“Não dá para fazer prevenção de aids sem enfrentar o debate sobre sexo, drogas e diversidade sexual”
Tempo de leitura: 16 minProfessora Vera Paiva: “É absurdo a eliminação de leitos de aids em São Paulo, já que aqui o número de pessoas doentes aumentou em torno de 70% na última década”. Foto: Arquivo pessoal
por Conceição Lemes
Nessa terça-feira 21, docentes, pesquisadores, representantes da sociedade civil e instituições divulgaram o manifesto Aids no Brasil hoje: O que nos tira o sono? (íntegra, no final desta matéria).
No documento, manifestam preocupação com a resposta à epidemia de aids no país, que tem fortalecido um senso comum de que a doença deixou de ser problema de saúde pública. Ressaltam que a epidemia se “estabilizou” em patamares altos, inaceitáveis, com indicadores negativos, que estão lhes tirando o sono:
* Aumento de 10% no número anual de óbitos. De 11.100, em 2005, foi para 12.073, em 2010. Equivale a um óbito por hora.
* Redução do número de gestantes soropositivas recebendo remédio antirretroviral para evitar a transmissão do HIV ao recém-nascido. Em 2005, 53,8% tiveram acesso. Em 2008, 49,7%. Falta de diagnóstico e tratamento da gestante e recém-nascido resulta em três bebês infectados a cada dois dias.
* Aumento de 12% no número de casos de aids. De 33.166, em 2005, para 37.219, em 2010.
* Redução em alguns estados, como São Paulo, da quantidade de médicos e fechamento de serviços e leitos especializados para pessoas com aids, ignorando o crescimento de doentes.
“Já há alguns meses vários pesquisadores que participaram da construção da resposta brasileira à epidemia de aids, desde o seu início nos anos 80, começaram a conversar sobre esses problemas”, atenta a professora e pesquisadora Vera Paiva. “Afinal, passaram a observar sinais preocupantes.”
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“De um lado, os bons resultados produzidos pelas medicações são glamourizados pela indústria farmacêutica”, prossegue a professora. “De outro, essa glamourização mais a ideia de que a epidemia está sob controle tendem a fazer com que as pessoas relaxem nos cuidados de prevenção. Somaram-se, ainda, outros fatores.”
A própria Vera aponta quatro importantes:
1. A epidemia de crack, que preocupa todos e tira a aids da linha de frente. A prevalência de HIV entre usuários de droga sempre foi um fator de expansão da epidemia, especialmente entre heterossexuais e mais pobres. Não se pode abrir mão das ações de redução de danos entre usuários de drogas.
2. A criminalização das ONGs, colocando no mesmo saco as corruptas, que são minoria, com as que fazem um trabalho que os governos não conseguem realizar. A tal ponto que, repentinamente, a solidariedade passou a ser sinônimo de corrupção e as pessoas e empresas não contribuem mais. Esse quadro mais a retirada do financiamento internacional (afinal, somos a 6ª economia do mundo!) acabaram reduzindo o trabalho que apenas a sociedade civil mobilizada e financiada conseguiria fazer.
3. A dificuldade de se tratar a questão da sexualidade no âmbito do Estado laico, como aconteceu até agora. O veto do governo federal às campanhas de prevenção voltadas para a população gay masculina contrasta com as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo.
4. A resistência dos órgãos governamentais ao controle social da epidemia pelos movimentos sociais independentes. E sem esse controle, o assunto sai da agenda. Isso ficou claro na XIX Conferência Internacional de Aids, realizada de 22 a 27 de julho, em Washington, EUA, que demonstrou que esse controle tem impacto.
A gota d’água para o protesto desta semana de docentes e pesquisadores foi uma declaração — infeliz, diga-se de passagem — do dr. Dirceu Greco num dos debates da XIX Conferência.
Além de repercutir muito mal entre participantes da conferência, estrangeiros e brasileiros, ela deu o mote para o manifesto que já se organizava entre pesquisadores que há anos colaboram com os programas de aids em todo o Brasil. Dr. Dirceu Greco é o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Diz o manifesto: “ao ser questionado sobre ‘o que lhe tira o sono hoje?’, o representante do governo brasileiro respondeu que ‘dorme tranquilo’. E mais: “Que nada no Brasil em relação à aids lhe tira o sono”.
