Maurício Angelo: Sebastião Salgado, patrocinado pela Vale, é mesmo a melhor escolha para salvar o rio Doce?

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Sebastião Salgado, o patrocínio da Vale e a “salvação” do Rio Doce

por Maurício Angelo, em 20.11.2015, no Ministério da Verdade

Em comunicação e, especialmente numa “gestão de crise” como é o caso do crime ambiental cometido pela Vale, nada melhor que ter uma figura pública, querida, de reconhecimento nacional e internacional para apoiá-lo na “redução do dano” de imagem da empresa.

Para a Vale, o personagem perfeito estava em mãos: Sebastião Salgado, fotógrafo premiado internacionalmente e figura simpática ao público, “um velhinho com jeito de boas intenções”, histórico vasto e ligações umbilicais com o Rio Doce, Minas Gerais e Espírito Santo que, entre outras coisas, administra uma ONG na região há 2 décadas. O porta-voz perfeito, portanto.

Já dissecamos aqui todas as principais dúvidas que o Instituto Terra, ONG de Salgado, suscita em seu comunicado postado logo após o crime em Mariana.

Salgado, lembremos, está longe de ser um qualquer: um dos fotógrafos mais premiados do mundo, foi também, ainda em 2015, envolvido no documentário “O Sal da Terra”, indicado ao Oscar e dirigido pelo seu filho Juliano ao lado do prestigiado diretor alemão Wim Wenders, em que também é foco e personagem.

Ao longo das décadas, seus trabalhos comumente focaram os oprimidos e excluídos: os pobres na América Latina, a seca no norte da África, trabalhadores rurais, refugiados, etc. Envolvido desde sempre com organizações que incluem o Banco Mundial e instituições como a UNICEF, ACNUR, Médicos Sem Fronteiras e Anistia Internacional, Salgado construiu carreira em que joga luz sobre os desprivilegiados.

Como duvidar, então, das boas intenções de uma figura com essa história? Como questionar que alguém com o lastro de Salgado, nascido na região do Rio Doce, tenha algum interesse que não a recuperação do rio e a punição dos responsáveis?

Corta para essa entrevista que ele concedeu à Folha em 2013:

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Houve uma polêmica em Londres, em que ambientalistas protestaram contra a exposição por conta do financiamento da [mineradora] Vale. Qual é a sua opinião? Há incoerência?

A minha opinião é completamente diferente, claro. Senão eu não estaria com a Vale “sponsorizando” (patrocinando) o meu projeto. Na realidade, nós já trabalhamos com eles há muitos anos.Quando começamos nosso projeto ambiental, começamos com a Vale. E não só com a gente, a Vale participa com a maioria das ONGs ambientalistas brasileiras. Então houve um problema que foi ela pegar 9% do investimento de Belo Monte.

E como é a maior empresa privada que teve participação, eles não atacam o governo brasileiro que, na realidade, é um projeto do governo brasileiro. Isso é a Eletronorte, isso é o BNDES. É um projeto do governo brasileiro. Eles pegaram, eles sofreram um ataque direto e frontal e passaram a ser a empresa a combater.

Agora, ela virou sigla internacional por causa de Belo Monte e isso para mim não tem nada a ver com o comportamento dessa empresa dentro do Brasil. É uma das empresas mais razoáveis do ponto de vista ambiental.

Agora, toda mineradora destrói um bocado de terra, pô. Todo mundo tem um carro, todo mundo tem um computador, todo mundo tem um garfo em casa. Nós precisamos desses minérios para a sobrevivência.

E todo mundo consome petróleo, e você precisa da Petrobrás. Que sociedade é essa que nós vamos negar o consumo básico? Onde nós somos os maiores consumidores?O Lula colocou 35 milhões de brasileiros saídos da linha de pobreza na classe média.

Todos esses compraram carros, compraram televisão, compraram tudo. Tem que existir um sistema produtivo atrás disso. Acho que o sistema produtivo tem que ser o mais limpo e justo possível. Mas acho que a visão que nós temos que ter é um pouco mais coerente.

Lá no nosso projeto ambiental trabalhamos com uma série de empresas. E nós temos que fazer com elas mesmo, porque se nós não fizermos com elas, não vamos fazer nunca. Então, eu acho que esse discurso, urbano, radical, também tem que mudar um pouquinho.

