Exclusivo: Advogada Tânia Mandarino conta o que ‘Mamãe Falei’ fez a estudantes secundaristas de Curitiba; vídeos

Tempo de leitura: 9 min
A advogada Tânia Mandarino e Arthur Moledo Val, o “Mamãe falei”, na audiência de instrução no Juizado Especial Cível em Curitiba. Fotos: Arquivo pessoal e reprodução de vídeo

Por Tânia Mandarino*

“Vocês são todas gostosas, se me acharem bonito é só chegar; posso beijar todas as meninas” (Arthur Moledo Val, o “Mamãe falei”, a ESTUDANTES ADOLESCENTES, EM 2016, dentro de Colégio Estadual, em Curitiba)

Julguem-no somente pelo que ele fez.

Em 19 de outubro de 2016, uma estudante secundarista de 17 anos de idade, a quem passarei a chamar de Karol (nome fictício) estava nas dependências do Colégio Estadual do Paraná, quando observou que um homem filmava, de forma ofensiva e provocativa, a ocupação dos estudantes, da qual ela participava.

Karol e seus colegas, em sua maioria adolescentes, orientaram o provocador que cessasse a captação de imagens, pois eram menores de 18 anos e suas imagens não deveriam ser captadas ou divulgadas, pedindo que o homem se retirasse do local.

Além de não atender o pedido dos estudantes, o provocador permaneceu no local, proferindo palavras de baixo calão. Com a câmera desligada, ele tinha um comportamento, com a câmera ligada, outro.

Umas das graves ofensas proferidas pelo delinquente foi dizer às estudantes, que ali estavam, palavras chulas e de conotação sexual, tais como: “vocês são todas gostosas, se me acharem bonito é só chegar; posso beijar todas as meninas”.

Ele era apenas o dono de um canal no Youtube, chamado “Mamãe Falei”, que vivia de provocações políticas e outras baixarias que eram práticas constantes no MBL, movimento financiado pelos políticos da vez que melhor patrocinem os mercenários conservadores, oscilando, ora com Bolsonaro, ora com Sérgio Moro, mas sempre com o verniz nazistificado, inconfundível.

Seguindo com seu comportamento delitivo, o homem, que se chamava Arthur Moledo Val, e contava, então, com 30 anos de idade, ainda segurando a câmera e filmando, porém, sem enquadrar a imagem em seu vídeo, passou a mão pela lateral do seio e a cintura de Karol, que tinha 17 anos de idade.

Nesse momento, as pessoas presentes ao local, afastaram o homem dali, colocando-o para fora do estabelecimento de ensino, momento em que Karol, acompanhada por sua irmã e por um advogado que estava no local, decidiu se dirigir até uma delegacia, para fazer registrar a ocorrência.

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Como naquele dia a Polícia Civil do Paraná estava em greve, a Delegacia da Mulher, que fica logo ao lado do local dos fatos, recebeu Karol para o registro da ocorrência. Se dizendo agredido, o Mamãe Falei também adentrou a Delegacia da Mulher e exigiu registrar um boletim de ocorrência.

Durante sua permanência naquela delegacia, ele transmitia ao vivo em seu canal, fazendo uso de palavras desrespeitosas, que distorciam a verdade dos fatos e debochavam da instituição de polícia, que é a Delegacia da Mulher.

Matéria sobre o episódio foi publicada pelos Jornalistas Livres, da qual se destaca:

(…) Neste momento ele começou a assediar. No cordão de isolamento quando ele empurrava as meninas, empurrava pelos seios. Nós estávamos simplesmente protegendo o prédio”, diz L.

Não bastasse o assédio físico, Arthur assediava verbalmente menores de idade dizendo coisas como: “linda, me dá um beijo”, “gostosa”.

(…) Faziam perguntas estúpidas como: ‘o que você faria se o MST invadisse sua casa?’ Ele virava a câmera [ocultando o rosto] e mandava beijinhos para as meninas.

(…) Como não conseguiu forçar sua entrada, continuou com sua estratégia. “Ele ficou agressivo e provocativo, em um momento falou que me achou uma gracinha, falei ‘cara, me respeita tenho noivo’, mas ele falou ‘vai dizer se você fosse solteira, você não ficava comigo?’”.

Na delegacia, o advogado que acompanhava Karol denunciou o fato como estupro de vulnerável, mas, por determinação da autoridade policial de plantão, tipificou-se o crime, no Boletim de Ocorrência, como importunação ofensiva.

Nesse particular, é preciso informar que o artigo 217-A do Código Penal Brasileiro tipifica como estupro de vulnerável não só a conjunção carnal, mas também a prática de qualquer outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos e prevê uma pena para o crime, que é a reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

Mesmo assim, em suas redes sociais, o tal Mamãe Falei fez um estardalhaço, negando que tivesse encostado na adolescente e faturando com o se dizer “vítima de uma falsa denúncia de estupro em Curitiba”.

Me lembro que, após ter sido procurada por estudantes secundaristas, recebi a adolescente acompanhada de sua Mãe e Irmã, numa sexta-feira, já tarde da noite, no escritório.

