota que é contra qualquer forma de violência e discriminação.

De acordo com a universidade, “a cultura da instituição é baseada na tolerância e respeito mútuos, valores que são passados aos seus alunos”.

A instituição ainda diz que foi formada recentemente uma Comissão com docentes, alunos e funcionários com o objetivo de propor ações para resolver problemas relacionados às questões de violência e preconceito, além do consumo de álcool e drogas.

O vice-diretor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Hélio Cesar Salgado, afirmou, em nota, que está surpreso com a existência dessa letra de música. De acordo com Salgado, essa atitude é repudiada e que o fato será devidamente examinado pela direção da faculdade.

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