Moraes, da FUP: Candidato do Globo para Petrobras é privatista empedernido

Tempo de leitura: 4 min

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Para João Antonio de Moraes, da FUP, Adriano Pires defende o pior modelo de exploração do petróleo para o povo brasileiro. Foto: Site do PSDB

por Conceição Lemes

Durante a campanha eleitoral, os tucanos, inclusive o candidato derrotado Aécio Neves, diziam abertamente que pretendiam voltar ao modelo antigo de exploração de petróleo.

Leia-se: regime de concessão, que vigorou na era FHC.

Em 6 de agosto de 1997, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sancionou a lei que liberou às grandes petroleiras internacionais a exploração do petróleo nas costas brasileiras, atividade até então exclusividade da Petrobrás.

Em 22 de dezembro de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterou o modelo de exploração. Passou do “regime de concessão” para o de partilha. É a lei 12.351/2010. Atualmente, nas áreas não licitadas do pré-sal e no campo de Libra, vigora a partilha. Já nas áreas leiloadas anteriormente à lei de Lula, o modelo de concessão.

O “mercado” e os seus tentáculos midiáticos nunca se conformaram com a mudança.

Nos últimos dias, com as denúncias de corrupção na Petrobrás, voltaram à cena, sem a menor preocupação de camuflar os reais objetivos: derrubar a presidente da Petrobras, Graça Foster; e voltar ao modelo de concessão, abrindo, assim, a possibilidade de Shell, Exxon, Chevron explorarem o pré-sal.

São tão caraduras que já têm até um substituto para Graça Foster: o consultor Adriano Pires, lançado pelo O Globo. Adriano é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e integrante do Instituto Milenium.

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“Na campanha eleitoral, o Adriano Pires teve o nome ventilado para a presidência da Petrobrás, caso Aécio Neves vencesse”, alerta João Antonio de Moraes, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

“Ele, como os tucanos, defende com unhas e dentes o modelo de concessão. Seguramente, o pior modelo de exploração do petróleo para o povo brasileiro. É um privatista empedernido.”

Hoje em dia basicamente quatro modelos de exploração de petróleo no mundo. O Viomundo pediu então ajuda a Moraes, para nos explicar, de forma bem didática, as principais diferenças entre eles:

Monopólio – É o modelo que o Brasil adotou até 6 agosto de 1997, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sancionou a nova lei do petróleo, que o extinguiu. Toda a exploração do petróleo ficava nas mãos da Petrobrás. É o que a FUP defende e considera mais avançado.

Concessão – Vigorou de 6 de agosto de 1997 a 22 de dezembro de 2010, quando o ex-presidente Lula sancionou a lei 12.351, que instituiu o modelo de partilha.

No modelo de concessão, é feito o leilão da área em disputa. Ganha a empresa que oferecer maior parcela de dinheiro para o Estado. Nesse modelo, 100% do petróleo produzido após a licitação passa a pertencer à empresa vencedora. Ela só tem de pagar os tributos.

No modelo de concessão, o controle fica na mão das empresas, o que favorece a exploração predatória. Foi o que aconteceu na Argentina com a Repsol. A Argentina tinha reservas importantes que lhe garantiriam o futuro. Porém, graças às privatizações e ao modelo de concessão lá vigente, a Argentina exportou petróleo a 5 dólares o barril. Em setembro, estava tendo de importar a 100 dólares o mesmo barril. Atualmente, a 66 dólares.

Além de esgotar rapidamente a reserva do campo, o modelo de concessão implica outros riscos:

* Não gerar postos de trabalho na cadeia como um todo, já que possibilita a exploração do petróleo a qualquer preço.

* Não utilizar o retorno econômico do campo para fazer pesquisas. Aí, também um dos motivos dos ataques à Petrobrás, pois menos dinheiro vai para o bolso.

*Ambiental. Foi o que aconteceu num poço da empresa americana Chevron no Campo do Frade, na Bacia de Campos (RJ), em novembro de 2011. A Chevron quis produzir mais rápido e não respeitar normas de segurança. Resultado: um grande vazamento de petróleo no mar.