A dignidade da família era tangível e Karol, sobretudo, era tímida e muito reservada.

Em entrevista aos Jornalistas Livres em 23 de outubro de 2016 (veja abaixo), uma testemunha dos fatos presta precioso depoimento sobre os assédios impostos por Arthur Moledo Val a Karol:

”Ela tá sofrendo ameaças; ela tem medo de sair hoje; ela vem acompanhada pra cá, dos pais, tanto ela quanto os outros estudantes que foram agredidos.

E eu acredito que ela vá precisar de um acompanhamento, pois pode prejudicar, né, psicologicamente, ela pode acabar desenvolvendo uma síndrome do pânico ou depressão, né, pelo assédio que ela sofreu.

Tanto que ela veio no dia seguinte aqui na escola e contou da questão dessas ofensas, que começaram a ameaçar ela de morte, chamar ela de vagabunda, falar que iam processá-la por falsa comunicação de crime”.

Enviamos a notícia do fato para a Promotoria da Vara de Infrações Penais contra Crianças e Adolescentes de Curitiba.

Mas a Promotora preferiu arquivar, entendendo tratar-se de contravenção penal chamada à época de “importunação ofensiva” (hoje, importunação sexual). E remeteu a questão para um dos Juizados Especiais Criminais de Curitiba.

Tivemos que peticionar pedindo que o segredo de justiça fosse respeitado, porque nem em segredo estava o processo que fora remetido para o Juizado especial Criminal, já que se tratava de uma adolescente submetida à importunação sexual por um homem de 30 anos!

Arthur Moledo Val chegou a vir a Curitiba para uma audiência preliminar criminal, mas o caso acabou sendo arquivado por insuficiência de provas. Na ocasião, Karol estava exausta e se sentia profundamente constrangida. Ela recém havia perdido o Pai, e sua Mãe trabalhava como Diarista.

Karol sofrera muito, diante de todo o constrangimento – inclusive sexual – que lhe fora imposto por Arthur Moledo Val. Por isso,  bastante deprimida à época, ela não teve animo para colacionar as provas necessárias à condenação do delinquente naquele termo circunstanciado, e o processo criminal acabou sendo arquivado por justa causa.

Dois anos depois, quando já atingira a maioridade, Karol foi chamada para responder uma ação de danos morais, movida contra ela por Arthur Moledo Val.

O meliante, aproveitando-se do arquivamento do feito criminal por falta de provas, foi para um juizado especial cível pedir a condenação da jovem que ele importunara sexualmente. Reivindicou R$15 mil como indenização por ter sofrido “enorme preocupação e angústia” quando ela o denunciara.

Quando recebeu a citação, Karol me telefonou angustiada. Me disse que precisava de ajuda, mas não gostaria de reviver a situação. Que estava noiva, pretendia se casar e esse assunto a constrangia demais. Tudo o que ela queria era colocar um ponto final no assunto, sem ser condenada a indenizar aquele ser abjeto que a ofendera.

Avisei a Karol que eu somente a defenderia se pudesse realmente ir pra cima do dito cujo. Dessa vez reuniria provas e inclusive pediria o desarquivamento na esfera criminal, com base nas provas reunidas.

Além disso, faria um pedido contraposto na ação cível, para buscar que ele fosse condenado a indenizá-la por todos os danos que lhe causara.

Karol relutou. Ela, de fato, não queria revolver aquelas traumáticas memórias. Acabou se fiando em outro advogado que prometeu ajudá-la e, quando se deu conta, estava sozinha com Arthur Moledo Val e seu advogado numa audiência de conciliação — a primeira que aconteceu no processo cível.

Depois disso, voltou a me procurar. Disse que aceitava minha defesa nos termos que eu julgasse necessários e lá fomos nós, com pedido contraposto amplamente fundamentado e defesa que demonstrava de forma cristalina que Karol não deveria ser condenada ao pagamento de nenhuma indenização para Arthur Moledo Val.

No dia da audiência de instrução, antigos participantes das ocupações secundaristas que estavam sabendo do caso, me enviaram um vídeo de gravação de tela com os stories do, agora deputado estadual por São Paulo, Arthur Moledo Val Mamãe Falei.

Nesses stories, ele gravava vídeo dentro de um confortável jatinho, dizendo que estava indo pra Curitiba “responder mais um processo, como é de praxe”. O cara é tão babaca, que até se esqueceu de quem entrara com a ação era ele.

Como se não bastasse, ele pegou na internet uma foto minha, Tânia Mandarino, e postou nos stories com a frase:

“A advogada da estuprada é do PT”

Diante da violação de minhas prerrogativas profissionais, antes da audiência começar me dirigi à sala da juíza e mostrei os stories, a fim de que ela fosse avisada sobre o que teria pela frente.

Requeri, também, que Karol fosse autorizada a não permanecer, nem por um momento, na sala de audiências com o agressor, porque se sentia completamente ameaçada e constrangida na presença dele, o que foi prontamente deferido.

Karol estava acompanhada por um valente professor de luta, Fabiano Stoiev, que permaneceu com ela e sua testemunha o tempo todo no saguão do Juizado, amparando-as.