Ele tem que ser mais compatível e coerente com a sociedade em que nós vivemos.

“Ruim com eles, pior sem eles”, né, Salgado? Afinal, todo mundo consome um pouquinho de minério, pô!

Vamos ignorar o fato que a Vale foi considerada a pior empresa do mundo, ainda em 2012, como lembra essa reportagem da Agência Pública. Vamos esquecer que é absolutamente impossível produzir minério de ferro com responsabilidade (ambiental, trabalhista, com a comunidade, etc) de acordo com metas absurdas de produção, como a estimativa de produzir 1 BILHÃO DE TONELADAS DE MINÉRIO DE FERRO de acordo com o Plano Nacional de Mineração.

Vamos esquecer que a Vale financia Sebastião Salgado desde o primeiro dia de fundação do seu Instituto.

Vamos esquecer que impressiona a rapidez absurda com que a organização de Salgado apresentou um “plano de recuperação” do Rio Doce para um crime de extensão ainda imensurável, de efeitos que durarão séculos e de impactos complexos em toda a cadeia ambiental.

Ao contrário de todos os especialistas, Salgado afirma com convicção que a recuperação “durará 20 anos”.

Nesta entrevista ao El País, suas ideias são no mínimo confusas. Diz ele:

A nossa proposta não é de multar as empresas, essa não é a solução para o nosso vale. Essa multa entra nos cofres do Governo Federal, mas ela nunca vai chegar aqui, vai servir para pagar os juros das dívidas do Estado, emergências, mas nunca vai chegar aos atingidos pela catástrofe do Vale.

Nossa proposta é criar um grande fundo de investimento em que a contribuição deve ser feita pelas duas empresas proprietárias da Samarco, que são a Vale e a BHP. As duas são de uma potência financeira extrema. A gerência desse fundo seria pública e privada e teria o máximo de seriedade e ética na gestão.

Como essa recuperação será em longo prazo, então teríamos que ter fundos também em longo prazo para recuperar. Agora, um cálculo de quanto seria necessário, eu não saberia dizer. Tenho apenas uma referência. Há poucos anos, houve uma catástrofe com a British Petroleum, no Golfo do México. Naquela ocasião, foi jogada ao mar uma quantidade grande de petróleo, que correspondia a um estádio de futebol em metros cúbicos, uma proporção menor ao desastre de agora.

Esse material demorou um ano e meio para desaparecer da região. Ao passo que a nossa catástrofe aqui é muito pior, ela destruiu muito mais, e os danos reinarão por um tempo grande. Naquela época, a British Petroleum pagou 80 bilhões de reais. Então temos uma base. E temos que calcular que aqui possivelmente esse valor será maior. Temos que negociar com as empresas uma forma de constituir esse fundo e a gente atuar.

Levei a Dilma e ela acha que a proposta tem que ser defendida e afirmou que lutará por essa bandeira. A presidenta disse que o Estado precisa também multar as empresas. Penso que essas multas precisam ser razoáveis para permitir para que se crie o fundo com a participação das mineradoras.

Não somos nós que temos conversas com a Samarco e com essas mineradoras, isso será feito por uma comissão que deve ser criada pelo Governo Federal, pelos dois governos estaduais e o Ministério Público. A referência legal eles que precisam fazer, cabe a nós sugerir. Esta manhã (segunda-feira) eu já conversei com os dois governadores por telefone, temos reunião semana que vem.

Estamos em contato permanente com o Ministério Público, com a ministra do Meio Ambiente. Somos a única organização estruturada para o Rio Doce. Nossa entidade é inteiramente desenhada para o rio.

Conhecemos como a linha da nossa mão já que temos o projeto desde 1998. Inclusive, já fizemos um projeto de recuperação dentro da fazenda dos meus pais.

Interessante notar que Salgado defende uma compensação maior que 80 BILHÕES DE REAIS. Valor infinitamente maior que as “melhores previsões” até aqui, que giram em torno de R$ 10 bilhões.

No entanto, não seriam multas, mas um fundo “de gestão pública e privada”, possivelmente administrados pelas próprias empresas e, é de se imaginar, pagos em suaves prestações enquanto estas mesmas empresas voltam a explorar e produzir minério seja em Mariana, no Espírito Santo e em outras linhas de produção afetadas. Curioso.

