Fernando Hideo: Como foi a “caçada ideológica” para chegar à fonte de blogueiro; Fernando Morais “desrespeita instituições e autoridades”, diz inquérito

Tempo de leitura: 5 min

Atualizada aos 54min de 24/03/2017, para acréscimo de informações

por Conceição Lemes

O juiz Sérgio Moro divulgou na tarde desta quinta-feira (23/03) decisão na qual:

1) afirma ser “o caso de rever o posicionamento anterior e melhor delimitar o objeto do processo” envolvendo o blogueiro Eduardo Guimarães, que há 12 anos exerce atividades jornalísticas;

2) determina a exclusão de “qualquer elemento probatório relativo à identificação da fonte de informação”.

“Dessa forma, o magistrado voltou atrás e reconheceu a tese alegada pela Defesa desde o início dessa investigação, admitindo ter tomado medidas ilegais”. É o que afirma em nota o advogado de Eduardo Guimarães, Fernando Hideo Lacerda.

Na mesma nota, Fernando Hideo faz uma seriíssima revelação:

Após o levantamento do sigilo dos autos, cumpre-nos informar fato extremamente grave.

Antes de ser conduzido coercitivamente, o jornalista Eduardo Guimarães teve o sigilo de suas ligações telefônicas violado. O magistrado determinou que a operadora de celular informasse seu extrato telefônico, com o objetivo claro de identificar a fonte que teria passado a informação divulgada no blog.

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É importante ressaltar que a fonte jornalística foi identificada mediante quebra de sigilo dos extratos telefônicos do Eduardo Guimarães.

O juiz Sérgio Moro manteve a investigação sobre se Eduardo Guimarães de alguma forma beneficiou o ex-presidente Lula ao publicar o vazamento.

Esta repórter conversou com Fernando Hideo sobre os acontecimentos de hoje.

Viomundo — O juiz Sérgio Moro quebrou o sigilo telefônico do  Eduardo antes mesmo de ele ser conduzido coercitivamente na terça-feira, 21 de março, e só chegou à fonte do blogueiro por causa desse expediente?

Fernando Hideo –– Exatamente.

Viomundo — Como foi isso?

Fernando Hideo – Primeiro, eles pegaram a lista de servidores que tinha tido acesso à decisão vazada.

Em seguida, iniciaram uma varredura ideológica para saber quem esses servidores curtiam no Facebook, com quem tinham contato.

E passaram a filtrar quem tinha vínculos com pessoas de esquerda. Isso está escrito expressamente no processo.

Quem curtia, por exemplo, o jornalista e escritor Fernando Morais virava suspeito.  Da mesma forma, quem tinha senadores do PT como amigos…

Uma patrulha ideológica, mesmo.

O passo seguinte foi estabelecer ideologicamente os alvos, passando a quebrar o sigilo de e-mail e telefone dessas pessoas. Foi, aí, que pegaram a conversa da funcionária da Receita Federal.

A cartada final. Em seu post, o Eduardo diz o dia e horário em que teve contato com a sua fonte.

A partir daí, o juiz Sérgio Moro manda quebrar o sigilo telefônico do Eduardo, para ver com quem ele havia tido contato naquele período.

Ou seja, com base nessa patrulha ideológica, ele violou o sigilo telefônico do jornalista.

Por isso, é totalmente absurdo o Moro dizer na decisão que o Eduardo “revelou, de pronto, ao ser indagado pela autoridade policial e sem qualquer espécie de coação, quem seria a sua fonte de informação”. Ele já sabia!!!

[Segundo trecho do inquérito publicado pelo The Intercept, “sem adentrar no mérito das convicções de FERNANDO GOMES DE MORAIS — afinal, isto, por si só, não guardou qualquer pertinência para esta investigação — , é notório que muitas de suas externalizações são feitas de maneira desrespeitosas [sic] para com as instituições e as autoridades públicas envolvidas na condução da assim denominada OPERAÇÃO LAVA JATO”. Linguagem compatível, afirma o Viomundo, com a meganhagem do Departamento de Ordem Política e Social dos anos 70. Registre-se que Fernando Morais não nenhuma relação com o inquérito. “Inacreditável”, disse o escritor ao receber a notícia, numa ligação de solidariedade do editor deste espaço, Luiz Carlos Azenha].

