Júlio Cerqueira César: Sem racionamento, SP chegará a outubro sem água
Tempo de leitura: 3 minPara conselheiro da Fiesp, Júlio Cerqueira César Neto, não há outra solução, do ponto de vista técnico, que não seja o racionamento de água para enfrentar a crise do Sistema Cantareira
Alice Assunção, Agência Indusnet Fiesp
São Paulo vai chegar à primeira semana de outubro com o Sistema Cantareira seco, sem volume morto, quantidade de água localizada em uma região mais profunda do reservatório, e com as chuvas do período ainda em sua fase inicial, incapazes de reabastecer o reservatório antes dos seis meses, diagnosticou nesta terça-feira (22/04) o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto.
“Estamos em uma situação em que temos que nos conscientizar. Vamos ter seis meses, depois de outubro, sem o Sistema Cantareira. E como os outros sistemas também não estão na plenitude de sua capacidade, vamos ter uma restrição de abastecimento de mais de 50%”, afirmou.
“Imagine uma região desse porte com uma economia de 50% do sistema por pelo menos por seis meses que é enquanto se enche o volume morto”, completou o engenheiro.
Ao participar da reunião do Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) da Federação das Indústrias do Estado de Saulo (Fiesp), Cerqueira César Neto afirmou que a única solução para contornar a crise de abastecimento do principal reservatório de água da cidade é o racionamento.
“Sob o aspecto técnico, não há dúvida que a única solução a curto prazo é o racionamento. A engenharia não tem solução a curto prazo para esse problema”, explicou.
Neto avaliou que a crise de abastecimento pode se estender por até um ano e meio, já que, segundo o engenheiro, o Sistema Cantareira demora um ano para se recompor desde que sejam retirados dele menos de 15% da sua capacidade. “Vamos ter um ano e meio em que a cidade vai ter a possibilidade de menos da metade da água que necessita. Vai faltar água na casa, na indústria, no comércio. Todo o sistema da cidade será afetado com essa dificuldade e não temos de onde tirar essa água”.
O Sistema Cantareira fornece água para mais de 8 milhões de pessoas na Grande São Paulo e atingiu níveis menores do que 12% nas últimas semanas, recorde de baixa. Segundo Neto, essa crise “vai exigir de nós competência e criatividade que ainda não demonstramos”.
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Segurança hídrica
Engenheiro e conselheiro da Fiesp, Neto afirmou que os projetos de abastecimento de água de qualquer cidade devem prever fatores cíclicos, inclusive variações extremas de clima que “são coisas absolutamente naturais e existem no Brasil e no mundo inteiro”.
“Os sistemas têm de ter segurança hídrica e o nosso sistema não tem isso. E a causa fundamental dessa seca é a absoluta falta de investimento do governo em novos sistemas de abastecimento nos últimos 30 anos”, criticou.
Segundo ele, a população de São Paulo aumentou em 10 milhões desde a década de 1990 enquanto os mananciais são os mesmos. “Não são suficientes para atender com segurança hídrica. A consequência só poderia ser essa”.
“A própria natureza fez o seu próprio alerta. Em 2003 ela produziu uma estiagem prolongada e nem esse alerta da natureza foi suficiente para mudar a condição”, afirmou Cerqueira César Neto.
Além de comentar a crise do Sistema Cantareira, o engenheiro apresentou, durante o encontro, seu livro “Um Estadista Urgente – São Paulo está precisando”, que ainda não foi lançado.
Na obra, ele analisa 12 itens da pauta pública na região metropolitana de São Paulo: abastecimento de agua, esgoto, poluição das águas, poluição do ar, enchentes, habitação, transporte, gestão metropolitana, gestão de recursos hídricos, comportamento da Sabesp, educação, saúde, e segurança pública.
“Nas minhas reflexões em torno dessa situação cheguei à conclusão que todos esses itens estão indo de forma negativa e não é pouco”, disse Neto. “Da minha parte eu cheguei a uma conclusão: de 1990 para cá, os nossos governos deixaram de governar e a nossa sociedade deixou de reclamar e exigir os seus direitos”, analisou.
A reunião do Cosema foi presidida pelo presidente do conselho, Walter Lazzarini.
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Comentários
andres pascal souza
É…
Claudio
Vai ser legal, assim o Rio irá vender água pros paulistas. Que vergonha esse estado! Mas, o mais vergonhoso é o povo de São Paulo, que bate palma pra esse governo sem-vergonha do PSDB. Chupa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Paulão
Será que o Governo Federal ainda terá que ajudar ao povo de São Paulo a sair desta enrascada. Afinal se faltar água todos podem não votar e também processar os tucanos.
Mas e as famílias, hospitais, crianças etc, como ficam???
Jose C. Filho
Os tucanos se assemelham em muito aos gafanhotos; por onde passam deixam para trás terra arrasada.