“É equivocado o discurso de tranquilidade dos governos municipais, estaduais e do Ministério da Saúde em relação ao controle atual da epidemia, assim como é absurdo a eliminação de leitos de aids em São Paulo, já que aqui o número de pessoas doentes aumentou em torno de 70% na última década”, adverte Vera Paiva. “Como a epidemia está ‘estabilizada’ em números altos, o HIV continua circulando bastante. E, em vez de se preparar para atender mais gente que está adoecendo, eliminam-se leitos em São Paulo. Isso é inaceitável!”
Vera Paiva é professora de Psicologia do Instituto de Psicologia da USP e uma das coordenadoras do Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids, o Nepaids-SP, um dos mais antigos grupos de pesquisas nesse setor no Brasil. O Nepaids e os pesquisadores de outros centros de pesquisa que assinam o manifesto têm uma vasta lista de trabalhos científicos publicados no exterior em epidemiologia da aids, assistência, prevenção e comportamento.
Para entender melhor o contexto do manifesto e as preocupações dos docentes e professores, leiam o restante da entrevista que fiz com Vera Paiva. É uma das especialistas que mais sabem pensar prevenção de aids no Brasil.
Viomundo – Afinal, quem são os pesquisadores que assinam o manifesto?
Vera Paiva — São pessoas que participaram da construção da corajosa resposta brasileira à epidemia de aids, desde o seu início dos anos 80, no governo José Sarney. São pesquisadores que sempre tiveram uma postura não partidária, estadista. Sempre tiveram uma postura de pensar nas pessoas afetadas pela aids.
Viomundo – Até recentemente se dizia que a epidemia de aids estava sob controle no Brasil. O que aconteceu?
Vera Paiva – No início da epidemia, nós ficamos muito assustados com a sua explosão. De modo que quando se controlou a sua expansão, deu aquele tremendo alívio. Ufa! E o que significou controle? Não foi o fim dela, como alguns pensam equivocadamente. Foi uma diminuição da sua aceleração, mas a níveis muito altos. E o que está acontecendo? As pessoas passaram a relaxar nos cuidados, já que hoje você tem remédios que permitem controlar a doença. Não é como nos anos 80 e começo dos 90, quando o diagnóstico de aids equivalia uma sentença de morte.
Pesquisas recentes não divulgadas mostram, por exemplo, que os jovens acham que: aids acabou, aids não é problema, aids é coisa de gente velha, da geração dos pais deles ou das bichas velhas.
Viomundo – No auge da epidemia, seguidores das mais diversas religiões, vendo seus filhos adoecerem de aids, permitiram que se fizesse prevenção na escola. Só que agora estão contra. Será que acham que seus filhos pararam de transar na adolescência?
Vera Paiva – Nada mudou. Independentemente de religião, as pessoas continuam a iniciar a vida sexual cedo no Brasil, em média, com 15 anos. Isso acontece com cristão, católico, evangélico, ateu…
Viomundo – Bem no começo da nossa conversa você falou da indústria farmacêutica. Gostaria que detalhasse um pouco mais esse ponto.
Vera Paiva – Com os grandes avanços na área de medicamentos antirretrovirais, é possível controlar a epidemia de aids com uma prevenção biomédica. Isso é verdade. Os últimos debates são nesse sentido. E a indústria farmacêutica obviamente estimula-os.
Assim, é importante ter acesso a esse tipo de informação. Todos os programas de aids têm a obrigação de dar essa informação e eles não estão lidando bem com isso.
Por outro lado, nós vamos recomendar de forma generalizada o antirretroviral como meio de prevenção com todos efeitos adversos que o seu uso contínuo acarreta?
Ou devemos continuar insistindo na diminuição do estigma e discriminação, especialmente contra homossexuais, no uso de camisinha pelos homens, na negociação do sexo seguro pelas mulheres? Seguramente o segundo caminho está corretíssimo, para evitar a infecção pelo HIV, em primeiro plano, além de beneficiar também a a saúde sexual e reprodutiva.
A pergunta que todo mundo deveria fazer é esta: quem ganha com a disseminação da informação de que está tudo resolvido na área de aids, pois se tem bons remédios?
Por outro lado, não é possível negar essa informação ao usuário. Não se pode tirar o direito do que está mais exposto à infecção pelo HIV e poderia se beneficiar da profilaxia à base de medicamentos, que os serviços já estão oferecendo, sem muita procura por falta de informação.
Mas temos que incorporar também de modo inteligente as outras ações de prevenção, como a circuncisão. Ela evita a transmissão de mulheres infectadas para homens e as mães devem saber que podem eventualmente proteger seus fillhos.