Antes de Karol entrar para depor, o deputado teve que se retirar da sala de audiências, de modo que sua tranquilidade foi preservada, ao menos em relação àquela presença inoportuna.

Conforme vídeo abaixo, durante o depoimento do Autor da ação, a Juíza lhe perguntou sobre a postagem ofensiva feita nos stories do Instagram.

Somente depois da audiência, quando a sentença foi homologada por um juiz togado, que percebi que a juíza que conduzira a audiência era uma juíza leiga (figura institucional nos juizados, que é uma operadora do direito comum que passa numa seleção para presidir audiências e dar sentenças que na sequência são homologadas pelo juiz togado).

Arthur Moledo Val perdeu a ação, mas a juíza também não deferiu o pedido contraposto de Karol, para que fosse indenizada por ele, amplamente fundamentado.

Ontem, 4 de março, vi o perfil da juíza leiga no Facebook e constatei que ela é totalmente bolsonarista (com compartilhamento de jejuns malafaianos e tudo mais).

Mas preciso reconhecer que, apesar de ter se omitido em tutelar os direitos de Karol na sentença (de responsabilidade do juiz togado que a homologou), a juíza leiga conduziu a audiência com muita firmeza, competência técnica e dignidade.

Eu poderia ter recorrido com enormes chances de reverter a decisão quanto ao dever do deputado Arthur Moledo Val em indenizá-la, mas a Karol bastou que nossa defesa tivesse sido acatada e ele perdido a ação. Ela não estava interessada em dinheiro; só queria a paz de saber que não voltaria a ser importunada outra vez por aquela pessoa nefasta.

Eu, que desde 2016,  sou ameaçada de morte por essa gente, respeitei a vontade de Karol. Tempos depois morri de chorar, emocionada, quando ela anunciou seu casamento e gravidez. Foi a primeira vez em que eu a vi leve e com um brilho intenso de felicidade no olhar.

Pelas redes, acompanhei o nascimento de seu bebê e a harmonia que ela construía em seu entorno. Essa era a maior recompensa que eu poderia receber por ter defendido uma jovem de alma tão bela que vivera um período de muita angústia por conta das atitudes de cunho fascista que tivera que enfrentar, como estudante, durante as ocupações secundaristas de 2016.

Ontem, quando ouvi naquele aquele áudio criminoso do deputado paulista (que pretendia ser governador de São Paulo e sobre quem se cogitara ser vice de Moro) que ele fora à Ucrânia fazer coquetéis molotov (com dinheiro público?) num ato de puro terrorismo e violara a dignidade de milhões de mulheres ucranianas – e de todas as mulheres do planeta, compartilhei o áudio imediatamente com Karol

O teor da conversa, no WhatsApp, foi o seguinte:

“Karol, querida, talvez você não queira ver essa merda, mas te mandei somente pra você ver que a verdade um dia aparece, não importa o quanto demore. Um beijo para você e sua criança!”

Karol, então, me respondeu:

“Oi, Tânia, sempre soubemos quem ele é, obrigada por compartilhar comigo pra lembrar que nenhuma luta é em vão. Beijos e obrigada por tudo que fez por nós.”

Eu já enviei o áudio para a Promotora que havia dito que o Mamãe Falei não cometera crime contra a adolescência, no caso de Karol.

Foi para conhecimento… Essas coisas sempre podem enriquecer o trabalho de uma operadora do direito.

Karol tem o Japão na linhagem paterna e a Polônia na materna. Como todas as estudantes que participaram das ocupações secundaristas de  2016, no Paraná, é uma filha da Classe Trabalhadora. Hoje uma Mulher que trancou a faculdade de Engenharia Ambiental para se dedicar à educação de sua criança.

Quanto a Arthur Moledo Val confirmou mais uma vez quem é.  Dessa vez na Ucrânia, ao lado do mesmo Renan que o acompanhava durante as provocações delituosas a estudantes em Curitiba.

No vídeo abaixo, Renan, líder do MBL, incita o estupro. 

Na Ucrânia, Mamãe Falei mostrou ao mundo toda a sua misoginia, xenofobia e indignidade.

Não deve continuar ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e sua cassação é a menor medida que se impõe.

Com a autorização de Karol, estou contando sua história. As gentes precisam saber o que acontece nos quintais das gentes para evitar eleger novamente monstros como Arthur Moledo Val.

*Tânia Mandarino integra o Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD).

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Morvan

Mamãe Fal[h]ei, Carla Zambelli, Romário, Tiririca, Kicis [ploda], Sejumoro, o conge, Eustáquio, Doria, etc., são irmãos xifópagos da negação da política, levada a cabo pelo próprio conge e pela imprensa fada, a hegemônica.
Toda vez que uma sociedade abdica da política, nascem os Zelenskyi, os Jaircopatas, os Berlusconi.
O que acontece ora aqui, na Ucrânia, na Síria, etc., não é coincidência. É guerra híbrida, é “primavera” [fétida?], é negação da política.