O risco ambiental é maior no modelo de concessão porque  o mecanismo que o Estado tem para controlar é muito pequeno. O máximo que pode se fazer é multar. Foi o que aconteceu no Campo de Frade. O Estado brasileiro multou e a Chevron voltou a produzir.

Partilha – É o que está em vigor. Começou a ser adotado no segundo governo Lula. É o meio termo entre a concessão e o monopólio.

No modelo de partilha, ganha a empresa que oferecer mais petróleo ao Estado brasileiro. Foi o que aconteceu no leilão do campo de Libra. Ganhou a empresa que ofereceu 41% do petróleo ao Estado. De cada barril de petróleo ali produzido, 41% ficam para o povo brasileiro. Mais os tributos sobre todo o volume explorado.

No modelo de partilha, diferentemente da concessão, a única operadora da área é a Petrobrás. O que permite ao povo brasileiro, através do Estado, controlar a produção.

Na partilha, as outras empresas entram como sócias investidoras. Mas quem vai trabalhar o campo, contratar os equipamentos, navios e, principalmente, controlar a produção é a Petrobrás. Isso é o mais importante. Permite que o país explore-o de acordo com as suas necessidades em vez de exauri-lo rapidamente, como acontece com a concessão.

Serviços — O Estado contrata os serviços de uma empresa para explorar o petróleo e paga por esse serviço. Mas o petróleo é do Estado.

“A manutenção do modelo de partilha é questão de soberania nacional”, sustenta João Antonio de Moraes. “É fundamental para a gente não seja um mero produtor de petróleo cru. E que se façam investimentos tanto na cadeia anterior – produção de navios, plataformas, gerando emprego e renda aqui nos estaleiros — quanto na outra ponta, que seria a refinaria, petroquímica e a indústria de transformação de plásticos”.

 Leia também:

Federação dos Petroleiros: O mercado não destruirá a Petrobrás

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Comentários

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Valcir Barsanulfo de Aguiar

Se os neo librais vendilhões tukanos chegar ao poder, ADEUS PETROBRAS(petrobrax)?

Jorge Vieira

É inacreditável lançar esse agente da CIA para presidir a Petrobrás.

SILOÉ-RJ

PARA O BEM DA PETROBRAS, FICA GRAÇA!!!

Jair de Souza

Quem compartilhou o tempo de universidade com o tal Adriano Pires não pode deixar de ficar surpreso ao vê-lo sendo apresentado como o nome de referência da tucanalhada para a presidência da Petrobrás.

Que a tucanalhada se caracteriza por sua falta de vínculos com os interesses de nossa pátria, isso já é bom demais sabido. Mas, até então, a gente via que os elementos escolhidos por eles para levar adiante sua política de favorecimento ao capital multinacional eram, pelo menos, dotados de alto nível intelectual, ou seja, entreguistas sim, mas intelectualizados.

No entanto, agora vejo que decidiram apostar também em babacas. Já nem se exige capacidade intelectual, basta sua condição de entreguista empedernido. Só isso explica a escolha de um babaca “intelectual” como o tal Adriano Pires para servir como o nome principal da tucanalhada para a Petrobrás.

Que continuem assim, é um bom sinal para a luta dos patriotas.

    Jair de Souza

    Peço que corrijam “isto já é bom demais sabido” por “isto já é por demais sabido”.

Pedrão

Brasil, o pais que mais produz vende pátrias no mundo.

Almir

Mais uma previsão “catastrófica” que não se confirma: o estouro do teto da meta de inflação. O índice acumulado para 2014 ficou em 6,46% a.a – abaixo do teto da meta. E ainda tem babaquara manipulado que acredita nessa imprensa terrorista.

abolicionista

Esse aí é da escolinha do Milton Friedman, vende até a mãe…

Jacó do B

Se a Lava-Jato não fosse tucana ela tirava as pedras sobre o tempo desse Adriano Pires e do genro do FHC, o Davizinho na PetrobraX. Ia voar pena de tucano……

Jacó do B

Quem defende a volta ao regime de concessão tem que ser preso, pois não passa de um lesa Pátria!

jõao

Rombo de R$ 30 milhões por mês: PF acaba com a farra do prefeito playboy do PSDB
Essa notícia você não vai ler na Folha, Estadão, O Globo, Veja…Operação Gafanhoto da Policia Federal tenta prender tucano…que foge
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/12/rombo-de-r-30-milhoes-por-mespf-acaba.html

emerson57

A presidenta Graça Foster, tenho a certeza que votou na Dilma.
Com o apoio do povo Dilma foi reeleita.
Em quem teria votado esse Adriano?
Em quem votou a Globo?
Em quem teria votado o Levy,
Em quem votou o resto do PIG?
…..o resto são chorumelas.

