Centrais e empresários alertam para os riscos da desindustrialização
28/02/2012
Entidades tiram agenda de mobilizações em defesa da produção e do emprego
Em reunião nesta segunda-feira (27), as cinco maiores centrais sindicais brasileiras – CUT, Força Sindical, UGT, CTB e CGTB –, treze entidades empresariais, os sindicatos dos metalúrgicos do ABC, São Carlos e São Paulo, além da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT, decidiram reivindicar do governo federal medidas urgentes para salvar a indústria nacional.
“Queremos sensibilizar o governo que a indústria atravessa uma situação tão difícil que é necessário agir forma rápida, tão depressa como aconteceu no enfrentamento da crise econômica mundial de 2008, se não quisermos que a o problema aumente”, destacou o vice-presidente Rafael Marques, que representou o Sindicato no encontro.
As medidas emergenciais para a retomada da produção que trabalhadores e empresários desejam foram colocadas em um manifesto com o título “Grito de alerta em defesa da produção e do emprego brasileiros”, que também descreve a má situação da indústria atravessa.
“O Brasil vive um bom momento na economia, mas sua indústria passa por uma crise”, alertou Rafael. “Entre as principais causas estão os juros altos, a alta carga tributária, o câmbio valorizado, a guerra fiscal que favorece importações e o aumento indiscriminado de importações”, citou o dirigente.
Nesta terça (28), o mesmo grupo de centrais e entidades patronais participa de audiência com o presidente do Senado, José Sarney, com o objetivo de cobrar a votação da lei que disciplina a guerra fiscal nos portos brasileiros e que seria uma das medidas solicitadas para alavancar a indústria.
Movimento prepara novos atos
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Desde o ano passado, trabalhadores e empresários se reúnem para enfrentar a ameaça da desindustrialização no Brasil. Para provar que este perigo existe, basta lembrar que na década de 1980 esse setor representava 27% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e pode chegar ao final deste ano a menos de 15%.
Com a meta de superar esta ameaça, já foram realizados encontros como o seminário Brasil da Indústria, do Diálogo e do Emprego e mobilizações na Via Anchieta e em São Carlos, que levaram milhares de metalúrgicos às ruas.
Além das reuniões, estão programadas manifestações por todo o País, para alertar a opinião pública sobre a situação atual da indústria brasileira e o fechamento de postos de trabalho que a crise no setor representa.
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Comentários
pall kunkanen
No final de fevereiro comprei um short masculino da Hering (empresa nacional). Fiz esta opção por pensar que era feito aqui no Brasil, ou seja, estavam criando empregos aqui e não na china. Mas a surpresa qdo cheguei em casa e fui olhar a etiqueta técnica, aquela que fica fixa na roupa. Estava lá feito em Blangadesh. Meu consolo é que é um país mais pobre que o nosso. Mas qto é pago por cada peça? Qto ganha o operário por dia? Com a palavra a Hering.
A indústria brasileira: Mais longe da China, mais perto dos EUA | Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] Operário e empresários: Chega de exportar empregos! […]
Luca K
Me impressiona q alguns não apreciem os riscos graves da desindustrializaçao sobre o Brasil e sua Economia. Basta lembrar que um dos mais importantes motivos da derrocada da economia do Império USA foi justamente a desindustrialização. Tirando o complexo industrial militar, a maior parte da indústria estadunidense foi desmantelada; daí o desaparecimento de muitos empregos não apenas da classe operaria mas tb da classe média, erosão na arrecadação e muitos outros problemas. Quem não acreditar leia o livro do economista Paul Craig Roberts que foi secretário assistente do tesouro dos EUA para politicas economicas na década de 1970.
Gerson Carneiro
Acabo de ver na TV que o Corinthians também embarcou nessa de fazer a alegria dos chineses. Acabou de contratar um jogador chinês. Será que o Corinthians comprou esse jogador na 25 de março?
Vinicius Garcia
Economia no capitalismo é isso mesmo, luta constante e resultados pífios, o mercado não quer saber dos problemas de cozinha dos pobres, a ele só importa a projeção dos lucros e o retorno dos investimentos, o Brasil está sim se tornando uma economia baseada no sistema de serviços em detrimento de sua indústria, e como sempre segue uma tendência estadunidense e, pode transformar a nossa economia como a que eles tem agora (agonizante).