Processador

A denuncia de estupro foi falsa tanto que a denunciante está respondendo por falsa acusação de crime. Uma das que acusou até cancelou a denuncia. O cartão de memoria de ficou intacto apesar de terem destruírem sua câmera e mostrou todo o ocorrido e o mesmo foi inocentado. Existia trocentas pessoas com celulares também filmando a situação, porém nem a câmera dele e nem a de ninguém registrou assédios sexuais nem verbais.

Henrique Tadeu de Barros

Essa figura não merece ser confundida com um ser racional. Deve ser fruto de uma chocadeira elétrica.

Zé Maria

“Combinaram de nos matar. Mas nós combinamos de não morrer!”

O projeto bolsonarista tem uma agenda racista, antipovo, reacionária
e conservadora, que aposta na ordem patriarcal, na violência
de gênero, no gabinete do ódio, na desinformação, na antipolítica,
na necropolítica e no negacionismo

Por Angela Antunes* & Silvana Conti**

Em Vermelho.Org: https://t.co/skSFgvkLil

Escolher escrever é rejeitar o silêncio!

A escrita converte-se em um ato político!

Juntamos as nossas vozes, as nossas lutas, as nossas potências para escrever a quatro mãos este texto neste mês de março de 2022, onde temos imensos desafios e muita esperança de que vamos virar o jogo do Brasil e do povo brasileiro.

O escrever pode ser um ato de descolonização e resistência, justamente nesse processo quando deixamos de ser objeto e nos tornamos sujeitas. Essa inspiração de pensar objeto para sujeito, segundo Grada Kilomba (2019), vem dos escritos de Bell Hooks (1989), que afirma que o falar com a própria boca, o escrever com as próprias palavras, nos coloca no lugar de visibilidade, poder e protagonismo que temos o direito de ocupar.

O patriarcado, o colonialismo, o racismo e o sexismo constituem formas de dominação que caracterizaram o período de escravização e que, no que pese apresentarem dinâmicas diferentes em cada contexto nacional, influenciaram a formação dos aspectos da vida social, e por mais que estejamos em 2022, seguem estruturando as relações na sociedade atual.

Na história brasileira, em 1888, ocorria a abolição da escravatura. As mulheres e os homens negros estavam livres, mas, perante a lei e a sociedade, não eram cidadãos e não tinham os mesmos direitos de seus pares. Os homens brancos estavam no topo da pirâmide social, como ainda ocorre hoje, passado mais de 130 anos. Não há dúvidas que a escravidão deixou marcas profundas, desumanizando os(as) escravizados(as), violentando as mulheres e criando estereótipos ou padrões que ainda estão presentes no inconsciente coletivo.

Vivemos em uma quadra política de avanço do conservadorismo e de perda de direitos sociais e trabalhistas historicamente conquistados, os dias de chumbo da ditadura militar de 1964, nos lembram o período que estamos vivendo nos dias de hoje.

As desigualdades sociais estão estampadas nas ruas, com milhares de pessoas e famílias ao relento. Mais da metade da nação – 116,8 milhões de pessoas – vive sob insegurança alimentar e 19 milhões estão passando fome.

A pandemia de Covid-19 escancarou ainda mais essa realidade, que tentava se esconder atrás de mitos como a meritocracia e a democracia racial brasileira. O imenso abismo existente entre ricos e pobres e a desigualdade social e racial ficaram ainda mais expostos, como uma incômoda ferida aberta.

O país ultrapassa a dolorosa marca de mais de 640 mil mortos pela Covid-19.

Essa tragédia, associada ao agravamento da situação geral do país se deve à postura negacionista do presidente que tem como marca de seu governo o projeto ultraliberal, neocolonial e autoritário.
O presidente além de genocida, é misógino, racista e LGBTfóbico.

O coronavírus atingiu a todos(as) com certeza, mas ele afetou ainda mais a vida da população que já estava em vulnerabilidade, como as mulheres das comunidades periféricas, principalmente, as mulheres negras. Foram as mulheres que ficaram mais expostas à violência doméstica, ao desemprego, à sobrecarga de trabalho e ao medo.
O medo de “levar a doença para casa” teve que pesar menos na balança, do que o medo da fome e do desemprego.

Os mecanismos históricos de opressão e dominação criaram uma condição onde a mulher negra tem ficado, ao longo do tempo, em uma situação de maior vulnerabilidade social.
De acordo com Angela Davis (1981) é necessário entender esta relação entre raça, classe e gênero, para se pensar um novo modelo de sociedade.
Lutar por um outro mundo possível, precisa passar pela compreensão que estes fatores se correlacionam e que a questão racial e de gênero são tão importantes, quanto a de classe.

O racismo, assim como o machismo, está enraizado em nossa sociedade. Sendo ele estrutural, as ações não podem centrar-se somente nos indivíduos, mas também nas estruturas que mantém o sistema de privilégios, de vantagens e de discriminações.

A eleição de Bolsonaro demostrou este enraizamento, o conservadorismo, a violência e a necessidade de aprofundar o discurso, a prática, a educação e as políticas públicas antidiscriminatórias no Brasil.