Viomundo – O juiz  Moro faltou com a verdade em sua decisão?

Fernando Hideo — A decisão dele nega a realidade. Aliás, é contraditória ao que ele mesmo afirma ao voltar atrás e se retratar de decisão anterior,  especialmente no momento em que afirma o Eduardo ter evelado a fonte espontaneamente. Está provado que, na ocasião do depoimento à Polícia Federal, as autoridades já sabiam da  fonte de informação, descoberta após violação do sigilo telefônico do Eduardo.

Viomundo — Ou seja, o juiz Sérgio Moro quebrou o sigilo do Eduardo, ficou mal na fita e agora tenta jogar nas costas do Eduardo a responsabilidade pela divulgação do nome da fonte, como se o Eduardo tivesse revelado?!

Fernando Hideo –– É uma hipocrisia.

Viomundo – Na decisão, Moro  cita Rosicler Veigel, que supunho seja a funcionária da Receita, e o jornalista José de Abreu Duarte. Eduardo conhecia, teve algum contato com Rosicler?

Fernando Hideo – Nunca. Só foi ficou sabendo da existência dela no depoimento à Polícia Federal, quando lhe foram apresentados o nome e a foto da servidora da Receita.

Viomundo – E Francisco, Eduardo conhecia?

Fernando Hideo – Apenas por contato telefônico. Ele disse ao meu cliente que os jornalistas da grande mídia já tinham as tais informações, por isso estava lhe repassando.

Viomundo – A Rosicler passou a informação para Francisco, que, por sua vez, repassou ao Eduardo.

Fernando Hideo – Essa é a hipótese apresentada pela acusação, que consta dos autos, cujo sigilo o juiz Sérgio Moro acabou de levantar.

Viomundo – E o Eduardo?

Fernando Hideo – Em 23 de fevereiro de 2016, ele recebeu de um jornalista de Curitiba uma relação de mais de 40 nomes de pessoas e empresas que seriam ligadas ao ex-presidente e teriam o sigilo fiscal e bancário quebrado.

Como é correto um jornalista fazer,  ele consultou o Instituto Lula para saber se as pessoas e empresas mencionadas tinham ligação com o ex-presidente ou com pessoas próximas a si, para que não divulgasse mentiras. Inclusive, no post que publicou em 26 de fevereiro de 2016, ele tornou público esse fato.

Portanto, se realmente o objetivo era saber se o Eduardo contatou o Instituto Lula antes de divulgar a notícia, bastava ler o blog dele. Ele simplesmente seguiu a ética e o dever jornalísticos.

Viomundo – As informações vazadas por Eduardo poderiam beneficiar de alguma forma o ex-presidente Lula?

Fernando Hideo – De modo algum. Veja bem. Busca e apreensão e condução coercitiva são medidas cautelares feitas para o futuro. O vazamento de uma delas pode, em tese, permitir que a pessoa se prepare.  Por exemplo, se é uma condução coercitiva, ela vai dormir em outro lugar.

Só que nada disso foi vazado na matéria do meu cliente. O que ele divulgou foi uma medida pretérita em relação àquelas pessoas e empresas citadas: quebra de sigilo fiscal e bancário de anos anteriores.

Não tem como a pessoa-alvo se preparar. Ela não vai conseguir impedir nada. Já está tudo declarado.

Portanto, nem em tese se poderia cogitar de qualquer embaraço às investigações. Sob todos os aspectos, esses fatos não têm relevânica criminal.

Mesmo que ele não fosse jornalista, mesmo que não tivesse havido uma patrulha ideológica, mesmo que não tivesse sido violado o sigilo dos extratos telefônicos do Eduardo para descobrir a sua fonte.

Mesmo que tantas ilegalidades não tivessem sido cometidas, ainda assim, não se poderia falar, sequer em tese, de qualquer embaraço às investigações por meio da divulgação de futura quebra de sigilo telfônico e fiscal.

Viomundo — E esse recuo do Moro, o que acha?

Fernando Hideo — A gente lamenta muito que o arrependimento dele não seja com base no Direito, com base na Constituição. O recuo dele foi com base na repercussão negativa que teve entre jornalistas reconhecidos, na Abraji [Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo]…

Ao invés de ele falar “eu errei”, de acordo com a Constituição, com o Direito, ele se pautou  pela opinião de jornalistas.