JOSE DANTAS
Enquanto os trabalhadores daqui vão as ruas, empurrados pelos seus sindicatos em busca de mais vantagens e menos trabalho, amparados por uma legislação trabalhista que só enxerga a figura do empregado, os da China produzem a pão e água e colocam seus produtos a preço de banana pelo mundo assombrando as mordomias.
Cada conquista na área trabalhista aumenta os custos dos nossos produtos, que já são caros e o consumidor acaba optando pelos da China, da Coréia, enfim, de qualquer lugar, desde que se pague menos por eles. É um caos sem solução, já que ninguém parece disposto a abrir mão de um centavo, ou um segundo do seu precioso tempo, em prol da realidade que ameaça seus próprios empregos.
Fabio_Passos
Este modelo entreguista, aplicado por collor e aprofundado pelo finado fhc, permanece funcionando até hoje: juros altos e real hipervalorizado.
Isto é a ruína da industrialização Brasil.
O governo Dilma mostra que está mais interessado em etender os seus financiadores de campanha – a banca! – do que os trabalhadores e o capital produtivo.
O PT mantém fundamentos da política econômica que nos condenam a um subdesenvolvimento endêmico.
pperez
A presidenta Dilma está escalando um penhasco com as maos quando o assunto é a politica industrial no País ou mais especificamente, as medidas protecionistas que recentemente adotou.
Qual o País que aceita as medidas protecionistas de outro, se seu objetivo é vender ?
E numa conjuntura economica mundial totalmente adversa, quem não consegue equilibrar sua balança comercial representa mais um peso nos pés!
Embora estejamos com a economia estavel em relação à industria,a Presidenta determinou indices de nacionalização dos veiculos em 65% e acho que este percentual poderia aumentar gradativamente até os 90%.
E, fazer ouvidos moucos para a chiadeira do mundo, porque aqui como lá é como dizia minha avó "Farinha pouca, meu pirão primeiro!
Rosi
A indústria passa por uma crise e a culpa é sempre dos outros!! Onde está a competência dos empresários? O que eles fazem dos resultados da maior taxa de lucros do planeta? Fanfarrões são estes empresários que vivem do dinheiro público mas não tem nenhuma vergonha de ter preços abusivos e taxas de lucros estratosféricas. Trabalhem direito e parem de choramingar. Investimento em tecnologia? Investimento em desenvolvimento profissional? Investimento em pesquisa? Eles fazem? Não fazem, ou melhor, só fazem com dinheiro público!
Epaminondas
O dilema da industrialização é este: criar indústria nacional ou importar as transnacionais que levam o lucro pra fora! A China escolheu o segundo caminho e o resultado, se é bom para o governo, é desastroso para o povo. Pais rico é aquele que proporciona bem-estar ao seu povo e não estas vitrines falsas que tem aos montes por aí. O Brasil carece de tecnologia para a sua industrialização porque os governos nunca investiram forte em pesquisa e o pouco que se consegue é pirateado (roubado mesmo) por potências estrangeiras. Somente um governo forte e nacionalista pode reverter esse quadro. Não parece ser o caso atual.
Porco Rosso
Tenho certeza que, infelizmente, o governo não resolverá esse problema justamente porque o governo não o vê como problema: esse é o modelo de crescimento que foi escolhido para o Brasil.
Olhe o PAC, por exemplo: um dos seus principais projetos (senão "o" principal) é a Usina de Belo Monte, que servirá basicamente a indústria pesada de alumínio; alumínio que será exportado para a China, onde será manufaturado, criando empregos lá, e depois será revendido para nós por um preço muitíssimo maior… como acontece desde quando o Brasil era Terra de Santa Cruz.
Marcelo de Matos
Essa estória eu ouço desde meus tempos de jovem e olha que faz bastante tempo: “alumínio que será exportado para a China, onde será manufaturado, criando empregos lá, e depois será revendido para nós por um preço muitíssimo maior… como acontece desde quando o Brasil era Terra de Santa Cruz”. Não é bem assim: esses insumos (ferro, alumínio) são vendidos pelas mineradoras a preços estratosféricos. Não há mais o que lucrar em cima deles. Os indianos e chineses podem transformar o ferro em novos produtos que não lucrarão o que lucra a Vale.