Viomundo – Ou seja, a medicação para prevenir a aids é um fato. Mas não se pode desprezar a prevenção baseada na negociação do sexo seguro e uso de camisinha. Seria por aí o caminho?
Vera Paiva — Seguramente, sim. Tomar medicação antirretroviral significa efeitoscolaterais. E não se pode priorizar a prevenção medicamentosa. Na XIX Conferência, a Hillary Clinton disse que o mundo pode ter uma geração sem aids.
Eu diria que, se nós não prestarmos atenção a esse problema e deixarmos de abordar a sexualidade, nós vamos ter no Brasil uma geração sem camisinha e com aids.
Alguns podem dizer: Ah, hoje ter aids não é problema, dá para viver bem. Mas alguém escolheria isso como destino? E vou além. Os gestores, lideranças religiosas e pais que relaxarem com seus filhos, com os jovens de sua cidade, a comunidade e a igreja estarão sendo complacentes com esse horizonte.
Sugiro que vejam o vídeo abaixo. Nele, falam profissionais de saúde que trabalham com aids desde o começo da epidemia, pessoas que vivem com aids e que dizem “não façam sexo sem proteção”. Aliás, as preocupações que expressamos no manifesto estão no vídeo, que foi feito para o Dia Mundial de Aids, 1º de dezembro, e exibido em seminário internacional no ano passado.
Viomundo – O Ministério da Saúde está atento a tudo isso?
Vera Paiva – Eu acho que eles estão acuados pelo debate que tornou a sexualidade uma coisa difícil numa eleição e, aí, estão avaliando mal.
Viomundo — Por quê?
Vera Paiva – Os governos federal, estaduais e municipais acreditam que aquilo que as lideranças religiosas falam publicamente do púlpito ou no Congresso Nacional é o que seus seguidores fazem. Não é. Pastores não são iguais às suas ovelhas. Mais de 95% das ovelhas católicas, evangélicas, são a favor de uso de camisinha, mais de 85% acham que se deve distribuir camisinha nas escolas. Também as ovelhas começam a vida sexual com 15 anos, em média.
Então é um erro político que despreza as evidências que as pesquisas em sexualidade, religiosidade e prevenção têm acumulado. O Estado laico e as políticas de prevenção baseadas no saber técnico científico são alguns dos recursos estruturais mais importantes do controle da aids — em todo mundo!
Os governos estão com medo de falar de sexo, drogas, diversidade sexual. Aids envolve tudo isso. Não dá pra fazer prevenção, seja com que tecnologia for, sem enfrentar corajosamente esse debate, para ganhar eleição!
Viomundo – O governo está sendo pautado por esse discurso conservador?
Vera Paiva – Pelo medo de perder a eleição isso está acontecendo em todos os partidos.
Viomundo – Qual a preocupação de vocês agora?
Vera Paiva – Ajudar o debate público sobre aids a caminhar, de novo, numa direção produtiva, mantendo a independência do pensamento acadêmico e do movimento social, que foi fundamental desde os anos 1980.
A resposta brasileira à epidemia de aids foi construída corajosamente contra essa perspectiva eleitoreira. Junto com religiosos comprometidos com direitos humanos, petistas e tucanos, a gente teve coragem de tirar o véu das coisas. E o que está acontecendo é que ambos estão se acuando por conta das novas lideranças religiosas que não entendem o Estado laico. E não é assim que se faz uma política de Estado. Aids é uma política de Estado e não uma política de um governo. Nunca tivemos tantos recursos e conhecimentos para controlar a epidemia no mundo. Não podemos perder essa oportunidade. De jeito nenhum!
Grupo de pesquisadores de várias partes do mundo reunidos em Washington, EUA, para discutir a resposta brasileira à epidemia de aids. Vera Paiva é a do meio, na fila da frente. Foto: Arquivo pessoal
MANIFESTO: AIDS NO BRASIL HOJE. O QUE NOS TIRA O SONO?
Enquanto o mundo discute a interrupção da transmissão do vírus da aids, o Brasil perde o controle sobre a epidemia e dorme tranquilo. É o que se pode concluir a partir da XIX Conferência Internacional de Aids, realizada nos Estados Unidos no último mês de julho.
