Luis Nassif: O desastre da Alvarez & Marsal, a consultoria contratada pela prefeitura de POA

Tempo de leitura: 5 min

O desastre da Alvarez & Marsal, a consultoria contratada pela prefeitura de POA

Mesmo com um histórico controverso, a A&M é anunciada como parceria de Porto Alegre na reconstrução da capital

Por Luis Nassif, no Jornal GGN

O fracasso da Alvarez & Marsal na reconstrução de Nova Orleans, nos Estados Unidos, virou um caso clássico de capitalização em cima da destruição. Hoje há uma avaliação negativa unânime sobre o que consultoria fez na cidade americana.

E mesmo com um histórico controverso, a A&M é anunciada agora como parceria de Porto Alegre na reconstrução da capital após a tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

E o mais intrigante: não se sabe, ainda, a que custo para os cofres públicos.

As ações da Alvarez & Marsal na “reconstrução” de cidades inclui:

— demissões em massa – 7 mil funcionários da educação de Nova Orleans foram dispensados imediatamente após o furacão Katrina –, privatização de serviços públicos;

— priorização de interesses comerciais em detrimento dos investimentos sociais;

— marginalização das comunidades afroamericanas e pobres;

Apoie o jornalismo independente

— falta de transparência e de prestação de contas;

— falta de comunicação com as comunidades locais, entre outros problemas que foram relatados pelo GGN nesta reportagem aqui.

Não à toa, três sistemas de inteligência artificial – o ChatGPT, o Gemini e o Camel – resumem assim a passagem da A&M por Nova Orleans:

Do ChatGPT

Alvarez & Marsal foi uma empresa de consultoria contratada para auxiliar na reconstrução pós-furacão Katrina em Nova Orleans. Embora tenha havido alguns sucessos, houve também críticas e problemas associados à gestão e implementação de certos aspectos do processo de reconstrução:

1. Falta de transparência e participação comunitária: Críticos argumentam que o processo de reconstrução liderado pela Alvarez & Marsal carecia de transparência e participação significativa da comunidade. As decisões importantes muitas vezes eram tomadas sem a devida consulta ou envolvimento dos residentes locais, especialmente aqueles das comunidades mais afetadas.

2. Priorização de interesses comerciais em detrimento das necessidades locais: Houve preocupações de que a abordagem da Alvarez & Marsal estivesse muito voltada para interesses comerciais e desenvolvimento econômico em detrimento das necessidades imediatas e de longo prazo das comunidades locais, especialmente as mais pobres e marginalizadas.

3. Falta de atenção às questões sociais e de habitação: Alguns críticos apontaram que a reconstrução liderada pela Alvarez & Marsal falhou em abordar adequadamente questões sociais cruciais, como a falta de moradia e desigualdades raciais e econômicas. Muitas comunidades de baixa renda e minorias continuaram a enfrentar dificuldades significativas mesmo após os esforços de reconstrução.

4. Atrasos e despesas excessivas: Em alguns casos, os projetos de reconstrução supervisionados pela Alvarez & Marsal enfrentaram atrasos significativos e custos excessivos. Isso levou a críticas sobre a eficiência e eficácia da gestão desses projetos.

5. Falta de prestação de contas: Houve críticas à falta de prestação de contas e supervisão adequada dos fundos e recursos destinados à reconstrução. Alguns argumentaram que houve má gestão financeira e falta de transparência na utilização dos fundos de ajuda.

Embora a Alvarez & Marsal tenha desempenhado um papel significativo na reconstrução pós-Katrina, esses problemas e críticas destacam a complexidade e os desafios envolvidos na gestão de uma operação de reconstrução em larga escala após uma catástrofe natural.

Do Gemini

Algumas das principais problemáticas apontadas incluem:

Privatização de serviços públicos: A A&M pressionou pela privatização de diversos serviços públicos essenciais, como o sistema de educação e o transporte público. Essa medida gerou cortes de custos e demissões em massa, impactando negativamente a qualidade dos serviços e o acesso da população.

Falta de transparência: O processo de tomada de decisões pela A&M foi considerado pouco transparente, com pouca participação da comunidade local. Isso gerou desconfiança e ressentimento entre os moradores de Nova Orleans.

Foco na eficiência em detrimento da justiça social: A A&M priorizou a eficiência e a austeridade na gestão dos recursos, o que levou a decisões que marginalizaram grupos vulneráveis, como afro-americanos e pessoas de baixa renda.

Falta de experiência em gestão de desastres: A A&M não tinha experiência prévia em lidar com desastres da magnitude do Katrina, o que levou a erros e atrasos na resposta à crise.

Benefícios questionáveis: Há questionamentos sobre os reais benefícios da atuação da A&M para a população de Nova Orleans. Alguns argumentam que a empresa se beneficiou da tragédia, obtendo lucros através de contratos milionários, enquanto a cidade ainda luta para se recuperar completamente.

É importante ressaltar que estas são apenas algumas das críticas feitas à A&M. A empresa também defende suas ações, argumentando que tomou as decisões necessárias para garantir a rápida reconstrução da cidade e que sempre agiu com o melhor interesse da população.