A única coisa que ele tinha que fazer é aplicar o Direito. E o Direito diz que o Moro não pode fazer o que ele fez. O Moro sabia desde o começo que estava tomando medidas ilegais.

Viomundo — Na sua decisão, Moro determina a  exclusão de “qualquer elemento probatório relativo à identificação da fonte de informação”. E, aí?

Fernando Hideo — O juiz Sérgio Moro agiu corretamente ao se retratar e reconhecer que o Eduardo é jornalista. Mas isso, por si só, não é suficiente. Tendo atuado como jornalista e nos limites éticos do jornalista, ele não pode sofrer qualquer violação em sua liberdade,  privacidade e instrumentos de trabalho.

Por isso, não adianta nada ele simplesmente falar para excluir a prova.

Até porque a prova já foi usada. Ele já descobriu o nome da pessoa, ou seja, a fonte da informação, quebrando antes o sigilo telefônico do Eduardo.

Por isso, o mínimo que se espera é que o depoimento do meu cliente seja declarado nulo, seus equipamentos eletrônicos imediatamente restituídos e seu nome  excluído dessas investigações.

Oportunamente, tomaremos as medidas cabíveis para reparação dos danos causados ao Eduardo e apuração da conduta do magistrado, que ele próprio, agora reconhece ter sido ilegal, como a defesa alega desde o início do caso.

Leia também:

Defesa diz que Moro quebrou sigilo telefônico de blogueiro antes de aceitar sigilo de fonte

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Wagner Pinheiro

Esse juizeco e da CIA…

Nando

GREVE GERAL POR TEMPO INDETERMINADO

Proposta de pauta para uma greve geral por tempo indeterminado:

1 DERRUBAR O TEMER

2 Exigir a renúncia dos congressistas e, se por acaso a bancada do EDUARDO CUNHA não renunciar (140 deputados), vamos invadir Brasília e prender os ladrões safados que votaram e continuarão votando em projetos contrários aos interesses do povo brasileiro. Aqueles que reagirem levarão uma surra; se insistirem, levarão uma segunda, uma terceira e por aí vai.

3 – Eleições Gerais para o Executivo e Legislativo em um prazo de 6 meses.

3-No tocante a Suprema Corte: a) Exigir que os senhores juízes golpistas da Suprema Corte também renunciem. Que se mantenha os seus gordos salários à guisa de aposentadoria com uma condição: nada de se meter em política porque juiz tem que ter JUÍZO e não pode sair por aí a defender bandidos do partido político de sua preferência. b) que os futuros juízes da suprema corte sejam eleitos pelo voto direto dos brasileiros e que seus mandatos tenham a mesma duração do mandato de Presidente da República, que deverá ser único e de 6 anos.

4 – Extinção da Procuradoria Geral da República.

5 – A organização de um tribunal semelhante ao de Nuremberg com o objetivo de julgar os crimes de lesa-pátria cometidos por golpistas, procuradores e agentes da PF, técnicos e economistas entreguistas, principalmente no que diz respeito àqueles crimes de abuso de autoridade e de entrega do patrimônio do povo brasileiro a empresas estrangeiras a preços aviltantes. Que sejam também julgados aqueles agentes públicos que cometeram prevaricação, vazamentos de informações sigilosas, e crimes que resultaram na destruição de empregos na indústria do petróleo e na pecuária brasileiras.

6) Que se prenda também o Alckmin (o Santo), o Serra (o Careca), o Aécio Neves ( o Mineirinho), o Jucá, o Moreira Franco, o Padilha e todos os outros ladrões do PSDB/PMDB, ou que soltem o Zé Dirceu, o Delúbio Soares, o João Vacari Neto e todos os outros PRESOS POLÍTICOS condenados através de julgamentos sem provas e lixamentos encabeçados pela grande mídia, Rede Globo de Televisão à frente.

7 – Cassar sob acusação de falcaltruas o direito de Concessão da Rede Globo de Televisão

OBS: aceitamos sugestões de novos itens.