Pela primeira vez na história da epidemia, o mundo ouviu o anúncio de que o conhecimento acumulado, os compromissos assumidos em nível global, as conquistas no campo dos direitos humanos e as tecnologias hoje disponíveis nos permitem ambicionar a erradicação da aids. Na mesma Conferência, porém, ao ser questionado sobre “o que lhe tira o sono hoje?”, o representante do governo brasileiro respondeu que “dorme tranquilo”.
A afirmação de que a epidemia de aids está sob controle no Brasil, além de falaciosa, tem prejudicado a resposta nacional, despolitizando a discussão e afastando investimentos internacionais. Se no passado, declarar que éramos o melhor programa de aids do mundo legitimou as decisões ousadas que outrora caracterizaram o programa brasileiro e que tantos benefícios trouxeram à população, o que temos hoje é, pelo contrário, um programa desatualizado, cujos elementos são insuficientes para enfrentar a configuração nacional da epidemia.
Os atuais indicadores sugerem o esgotamento da nossa capacidade de intervir e de evitar que um número maior de pessoas se infecte e morra em decorrência da aids.
Se é verdade que hoje temos conhecimentos e tecnologias suficientes para erradicar a aids, é também verdade que no Brasil de hoje não os estamos utilizando em sua máxima potência. Conhecimentos acumulados não estão se transformando em políticas públicas que nos coloquem no caminho da última década da epidemia. Novidades no âmbito das tecnologias de prevenção não estão sendo amplamente discutidas e estudadas em nosso contexto. Informações sobre estas novidades não estão sendo incorporadas na formação dos técnicos, nem no diálogo com usuários e pacientes. Grupos mais vulneráveis não estão sendo atendidos com a prioridade que necessitam.
Reconhecer a diversidade de demandas e necessidades presente no cotidiano do país e construir respostas que com elas dialoguem é papel da política pública e só poderá ser feito se todos os setores interessados forem ouvidos, se estudos nacionais forem feitos, se a ação da sociedade civil for fortalecida.
É preciso ousadia para formular políticas que efetivamente ofereçam à população condições para se proteger da infecção e do adoecimento por aids, respeitando a autonomia dos cidadãos, reduzindo vulnerabilidades e assegurando direitos.
É preciso ousadia para redirecionar os esforços para o enfrentamento da epidemia nas populações mais expostas ao risco de infecção, articulando-as a ações para a população geral.
É preciso, em síntese, ousadia para rever a resposta brasileira à epidemia de aids, superar antigos pressupostos e adotar novas práticas, recuperando os princípios essenciais que fizeram da resposta brasileira um exemplo para o mundo.
A capacidade de reconhecer problemas e de mobilizar a sociedade em torno da busca de soluções foram os principais fatores que marcaram a resposta à aids no Brasil.
Na luta contra a epidemia e em defesa dos direitos humanos, aprendemos que todos somos parte da solução. Mais do que dormir e sonhar, queremos construir a muitas mãos as condições para que, no Brasil, a quarta década possa ser a última.
ASSINAM O MANIFESTO
ADESÕES INSTITUCIONAIS
Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids/Universidade de São Paulo (NEPAIDS/USP)
Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA)
Católicas Pelo Direito de Decidir
