Heloisa Villela: Sugestão de ‘meter cacete’ em indígenas em Brasília partiu de servidor do Ministério de Relações Exteriores
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Sugestão de ‘meter cacete’ em indígenas partiu de servidor do Ministério de Relações Exteriores
Secretaria garantiu que o áudio não partiu de nenhum representante das forças de segurança do Distrito Federal
Por Heloisa Villela, no ICL Notícias
O Ministério das Relações Exteriores já foi informado de que partiu do celular de um funcionário do órgão chamado Aldegundes Batista Miranda a fala agressiva com relação aos indígenas, gravada durante reunião virtual da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, no dia 9 de abril.
A reunião foi convocada para discutir o esquema de segurança da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes durante a manifestação dos indígenas marcada para o dia seguinte, quinta-feira (10).
Durante a reunião, alguém que estava ao telefone do MRE disse que deveriam permitir que os manifestantes descessem toda a Esplanada: “Deixa descer e mete o cacete se fazer bagunça”, disse a pessoa ao telefone.
O ICL Notícias questionou o MRE sobre a declaração e a informação é que o servidor será afastado de suas funções.
O Secretário Executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF, Alexandre Patury, delegado da Polícia Federal, não confirmou ao ICL Notícias que o telefone de onde vazou esse áudio pertence ao MRE, mas disse que informou ao órgão responsável e pediu que ele publicasse uma nota esclarecendo os fatos.
A resposta, por enquanto, foi que as medidas necessárias estão sendo tomadas internamente.
Fala sobre agressão a indígenas não partiu das forças do DF
Em nota oficial, a Secretaria garantiu que o áudio não partiu de nenhum representante das forças de segurança do Distrito Federal.
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Normalmente, participam dessas reuniões, além de funcionários da Secretaria, representantes do Corpo de Bombeiros do DF, as polícias legislativas, a Polícia Militar, do Supremo Tribunal Federal, e o MRE porque o prédio do Itamaraty fica muito próximo à Praça dos Três Poderes.
Alexandre Patury tomou o cuidado de destacar que a fala pode não ser de um funcionário do órgão ao qual o telefone pertence. “Alguém pode ter passado por trás da pessoa e dito algo, por exemplo”. Mas ele destacou a necessidade do órgão responsável vir a público esclarecer a situação.
Sempre que uma manifestação é marcada em Brasília, a Secretaria reúne todos esses órgãos para acertar os detalhes da segurança.
No dia 9 a discussão girava em torno do limite até onde os manifestantes poderiam se deslocar e foi decidido que eles não deveriam passar da Avenida José Sarney.
Alexandre Patury disse ao ICL Notícias que a Polícia Militar não jogou bombas de efeito moral nos manifestantes. Quem fez isso foi a polícia legislativa, porque eles ultrapassaram a marca estabelecida.
Ele também destacou que foram feitas manifestações diante do STF, sem problemas, na mesma semana. E cerca de 500 indígenas também puderam entrar e se manifestar no Congresso Nacional.
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