Antonio Mello: Folha já perguntou a Bolsonaro o que acha do plano de seus auxiliares de matar Lula?

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Imagem de 2019: Jair Bolsonaro e o general de brigada Mario Fernandes no Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro (COpEB). Fernandes foi depois secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República. Atualmente, na reserva. Foto: Reprodução/Isac Nóbrega/PR

Folha já perguntou a Bolsonaro o que acha do plano de seus auxiliares de matar Lula?

Por Antonio Mello, em seu blog

Como a Folha tem se dedicado a ouvir o que tem a declarar o ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro, fica a pergunta se ela já enviou um de seus repórteres para saber o que Bolsonaro pensa da tentativa de assassinar o presidente Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes por militares kids pretos que pretendiam um golpe de Estado ainda em 2022.

Porque todos os militares envolvidos na operação criminosa apelidada “Punhal de Ouro” faziam parte do governo Bolsonaro, alguns com cargo dentro da Palácio, como o chefe deles [na imagem no topo com Bolsonaro] general de brigada Mario Fernandes, secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência. E a trama começou a ser montada na casa do vice de Bolsonaro, general Braga Netto.

Os alvos da Operação Contragolpe da PF presos hoje são:

  • o general da reserva Mario Fernandes,
  • os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima,
  • Rafael Martins de Oliveira,
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo e o
  • policial federal Wladimir Matos Soares.

A Operação criminosa teria começado numa reunião na casa do vice da chapa de Bolsonaro, seu ex-ministro general Walter Souza Braga Netto.

“As atividades anteriores ao evento do dia 15 de dezembro de 2022 indicam que esse monitoramento teve início, temporalmente, logo após a reunião realizada na residência de Walter Braga Netto, no dia 12 de novembro de 2022”, segundo a PF no documento.

Os criminosos pretendiam matar Lula antes da posse, provavelmente envenenado:

“Para execução do presidente Lula, o documento descreve, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”, descreve a PF.

Como a morte de Lula teria como consequência a nomeação de seu vice, Geraldo Alckmin, a ordem era também assassiná-lo:

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“Já o codinome Joca, por sua vez, é uma referência ao citado vice-presidente Geraldo Alckmin. […] Como, além do presidente, a chapa vencedora é composta, obviamente, pelo vice-presidente, é somente na hipótese de eliminação de Geraldo Alckmin que a chapa vencedora estaria extinta”.

O assassinato do ministro Alexandre de Moraes também estava nos planos dos criminosos:

“Foram consideradas diversas condições de execução do ministro Alexandre de Moraes, inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público. Há uma citação aos riscos da ação, dizendo que os danos colaterais seriam muito altos, que a chance de ‘captura’ seria alta e que a chance de baixa (termo relacionado a morte no contexto militar) seria alto”, afirma trecho.

Já que o ex-presidente Bolsonaro é um neocomentarista da democracia na Folha, onde chegou a publicar um artigo sobre o tema dois dias antes de um bolsonarista explodir bombas na Praça dos Três Poderes, que tal perguntar a Bolsonaro, que já afirmou que  a ditadura deveria ter matado uns trinta mil, o que ele pensa sobre essa trama criminosa de assassinato do presidente Lula e do vice eleitos e do àquela época presidente do TSE e como isso se encaixa no seu artigo “em defesa da democracia”.

A Folha tem tempo para isso, já que a Operação Contragolpe não teve ainda ordens para prender o cabeça da tentativa de golpe, conforme afirmaram os comandantes das Três Forças: o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem o comandante do Exército teria até ameaçado de prisão caso continuasse com a tentativa de golpe, segundo depoimento do comandante da Aeronáutica à PF.

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