Grupo de Resistência Asa Branca (GRAB)
SOMOS – RS
Grupo Pela Vidda SP
Projeto Purpurina – SP
Fórum de ONG/Aids de São Paulo
GIV – Grupo de Incentivo à Vida – SP
GAPA – RS
RNP+ Núcleo Rio de Janeiro
GAPA – SP
Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde
Sapatá – Rede Nacional de Promoção e Controle Social em Saúde de Lésbicas Negras
Fórum Ong Aids/RS – RS
CAAAIDS -SÃO GONÇALO/RJ
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS)/Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Grupo de Apoio a Prevenção a Aids do DF – GAPA/DF
Fórum de Ongs Aids do Distrito Federal, DF
Rede GAPA, SP
Centro de Promoção da Saúde (CEDAPS), RJ
ADESÕES INDIVIDUAIS
Vera Paiva – USP/SP
Richard Parker – Columbia University, EUA/ABIA – RJ
Alexandre Grangeiro – USP/SP
Maria Amélia Veras – Santa Casa/SP, José Ricardo Ayres – FMUSP/SP
Francisco Pedrosa – GRAB/CE
Francisco I. Bastos – FIOCRUZ/RJ
Cristina Amazonas – UNICAP/PE
Gabriela Calazans – Santa Casa e Nepaids-USP/SP
Dulce Ferraz – Nepaids-USP/SP
Ilana Mountian, UFMG/MG
Alessandro Santos – IPUSP/SP
Maria Altenfelder – FMUSP/SP
Henrique Nardi – UFRGS/RS
Marcos Garcia – UFSCar, SP
Cristiane Gonçalves – UNIFESP – Baixada Santista, SP
Fernando Pocahy – UNIFOR, CE
Simone Monteiro – FIOCRUZ, RJ
Mário Scheffer – FMUSP/ Pela Vidda, SP
Ivan França Junior – FSP-USP, SP
Cassia Maria Buchalla – FSP-USP, SP
Laura Murray – ABIA, RJ
Veriano Terto Junior – ABIA, RJ
Valéria Melki Busin – FACCAMP, SP / CDD
Eliana Zucchi – FSP-USP, SP
Renato Barboza – Instituto de Saúde, SP
Juan Carlos Raxach – ABIA, RJ
Marco Prado, UFMG, MG
Gustavo Venturi – FFLCH-USP, SP
Sérgio Rodrigues – CRD, SP
Grazielle Tagliamento – Nepaids-USP, SP / SC
Diva Moreno – LASAMEC (FSP-USP) e NEPAIDS/USP, SP
Andrea Paula Ferrara – SP
Luiz Fabio Alves de Deus – FSP-USP, SP
Jeane Félix – DF
Dagmar Meyer – UFRGS
RS, Inês Dourado – UFBA
BA, Liandro Lindner – GAPA/SP, SP
Jorge Beloqui – GIV, SP
Fernando Seffner – UFRGS, RS
Luis Felipe Rios – UFPE, PE
Carlos Ebeling Duarte – GAPA/RS
Ana Glória Pires – RJ
Willian Amaral – RNP+ Núcleo RJ
Helena Edilia Lima Pires – GA-ASC, SC
Iolanda Lima Pires – SC
Roberto Chateaubriand Domingues – MG
Diego Leismann de Quadros – Somos, RS
Sandra Mello Perin – GAPA-RS
Eri Ishimoto, SP
Ana José Alves – CMNEGRASMS, MS
Ana Brito – CPqAM FIOCRUZ, PE
Beatriz Grinsztejn – IPEC FIOCRUZ, RJ
Valdilea Gonçalves Veloso – IPEC FIOCRUZ, RJ
Cristina Possas – IPEC FIOCRUZ, RJ
Lígia Kerr – UFC, CE
Luzia Oliveira, SP
Wagner Figueiredo – UFSCar, SP
Terezinha Pinto, SP
Regina Maria Barbosa – UNICAMP, SP
Cirene Silva, SP
Antonio Augusto Souza Marques, RJ
Graça Portela, RJ
Maria Heloisa Gebran, Programa Municipal de DST/HIV/AIDS de Várzea Paulista, SP
Carla Vorsatz – IPEC/FIOCRUZ, RJ
Marcia de Avila Berni Leão – FBB, RS
Judson Clayton Maciel – Rede de Ações Urgentes da Anistia Internacional, RJ, Regina Celia Pedrosa, SP
Plínio Mósca – AMAR A VIDA, RS
Elizabete Franco Cruz- EACH USP e GIV, SP
GUACIARA – CAAAIDS, SÃO GONÇALO/RJ
Nilo Martinez Fernandes – IPEC/FIOCRUZ, RJ
Maria Regina Cotrim Guimarães – IPEC/Fiocruz, RJ
Ana Paula Santos Britto, RJ
Tereza Cristina – Hospital da Lagoa, RJ
Maria Mercedes Escuder – Instituto de Saúde, SP
Ligia Rivero Pupo – Instituto de Saúde -SES/SP
Renata Bellenzani -UFMS e NEPAIDS, MS
Alexandre Gonçalves de Souza, Santos/SP, Kenneth Camargo Jr. – UERJ, RJ
