Fepal: ‘Assassinato de adolescente brasileiro em campo de tortura é gota d’água para Brasil romper com Israel’

Tempo de leitura: 4 min
Walid era brasileiro e tinha apenas 17 anos, Foto: Redes sociais

Assassinato de adolescente brasileiro em campo de tortura sionista é gota d’água para Brasil romper com “israel”

Nota pública da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal)

Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal)

O assassinato do brasileiro-palestino Walid Khaled Abdullah Ahmed, 17 anos, no infame campo de concentração sionista de Megiddo, amplamente conhecido por empregar métodos de tortura horripilantes, incluindo choques elétricos, espancamentos, privação de comida e até o uso de cachorros para torturar reféns palestinos é, se não bastasse o genocídio televisionado em curso, a gota d’água que torna completamente insustentável a manutenção de laços diplomáticos entre o Brasil e a gangue genocida autoproclamada “israel”.

Walid Ahmed foi sequestrado pelos israelenses em 30 de setembro de 2024, assim como foram cerca de 1 milhão de palestinos sequestrados pela ocupação sionista a partir de 1967, e não é o primeiro cidadão brasileiro assassinado pelos degenerados sionistas na campanha de aniquilação que a imprensa tupiniquim se recusa a chamar de genocídio.

Antes de Ahmed, “israel” assassinou a bebê brasileiro-libanesa Fátima Abbas, de um ano e um mês, em outubro de 2024, além das crianças brasileiras Ali Kamal Abdallah e Myrna Raef Nasser, de 15 anos e 16 anos, em setembro do ano passado.

Não é mais possível achar “israel” normal e conviver com o banho de sangue promovido pelos gangsters de Tel Aviv na Palestina.

“israel” assassinou ao menos 61.890 palestinos, sendo 22.061 crianças, 12.998 mulheres, ao menos mil assassinadas grávidas, 1.068 profissionais de saúde, 208 jornalistas e mais de 300 trabalhadores humanitários.

Considerando as mortes ditas “indiretas” e não contabilizadas, podemos estar diante do extermínio de 254 mil palestinos em 535 dias, 11,5% da demografia de Gaza, de acordo com a Revista The Lancet.

A maior matança proporcional da história contemporânea. Isso seria o equivalente a 23,5 milhões de brasileiros exterminados em 17 meses.

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Passou – e muito! – da hora do Brasil romper laços diplomáticos e todos os acordos de cooperação com “israel”.

Se a orgia genocidária promovida pelos israelenses em Gaza não foi o suficiente para o Itamaraty tomar uma medida à altura, será que um adolescente brasileiro torturado até a morte em um campo de concentração sionista fará com que os diplomatas e o governo brasileiro enxerguem a necessidade civilizatória de romper com “israel”?

Aliás, o Itamaraty estava ciente de que havia um cidadão brasileiro menor de idade submetido a tortura nas prisões israelenses há meses?

Antes de continuar a listar os motivos para o Brasil romper laços com os genocidas de Tel Aviv, falemos brevemente sobre Megiddo, o campo de concentração sionista onde Walid Ahmed foi assassinado.

De acordo com o Haaretz, o mais tradicional jornal israelense, “prisioneiros” (reféns) palestinos são submetidos a choques elétricos, ataques de cães, espancamentos severos e nudez forçada, com alguns sendo hospitalizados devido à tortura. Reféns palestinos são mantidos com as mãos e os pés amarrados por dias, privados de comida e forçados a dormir no chão sem cobertores.

Carcereiros israelenses filmaram algumas dessas agressões e os vídeos circularam nas redes sociais. Um relatório de 2024 da Comissão de Assuntos de Detentos e Ex-Detentos Palestinos também documentou tortura sistêmica em Megiddo, incluindo violência sexual, negligência médica e espancamentos de rotina.

Além de assassinar crianças, inclusive brasileiras, “israel” é um violador sistemático de Direitos Humanos, responde por genocídio na Corte Internacional de Justiça e uma decisão do mesmo tribunal, em agosto de 2024, reafirmou a ilegalidade da ocupação e, note, instou todos os países membros da ONU a tomarem todas as medidas que estiverem ao alcance para pressionar “israel” a cessar a ocupação ilegal dos territórios palestinos ocupados em 1967, que já dura 58 anos.

Não é possível tapar o sol com a peneira. O Brasil forneceu ao menos 260 mil toneladas de petróleo aos israelenses durante o genocídio e responde por cerca de 9% do petróleo fornecido à máquina sionista para exterminar palestinos em Gaza.

Criminosos de guerra israelenses tiram férias e vêm “recarregar as baterias e se divertir” nas cidades brasileiras depois de assassinar crianças palestinas sem qualquer restrição.

O embaixador israelense no Brasil conspirou contra o Estado brasileiro em diversas ocasiões, em particular ao promover reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro em 08 de novembro de 2023, violando o Artigo 41 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961.

A lista é infinita. Como se não bastasse todo o exposto até aqui, a retomada da matança em Gaza com a quebra do cessar-fogo pelos israelenses, incluindo o massacre de mais de 200 crianças palestinas, o maior infanticídio registrado em um único dia na história, mostra que a máquina de morte sionista não respeita e não fala a língua da diplomacia, sendo movida apenas por seu culto racista, supremacista e genocidário, e pela sede de sangue para empilhar cadáveres sob escombros na Palestina.

Talvez seja hora do ministro da Relações Exteriores, Mauro Vieira, rever a muito branda declaração que deu em 23 de outubro de 2024, em que afirma que a ruptura de laços com os genocidas de Tel Aviv “não estava em consideração porque não leva a nada” e que “acreditava no diálogo”, já que, desde sempre, a única coisa que o “diálogo” com “israel” trouxe foi mais sangue derramado, inclusive de um cidadão brasileiro, menor de idade, torturado e abandonado para morrer em um campo de concentração sionista na Palestina Ocupada.

Por fim, esta Federação saudou em todas as ocasiões a postura e as declarações do presidente Lula, o primeiro líder global a se posicionar com firmeza sobre o genocídio em Gaza, bem como os acertados votos do Brasil na ONU e nos tribunais internacionais.

Não esquecemos que o Brasil, quando ocupava a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, pautou a primeira resolução apelando pelo cessar-fogo em Gaza, ainda em 2023. Mas o tempo dos discursos e da diplomacia foi sepultado por “israel”.

Romper laços diplomáticos e acordos de cooperação com “israel” é uma obrigação moral – e legal! – do Estado brasileiro com a humanidade, com o povo palestino sob solução final com a comunidade brasileiro-palestino, sob pena de entrar para a história na condição de ator acusado de cumplicidade com o Holocausto Palestino.

Palestina Livre a partir do Brasil, 24 de março de 2025, 78º ano da Nakba.

*Este artigo não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.

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Comentários

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Bernardo

O Brasil previsa ter uma posição firme contra as ações do governo do Estado de Israel que prejudicam e matam cidadãos bradileiros em Gaza, no Líbano, na Síria. Notas de repúdio nada resolvem contra o governo israelense e ações práticas têm que ser tomadas includive nas relações comerciais. Será omissão lamrntável se nada acontecer.

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