Salgado diz ter um plano de recuperação para as 377 mil nascentes do Rio Doce, apesar dele “estar morto”.

A Bacia do Rio Doce é quase do tamanho de Portugal. O país faz 91.000 quilômetros quadrados e a bacia faz 87.000 quilômetros quadrados, é do tamanho de um país europeu. Então coloca aí, 230 municipalidades, uma população entre 4 a 5 milhões de habitantes. Isso sem anexar Vitória, no Espírito Santo, que está fora do Vale, mas que está muito perto.

A capital tem hoje um problema de oferta de água muito grave e começa a preparar canalizações para levar água do Doce para lá. Então, se você coloca a dependência de Vitória, essa população passa para 7 milhões. É muito representativo.

Nós temos um projeto para a recuperação das fontes do Rio Doce, porque ele foi um rio potente, mas não é mais. O Doce possui cerca de 377.000 nascentes. Elas não estão sempre na parte alta do rio, há também todos os afluentes que vem de rios médios. Já fizemos um projeto piloto com mil nascentes e todas elas começaram a produzir água ou aumentar a sua produção de uma forma significativa.

Já está testado, sabemos quanto custa, sabemos o que tem que fazer. É o único projeto atual já estruturado na região que visa o Rio Doce, ele já existia muito antes da catástrofe e trabalhamos juntos com o Governo de Minas e do Espírito Santo, estamos em fase de instalação.
(…)
No entanto, agora pintou um complicador muito grande nessa história: o rio morreu. Você imagina todos essas 4 milhões de pessoas que vivem na bacia do rio. A maioria das cidades ribeirinhas não possui tratamento de esgoto. Os rejeitos vão em direção ao rio. Antes, quando ele possuía uma vida biológica, com peixes, plantas, insetos e bactérias, o rio digeria esse esgoto, tratava, sofria, mas fazia o trabalho dele.

Agora, o rio foi morto. O que ele passa a ser? Um caudal de água estéril, não há mais vida, e hoje se continuarmos jogando essas bactérias dentro dele, passará a ser um caudal de bactérias perigosíssimo para todos. Temos uma proposta junto com a recuperação das nascentes que de instalar em todas as cidades da região um serviço de tratamento de esgoto.

A ideia é que a água já entre líquida dentro do caudal para você poder reconstituir a vida do Rio ou então ele não vai se recuperar jamais. Outra necessidade urgente é instalar as matas ciliares que não existem mais.

Interessante como Salgado se coloca, sempre, como a ÚNICA SOLUÇÃO AO RIO DOCE. Interessante como é Salgado que quer fazer a ligação entre a Vale, os governos federal e estadual, o Ministério Público e por aí afora.

Engraçado como é Salgado uma das primeiríssimas pessoas que Dilma recebe para tratar do assunto.

Engraçado que alguém como Salgado, patrocinado desde sempre pela Vale e por grandes empresas, tome a dianteira nesse assunto, com soluções prontas e previsões no mínimo dúbias.

Em comunicação, Sebastião Salgado é a figura perfeita. Muitas empresas dariam a existência para ter ao seu lado um personagem como Salgado na hora de uma crise desse tamanho. Simpático ao público, ligado à região, de “reputação ilibada”, figura inofensiva, trabalho pelos oprimidos, ONG, toneladas de prêmios.

Nada melhor que alguém como Salgado para limpar a sua barra. Para pintar um monstro menos feio do que ele realmente é. “Vai ficar tudo bem, em 20 anos a gente dá conta disso. O rio morreu, mas não há de ser nada”.

Como diria o filósofo: na comunicação, no mercado e na vida, não existe almoço grátis.

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Comentários

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Olarico Oberdan

O que a vale fez e gastou nesse MICRO-PROJETO ambiental é uma miséria diante do lucro que teve as nossas custas além de terem apoio do BNDS …FIZERAM NADA MAIS QUE A OBRIGAÇÃO…e ainda não adiantou quase nada já que o estrago foi catastróficos. Se Sebastião fosse MINEIRO mesmo ele gritava….denunciava ao mundo o que a empresa que o patrocinou ele fez…mas está mais preocupado com sua carreira ..E o Projeto que ele entregou ao lixo da Dilma em 15 de Nov de 2015 dizendo que ia restaurar o rio? Quando tiver uma exposição dele alguém deveria se borrar de barro ir no local e instruir as pessoas a boicotarem sua exposição …

Tuvia Bielski

Estatização já! Se a mesma tragédia, ou ainda uma tragédia menor, ocorresse sob a administração da União, quanto tempo vocês acham que levaria para que a mídia e os vendilhões consumados de nossa política bradassem pela privatização da Vale, com todo aquele palavrório odioso sobre a ineficiência do Estado, et cetera?