Jaime Marcelo Pereira – RNP+ Núcleo Médio Paraíba, RJ
Claudia – UNIGRANRIO, RJ
Margot Fetzner, RS
Camila Pimentel – GAPA Bahia, BA
Sandro Ka – SOMOS – Comunicação, Saúde e Sexualidade, RS
Sandra Brignol – ISC/UFBA, BA
Celeste do Rosário Santos – SAE Dutra, SP
Leonardo Emmanuel Cerqueira Rêgo, RJ
Lauro Stocco, DF
Claudio Gruber Mann – Instituto de Psiquiatria da UFRJ, RJ
Luiz Gustavo Santos – HUCFF-UFRJ, RJ
Elisabeth Bahia, SP
Manuella Donato – GYCA – Global Youth Coalition on HIV/AIDS, PE
RONALDO ISMERIO MOREIRA – INSTITUTO DE PESQUISA CLÍNICA EVANDRO CHAGAS – IPEC/FIOCRUZ, RJ
Ronaldo Gomes Neves, SP
Roni Lima – ALIA, PR
Monica Malta – FIOCRUZ, RJ
Yone Fonseca – IP/USP, SP
Claudia de Quadro, RS
Osvaldo F R Lobos Fernandez – Diadorim – UNEB, BA
Ms. Claudio Gabana – UFRGS/PM-IMBÉ-RS
Eliane Gonçalves, SP
Lívia Lacerda – MNCP RNP+ GAMPS, BA
Maria Lucia Gonzaga de Azevedo – UFRJ, RJ
Celina Boga – FIOCRUZ, RJ
Marcelo, RJ
Eni Ferreira, Ativista independente, RS
Cristina M. Igreja, RJ
Julian Rodrigues – CORSA- grupo de DH, SP
Edna Pinho – Grupo Ginga, BA
Francisco C G Albuquerque, SP
Maria Cristina Antunes – Universidade Tuiuti do Paraná, PR
Sylvio – FDE, SP
Valeria U A Vidal – UFF, RJ
Fernando Casadei Salles, Professor Universitário Aposentado, SP
Paulo Cezar de Oliveira Junior, RJ
Ivan de Oliveira – SME, RJ
Francisco Rodrigues (Kiko) – GAPA/PA, PA
Douglas Rocha, SP
Marcelo Tiago Moreno – Publicitário, RJ
Alessandra Zambeli Alberti, RS
Luciano Prata Sem, SP
Silvia Regina de Souza, RS
José Alberto Braga, RJ
Tânia Vergara, RJ
Felipe Bruno Martins Fernandes – NIGS/UFSC, SC
Luciane Quintanilha Falcão – OLE/NEPP-DH/UFRJ, RJ
Regina Maria Lacerda – ASPPE, SP
Lucia Gatti, SP, Marcia Cunha, SP
Thatiana Pacheco Oliveira Kasburgo Pereira, SP
Carlos Guilherme do Valle – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN
Marivete Gesser – UFSC, SC
Elias Veras – UFSC, CE
Luiz Alberto Simões Volpe – RNP+ BR Núcleo Estadual SP e Grupo Hipupiara, SP
Carlos Varaldo – Grupo Otimismo de Apoio a Portadores de Hepatite, RJ
Fabíola Taíse da Silva Araújo – UFRN, RN
Ivia Maksud – UFF, RJ
Renato da Matta – Forum de Ongs/Aids Do RJ, RJ
Claudia Rodrigues de Oliveira Barbosa – funcionária da saúde Municipal, Ribeirão das Neves/MG
Sérgio Luís Funari – IIEmilio Ribas, SP
Wiliam Peres – UNESP/Assis, SP
DIALA MAGALHÃES – GRUPO SAPHOS, BA
SILVANDIRA CALDEIRA – ARCROETSULBA, BA
Erasmo Gama – Articulação Aids RN, RN
RAFAEL DUARTE – GRUPO SAPHOS, BA
Cinthia Oliveira – Lab-EshU, PE
Stephen Berg, RJ, Silvia Kirschbaum, RJ
Silvia Hansen, RS, Suzane Lima da Silva, RS
Sergio Gomes da Silva – UFRJ, RJ
Kelin Zabtoski, RS, Ari Colatti – Deficientes em Ação, SP
Maria Amélia Lobato Portugal – U.F.E.S., ES
Alexandre Henrique do Nascimento Freitas – UFPE, PE
Jair Brandão de Moura Filho – GESTOS, PE
Julio Assis Simões – USP, SP
Ligia Bahia – UFRJ, RJ
Dreyf de Assis Gonçalves – ABEPSI/FENEPAS, SP
Thiago Batista – UFRGS, RS
Tânia Maria Guelpa Clemente – Programa DST/Aids Bragança Paulista, SP
LUIZ MOTT – GGB UFBA, BA
Rafaela, RJ
EDUARDO FORTI HOLST, RJ
Anderson Meinen, RS
Priscila Pavan Detoni – UFRGS, RS
Claudia Barros Bernardi, Campinas/SP
Luiz Carlos Pereira Jr – Instituto Emilio Ribas, SP
Jorge Filipe, BA
Maria Costa Cermelli, RJ
Tiago Rodrigo Marin – Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, SP
Daniela Cardeal da Silva – HCFMUSP, SP
