Juliana Dal Piva: Kids pretos fizeram plano de emboscada contra Alexandre de Moraes
Tempo de leitura: 3 minKids pretos fizeram plano de emboscada contra Alexandre de Moraes
Ministro foi monitorado como parte do plano de golpe de Estado no fim do governo Bolsonaro
Por Juliana Dal Piva*, em sua coluna no ICL Notícias
A Polícia Federal arrecadou provas desde fevereiro deste ano, durante e após a operação Tempus Veritatis, de que o grupo de militares conhecido como “Kids Pretos” teria criado um plano para uma emboscada contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O magistrado foi minuciosamente monitorado pelo grupo. Esse plano faz parte dos preparativos para a tentativa de golpe de estado após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
A coluna apurou com duas fontes próximas à investigação que esses novos dados foram arrecadados em computadores e celulares apreendidos durante as ações.
Um dos militares envolvidos no plano seria o general Mário Fernandes, chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A coluna fez contato desde a tarde de sexta-feira com a defesa do general, mas não obteve retorno.
Na sexta-feira (8), o portal Uol revelou que a PF descobriu dados sobre a preparação do golpe que incluíram o levantamento dos nomes, das rotinas e até do armamento usado pelos responsáveis pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre de Moraes. A coluna apurou que esse levantamento foi feito pelo grupo de “Kids Pretos”.
“Kid preto” é o apelido dado a militares que se formam no curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro. Uma das unidades militares onde eles atuam é no Comando de Operações Especiais, em Goiânia.
Segundo as investigações, a trama golpista tentou fazer com que militares dessa unidade tomassem parte no golpe de Estado. Entre as atribuições deles estaria prender o ministro Alexandre de Moraes e outras autoridades, sob ordem de Jair Bolsonaro.
Apoie o jornalismo independente
Os investigadores descobriram uma reunião dos kids pretos em novembro de 2022, em Brasília.
Os detalhes do plano foram encontrados em mensagens recuperadas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que fez colaboração premiada com a PF.
Na última semana, o ex-chefe da Abin (Agência Brasileiras de Inteligência), Alexandre Ramagem, e o general Nilton Rodrigues prestaram depoimento no inquérito.
Na sexta-feira (8), o portal UOL revelou que a PF descobriu dados sobre a preparação do golpe que incluíram o levantamento dos nomes, das rotinas e até do armamento usado pelos responsáveis pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre de Moraes. A coluna apurou que esse monitoramento foi feitos por integrantes dos kids pretos.
General citado pela PF comandou kids pretos
Segundo as investigações, uma das peças centrais nesse plano era o general Mário Fernandes.
Antes de comandar a Secretaria-Geral da Presidência, ele esteve à frente do Comando de Operações Especiais, em Goiânia.
O coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou aos investigadores que Fernandes integrava o grupo de militares mais radicais envolvidos no planejamento do golpe.
Conversas obtidas pela PF mostram que outros envolvidos contavam com a interferência dele para garantir a adesão dos kids pretos ao plano golpista, influenciando diretamente o comandante da unidade na época, general Carlos Alberto Rodrigues Pimentel.
Um dos indícios encontrados na investigação sobre o papel central do general Mário no plano de emboscada contra Moraes é um áudio. A gravação encaminhada pelo coronel Hélcio Franco ao ex-militar Ailton Barros – também envolvido na trama golpista.
“Quem tem a tropa na mão é o comandante de Operações Especiais. Por exemplo: o comandante deu a ordem, né? Tem que ver esse fenômeno aí do que é a tropa na mão, né? De qualquer forma, eu acho melhor coordenar esse assunto com o Mário, tá? Eu já falei pro Borges que eu não tenho contato com o Mário, e acho que o Borges deve encaminhar esse assunto pro Mário, que é a minha sugestão”.
Juliana Dal Piva é formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast “A vida secreta do Jair” e autora do livro “O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro”, da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.
Comentários
Stalingrado
As FFAA brasileiras obedecem apenas ordens do comando Sul das FFAA dos EUA e sua única função é a de combate ao inimigo interno, nós.
Morvan
Depois dessa bombástica notícia, tratada pela mídia hegemônica como sub do sub das notas de rodapé (repercutida tão-somente pelo UOL e, felizmente, pelos veículos de esquerda ‘Vi O Mundo’ e ‘Brasil 247’), acredito que o passador de pano de milico golpista, aquele que acha bem normal receber do erário para trair seu país, no caso, o Múcio, terá menos «arjumentação» para defendê-los, haverá muito menos “crimes menores” (Sic!) a ser tipificado para esses parasitas, fardados ou não. Já temos cominações e tipificações para enjaular todos esses, de Fátima de Tubarão aos Kids graçados, os milicos de elite do golpismo. Já não é sem tempo, para o único país da América austral que não puniu jamais seus verdugos.
João Ferreira Bastos
Crime de traição a Pátria
que sejam enforcados em praça publica
Alexandre de Melo
Não é verdade pois o Múcio já disse dezenas de vezes que os milicos não estão envolvidos no golpe e o Lula acredita tanto que mantém e elogia o Múcio , então é mentira da Juliana. Brizola chamaria o Múcio de filhote da ditadura?
ed.
Essa notícia precisaria ser mancheteada na míRdia pela sua real gravidade:
“Golpe planejava matar o Presidente da República e um ministro da Suprema Corte do país”.
Ela (a míRdia corporativa) prefere as irrelevantes ou ferinas como:
“Zelador do Solaris no Guarujá afirma que Lula é o dono do triplex”
ou
“Janja diz que Lula tem fungo na unha do dedão do pé direito”.
Matar presidente e juiz do Supremo nem é notícia….
Zé Maria
ORCRIM Desbaratada. Daqui a 2 Meses,
Solução do Inquérito. Depois, a Denúncia.
Aguardem…
Deixe seu comentário