Luís Bolzan: À custa do SUS, governo golpista “vai contribuir” para os planos privados saírem do buraco

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temer e ricardo barros

Luís Carlos Bolzan, no Facebook

Ministro da Saúde, Ricardo Barros anunciou ontem defesa do governo federal de “planos populares”, também conhecidos como planos baratos. É aquele tipo de plano sem internação hospitalar nem procedimentos de alta complexidade e alto custo.

Disse o ministro que isso proporcionará “alívio para governo federal com gastos do SUS”, explicitando que SUS é um fardo para governo Temer.

Esta medida, como sabemos, somente sobrecarregará ainda mais o SUS, especialmente municípios, visto que planos baratos oferecerão o “baratinho” e de baixo custo para consumidores, sem exigir maior investimento das operadoras, auferindo grande receita, em escala, e deixando a conta pesada dos procedimentos de maior custo e tecnologia dura para o SUS.

Ou seja, SUS será “referência do alto custo para saúde suplementar”.

SUS vai “dar sua contribuição” para operadoras  de planos privados saírem do déficit.

A lógica do governo golpista: assalariados pagam para ricos ficarem mais ricos, e os primeiros mais pobres. Saúde suplementar quer “mamar nas tetas” do Estado, mais do que já mama, com baixíssimo ressarcimento e grande abatimento no imposto de renda. Tudo isto, claro, com pesada ameaça ao princípio constitucional da universalidade do SUS.

Não bastasse todo esse absurdo , o ministro Barros ainda saiu com uma pérola dos desprezo com SUS, disse ele:

“Sou ministro da Saúde, não sou [grifo meu] ministro do SUS”.

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Entendi. É um grande captador de recursos para operadoras privadas que financiam campanhas, desfinanciando o SUS.

Quem diria que chegaríamos nesse ponto. Só com golpistas descarados como os que estão saqueando o país.

Luís Carlos Bolzan é psicólogo e consultor .

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Comentários

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Eu

O que o interino golpista pretende, com o advento da criação de planos “baratos” que realmente jogarão nas costas do orçamento do SUS o maior custo da saúde, é passar o verniz da legalização em uma situação que já ocorre de fato, e há muito tempo, sob o manto da judicialização da saúde. O ressarcimento devido ao SUS pelos planos de saúde, graças ao atendimento de seus contribuintes pela rede pública, é praticamente impagável já há algum tempo, em virtude da postergação judicial empreendida por eles, com a anuência da entidade fiscalizadora, a ANS, devidamente aparelhada pelos planos através da chamada “porta giratória” que permite o exercício da presidência da mesma por executivos dos planos, que a eles retornam tão logo terminam seus mandatos. Assim, a única coisa que faltava era legalizar tal situação espúria, o que Ricardo Barros certamente deverá priorizar em seu mandato-tampão, pois tem contas a prestar aos apoiadores financeiros do golpe. E, de quebra, é a maneira mais veloz de estrangular o orçamento da rede pública e levá-la ao fato consumado do desmonte. Tal infâmia deve ser combatida por todos, com o máximo de forças possiveis, senão veremos a saúde pública transformar-se em instrumento de engenharia social de combate à pobreza, da única forma que neoliberais conhecem: matando pobres.

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