Em “defesa” da Copa, PM paulista bane direito à reunião nas ruas

Tempo de leitura: 6 min

Fotos de Caio Castor; o vídeo abaixo registra o momento do ataque ao encontro que se dava diante do Sindicato dos Metroviários


Violência da PM censura manifestações contra a Copa em São Paulo

Polícia ataca ‘preventivamente’ protestos na zona leste da capital, que foram dissolvidos antes de começar. Corporação soma novos casos a seu histórico de violações de direitos

por Tadeu Breda, da RBA publicado 12/06/2014 12:25, última modificação 13/06/2014 10:08

São Paulo – Convocadas para a manhã de hoje (12) na zona leste de São Paulo, as duas manifestações de rua que pretendiam criticar a realização da Copa do Mundo horas antes da abertura do torneio foram dura e inexplicavelmente reprimidas pela Polícia Militar. Com um efetivo multitudinário, a corporação sitiou toda a região no entorno das estações Tatuapé e Carrão do Metrô, onde os manifestantes haviam combinado de se encontrar para saírem em passeata. Caminhões do choque, viaturas e motocicletas estavam apoiadas por helicópteros e tropas da cavalaria. A violência das forças de segurança foi tão grande que as marchas sequer puderam sair do lugar.

Eram 9h15 da manhã quando a reportagem da RBA chegou à região. Um grande número de soldados já estava instalado dentro da estação Carrão do Metrô, revistando pessoas que “aparentavam” ser manifestantes: jovens trajados com roupas pretas, com cortes de cabelo incomuns, negros e com barba. Mochilas foram abertas e supervisionadas. De lá partiria uma das passeatas marcada para hoje, cuja intenção era caminhar até o cordão de isolamento em torno da Arena Cortinthians, em Itaquera, estádio que sediará o jogo de abertura da Copa. Antes da chegada dos manifestantes, três linhas de soldados do Batalhão de Choque já estavam em formação de ataque do lado de fora da estação, com escudos, armas e bombas de gás lacrimogêneo.

Poucas pessoas atenderam à convocação da frente de movimentos e coletivos Se Não Tiver Direitos, Não Vai Ter Copa, que na manhã de hoje tinha a intenção de realizar sua décima manifestação contra a Copa do Mundo. Os que compareceram para dar seu último grito de revolta contra o que consideram “injustiças” cometidas durante a organização do torneio não tiveram sequer a oportunidade de se reunir no local marcado. Após um leve bate-boca entre soldados e cidadãos revoltados com o comando do aparato policial, às 10h15, a tropa deu início à ofensiva, lançando bombas de gás lacrimongênio contra as não mais de 50 pessoas que, então, estavam por ali. Ao menos uma delas (foto) foi detida.

Depois da correria, os manifestantes tentaram se reagrupar ao redor da estação Carrão do Metrô. E passaram a gritar palavras de ordem contra os policiais que acabavam de agredi-los gratuitamente. “Não acabou, tem de acabar, eu quero o fim da Polícia Militar”, bradavam. A reação não tardou, e veio com mais uso da força. Quinze minutos depois do primeiro ataque, por volta das 10h30, uma nova e inexplicável investida policial acabou ferindo uma jornalista da rede de televisão norte-americana CNN. A repórter foi atingida no pulso por um estilhaço de bomba de gás lacrimogênio e atendida por socorristas voluntários do Grupo de Apoio ao Protesto Popular (Gapp) até a chegada dos bombeiros.

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Após dois ataques seguidos contra os maniestantes, que já começavam a se dispersar, a PM resolveu agredir deliberadamente as dezenas de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas que registravam a operação. Às 10h40, um policial sem etiqueta de indentificação saiu detrás da linha de escudos e lançou uma bomba de gás lacrimogênio diretamente contra os profissionais. A RBA presenciou que, ao todo, contando com a jornalista norte-americana, pelo menos cinco pessoas acabaram feridas por estilhaços nos braços e nas coxas. Entre elas estava um morador de rua.

Questionado sobre o motivo das agressões, o coronel Savioli, que se identificou como comandante da operação, recusou-se terminantemente ao diálogo: A sociedade não tem o direito de saber o que está acontecendo? “Não”, respondeu. Mas, durante um bate-boca com a RBA, um soldado (que estava identificado, mas escondia seu nome com a alça da espingarda) mostrou com que disposição os homens da PM foram orientados a lidar com as manifestações de hoje na zona leste. “Tá reclamando de quê? Não viesse aqui, ué. Você sabia que ia ter bomba, não sabia?”, hostilizou, arrematando: “Imprensa ridícula.” Às 11h, uma hora depois do pretendido início de um protesto que nunca aconteceu, os arredores da estação Carrão estavam liberados.