Nando

GREVE GERAL POR TEMPO INDETERMINADO

Proposta de pauta para uma greve geral por tempo indeterminado:

1 DERRUBAR O TEMER

2 Exigir a renúncia dos congressistas e, se por acaso a bancada do EDUARDO CUNHA não renunciar (140 deputados), vamos invadir Brasília e prender os ladrões safados que votaram e continuarão votando em projetos contrários aos interesses do povo brasileiro. Aqueles que reagirem levarão uma surra; se insistirem, levarão uma segunda, uma terceira e por aí vai.

3 – Eleições Gerais para o Executivo e Legislativo em um prazo de 6 meses.

3-No tocante a Suprema Corte: a) Exigir que os senhores juízes golpistas da Suprema Corte também renunciem. Que se mantenha os seus gordos salários à guisa de aposentadoria com uma condição: nada de se meter em política porque juiz tem que ter JUÍZO e não pode sair por aí a defender bandidos do partido político de sua preferência. b) que os futuros juízes da suprema corte sejam eleitos pelo voto direto dos brasileiros e que seus mandatos tenham a mesma duração do mandato de Presidente da República, que deverá ser único e de 6 anos.

4 – Extinção da Procuradoria Geral da República.

5 – A organização de um tribunal semelhante ao de Nuremberg com o objetivo de julgar os crimes de lesa-pátria cometidos por golpistas, procuradores e agentes da PF, técnicos e economistas entreguistas, principalmente no que diz respeito àqueles crimes de abuso de autoridade e de entrega do patrimônio do povo brasileiro a empresas estrangeiras a preços aviltantes. Que sejam também julgados aqueles agentes públicos que cometeram prevaricação, vazamentos de informações sigilosas, e crimes que resultaram na destruição de empregos na indústria do petróleo e na pecuária brasileiras.

6) Que se prenda também o Alckmin (o Santo), o Serra (o Careca), o Aécio Neves ( o Mineirinho), o Jucá, o Moreira Franco, o Padilha e todos os outros ladrões do PSDB/PMDB, ou que soltem o Zé Dirceu, o Delúbio Soares, o João Vacari Neto e todos os outros PRESOS POLÍTICOS condenados através de julgamentos sem provas e lixamentos encabeçados pela grande mídia, Rede Globo de Televisão à frente.

7 – Cassar o direito de Concessão da Rede Globo de Televisão sob a acusação de falcatrua.

OBS: aceitamos sugestões de novos itens.

Márcio Gaspar

Polícia Federal é uma polícia política.

José Carlos Vieira Filho

gestapo?

Roberto

O reizinho de Maringá tem que ser processado por todos os crimes que ele cometeu.
Mas, a ditadura que estamos vivendo não será derrubada dentro das institiuições, pois tanto o Judiciário quanto o Legislativo fazem parte dessa mesma ditadura. Para deter o golpe, é preciso Greve Geral até a deposição do governo e a instalação de uma Constituinte Soberana.

FrancoAtirador

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https://t.co/MAlj9UjqE5
https://twitter.com/eduguim/status/845058771856605184

“Como Se Deu Minha Prisão. E o Interrogatório.”

“No Meio do Caminho,
Fui Informado Pelos Policiais
de q Estava Sendo Detido
por Conta do Post”

“Eu já não tinha mais telefone,
já não tinha mais como me comunicar

O delegado iniciou o interrogatório
sem a presença de qualquer advogado”

Por Eduardo Guimarães (https://twitter.com/eduguim), no Blog da Cidadania

O juiz Sergio Moro, nesta quinta-feira 23, recuou de sua decisão para reconhecer que sou jornalista e, como consequência, mandar excluir as provas obtidas mediante violação do sigilo de fonte.

Todavia, em sua decisão, ele faz afirmações sobre como se deu meu depoimento as quais não correspondem aos fatos e devem ser esclarecidas.

Às 6 horas do dia 21 de março deste ano, eu e minha esposa dormíamos quando escutamos um barulho semelhante a arrombamento da porta da frente do nosso apartamento.

Achei que era algum vizinho começando alguma obra antes da hora e, como fora dormir poucas horas antes, virei-me para o lado e voltei a dormir.

Segundos depois, ouço minha esposa dizer, desesperada, que tinham vindo me prender.