Cristovão Barros, SP
Alessandra Moraes – COVEP/SES-MT, MT
Adriana Costa, SP
Ivan, PI
Lucas Passos de Morais, BA
Heloisa Hanada – Centro de Referencia e Treinamento em DST/AIDS, SP
Maria Helena Souza da Silva – IMAIS, BA
Marco Aurélio Máximo Prado – Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG, MG
Denise Zakabi – Nepaids, CE
Sioneia – DST/aids, MS
David Uip – Emilio Ribas, SP
Marcia Ribas – GAPA/DF, DF
Lázaro Luis Lucas, DF
Claudia do Val – CTA São Mateus
ANA LUCIA PINHEIRO, RNP+Brasil, RJ
Jorge Gomes, RJ, Daniela Knauth – UFRGS, RS
Carolina Caetano Drummond de Morais – UNIFESP, SP
Rubens Raffo Pinto – RNP- NÚCLEO PORTO ALEGRE, RS
Marcia Thereza Couto Falcão – Departamento de Medicina Preventiva, FMUSP, SP
Adriana Xavier Dorta – Núcleo Londrinense de Redução de Danos, PR
Alexandre, MG
Neide Emy Kurokawa e Silva – Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ
Maria Adrião, SP
Tâmara Newman Lobato Souza – Instituto de Infectologia Emílio Ribas, SP
Jose Candido da Silva – RNP+PE articulação Aids/PE, PE
Anna Paula Vencato – CIS/UFSCar, SP
Carlos B. Demkoff de Almeida, SP
Adriana Pinho – Fiocruz, RJ
Jorge Knijnik – University of Western Sydney, NSW
Wiley Pereira da Silva – Associação Kayros, GO
Wedna Galindo, PE
Ana Paula Bohn Kaspary, SP
Adlene Andrade, PE
Sonia Corrêa – ABIA e Observatório de Sexualidade e Política, RJ
Márcia Traldi – CAPS Professor Luís da Rocha Cerqueira , SP
Bianca Brunelli Eduardo – FMUSP, SP
Nelson Solano Vianna – GAPA SP, SP
Beto de Jesus – Instituto Edson Neris, SP
Tiago Kietzmann, SP
Maria Ines B. Nemes – FMUSP, SP
Cátia Lima Santos, BA
Riardo Tomio Akiyama – GIV-Grupo de Incentivo à Vida, SP
Karin Lucy, SP
Cristina Câmara – Acicate: Análises Socioculturais, SP
Carlito Vieira de Moraes – UFSM, RS
Sara, RS
Fabiana Gabas Kallás – Instituto de Infectologia Emilio Ribas, SP
Flavio Resende, DF
Ceres Vidal, RJ
Luís Henrique Sacchi dos Santos – Faculdade de Educação – UFRGS, RS
Antonio Cabral, RJ
LUCIANE CARRAFA SANTANA – ASTRAES, SÃO MATEUS
Ludymilla Anderson -Santiago
Carlos – Anav Trans (Associação de Apoio e de Valorização à Vida de Travestis, Transexuais e Transgênero do Distrito Federal e Entorno), DF
Luciana de Rezende Campos Oliveira – PPRI-UERJ, RJ
Regina Bueno – GPV/RJ, RJ
Aranaí Guarabyra, SP
SANDRA APARECIDA DE ALMEIDA – FACENE/UFPB, PB
Melania Vencato, SC
Elisabeth Anhel Ferraz, RJ, Heloisa Lopes, SP
António Carlos C Correia, AP
Regina H Simões Barbosa – Instituto de Estudos em Saúde Coletiva/UFRJ, RJ
Teresa Seabra – UFMA, MA
Fabio Eduardo, SP
Paulo Roberto Giacomini – RNP+ Brasil, SP
Esaú Custodio João Filho – Hospital Federal dos Servidores do Estado, RJ
ROGÉRIO LUÍS SOARES DA SILVA – GRUPO DE APOIO À PREVENÇÃO À AIDS/GAPA, TAUBATÉ/SP
Sylvia Cavasin, SP, Sandra Wagner Cardoso – IPEC/FIOCRUZ, RJ
Vitória Maria Moreira Botas – Grupo de Incentivo à Vida, SP
Carlos Eduardo Valim Rocha, SP
Thales de Souza Donini Panissa, SP
Andreza M Santos, SP
Regina Ferro do Lago – UFRJ, RJ
RUTE BARRETO RAMOS, SP
Leo Moreira Sá – ABHT – Associação Brasileira de Homens Trans, SP
Danilo Gomes Da Silva, RJ
Aldo Ximenes, SP
Fernanda Calazans, SP
Marcio Ferreira Bernardino, SP
Andre G. B. Villela, RJ
Nei Vargas da Rosa, RS
Anelise Giacomet, GAPA/RS
Esper Kallás, Faculdade de Medicina da USP – SP
Luís Augusto Vasconcelos da Silva – UFBA/BA