O projeto bolsonarista, que representa a face mais nefasta do Estado capitalista, tem uma agenda racista, antipovo, reacionária e conservadora, que aposta na ordem patriarcal, na violência de gênero, no gabinete do ódio, na desinformação, na antipolítica, na necropolítica e no negacionismo, portanto, a cada dia se torna mais urgente derrubarmos Bolsonaro, para garantirmos a vida das mulheres.

Cotidianamente nos deparamos com o aumento dos casos de ódio, incentivados pelos discursos vindos do próprio Planalto.
Não suportamos mais tanta barbárie, ausência do Estado e descaso com as mulheres e homens do nosso país.
Para vencermos nosso inimigo de classe, estamos resistindo, lutando e esperançando.

Temos hoje novos ventos soprando nas nossas mentes e corações. Vai despontando um novo ambiente político, marcado pelas grandes manifestações nas ruas, construídas com ampla unidade e participação de diversos setores da sociedade que demonstram sua indignação em atos pelo Brasil do Oiapoque ao Chuí.

A esperança do povo desabrocha.
Vai sendo criada a possibilidade real das oposições vencerem as eleições de 2022, derrotando e expulsando Bolsonaro do governo, único meio de termos soberania nacional, uma vida digna, democracia e nossos direitos que foram roubados.

É muito importante que a frente Fora Bolsonaro cresça com amplos setores da sociedade que quiserem se somar para fortalecer a nossa luta contra o fascismo em defesa da democracia e da vida.

Neste 8 de Março conclamamos para estarem nas ruas e nas redes:
todas, todos e todes que tem convergência que é urgente derrubar Bolsonaro e lutar pela vida das mulheres.

ForaBolsonaro #BolsonaroNuncaMais

* Angela Antunes é Secretária de Movimentos Sociais
e Igualdade Racial da Seção Metropolitana da CTB/RS

** Silvana Conti é Lésbica Feminista, vice–Presidenta da CTB/RS,
membra da direção Nacional da UBM e da UNALGBT
e mestranda em Políticas Sociais UFRGS/RS.

https://twitter.com/PortalVermelho/status/1500411530449461249

https://vermelho.org.br/2022/03/06/combinaram-de-nos-matar-mas-nos-combinamos-de-nao-morrer/

Zé Maria

8 de Março: Dia de Luta Permanente das Mulheres

Tânia Mandarino é Mulher de Luta.
.
.
“Por que 8 de março é o Dia Internacional da Mulher?”

Por Paula Nadal, Advogada, em UCPel

As histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher
alimentam o imaginário de que a data teria surgido a partir de um
incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca
de 130 operárias morreram carbonizadas.
Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano
marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20,
mas os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores
a este acontecimento.

Desde o final do século 19, organizações femininas oriundas
de movimentos operários protestavam em vários países da Europa
e nos Estados Unidos.

As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os
salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram
as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho
e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período.

O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908
nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a
uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país.

No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data
como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu
mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou,
em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil
que fechou quase 500 fábricas americanas.

Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas
na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a
celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem
representantes de 17 países.

O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para
instituir o sufrágio universal em diversas nações.

Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiram ainda mais
protestos em todo o mundo.

Mas foi em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano,
adotado pela Rússia até então), quando aproximadamente 90 mil
operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições
de trabalho, a fome e a participação russa na guerra – em um protesto
conhecido como “Pão e Paz” – que a data consagrou-se, embora tenha
sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.

Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações
Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava
princípios de igualdade entre homens e mulheres.

Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em
1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher
e em 1977 o “8 de março” foi reconhecido oficialmente pelas
Nações Unidas.

“O 8 de março deve ser visto como momento de mobilização
para a conquista de direitos e para discutir as discriminações
e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres,
impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado
em diversos países”, explica a professora Maria Célia Orlato Selem, mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Brasília
e doutoranda em História Cultural pela Universidade de Campinas
(Unicamp).

No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram
em meio aos grupos anarquistas do início do século 20, que buscavam,
assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e
qualidade de vida.
A luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas,
nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932,
na Constituição promulgada por Getúlio Vargas.
A partir dos anos 1970 emergiram no país organizações que passaram
a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros,
a sexualidade e a saúde da mulher.

https://ucpel.edu.br/noticias/convite-a-reflexao-para-o-dia-internacional-da-mulher

Zé Maria

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“Carta para Arthur do Val: a Condição Feminina na Guerra e na Paz”

“Ao longo da história, a violência sexual é uma das armas de
guerra mais recorrentes para desmoralizar uma sociedade.
Ela não tem religião, nem raça. Ela destrói.
Demonstra o poder sobre o destino não apenas das vidas,
mas também dos corpos e almas.
Percorrendo campos de refugiados em três continentes,
o que sempre mais me impressionou foi a vulnerabilidade
das mulheres nessa situação”

Por Jamil Chade *

“Senhor deputado,

Confesso que não conhecia seu nome, e nem sua denominação de guerra.
Mas os áudios indigestos que vazaram com seus comentários
sobre a situação na Ucrânia me obrigaram a escrever aqui algumas linhas
sobre o que eu vi em campos de refugiados e filas de pessoas desesperadas
para escapar da guerra e da pobreza ao longo de duas décadas.