Antonio
Só é ruim para o Alckmin porque se faltar água no dia da eleição todo mundo vai votará fedendo. Fedendo também de raiva do atual (des) governador do Estado de São Paulo. E esse pessoal descontente votará em Padilha, com certeza.
E o voto será casado: Padilha+Dilma.
Sérgio Rodrigues
Como a situação e de urgência, ao invés de esperar por chuvas, por que não utilizar o manancial do Aquífero Guarani sob São Paulo?…É possível implantar poços com produção de até 700.000l/h.
Bárbara de Pindorama
Principal problema: com esse numero – milhões – de usuários não há solidariedade possível para a economia de água. Vamos economizar depois de acabar a água e soltarem uma gotinha para cada casa. Aí sim.
Sobre os culpados? todos que aceitamos a privataria das ações das empresas como solução e votamos nessas figuras.
Zanchetta
Não vai ter racionamento, vai ter “rodízio”. É como concessão e privatização, são totalmente diferentes…
Reinaldo
O DESgovernador alkimim tem duas opções:
1 – mandar toda a população para outros estados, os nordestinos seriam deportados definitivamente para seus estados de origem.
2 – importar todos os carros pipas e agua do nordeste, pena que o alkimim não conheça o nordeste, a maioria dos pipas já não mais existem, os governos estaduais em parceria com o governo federal construiram centenas de represas e cisternas, hoje o povo nordestino, que enfrentou a pior seca em 50 anos, nenhum cidadão morreu de sede e nem de fome, venha para o nordeste senhor alkimim, e veja como o nordeste progrediu, graças ao presidente Lula e continuidade do governo de Dilma, foi por essa razão o senhor e o serra nunca consaguiu ser eleito presidenta da republica, pois nem conhece o estado em que mora. Fico a imaginar a “CATASTROFE” que será para a população de São Paulo, bem como para a economia do estado, centenas de empresas fecharão, pois a agua é um insumo basico, assim como a energia, não é só de “BANHO” que a população paulistana e de municipios visinho ficarão, mas, de empregos tambem, se como fala, que em junho o sistema entrará em “COLAPSO”, haverá um “CAOS”, os demos tucanos pedem tanto, que agora eles foram “CONTEMPLADOS”, agora não pode recusar, o diabo demorou para atender o pedido deles, agora está atendendo, senhor alkimim, transfira seu governo para uma igreja, tu precisa orar muito, e com esses engarrafamentos monstros, suas orações serão prejudicadas.
lukas
Difícil esconder o clima de comemoração.
É tetra, é tetra…!
Marat
A impren$$$a age como o pessoal louco no hospício, que faz tudo o que o diretor manda!
Urbano
Aí sem conchavos principalmente do pig e do staf (pois São Pedro não é disso), a pajelança tungana vai de água abaixo, permitindo assim que o Padilha passe uma temporada no Palácio dos Bandeirantes, a partir de janeiro de 2015.
Luís Carlos
SP é o caos. Não tem água por absoluta incompetência do tucanato “técnico espacilizado”. A grande mídia corporativa amiga do tucanato se faz de morta e silencia. Nenhuma palavra sobre esse desastre para o povo e economia de SP. Se fosse o PT, meses atrás já estariam fazendo capas em suas revistas, jornais e matérias de 18min.
Fernando
Os tucanos fazem com as estatais, que eles administram, como no caso da SABESP, exatamente o que eles acusam o PT, ou seja a instrumentalização das mesmas pelo PSDB e a favor do projeto de poder. E não admitem ser criticados por isso e com a cumplicidade da mídia. Eles, tucanos e mídia, podem criticar o governo federal com sua política energética com alegações de risco de apagão elétrico, mas quando se levanta a questão da falta de água, muito mais próximo da realidade, pois o risco de racionamento elétrico é muito, mas muito menor, a Presidente da Sabesp, Dilma Pena, acusa Padilha de “oportunismo”. Paras as estatais federais, como Petrobras ou Eletrobras, vale tudo, para as estatais estaduais administradas por tucanos um tratamento diferenciado.
A postura do empresariado e da classe média paulista é tragicômica na sua “lealdade” aos tucanos, melhor ficar sem água que perde-los, devem achar, todavia não vão afundar junto com o PSDB, porque não haverá água suficiente para afundar, vão morrer abraçados no seco mesmo.
Fabio Passos
PiG + psdb = terra arrasada
Em 2014 a população de SP vai resgatar o Estado destes tucanos irresponsáveis e incompetentes.
Julio Silveira
Os tucanos estão conseguindo transformar o estado mais rico da federação num Saara. Realizam assim sua grande vocação, a de conduzir as riquezas e capacidades para um grande deserto.
Francisco
O “Movimento Torneira Livre” ainda não se manifestou (nem vai)…
Marat
Sistema educacional falido; Justiça desacreditada; Mau gerenciamento da água; Criminalidade altíssima; Transporte público destroçado; Superfaturamento nos trens etc., etc., etc…
Como é que pode essa turma continuar ganhando as eleições? E eles ganharão de novo! Devem isso ao PIG, que, mesmo mentindo, tergiversando e sofismando consegue enganar os pouco (ou nada) inteligentes, que existem aos montes em SP!