JOSE DANTAS
O pessoal por aqui simplesmente reclama, mesmo na condição de vidraça. Reclamam dos preços baixos da China que fere de morte nossa indústria com uma concorrência até certo ponto desleal e agora reclamam do suposto alto preço do alumínio praticado pela mesma China, quando o negócio é criticar Belo Monte. Aqui se pratica a política do ta tudo errado sem direito a sugestões. Seria uma beleza o Brasil nas mãos dessa galera.
EUNAOSABIA
Oito anos sem fazer NADA começam a cobrar o seu preço, vão por mim amigos dos amigos dos "Aguentem los K", a Grécia nos espera na próxima esquina.
O governo do fanfarrão começa a expor sua face mais cruel, a herança maldita e a destruição dos pilares macro econômicos implantados pro FHC, resultado de muito palanque e retórica tosca e completamente falaciosa., só uma meia dúzia de incautos os auto enganados caiam na lábia do "Grande Líder".
Temo que seja tarde.
George A.F. Gessário
Não conheço um analista econômico sequer que concorde contigo, até porque a relação dívida PIG no Brasil tá a anos luz de distância da situação de endividamento da Grecia. Agora de fato o governo Dilma e Lula tem enfrentado problemas pra fazer as indústria privadas nacionais darem o salto necessário pras pretensões do país e com isso, prejudica-se a inovação e continuamos sendo importadores de tecnologia. Diga-se a soberania de nosso país passa por deixarmos de ser apenas um grande mercado consumidor importador de tecnologia.
EUNAOSABIA
Alguns doutores em economia concordam comigo.
Vai por mim velho, sei do que falo.
Leia o que escreveu em seu último artigo o senador e professor de economia da UNB Cristovão Buarque, ouça e leia também o que tem dito o economista Rubens Ricupero.
Buarque diz que a "economia parece bem, mas não está bem" – ele se refere a diversas variáveis macro que estão completamente deterioradas – já Ricupero alerta para o déficit crônico em conta corrente – entre outros fatores, na mesma linha de Buarque – eu já venho cantando essa pedra aqui faz mil anos, do déficit em CC, isso é grave, muito grave, o Brasil cresce acima de suas possibilidades, todas as vezes que isso ocorre gera um déficit crônico em conta corrente, este foi o mesmo caminho seguido pela europa e Grécia em particular, crescer mais do que podem.
Leia o artigo de Buarque e ouça o comentário de Rubens Ricupero na rádio Jovem Pan, as condições são graves sim.
Caso queria saber mais procure no glugou por, "equivalência ricardiana" e ou teorema de "Feldstein–Horioka". vais ter uma idéia da gravidade por que passa nossa economia.
Outra coisa, a relação dívida PIB é apenas uma das varáveis levadas em conta para medir a saúde financeira de um país, existe uma gama de outros fatores a serem levados em conta, e o pior, segundo Deflim Neto, nossa relação dívida PIB já está em 56%, gravíssimo, quando 60% é considerado o limite, ainda, não leve em conta o que Guido Mantega fala, ele costuma mascarar dados e ou levar em conta dados que ninguém aceita com formas de medir essas variávies. Ex: dívida líquida e não dívida bruta, que é o que interessa.
Saudações rapaz.
Carlito
Esses artigos que você leu devem ser da década de 90, Esqueceu de ver a data…rsrs.
Rodrigo
Tá vendo insabível, quem manda se preocupar com só a própria pança e esquecer do coletivo?
Opa! Desculpa, você deve ser daqueles que não sabe o que significa coletivo.
Não, não é ônibus…
Coletivo é uma outra designação para comunidade, só que mais abrangente. Engloba um conceito social de humanidade, algo que pelo jeito você não sabe do que se trata.
: *
Elton
Que bom que nós temos você né. Tão esperto!!!
O que você é mesmo??? Não me recordo de você.
Você já foi presidente? Ou é escritor da coluna de astrologia de algum jornal falido?
Desculpe colega, mas se quer ter a opinião aceita, primeiro aprenda a respeitar as pessoas, e segundo vá fazer alguma coisa útil.
Porque sinceramente covardes e "mete medo" como você o Brasil está cheio. Porque você não aprende a ser seu próprio líder, quem sabe assim verá que só comete erros o que empreende algo.
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