Não estou acusando o senhor e sua comitiva do que estará exposto abaixo.
Mas considero que, sem entender essa dimensão do sofrimento humano,
fica impossível justificar uma viagem como a que o senhor faz
para ajudar a defender um povo.

Ao longo da história, a violência sexual é uma das armas de guerra
mais recorrentes para desmoralizar uma sociedade.
Ela não tem religião, nem raça. Ela destrói. Demonstra o poder sobre
o destino não apenas das vidas, mas também dos corpos e almas.

Percorrendo campos de refugiados em três continentes, o que sempre
mais me impressionou foi a vulnerabilidade das mulheres nessa situação.

Mas, antes, vamos ser claros aqui. Não precisamos sair do Brasil para saber
que as mulheres, simplesmente por serem mulheres, precisam passar a vida
se explicando. Como se necessitassem de chancela ou justificativa para
determinar o destino de seu corpo ou coração, se podem trabalhar ou ter tesão.
Intolerável, não?

Então, o senhor pode imaginar o que isso significa em tempos de guerra,
onde a lei e a moral são suspensas?

Conheci certa vez uma garota yazidi.
Ela me contou como, depois de sua cidade ser tomada por islamistas,
ela foi transformada em escrava sexual.
Aqueles olhos verdes intensos se enchiam de lágrimas quando contava
que, num calabouço, ela e as demais meninas se dividiam em dois grupos.
Aquelas que rezavam para sobreviver e aquelas que rezavam para morrer logo.

Ela também me contou que, num ato de solidariedade com as outras mulheres
que viriam depois delas, foi iniciado um gesto espontâneo de escrever
mensagens nas paredes daqueles quartos imundos, inclusive com dicas
de como agir. Escreviam com a única cor que tinham. O vermelho do sangue
de suas vaginas estupradas.

O senhor me diria: claro, isso é coisa de terrorista islâmico.
Sim, sem dúvida. Mas quero lhe contar o que investigações e auditorias
revelaram em um local mais próximo de nós: o Haiti.

Ali e em outros locais onde estão destacadas, as tropas de paz da ONU
– repletas de moral, credibilidade e protocolos – foram acusadas de
estupro e de abusos com mulheres, meninas e meninos.
Alguns, em troca de comida. Num caso específico, um garoto era
semanalmente estuprado por oficiais, em troca de bolachas.
Há até mesmo uma categoria de crianças hoje nesses países,
“os filhos da ONU”.

Na Sérvia, num barracão onde eram depositados os refugiados
que aguardavam para chegar até a Europa Ocidental,
conheci uma mulher que não falava.
Sua irmã, depois, veio me explicar que ela ficou muda
depois de ter sido estuprada pelo “guia” que seus pais tinham contratado
na Turquia para que elas cruzassem as fronteiras.
Para pagar pelo guia, os pais venderam as únicas coisas que tinham:
uma casinha e dois animais.

Em Dadaab, no Quênia, entendi toda a minha ignorância quando fui
perguntar para um grupo de crianças do que elas tinham mais medo.
Achei que a resposta seria: as bombas de Mogadíscio.
Mas era do escuro do campo de refugiados.
Quando pedi para saber o motivo, uma delas sussurrou:
“não podemos nem ir ao banheiro pela noite.
Um homem pode fazer coisas ruins com nosso corpo”.

Anos depois, voltei a viajar para a África.
Da janela do avião a hélice em que eu voava, podia ver
como um garoto usava um pedaço de galho para tentar
dirigir o destino de vacas e outros animais.
Enquanto ele conseguia dar direção ao gado,
algumas reses escapavam um pouco adiante.

Do assento em que eu estava, quase não consegui ouvir
quando o piloto se virou para trás e, competindo com o barulho
do motor, gritou que estávamos iniciando a aterrissagem.
Jamais imaginaria que, minutos depois, era sobre aquele local
de terra de onde o garoto estava retirando os animais
que o avião iria pousar. O que de fato eu tinha visto era a
preparação da pista de pouso.

Eu tinha viajado para um lugar a oeste da cidade de Bagamoyo,
na Tanzânia, para escrever sobre o impacto da Aids numa das regiões
mais pobres do planeta.
Mas seria naquele local que eu descobriria, de uma maneira inusitada,
a dimensão do drama de imigrantes e refugiados.
Ao longo dos anos, visitei campos de refugiados na fronteira do Iraque,
entre o Quênia e a Somália, em Darfur, na rota entre a Turquia e a Europa.

Vi milhares de pessoas sem destino. Mas, nas proximidades de Bagamoyo,
aquela história era diferente. Oficialmente, não havia uma guerra.
Não havia um acampamento de refugiados. Mas eu logo descobriria
que nem por isso o desespero deixava de estar presente naquela população.