Minha filha Victoria, 18 anos, 26 quilos, portadora de paralisia cerebral, que dormia no quarto ao lado, assustou-se com os golpes desferidos pelos policiais na porta e começou a reclamar, como faz quando está nervosa.

Levanto-me assustado, corro para a sala e encontro minha mulher à porta, entreaberta. Termino de abrir a porta, vejo quatro policiais federais.

E o porteiro do prédio com expressão assustada no rosto.

Detalhe: minha mulher vestia roupas sumárias de dormir.

Pediu para se trocar. Não obteve permissão dos policiais.

Enquanto isso, Victoria assistia a tudo com olhos arregalados.

Os policiais comunicaram que tinham uma ordem de busca e apreensão e começaram a vasculhar o apartamento.

Obrigaram o porteiro a entrar no meu quarto de dormir, que começaram a vasculhar, abrindo gavetas, portas de armário e qualquer outro lugar possível.

Acharam meu computador (notebook), exigiram a senha para ligá-lo e, assim, poderem mudar essa senha para terem acesso quando quisessem.

Pedi para copiar alguns dados pessoais, mas não me foi permitido.

Pediram para desbloquear meu celular com a mesma finalidade.

Após a busca, nada tendo sido encontrado, os policiais anunciaram minha condução coercitiva.

Tentei ligar para meu advogado, doutor Fernando Hideo, mas não consegui.

Passava um pouco das 6 horas.

Minha esposa pediu para esperarem que eu conseguisse falar com o advogado, mas não permitiram.

Exigiram que eu me vestisse e os acompanhasse.

Eu e minha esposa entramos no quarto de Victoria, onde respeitaram mais, para nos abraçarmos.

Ela chorava, minha filha fazia seus sons característicos, pois não fala.

Imaginei se voltaria a vê-las.

Tentei, porém, aparentar calma.

Até então, achava que estava sendo conduzido por conta da denúncia de ameaça contra Moro, feita por ele.

No meio do caminho, fui informado pelos policiais de que estava sendo detido por conta do post que publiquei em 26 de fevereiro do ano passado divulgando a quebra de sigilo de Lula.

Como não estava ainda raciocinando direito, pois fora dormir tarde e depois fui acordado daquele jeito poucas horas depois, comecei a debater a operação Lava Jato com os policiais.

Enquanto eu dizia que era uma operação de caráter partidário contra o PT, eles defendiam as investigações com as argumentações que todos conhecem.

Chegamos à sala do delegado que me interrogou.

Eu já não tinha mais telefone, já não tinha mais como me comunicar.

O delegado iniciou o interrogatório sem a presença de qualquer advogado.

O delegado me comunicou que já sabia quem fora a minha fonte, mostrou-me o nome da fonte, contou-me que ela obtivera a informação que me passara de uma “auditora da Receita” (fonte da minha fonte), mas não quis me dizer a profissão da pessoa que entrou em contato comigo.

Mostrou-me a foto da “auditora da Receita” que vazou a informação.

Perguntou se eu a conhecia e me disse que estava tentando determinar se nós três agíamos juntos.

Fiquei surpreso, pois a fonte, o tal jornalista, dissera-me que obtivera as informações com a imprensa.

Disse-me que toda a imprensa de São Paulo já tinha aquelas informações que me estava passando. Então, descubro que uma servidora da Receita subtraiu de lá as informações ilegalmente.

O delegado deixou claro que eu era suspeito de ser “cúmplice” daquelas pessoas.

Eu disse que isso não era verdade e me perguntei, em voz alta, por que o tal jornalista me dera informação inverídica.

O delegado respondeu minha pergunta retórica. Disse que, provavelmente, fora para me “induzir” a divulgar os dados sem medo de estar cometendo um crime.

Repito: o delegado me disse que minha fonte me enganou.

Enquanto isso, minha esposa tentava falar com o doutor Fernando, mas não conseguia.

Então, NO DESESPERO, recorreu a uma parente que é advogada da área de Direito da Família e não tem maiores conhecimentos sobre a área criminal.
A nossa familiar chegou à sede da PF em São Paulo, à sala em que eu era interrogado, lá pela metade do depoimento.
Porém, não teve condição técnica de me passar qualquer orientação enquanto eu respondia. Apenas assistiu à oitiva.