Alex Zorzal

Que texto esclarecedor! Obrigado…

Eduardo Lima

LEI DE IMPRENSA JÁ!

A reforma mais urgente para o Brasil é a reforma dos meios de comunicação. A versão tupiniquim da Ley de Medios dos hermanos argentinos. Como deve ser essa reforma? Em nossa opinião, deve ser radical. Desconcentrar a posse da mídia, realizar concorrências públicas para concessão, exigir conteúdo local ou regional em 60% da grade, garantir o imediato direito de resposta, punir rigorosamente as falsas reportagens e acusações, etc. E você? O que acha? Nossa reflexão sobre o tema está no texto do link abaixo:

http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR7.html

    leo

    Concordo. Nossa imprensa é um lixo de mentiras, tendências e direcionamentos. Mas não podemos achar que esse é o único problema do país…

    Também temos que ter uma reforma política que puna os detentores de cargos eletivos por propaganda enganosa e por proferir mentiras em relação aos seus adversários, como ocorreu nesse festival de horror chamado “eleições brasileiras 2014”. Nunca vi um partido mentir tanto sobre suas metas e sobre seus adversários como fez o PT.

    vinícius

    palmas para o Leo!!!!!!!
    Leo para presidente!!!!

Julio Silveira

Falem sério indicações da Globo é para serem ignoradas, elas só atendem ao estado yanke.

Maur

Parece engraçadinho, mas é sério…negócio do Adriano é botar a Petrobras no pirex, temperar e cozinhá-la pra servir a gosto dos fregueses gringos!…Adriano Pirex, Petrobrax!

Maur

A Venena e outros falam o que falam, e o propósito final é o de emplacar o Adriano Pirex presidente na Petrobrax até vender pros gringos!

FrancoAtirador

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Adriano Pires (http://abre.ai/adriano-pires_psdb-1998)

É Economista.

A sua última experiência no governo federal
foi na Agência Nacional de Petróleo – ANP
[nos dois mandatos de FHC (PSDB)]

onde atuou como Superintendente de Importação e Exportação de petróleo, seus derivados e gás natural (abril/1998 a novembro/1998),

Superintendente de Abastecimento (dezembro/1998 a agosto/1999)

e Assessor do Diretor-Geral (2001).

É sócio-fundador do CBIE – Centro Brasileiro de Infra Estrutura atuando como consultor de empresas no setor de energia elétrica, petróleo e gás natural.

Publica artigos sobre energia elétrica, petróleo e gás natural
no jornal Valor Econômico [Globo+Folha] e nas revistas
Conjuntura Econômica, da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
e Brasil Energia.

Escreve também no site do Instituto Liberal

e possui blog no portal “oglobo.com”.

(http://abre.ai/fhc_anp_adriano-pires_e_rafael-schechtman_tucanos-globais)
(http://imil.org.br/author/adriano-pires)
(http://www.cbie.com.br/2014/a-equipe-do-cbie)
(http://www.cbie.com.br/2014/areas-de-atuacao-e-servicos)
(http://www.cbie.com.br/2014/clientes)
(http://ccbc.org.br/default.asp?pag=news&entrada=2204)
(http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,dez-anos-da-lei-do-petroleo,29471)
(http://www.globo.com/busca/?q=Rafael+Schechtman)
(http://abre.ai/rafael-schechtman_anp_psdb_2000)
(http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2012/05/entenda-o-processo-de-refino-do-petroleo-e-conheca-seus-derivados.html)
(http://www.globo.com/busca/?q=Adriano+Pires)
(http://www.psdb.org.br/o-apagao-e-do-governo-adriano-pires-e-rafael-schechtman)
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    sergio m pinto

    Sei. E dai? Isso o transforma no nome mais indicado para dirigir a Petrobrás? Ou seria apenas pela sua posição contra a lei de partilha?

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