Joseane Santos Barbosa, BA, Eliane Peixoto, UFMG – MG
Harley Henriques do Nascimento – GAPA BA/BA
Mark Guimarães UFMG – MG
Neide Gravato G Silva – Associação Santista de Pesquisa Prevenção e Educação em DST/AIDS – SP
Otavio Zini – SC, Claudemir Gonçales – Balneário Camboriú/SC
LAERTE ARNALDO SILVA – RECIFE/PE
Wilza Vieira Villela – UNIFESP/UNIFRAN – SP/SP
Aluisio Segurado – FMUSP/SP
Arcelino Lopes Pereira, RJ
Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams – Unviersidade Federal de São Carlos/SP
Durval Rodrigues Castelo Branco Neto, UFMA/MA
PS do Viomundo: O manifesto foi lançado na terça-feira 21 com a assinatura de 14 instituições e 54 de docentes, pesquisadores e representantes da sociedade civil. Na quarta 22, com as novas adesões, as assinaturas de instituições totalizavam 17 e as individuais, 114 .
Comentários
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Edih Modesto
Chegando de viagem, em tempo, não posso deixar de endosssar o manifesto e o pronunciamento da minha amiga e parceira Vera Paiva, em sua entrevista, O VIOMUNDO, em meu nome, Edith Modesto, e em nome dos pais e dos jovens LGBTs da ONG que atualmente presido.
Edith Modesto
Presidente
GPH – Associação Brasileira de Pais e Mães de Homossexuais – Projeto Purpurina – jovens LGBTs.
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Urbano
E faz tempo que jogaram a aids para debaixo do tapete…
Paciente
Somos um país tão precário nas convicções e no acesso da ciência à mídia que o tal “Kit Gay”, jamais foi definido como o que realmente era: educação sexual.
Acontece que recuando na distribuição dos recursos pedagógicos ligados à educação sexual (“Kit Gay”) o governo federal se viu inclusive compelido a praticar ilícito, uma vez que educação sexual é uma IMPOSIÇÃO dos PCN’s votados e aprovados num parlamento democrático.
Somos um país multi-religioso que conta com presença histórica de crenças que não têm qualquer empecilho a colocar com relação ao homossexualismo: o espiritismo (entre nós desde 1841), os ritos afro-brasileiros (entre nós desde 1583), todos os ritos de origem indígena (desde sempre entre nós) dentre inúmeros outros.
É de se duvidar que o povo brasileiro (o povo mesmo) colocaria empecilhos à contenção de mal maior: a doença incurável e cara. Minha mãe com mais de oitenta anos, por exemplo, só teve o ensino fundamental e eu não consigo imagina-la criando problemas à prevenção de doenças.
A turma obscurantista já agiu à larga no Brasil em outros tempos, a geração de Anísio Teixeira foi quem a duras penas os pôs para correr. Retirados do coração do nosso povo os mesmíssimos se dispuseram a ser base politica dos “revolucionários” de 1964.
Não se pense portanto que se trata de debate vazio de embate politico extremo como foram extremos aqueles dias. Sem rodeios, trata-se tão somente do embate entre as luzes o “antigo regime” entre as liberdades e o obscurantismo.
A liberdade sexual dos homossexuais é idêntica, repito, idêntica à dos heterossexuais. Esse juízo é fácil de constatar ao lembrarmos que, os obscurantistas, se pudessem, coibiam tudo o que não fosse sexo reprodutivo ou restringiam o sexo recreativo às posições cabíveis nos textos sagrados de suas crenças incabíveis no século XXI e numa sociedade humanitária, democrática e arejada pelo saber cientifico.
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