Em documento, militares falam em matar Lula, Alckmin e Moraes por tiro ou veneno
Tempo de leitura: 3 minVeja documento em que militares golpistas falam em matar Moraes, Lula e Alckmin por tiro ou veneno
Por g1, GloboNews e TV Globo — Brasília
A Polícia Federal apreendeu documentos nos quais militares golpistas falam em assassinar, em dezembro de 2022, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Trechos do documento constam na representação enviada pela PF ao Supremo Tribunal Federal, que embasou a prisão de quatro militares do Exército e um policial federal nesta terça-feira (19).
Segundo a PF, “considerando todo o contexto da investigação, o documento descreve um planejamento de sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes”.
No trecho final, no entanto, os golpistas falam que também levantaram informações sobre outros alvos possíveis, identificados por codinomes:
Jeca – que, segundo a PF, faria referência a Lula;
Joca – que, também segundo a PF, seria Geraldo Alckmin;
e Juca – que a PF, até esta semana, não tinha conseguido identificar.
No material, intitulado “Planejamento Punhal Verde Amarelo”, os militares listam uma série de “demandas” operacionais e logísticas para concluir os planos.
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E indicam, também, as “condições de execução” – ou seja, as circunstâncias que permitiriam, de fato, executar a chapa presidencial eleita em outubro de 2022.
Há pontos de coincidência, de acordo com os investigadores, entre o planejamento descrito no documento e o evento “Copa 2022”, em que militares chegaram a se posicionar nas ruas de Brasília para tentar sequestrar Moraes. O plano foi abortado antes de qualquer contato com o ministro.
Veja abaixo detalhes do documento encontrado pela PF:
Página 1 – reconhecimento operacional e monitoramento
Na primeira página do documento, os golpistas listam as demandas de “rec op” – segundo a PF, abreviação de “reconhecimento operacional”.
O grupo lista “pontos de controle”, como o Eixo Monumental (via no centro de Brasília onde ficam os ministérios, o Palácio do Planalto e o prédio do STF), a via L4 (também nas imediações dos prédios oficiais) e a Avenida do Exército (via do Quartel-General do Exército, mais afastada).
Lista, também, o tamanho das equipes de segurança pessoal e veículos SUV e blindados.
Segundo a PF, essa página se refere às “diligências necessárias, que já estavam em andamento, para identificar o aparato de segurança pessoal do ministro Alexandre de Moraes, compreendendo os equipamentos de segurança, armamentos, veículos blindados, os itinerários e horários”.
Página 2 – telefones, armas e ‘tempo de ação’
Na segunda página, o documento lista as medidas práticas que deveriam ser tomadas pelo grupo para executar o plano.
Há, por exemplo, uma lista de itens necessários, entre telefones, armas e proteção:
- seis coletes à prova de balas;
- rádios de baixa frequência;
- seis telefones celulares descartáveis;
- quatro pistolas;
- quatro fuzis, além de munição não rastreável;
- uma metralhadora, um lança-granadas, um lança-rojão, também com munição não rastreável;
- 12 granadas.
Os golpistas afirmam, ainda, que seriam necessárias cerca de duas semanas para a preparação do atentado – e oito horas para a execução.
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