Waldomiro

Também acho que é preciso cuidado e refrear a “metralhadora giratória”.
Seria preferível que o S Salgado preservasse o seu nome e a sua obra, não se envolvendo com essa lama.
Mas já que ele resolveu encarar, é mil vezes melhor dar crédito a ele e ao Instituto Terra do que esperar que o Estado Brasileiro e os políticos façam alguma coisa.
É importante que nós brasileiros saibamos preservar o lado imaterial da questão, que se traduz na figura humanae na qualidade do trabalho de Salgado como fotógrafo.
Se a gente não souber preservar isso, aí sim é que estamos perdidos.
Como foi dito acima, temos que preservar nossa autoestima.
Os valores do mundo não são apenas os valores políticos e econômicos

Marcio

Senhores, moro no ES e conheço o projeto do Sebastião Salgado e a Reserva Florestal da Vale em Sooretama. O rio antes do desastre, estava quase morto, quase não conseguia mais vencer o mar, e olhem que navegava navio no mesmo (busquem a história do cabloco Bernardo que salvou a Princesa Isabel). Em Linhares, da sua largura de 500 metros, não passava de 100 metros.
Quem se levantou para falar da condições do rio? E os esgotos das diversas cidades sendo lançadas no rio? E as irrigações com bombas gigantescas? O único projeto que conheço e do Salgado. E um projeto piloto, que atendeu 1.000 nascentes. São 370 mil nascentes!!! Questionaram acima, porquê ele não perguntou sobre as barragens. Elas estavam a 500 km de distância de Aimorés!!! Apesar do desastre, acredito que e uma oportunidade, para todos pensarem sobre a importância do rio Doce, e tomarem ações concretas para salva-lo.

Luis A. Fonseca

Uma coisa é recuperar uma área degradada de um sítio. Outra coisa é recuperar uma área degradada envolvendo uma catástrofe desta magnitude e extensão. Certamente os recursos naturais NUNCA mais serão totalmente recuperados. Afora isto, como recuperar uma criança saudosa de seu pai, ou uma mãe saudosa de seu filho, quando sabem que nunca mais serão vistos. Como apagar da memória dos colegas de trabalho aqueles operários sendo engolidos vivos pela lama? Como dizer a todas as pessoas atingidas pelo desastre que a vida voltará ao “normal”? Como sempre, o povo conta com a solidariedade de seus semelhantes. Foi(e tem sido) lindo de ver a população doando o pouco que tem para ajudar os desabrigados. Quanto aos orgãos públicos, que façam o que é de OBRIGAÇÃO deles, processem e punam exemplarmente estes gestores facínoras que não tem um mínimo de respeito pelas leis e pelas pessoas. Quando estes irreponsáveis afirmam que a lama do rejeito é inerte, que a água barrenta não tem minerais tóxicos e mortais, que tome um copo cheio dela.

jossimar

Algum dos comentaristas acima conhece o projeto Terra que o Salgado mantém em Aimorés, com apoio da Vale?
Se não conhece, deveria. Talvez passasse a acreditar que a recuperação das nascentes e a salvação da bacia do Rio Doce é possível.
Podem procurar através do google earth e comparar a área do Instituto Terra com a paisagem ao redor.
Se não fosse o patrocínio da Vale aquele projeto seria possível? alguém acredita que os políticos desenvolverão um projeto que durará pelo menos trinta anos?
Se depender dos políticos o rio será recuperado? Para mim a resposta é nunca.
Em vez de encher o saco do Sebastião é melhor acreditar e dar um voto de confiança nele. A imagem da Vale foi arranhada de forma grave. se fosse CEO da Vale teria interesse em melhorar a imagem da empresa perante o mundo.
Para isto, melhor apoiar quem tem experiência em recuperação de áreas degradadas.