Bárbara de Pindorama
Não se pode processar a imprensa por ocultação da verdade?
Jonas Moreira
Se este senhor está certo, o que parece ser o caso, não há saída senão por o Gov. Alkmin na cadeia. E o MP de SP onde anda?
Antonio
O MP?
Ora, faz muito tempo que o MP está a serviço do gabinete do governador.
Além disso, seus pavões limitam-se a fazer política barata para ver quem consegue ser o procurador geral.
Luís CPPrudente
Talvez o Ministério Público esteja esperando o Padilha ser eleito e assumir. Só depois disto o Ministério Público vai agir: vai pedir a prisão do Padilha por ser o governador de São Paulo e por não ter feito nada contra a seca!
Do nosso Ministério Público (Tucano) podemos esperar tudo.
FrancoAtirador
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O engenheiro Júlio está sendo otimista.
“Os cálculos divulgados pela própria SABESP
projetam um cenário ainda mais pessimista
para o fim do “volume útil” do Sistema Cantareira.
A empresa estima que, no pior panorama, a água represada
acima do nível das comportas do manancial
que abastece 47% da Grande São Paulo e a região de Campinas
se esgote em 21 de junho”
(http://noticias.r7.com/sao-paulo/seca-com-novo-recorde-negativo-da-historia-nivel-do-sistema-cantareira-chega-a-134-31032014)
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Leia também:
Com mais uma queda na semana, nível do Cantareira chega a 11,4%
(http://noticias.r7.com/sao-paulo/com-mais-uma-queda-na-semana-nivel-do-cantareira-chega-a-114-25042014)
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FrancoAtirador
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Há curiosidade da população em saber se foram cumpridas pela SABESP
as metas constantes das recomendações elaboradas 10 anos atrás
pelo GRUPO TÉCNICO DO SISTEMA CANTAREIRA DO CBH-PCJ
(http://migre.me/iWp45)
(http://migre.me/iWp81)
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Leia também:
INFORMAÇÕES RELATIVAS À RENOVAÇÃO DA OUTORGA DE DIREITO
DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS – SISTEMA CANTAREIRA
05/5/2004
(http://www.comitespcj.org.br/images/Download/Relatorio_GT-Cantareira_Versao_06-05-04.pdf)
(http://migre.me/iWpbo)
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Que tenha sido ‘apenas’ incompetência
dos Governos Tucanos no Estado de São Paulo
e não um plano de longo prazo do PSDB
para privatizar definitivamente a SABESP.
Detalhe: a outorga vence em agosto de 2014.
(http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/outorgaefiscalizacao/renovacaocantareira.aspx)
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De qualquer forma, a esta altura do iminente colapso,
só resta aos paulistas rezarem para São José Escrivá…
(http://folhadiferenciada.blogspot.com.br/2012/11/extrema-direita-opus-dei-quer-alckmin.html)
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FrancoAtirador
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GTAG – CANTAREIRA
GRUPO TÉCNICO DE ASSESSORAMENTO PARA GESTÃO
DO SISTEMA CANTAREIRA
ÚLTIMOS COMUNICADOS
(http://arquivos.ana.gov.br/institucional/sof/GTAG-Cantareira/20140317_ComunicadoGTAG_n_3.pdf)
(http://arquivos.ana.gov.br/institucional/sof/GTAG-Cantareira/20140328_ComunicadoGTAG_n_4.pdf)
(http://arquivos.ana.gov.br/institucional/sof/GTAG-Cantareira/20140415Comunicado_GTAG_nr_5_V_final.pdf)
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Luís Carlos
Mesmo um ateu como eu sabe que não vale a pena rezar para sujeitos como Escrivá.
emerson57
franco atirador,
parabéns pelo comentário.
teve inclusive o mérito de capturar a atenção do sr. Luis Carlos Phabrício.
Jão
Ele não está falando do volume útil, que até a Sabesp admite que vai acabar em junho. Ele fala do “volume morto”, aquele que está abaixo do volume útil. A previsão é que em outubro não vai ter mais nenhuma água, só o fio d’água dos cursos que abastecem a represa.
FrancoAtirador
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Sim. Mas talvez esse não possa ser utilizado:
O MPE (Ministério Público Estadual) pode ir à Justiça contra o uso do “volume morto” se a retirada da água do fundo das barragens acarretar riscos para o ecossistema.
O Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) do MP de Piracicaba enviou ofícios à ANA (Agência Nacional de Águas), ao DAEE (Departamento Águas e Energia Elétrica) e à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo)
pedindo informações sobre a retirada e se foram realizados estudos do impacto dessa medida.
(http://r7.com/fKIZ)
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