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Novo massacre

Impedidos em seu direito constitucional à reunião e expressão, os manifestantes reprimidos na estação Carrão decidiram se deslocar por 300 metros até a sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. O prédio, localizado na esquina da Rua Serra do Japi com a Avenida Radial Leste, serviria de concentração para outro protesto convocada para a manhã de hoje. O ato fora organizado pela central sindical CSP-Conlutas, ligada ao PSTU. Além de denunciar os gastos públicos com a organização da Copa no Brasil, a manifestação bradaria contra a morte de 13 operários em obras relacionadas com o torneio e pediria a readmissão de 42 trabalhadores demitidos após a greve do Metrô, finalizada na terça-feira (10).

Como a RBA adiantou ontem, a ideia da CSP-Conlutas não era caminhar com destino ao Itaquerão ou tentar inviabilizar o jogo inaugural da Copa do Mundo. No entanto, os manifestantes queriam sair em passeata pela região do Tatuapé, onde se localiza o sindicato, para denunciar o torneio. Assim como ocorrera pouco mais de uma hora antes, porém, foram impedidos pela PM. Com escudos, bombas e balas de borracha a postos, homens do choque se posicionaram na esquina da Radial Leste para deter qualquer tentativa de fechar a avenida. Insatisfeitos, porém resignados, os organizadores do protesto acataram as determinações policiais e resolveram permanecer – com seus discursos, panfletos e faixas – em frente ao sindicato.

Não demorou para que outro grupamento fortemente armado da PM viesse em sentido contrário e encurralasse na Rua Serra do Japi as cerca de duas mil pessoas que haviam atendido ao chamado da CSP-Conlutas. Revoltados com o acosso policial, jovens mascarados começaram a hostilizar verbalmente a tropa, que respondeu descarregando sua munição. Então instalou-se um confronto entre rapazes com pedras e soldados com escudos, armaduras e artefatos menos letais. Pelo menos um fotógrafo feriu-se com estilhaços em toda a perna – mas não foi o único.

A situação se agravou quando, por volta do meio-dia, a polícia avançou sobre os manifestantes que estavam postados pacificamente diante do sindicato. Como a tropa não se sensibilizou com os gritos de “Chega de bomba, de repressão, é meu direito estar na manifestação”, os organizadores do protesto resolveram usar o carro de som para pedir que as pessoas entrassem na sede do sindicato. “Estamos encurralados. Não temos condições de enfrentar a PM”, apelavam os autofalantes. “Vamos abrir as portas do sindicato, entrar e dar continuidade ao nosso protesto lá dentro.” Os manifestantes assentiram e continuaram tocando seus tambores no interior do prédio. Lá, estavam a salvo da agressões, mas não dos efeitos do gás lacrimogênio.

Sem a menor possibilidade de diálogo com a PM, os organizadores do protesto decidiram, às 12h50, encerrar o ato. Ao microfone, o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, pediu que os manifestantes que ainda estavam na rua adentrassem à sede da entidade para que, depois, pudessem “negociar” sua saída com o comando policial. Minutos antes, o carro de som transmitia aos presentes o recado de um dos oficiais encarregados da repressão: “O major nos avisou que em dez minutos vão liberar a rua. Eles vão passar por cima da gente”, advertiu.

A postura dos sindicalistas desencadeou pequenos desentendimentos com manifestantes que, pese às amaeaças policiais, queriam continuar protestando nas ruas. Quando o líder sindical Mancha, da CSP-Conlutas, usou carro de som para “diferenciar” perante a polícia os manifestantes “pacíficos” dos “baderneiros”, foi hostilizado por jovens mascarados. “Pelego”, gritavam. Os manifestantes também se envolveram em bate-bocas e empurra-empurra entre si quando os metroviários resolveram fechar o portão de sua sede – o que evitaria a entrada de mais pessoas caso a PM retomasse os ataques. “Entreguistas”, tiveram que escutar.

Por volta das 13h, os manifestantes já deixavam o prédio com destino às suas casas. Saíram lentamente, em fila, alguns de mãos dadas, outros nitidamente com medo de novas investidas do choque. Enquanto eles se dirigiam para as estações de Metrô dos arredores, o carro de som rogava à PM: “Não ataquem as pessoas. Elas estão apenas querendo ir embora.”