O legado da A&M na reconstrução de Nova Orleans é complexo e controverso. É importante analisar as diferentes perspectivas e considerar os diversos fatores que influenciaram o processo de reconstrução antes de formular uma opinião definitiva.

Camel

A Alvarez & Marsal foi contratada pelo governo dos Estados Unidos para auxiliar na reconstrução pós-furacão Katrina em 2005.

A empresa de consultoria focou principalmente em questões financeiras e de reestruturação, buscando cortar custos e otimizar processos.

Suas ações incluíram a redução de gastos públicos, privatização de serviços e demissões em massa de funcionários públicos.

No entanto, a abordagem da Alvarez & Marsal foi criticada por falta de transparência, falta de consideração pelas comunidades locais e impactos negativos na qualidade de vida dos residentes de New Orleans.

Os principais obstáculos enfrentados pela comunidade de New Orleans devido às ações da Alvarez & Marsal durante a reconstrução pós-furacão Katrina incluem:

1. Demissões em massa de funcionários públicos, resultando em perda de empregos e impacto nas famílias locais.

2. Privatização de serviços essenciais, levando a aumentos de preços e redução da qualidade dos serviços prestados.

3. Falta de transparência nas decisões financeiras e de reestruturação, gerando desconfiança e insatisfação na comunidade.

4. Redução de investimentos em infraestrutura e programas sociais, prejudicando a recuperação e o desenvolvimento sustentável da região.

5. Aumento das desigualdades socioeconômicas, com a concentração de benefícios em determinados grupos e a marginalização de outros.

Esses obstáculos contribuíram para prolongar o sofrimento e dificultar a reconstrução efetiva de New Orleans após o furacão Katrina.

A falta de consideração pelas comunidades locais por parte da Alvarez & Marsal teve um impacto significativo e negativo na reconstrução de New Orleans após o furacão Katrina.

Ao priorizar cortes de custos e reestruturação financeira sem levar em conta as necessidades e realidades locais, a empresa de consultoria falhou em entender a complexidade e a sensibilidade da situação pós-desastre.

Isso resultou em:

1. Decisões que não levaram em consideração a cultura, história e identidade das comunidades locais, causando alienação e ressentimento.

2. Redução de investimentos em programas sociais e infraestrutura essenciais para a recuperação das comunidades afetadas, prejudicando a qualidade de vida dos residentes.

3. Falta de diálogo e participação das comunidades locais nas decisões que impactavam diretamente em suas vidas, minando a confiança e a colaboração necessárias para uma reconstrução eficaz e sustentável.

Essa falta de consideração pelas comunidades locais contribuiu para a perpetuação dos desafios enfrentados por New Orleans após o furacão Katrina e dificultou o processo de reconstrução e recuperação da cidade.

As ações da Alvarez & Marsal durante a reconstrução pós-furacão Katrina tiveram um impacto significativo na confiança da população de New Orleans nas autoridades e nas empresas de consultoria.

A falta de transparência, a falta de consideração pelas comunidades locais e as decisões unilaterais tomadas pela empresa contribuíram para a deterioração da confiança dos residentes.

Isso resultou em:

1. Desconfiança nas autoridades locais e no governo dos Estados Unidos por terem contratado uma empresa cujas ações prejudicaram a comunidade em vez de ajudá-la.

2. Ceticismo em relação a futuras parcerias com empresas de consultoria, devido ao histórico negativo deixado pela Alvarez & Marsal.

3. Sentimento de abandono e negligência por parte das empresas contratadas para auxiliar na reconstrução, o que gerou ressentimento e descrença nas intenções por trás dessas parcerias.

Essa perda de confiança teve um impacto duradouro na relação entre a população de New Orleans, as autoridades e as empresas de consultoria, dificultando a colaboração e a eficácia de futuros esforços de reconstrução e recuperação.

Leia também

Gerson Almeida: Que valores devem prevalecer na reconstrução do Rio Grande do Sul?

Astec sugere Comitê de Reconstrução de POA e órgão urgente de gestão de águas pluviais; nota técnica

Apoie o jornalismo independente


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Ana Cristina Dutra Accioly

E essa A&M que está a frente do processo da Avianca (recuperação judicial)….já se passaram 6 anos e ninguém recebeu nada

Mateus P

Faltou falar na matéria que um dos sócios é gaúcho e porto-alegrense e que ofereceu a consultoria de forma gratuita por 60 dias, após isso será avaliado a continuidade.

Mateus

Minha cara Rosângela, pelo que pesquisei por aí, a ideia é construir um outro tipo de proteção, mais eficiente, na beira do rio, e apenas remover o muro após essa nova solução passar pelos devidos testes. Às vezes pesquisar um pouco antes de emitir opinião faz bem! 😉

Rosângela kisiolar Machado

Tudo bem de acordo com a gestão do Sebastião Melo. O prefeito que defendia a derrubada do muro de contenção e sucateou o sistema de proteção da cidade.

Deixe seu comentário

Leia também