    Moacir Sapo

    26/01/2019 – Novo desastre sócio-ambiental em MG. Outra barragem arrebentou e matou 121 pessoas, no município de Brumadinho e região, arrasando tudo pelo caminho. A que empresa pertencia a barragem? A mesma que emporcalhou Bento Rodrigues e região de Mariana em 2015. A mineradora Vale do Rio Doce.
    Eis, revelada, portanto, meu caro, a negligência com que essa empresa, que, pela segunda vez, achincalha o meio ambiente brasileiro, porque não tomou as devidas precauções legais que seu garoto-propaganda, Sebastião Salgado, afirmou “sempre” tomar. Não há mais argumentos para defender essa atuação nefasta, criminosa e da qual a empresa busca sair impune com atitudes greenwashing, não é mesmo?

Urbano

Veneno e sal em excesso para o que era doce… E isso é o que há de menos danoso na mão-de-boston dos bandidos da oposição ao Brasil.

Andre

Certamente não teremos uma exposição de Salgado com fotos do lamaçal e da destruição. PArece que ele encontrou outras formas mais rentáveis e seguras de enriquecer…

marcio ramos

Acompanhando a trajetória de Salgado eu penso: Salgado sempre viveu de fotografia. Fotografia precisa “aparecer”. Aparecer onde? Na mídia bandida no caso de Salgado. Mesmo porque Salgado não é João Roberto Ripper. Salgado sabe muito bem que todo governo e corrupto, e que toda grande empresa é corrupta e que grande empresas precisam de governos e governos precisam de grandes empresas. Salgado sabe que o povo não tem condições de se mobilizar pra mudar nada, mudar realmente, mudanças radicais eu falo e então fica com esta ladainha de vamos ponderar, ter coerência etc e tal. Salgado faz o que a vida lhe ensinou, politica com os poderosos.

Salgado é isso ai, mais um manipulado.

Lourdes Araujo

Sebastião Salgado nunca se colocou como única solução para o Rio Doce. Falar isso é não ter prestado atenção, no mínimo, ao que ele falou. Vá devagar com o andor que o santo é de barro. Não derrube tudo. O Rio está morto, mas as nascentes ainda não. Pense que é possível fazer algo para melhorar, para salvar o rio. Sair batendo e quebrando não é a melhor idéia. Acho eu.

Eduardo

Pergunta inocente! A ONG idealizada por Salgado e substancialmente mantida pela Vale é que conhece profundamente a bacia do Rio Doce possui alguma foto, visitou alguma vez, participou de algum trabalho ou foi ouvida sobre as barragens mantidas pela VALE? Sabia a fundação do altíssimo risco da existência dessa barragem? Quando foi construída,por acaso a fundação tão expert sobre a bacia deu sua opinião, se interessou? Sabia que a barragem poderia causar tão incalculável prejuízo? O que essa fundação fez antes da barragem se romper? Fez alguma coisa? Pediu a interdição da barragem? Acho que Salgado e a Fundação estão sendo envolvidos em um crime nacional e internacional, visto o oceano afetado, apenas para minimizá-lo! Salgado e a Fundação na verdade são tão frágeis quanto as vítimas de morte e nós todos vítimas para sempre! É inaceitãvel, uma falta de tudo, que se imagine que todos precisamos de carro, celulares, panelas e garfos e isso fosse em parte suficiente para justificar atitudes contra a humanidade! Morto por atitudes desumanas, o Rio será doravante o Rio dos ignorantes e a Vale continuará sempre uma enorme mineradora do mundo! Amada por prefeitos, deputados, senadores, sindicatos patronais e de empregados, consultores, intelectuais, ambientalistas de alto nivel e imprensa, todos corruptos e venais! Vendedores de outorgas, de licenças, de pareceres, de estudos técnicos, de análises,de projetos,de perícias,vendedores de votos nas câmaras, vendedores da própria alma! Sujos e nojentos, piores que a lama pela qual são responsáveis!

    Hell Back

    E isso é só o começo dos resultados daquilo que é o neoliberalismo iniciado por fhc. Os lucros ficam com os acionistas – a maioria estrangeiros – e o prejuízo econômico e ambiental fica para aqueles que sustentam o estado: o contribuinte.

Eduardo Albuquerque

Parece aqueles tempos de ter uma infra na African.

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