A Defensoria Pública de São Paulo destacou uma comissão para acompanhar os protestos da Copa do Mundo na manhã de hoje. “Pelo que vimos, a polícia está bem decidida em dispersar as manifestações”, avaliou o defensor Fabrício Bueno Viana. “As violações de hoje não diferem muito das que temos observado em protestos passados.” Para Viana, a polícia paulista está agindo de maneira desproporcional. “Ajuizamos em abril uma Ação Civil Pública em que cobramos a adequação de procedimentos policiais aos direitos humanos. Por exemplo, não usar balas de borracha ou gás lacrimongênio, e portar sempre a identificação. Hoje alguns não tinham.” Viana considerou a ação policial um “exagero” e analisou que, ao impedir que a movimentação dos manifestantes, a PM violou o direito de manifestação.

Procurada pela RBA, a assessoria de imprensa da Polícia Militar se negou a prestar quaisquer informações sobre a ação desta manhã na zona leste. Não informou o número de pessoas detidas, os motivos das detenções, o número de contingente deslocado para reprimir os protestos ou as razões que levaram seus homens a agirem com truculência e impedir o início das passeatas. Em sua página na internet, porém, a corporação afirma que “agiu para impedir que baderneiros fechassem a Avenida Radial Leste, o que afetaria o direito de ir e vir de milhares de pessoas, inclusive aquelas que vão assistir a abertura da Copa do Mundo”. E nada mais.

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Comentários

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Juca

Comentários do viomundo iguaizinhos aos da folha. Legal.

Hildermes José Medeiros

Sem apoiar ou contraditar os referidos atos da polícia em São Paulo, vale tomar conhecimento do direito constitucional de reunião, que nem de longe é um direito absoluto, e tem regras,a principal a comunicação a ajutoridade policial de sua realização em locais públicos.

“Direito de reunião e implicações jurídicas dos abusos”

O direito à reunião está previsto no artigo 5º inciso XVI da Constituição Federal: ‘todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente’.

Também consta na Convenção Americana ou Interamericana de Direitos Humanos, o Pacto de San José da Costa Rica (art. 15 do Decreto nº 678/1992 – É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições previstas pela lei e que sejam necessárias, numa sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas.), e no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (art. 21 do Decreto nº 592/1992 – O direito de reunião pacífica será reconhecido. O exercício desse direito estará sujeito apenas às restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, ao interesse da segurança nacional, da segurança ou ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.).

Quando ocorrem excessos, existem tipos penais que podem ser aplicados:

O art. 65 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, tem a seguinte redação: “Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa.

Além disso, danificar ou quebrar o patrimônio público é dano qualificado (art. 163, parágrafo único, inciso III, do CPB).

Dano- Art. 163 – Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único – Se o crime é cometido:

I – com violência à pessoa ou grave ameaça;

II – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave

III – contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista;

IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte – Art. 262 – Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:

Pena – detenção, de um a dois anos.

§ 1º – Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.

§ 2º – No caso de culpa, se ocorre desastre:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

Forma qualificada – Art. 263 – Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258 (Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço).

Arremesso de projétil – Art. 264 – Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo ar:

Pena – detenção, de um a seis meses.

Parágrafo único – Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.

Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública – Art. 265 – Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública:

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Parágrafo único – Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços.

Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública – Art. 266 – Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.

§ 2º Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública.

Resistência – Art. 329 – Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena – detenção, de dois meses a dois anos.

§ 1º – Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

Pena – reclusão, de um a três anos.

§ 2º – As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.

Desacato – Art. 331 – Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Leis das Contravenções Penais

Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela:

Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.

Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso.

Em caso de atitude criminosa, como as acima descritas a polícia deve adotar as providências necessárias para conter tais indivíduos, pois é o exercício regular de direito. Quando não há nenhum requisito dessa natureza, o encaminhamento para a delegacia pode se caracterizar como abuso de autoridade ou constrangimento ilegal.

Na delegacia, é dever da polícia informar os direitos das pessoas, como o de ficar calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado (art. 5º, LXII, CRFB), não produzir prova contra si, entre outros.

Além das implicações criminais, os entes estatais devem ingressar com ações civis contra os vândalos para recompor o prejuízo causado ao erário em virtude das depredações.

Por fim vale lembrar: o seu direito termina quando afeta o de terceiros.