Eu fazia uma visita a um hospital e esperava para falar com o diretor.
Por falta de médicos, ele fora chamado para fazer um parto.
Sabia que aquilo significava que eu passaria horas ali, à espera
de minha entrevista.
Restava fazer o que eu mais gostava nessas viagens:
descobrir quem estava ali, falar com as pessoas, perambular pelo local,
ler os cartazes e simplesmente observar.
No portão do centro de atendimento, centenas de mulheres com seus véus
coloridos aguardavam de forma paciente.
Tentavam afastar as moscas, num calor intenso, enquanto o choro de crianças
rompia os muros descascados daquela entrada de um galpão transformado
em sala de espera.

Ao caminhar para uma das alas, fui barrado.
Os enfermeiros me pediram que não entrasse no local.
Quando perguntei qual era a especialidade daquela área,
disseram que não podiam revelar.
Em partes da África, o preconceito e o estigma em relação
aos pacientes de Aids obrigam os hospitais a não indicar
nem em suas paredes o nome da doença.
Decidi sair do prédio em ruínas e, num dos pátios do hospital,
vi duas garotas brincando.

Não tinham mais de 10 anos de idade. E o único momento em que olharam
para o chão, sem resposta, foi quando perguntei o que faziam ali.
Mas a curiosidade delas em saber o que um rapaz branco, com um bloco
de notas na mão e uma câmera fotográfica, fazia lá era maior que sua vontade
de contar histórias.
Desisti de seguir com minhas perguntas.
Expliquei que era jornalista brasileiro e, para dizer meu nome, mostrei
um cartão de visita, que acabou ficando com elas.

Quando iam responder à minha pergunta sobre os seus nomes,
nossa conversa foi interrompida por uma senhora que, da porta do hospital,
me avisava que o diretor já estava à disposição para a entrevista.
Deixei aquelas crianças depois de menos de cinco minutos de conversa.
Já caminhando, virei e disse uma das poucas expressões que tinha aprendido
em suaíli: kwaheri – “adeus”.
Ganhei em troca dois enormes sorrisos.

Terminada a entrevista com o diretor do hospital, confesso que nem sequer
notei se as meninas continuavam ou não no pátio.
Estava ainda sob o choque de um pedido do gerente da clínica,
que, ao terminar de me explicar o que faziam, me perguntou
se eu não poderia deixar para eles qualquer comprimido que tivesse na mala.
Qualquer um. Até mesmo se o prazo de validade já tivesse expirado.

Alguns meses depois, já na Suíça, abri minha caixa de correio
de forma despretensiosa ao chegar em casa.
Num envelope surrado e escrito à mão, chegava uma carta
de Bagamoyo.

Pensei comigo: deve ser um erro e a carta deve ter sido colocada
na minha caixa por engano.
Eu não conheço ninguém em Bagamoyo.
Mas o envelope deixava muito claro: era para Jamil Chade.

Antes mesmo de entrar em casa, deixei minha sacola no chão
e abri o envelope.
Uma vez mais, meu nome estava no papel, com uma letra visivelmente infantil.
Eu continuava sem entender.
Até que comecei a ler.
No texto, em inglês, quem escrevia explicava que tinha me conhecido
diante do hospital e que tinha meu endereço em Genebra
por conta de um cartão que eu lhe havia deixado.

Como num sonho, as imagens daquelas garotas imediatamente apareceram
em minha mente.
Mas o conteúdo daquela carta era um verdadeiro pesadelo.
A garota me escrevia com um apelo comovedor.
“Por favor, case-se comigo e me tire daqui.
Prometo que vou cuidar de você, limpar sua casa e sou muito boa cozinheira.”
A carta contava que sua mãe havia morrido de Aids – naquele mesmo hospital –
e que seu pai também estava morto.

Cada um dos oito filhos fora buscar formas de sobreviver e ela era a última
da família a ter permanecido na empobrecida cidade.
“Preciso sair daqui”, escrevia a garota.
A cada tantas frases, uma promessa se repetia: “Eu vou te amar.”

Uma observação no final parecia mais um atestado de morte:
“Com as últimas moedas que eu tinha, comprei este envelope,
este papel e este selo. Você é minha última esperança.”

Deputado, talvez o senhor classificaria essa pessoa no grupo de
“meninas fáceis”.

Eu, porém, chorei de desespero e de impotência diante daquele pedido
de resgate.

Eu e o senhor- homens brancos – nascemos como a classe mais privilegiada
do planeta.
Eu e o senhor não tivemos de fazer nada para adquirir esses privilégios.
Existimos.

É nossa obrigação, portanto, desmontar o processo de profunda
desumanização de uma guerra e da miséria.
Cada um com suas armas.

Não sei qual será o destino que a Assembleia Legislativa em São Paulo,
seu partido [o mesmo do Moro] e seus eleitores darão ao senhor.

Qualquer que seja ele, só espero que esse episódio revoltante sirva para que
haja alguma insurreição de consciências sobre a condição feminina.
Na guerra e na paz.