O meu interrogador deu a entender que eu teria que provar não ser cúmplice do tal jornalista e da auditora da Receita Federal, ambos de Curitiba.

Nesse momento, decidi dizer ao delegado que tinha o telefone no qual recebera as mensagens e que elas poderiam demonstrar que eu não conhecia o jornalista curitibano dos quais eles tinham todos os dados, pois, nas mensagens, ele se apresentava a mim e eu fazia perguntas a ele sobre sua identidade.

Contudo, cerca de dois meses após a condução coercitiva de Lula, o aparelho travou.

No segundo semestre de 2016, o celular de minha esposa se quebrou e ela precisava de um novo.
Achando que não iria precisar mais do celular no qual estava registrada a conversa com o jornalista de Curitiba, minha fonte, levei o aparelho à assistência técnica.
Lá, fui informado de que, para consertá-lo, teriam que apagar todos os dados.
Concordei e o celular teve sua memória “formatada” e me foi devolvido absolutamente “em branco”.

De volta ao interrogatório a que fui submetido no último dia 21:

Colocado diante da hipótese de ser preso se não provasse que não tinha relações com o jornalista de Curitiba que me passou as informações sobre Lula, disse a ele que tinha provas, sim, de que não conhecia a pessoa, pois ele me dissera que “já sabia tudo”.

Eis a informação que o juiz Sergio Moro divulgou nesta data e que não corresponde aos fatos, apesar de que não se sabe como ele foi informado da forma como transcorreu meu interrogatório. Ele diz que não fui pressionado, eu digo o contrário.

Só o que posso afirmar é que não havia fonte a preservar porque as autoridades me disseram mais sobre elas do que eu sabia.

Antes de começar a depor, fui informado de que meus interrogadores sabiam quem era a fonte.

Ora, vamos repassar os fatos.

Fui ouvido sem um advogado com condições de me orientar sobre o que eu precisava ou não responder.

Tudo isso após o trauma pelo qual eu, minha esposa e minha filha doente passamos ao raiar do dia.

Avisei ao delegado que me interrogou que a familiar de minha esposa não tinha conhecimentos da área criminal e que estava lá mais para eu não ficar sozinho em um depoimento, mas ela nem sequer se manifestou durante a oitiva.

Como se diz, ela “pegou o bonde andando”, ou seja, apesar de ser uma excelente advogada em sua área, nem conhecia o caso a fundo e nunca atuou na área criminal.

Fui informado de que, se não provasse que não tinha relações com as pessoas de Curitiba que conseguiram os dados que recebi, eu seria considerado parte de um grupo, ou uma quadrilha.

Meu advogado que atua nessa área, doutor Fernando Hideo Lacerda, chegou bem depois do fim do depoimento, no exato momento em que eu iria firmá-lo.

Doutor Fernando descobriu vários pontos que haviam sido inseridos indevidamente no depoimento e pediu retificação, após eu informar que não havia dito certas coisas que lá constavam.

O delegado aceitou os pedidos de retificação e reconheceu que eram justificados.

Se meu advogado não tivesse chegado a tempo, meus direitos civis teriam sido violados de forma ainda mais séria.

Sobre eu ter avisado o instituto Lula, o juiz Sergio Moro dá a impressão de que a Lava Jato apurou alguma coisa. Não é o que ocorreu.

Eis os fatos.

Em 23 de fevereiro de 2016 recebi as informações do jornalista de Curitiba. Recebi uma relação de mais de 40 nomes de pessoas e empresas que seriam ligadas ao ex-presidente Lula.

Precisava saber se não era alguma armação – eu corria o risco de divulgar mentiras sobre o ex-presidente.

Procurei o assessor de imprensa do instituto Lula para saber se o ex-presidente conhecia aqueles nomes. Nada disse a ele sobre condução coercitiva.

O assessor de imprensa do ex-presidente pediu prazo para verificar as informações antes que eu as divulgasse.

Concordei, ressaltando que não poderia demorar muito para divulgar as informações.

Em resumo: se eu não tivesse publicado a matéria de 26 de fevereiro de 2016, na qual EU disse que informei o Instituto Lula os 40 nomes de empresas e pessoas, Sergio Moro e a Lava Jato nunca saberiam que o ex-presidente foi informado de alguma coisa.