Marat

Dentro de campo (assim como nas eleições) o PSDB/PIG tá tomando surras:
Brasil 3 x 1 PSDB
Itália 2 x 1 PSDB
Agora somos todos Gana, contra quem a todos pensam enganar…

Valdeci Elias

O Direito de Se Reunir, é maior que o Direito de Ir e Vir ?

    Antonio

    Errado!
    O direito de um termina quando invade ou cerceia o outro.
    O direito de se reunir, se manifestar etc não pode impedir o livre trânsito dos demais.
    Além disto, por que mascaras?
    Por acaso são membros de facção?

Olá

mas a maioria das pessoas nesse site são a favor da repressão não? prioridades…

lulipe

Mais uma vez meus parabéns à PM, manifestação tudo bem, vandalismo não, tem que ser combatido com rigor, achei até que a polícia foi comedida, já que esse tipo de gente só conhece uma linguagem, o cacete no lombo.

Antonio

Discordo totalmente dos argumentos usados no artigo que na minha opinião confunde o direito de reunião e manifestação com baderna.
Aquelas pessoas que se reuniram no dia da abertura da Copa e tem se reunido em outras manifestações o fazem com o único intuito de promover arruaça, quebra-quebra e cercear o direito dos demais na medida que há sempre uma tentativa clara de fechar ruas e avenidas impedindo o deslocamento dos demais.
Manifestantes mascarados que começam a rasgar sacos de lixo e espalhando seu conteúdo na via pública, põe fogo em tudo que encontram e começam a quebrar vitrines do comércio e agencias bancárias, não são manifestantes, SÃO BANDIDOS que precisam ser reprimidos.
Quando há rebeliões em presídios, os membros das facções usam máscaras para se esconderem porque durante sua revolta, quebram, agridem e matam.
Pergunto ao articulista e aos que concordam com ele: – Qual a diferença entre estes e aqueles que tem saído as ruas mascarados para não serem reconhecidos nos atos de vandalismo que provocam.
Concordo que há muitos manifestantes que de boa fé participam destas passeatas, mas pelo que vi e ouvi, a imensa maioria destes são jovens idiotizados pela mídia e pelas redes sociais. No fundo pensam que sabem tudo e resolvem o mundo com alguns toques.
Repito o que já enviei a outros blogs na época. Alguns meses atrás julho do ano passado, em um domingo almoçava com minha esposa em um dos restaurantes do Conjunto Nacional em São Paulo, conversávamos e a certa altura paramos para ouvir a conversa na mesa ao lado.
Uma pessoa com uns 40/45 anos que deduzo ser um jornalista, assessor de comunicação ou coisa parecida, bem articulado e bem vestido e um jovem com não mais de vinte anos, acredito que uma pessoa comum, estudante sem muita informação.
A pessoa com mais idade falava sobre passeatas e de como deveria agir, ouvi perfeitamente as instruções sobre como, durante uma passeata, iniciar um quebra-quebra em agencia bancária e “cair fora” assim que percebesse que outros manifestantes também entravam no quebra-quebra. Recebia as instruções, embasbacado com a possibilidade de “ser alguém” e participar de um movimento de protesto.
Infelizmente o que poderia ser um movimento legítimo para reivindicarmos direitos e mudanças seja na nossa cidade ou no país, foi transformado em baderna pelos que querem ganhar eleição a qualquer preço como a oposição quer fazer. Estamos vivendo um vale-tudo em que pessoas muito bem esclarecidas usam as demais, boa parte inocentes úteis para seus propósitos e alguns defendem estas manifestações.
No mínimo são ou agem como inocentes úteis que servem as forças mais retrógradas deste país.
Sugiro e peço ao articulista e aos que defendem as mesmas ideias que façam o que eu mesmo fiz, vá a uma passeata e converse com algumas pessoas para saber até que ponto tem clara noção do que estão fazendo, sobre suas noções e opiniões políticas. Irão se surpreender e encontrar alguns que lá estão pelo trocado que receberam ou vão receber depois da “manifestação”.

FrancoAtirador

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PSDB ENTRA NA JUSTIÇA

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8 de maio – 14:27
Entre Fatos

PSDB vai à Justiça Eleitoral [?!?] contra pesquisa sobre falta d’água

Falta de abastecimento atingiu 23% dos paulistas nos últimos três meses.
O índice sobe para 35% na região metropolitana.
Os mais pobres sofrem mais

O diretório paulista do PSDB recorreu na quarta-feira (07) à Justiça Eleitoral [?!?] para impedir a divulgação de uma pesquisa sobre a falta d’água em São Paulo.
O Estado é governador por Geraldo Alckmin, do mesmo partido.