Grato pela atenção

Jamil”

* Jornalista Brasileiro. Correspondente Internacional na ONU em Genebra/Suíça.
Por duas vezes ganhou o Prêmio Comunique-se, como o melhor correspondente brasileiro no exterior.
Jamil Chade é autor de cinco livros, três dos quais finalistas do Prêmio Jabuti.
(https://apublica.org/autor/jamil-chade)

https://vermelho.org.br/2022/03/05/carta-para-arthur-do-val-a-condicao-feminina-na-guerra-e-na-paz/

    Zé Maria

    Centrais Sindicais: “Arthur do Val desrespeita o Povo e deve ser Cassado”

    https://twitter.com/PortalVermelho/status/1500228859337269252

    “Nos áudios hediondos que ele transmitiu para seu grupo de amigos
    no WhatsApp e que se tornaram públicos na noite desta sexta-feira
    ele ofendeu não só as mulheres, mas os pobres, os povos refugiados,
    foi racista ao exaltar um estereótipo, ou seja, expressou tudo aquilo
    contra o que lutamos: a desumanização, a dominação machista,
    a covardia, a injustiça.
    Mostrou, com isso, todo seu despreparo para ser um represente do povo
    e por isso não deve permanecer como deputado e deve ser cassado”,
    afirmaram em Nota Conjunta: https://t.co/83bCaAJ6lR

    No texto, as lideranças sindicais informaram que solicitaram que o Ministério Público abra investigação sobre a conduta racista, misógina e xenófoba do deputado.

    Assinam o documento Sergio Nobre, presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores;
    Miguel Torres, presidente da Força Sindical;
    Ricardo Patah, presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores;
    Adilson Araújo, presidente da CTB – Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil;
    Antonio Neto, presidente da CSB – Central de Sindicatos do Brasil;
    Oswaldo Augusto de Barros, presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores;
    Edson Carneiro Índio, SG da Intersindical Central da Classe Trabalhadora;
    Atnágoras Lopes, secretário nacional da CSP CONLUTAS;
    José Gozze, presidente da Pública, Central do Servidor; e
    Emanuel Melato, coordenação da Intersindical Instrumento de Luta.

    Íntegra da nota das centrais sindicais em:

    https://publica.org.br/2022/03/06/arthur-do-val-desrespeita-o-povo-e-deve-ser-cassado

    https://vermelho.org.br/2022/03/05/centrais-sindicais-arthur-do-val-desrespeita-o-povo-e-deve-ser-cassado/

Felipe Cardoso

Como a galera é oportunista viu.

Sergio

Fora Fascistas.✊🏾✊🏾✊🏾👏🏿👏🏿👏🏿

rato petista

O cara foi absolvido. Não fez nada de errado. A fala dele foi lamentável porém ele não estuprou e nem molestou ninguém. Deixemos de oportunismo.

    Tom Barros

    Verdade. Só que esse pessoal cheio de ideologias não se cansa de disseminar o ódio, mesmo que seja fake news. Atualmente desaprovo totalmente o Arthur, mas nesta época, ele fazia um ótimo papel.

    Onurb

    Ele não foi absolvido. O inquérito foi arquivado por falta de provas. Não teve nada de absolvição.

    Manolo

    “Deixemos de oportunismo” – irmão, sério, se mata com um ralador de queijo.

Mauricio Dutra Garcia

Excelente Drª Tania e “Karol” pela coragem e iniciativa. Elementos como esses tal Mamãe Falei tem que serem expostos à, opinião publica.

Mauricio Dutra Garcia

Excelente Drª Tania e “Karol” pela coragem e iniciativa. Elementos como esses tal Mamãe Falei tem que serem expostos à, opinião publica.

José Espare

O que me deixa realmente estarrecido não é a comprovação de que Mamãe Falei é isto aí. A gente já sabia! O que choca e entristece é o fato de que esse verdadeiro picareta tenha sido eleito deputado em São Paulo com 478.280 votos. Se houve tanta gente que se dispôs a dar seu voto de confiança a um monstro bestial como Mamãe Falei, é um forte indício de que nossa sociedade está sofrendo de alguma patologia grave. Ao somarmos à de Mamãe Falei, as votações de Janaína Paschoal, Joice Hasselmann, Kim Kataguiri, Fernando Holiday e assemelhados, o panorama se mostra ainda mais terrorífico. Se, além disso, atentarmos para o fato de que, até pouquinho tempo atrás, Sérgio Moro era o herói indiscutido de boa parte de nossa população, vamos nos dar conta de como a máquina de manipulação mental sustentada pela mídia corporativa foi capaz de “monstrualizar” multidões imensas. Não vai ser fácil recuperar nosso povo dos estragos causados. Mas, lutar é preciso.

Luciano Zanetti

O lugar destes canalhas é o lixo da história, aos pagarem na justiça pelos seus atos covardes!

Zé Maria

https://twitter.com/Metropoles/status/1499859174586474503

https://pbs.twimg.com/media/FNC2iDNXoAITw1b?format=jpg

“Ucranianas são fáceis porque são pobres” disse @arthurmoledoval,
candidato do @SF_Moro a governador de São Paulo.”
https://twitter.com/PauloTeixeira13/status/1499890735449001988

“A fala do Mamãe Falei, aliado do Sérgio Moro, revela machismo, misoginia e crueldade diante do sofrimento humano. O que os uniu foi a falta de freios morais, a disposição para a fraude, a inclinação para o embuste político.”
https://twitter.com/PauloTeixeira13/status/1499923557182320646

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