Aliás, vale dizer que o Instituto Lula só foi informado dos nomes que teriam sigilos quebrados. Mais nada.
E com a finalidade de ser perguntado sobre se, de fato, aquelas pessoas e empresas tinham alguma ligação consigo ou com pessoas próximas a si, de modo que eu não divulgasse mentiras.

O juiz Sergio Moro parece muito preocupado em negar arbitrariedades, mas não se cansa de cometê-las.

A nota que soltou demonstra intenção clara de me acusar de ter revelado informações que não me foram pedidas.

Ou seja: ele procura me atingir moralmente.

Bem, eu digo o que realmente aconteceu: ele quebrou meu sigilo de forma irremediável ao determinar a quebra de sigilo de meu extrato telefônico.

O magistrado determinou que a operadora de celular informasse o meu extrato telefônico, com o objetivo claro de identificar a fonte que teria me passado a informação divulgada no blog.

Portanto, a decisão não corresponde à realidade ao afirmar que eu teria revelado “de pronto, ao ser indagado pela autoridade policial e sem qualquer espécie de coação, quem seria a sua fonte de informação”.

Basta perceber que o próprio juiz Sérgio Moro agora reconhece a ilegalidade das medidas tomadas visando à obtenção prévia da fonte de informação, para concluir que houve nítida coação ilegal no meu depoimento.

Está devidamente comprovado que, na ocasião do depoimento, as autoridades já tinham conhecimento da sua fonte de informação, obtido mediante o emprego de meios que o próprio magistrado agora assume serem ilegais.

O juiz Sergio Moro se converteu em meu inimigo. Está me processando depois de ter sido por mim representado no CNJ e depois de ter representado criminalmente contra mim em razão de uma publicação em rede social, em que se considera vítima de ameaça praticada por mim.

Não é mais juiz, é parte de um litígio. Não posso ser julgado por um inimigo. Isso é uma aberração, isso é coisa de ditaduras.

Você gostaria de ser julgado por um desafeto? Isso é Justiça?!!

E mais: quero lembrar a todos os brasileiros que, até o momento, ninguém nem mesmo ousou afirmar que informei alguma coisa ao ex-presidente Lula com a finalidade de obter qualquer lucro.

Não fui acusado de me corromper, de corromper alguém, de ter feito qualquer coisa para obter benefícios.

Agi de acordo com a minha consciência sem visar lucro pessoal.

Tenho a consciência tranquila.

Considero uma honra lutar contra todo esse arbítrio.

Estou lutando em defesa da democracia brasileira, ameaçada por processos Kafkianos como esse do qual sou vítima simplesmente por fazer jornalismo, ainda que o juiz me negue a condição de jornalista.

Por fim, o mais irônico em toda essa história é que aqueles que me acusam de vazamento, eles mesmos vazaram meu processo, então sigiloso, para um site que se dedica a atacar o PT, Lula, a esquerda. Todo santo dia. E que é ligado ao PSDB e ao governo Temer.

O mundo precisa saber do que está acontecendo no Brasil e, enquanto eu tiver vida e voz (liberdade), vou me dedicar a denunciar a ditadura que se abateu sobre o nosso país.
Para que minhas três netas – e outros netos que virão – não vivam em uma ditadura.

http://www.blogdacidadania.com.br/2017/03/como-se-deu-minha-prisao-e-o-interrogatorio/
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Rogério Bezerra

Quando um juiz age como bandido é por que a sociedade faliu completamente. E essa é a elite do Brasil? Chama o ladrão…

Eduardo Guimarães

Dá pra acreditar, Conceição? Quando ele me contou não acreditei. Depois vou te contar mais. Estou com os documentos. Bjs

    Crazy horse

    Força Edu!!!!

FrancoAtirador

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DITADURA JUDICIAL

Meganhagem Característica de Estado Policial em Regime de Exceção.
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Sergio Navas

Além de tudo esse provinciano é um covarde, a tentativa de vender a imagem do Eduardo como entregues tá, demonstra o seu verdadeiro caráter.

José Fernandes

Psicopata e pouco….Pra esse juiz….Que não vou citar nome,….

FrancoAtirador

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A Tirania do Fascista Detesta a Liberdade Alheia.
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