De acordo com a pesquisa, a falta de abastecimento atingiu 23% dos paulistas nos últimos três meses.
O índice sobe para 35% na região metropolitana, ante 30% na capital e 14% no interior.
Ainda segundo o levantamento, problema é duas vezes maior entre as famílias de menor renda, atingindo 12% dos que ganham mais de dez salários-mínimos e 25% entre os que recebem até um salário.

Segundo a pesquisa, 59% dos paulistas acreditam que sofrerão com falta d’água até o fim do ano.
Eles apontam como principal culpado pelo problema o governo estadual (41%), a Sabesp (29%), o governo federal (9%) e a falta de chuva (7%).

O PSDB alega que o levantamento tem “nítida natureza eleitoral”. Pede que o Tribunal Regional Eleitoral notifique o Data Popular, autor da pesquisa, para que o instituto forneça informações como valor, contratante e questionário.

À Folha de S.Paulo, o presidente do instituto, Renato Meirelles, disse que os questionamentos da sigla “não fazem nenhum sentido” e que o Data Popular pode explicar o estudo “com total transparência”.

Meirelles acrescenta que a legislação não prevê o registro de pesquisas nesses casos.
“Não pedimos que se desse nota para o serviço. Só pedimos avaliação, com perguntas objetivas e alternativas. É uma pena acharem que seja qualquer tipo de crítica ao governo do Estado”, diz.

“Não se pode deixar de discutir [a questão] só porque é ano eleitoral. Mais importante do que questionar a pesquisa é debater a crise da água”, afirma.

Meirelles diz que a pesquisa foi feita por iniciativa própria do Data Popular, em parceria com o instituto Ideia Inteligência, para lançar uma ferramenta.
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(http://www.viomundo.com.br/politica/dilma-fizemos-la-o-que-o-companheiro-alckmin-nao-fez-em-sao-paulo.html)
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Paulo Roberto

Ah, eles estavam lá para se “reunir” e “manifestar”. Um movimento que tem um slogan como “Não vai ter Copa” é democrático ? É democrático agir para impedir os cidadãos de se locomover e ir aonde querem ir ? Como é que fica o DIREITO das pessoas de irem ao jogo, de viajar nos transportes públicos ? Será que só vamos ter olhos para os direitos dos “manifestantes” ? Repito, e o direito de quem QUER assistir a Copa ? Manifestação é uma coisa, o que esses grupos fazem a gente vê, já ocasionou até morte de jornalista, mas até isto parece que já foi esquecido. Vale tudo para criticar o governo, inclusive se descartar do cadáver do jornalista assassinado pelo rojão dos “manifestantes”.

    Lindolfo Campos

    Os protestos são legítimos, só que; Não podem fechar uma avenida 300, 2000 manifestantes, não podem ter a liberdade de travar o caminho de dezena de milhares de pessoas, dai a polícia tem que agir, O meu direito de poder passar de ônibus, carro, bicicleta ou a pé. Tem que dar porrada mesmo
    Quanto ao metroviários, os que foram demitidos, devem fazer um exame de todo os fatos que os levaram a serem demitidos, e, claro, vão chegar a conclusão de que foram manipulados pelos diretores do sindicato e pelo PSTU.

    Antonio

    Perfeito seu comentário, incluindo o que escreveu sobre o Metrô.
    De minha parte acredito que houve um conluio entre o governador e o presidente do sindicato que precisa de visibilidade para tentar crescer.
    Mesmo crescendo não incomodaria o partido do governador.
    Vejamos, um governador na defensiva, com a reeleição em riso,combinado com o presidente do sindicato.
    Atrasa a negociação, como fizeram e o presidente sai com a greve em um momento crítico que ajuda o governador que faz de tudo para prejudicar o governo federal, inclui-se neste ponto a falta de convênios na saúde e na educação para não “encher a bola do PT”.
    O governador age como quem tem autoridade, demite uns palhaços recupera prestígio, o governo federal sai chamuscado com a greve e o sindicalista presidente fica no cargo porque não pode ser demitido.
    Quanto as passeatas, com mascarados, quebra-quebra o remédio é borracha e gás de pimenta.

Véio Zuza

Leña Y punto!!!

Urbano

Os de baixo sofrem… Mas há as exceções; ínfimas, mas há.

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