Acampamento Marielle Vive é alvejado por tiros: “Mais uma tentativa de matar famílias acampadas”, denuncia MST; nota

Tempo de leitura: 3 min
Fotos: MST/SP

Acampamento Marielle Vive sofre ataque a tiros em São Paulo

Na madrugada deste domingo (10), homem atirou com arma de fogo contra o acampamento em Valinhos, interior paulista

MST

Na madrugada deste domingo (10), um homem não identificado realizou disparos com arma de fogo na entrada do Acampamento Marielle Vive, em Valinhos (SP), colocando em risco a vida e integridade de 450 famílias Sem Terra que moram e trabalham no local.

Durante a noite, acampados(as) relatam terem visto um carro passando diversas vezes em frente a portaria, com a placa coberta e em velocidade reduzida.

Em seguida, um homem branco que conduzia o veículo reduziu a velocidade e com a arma em mãos efetuou disparos em direção a entrada do acampamento. Em seguida, acelerou o carro no sentido da cidade de Valinhos.

Esta manhã um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Polícia de Valinhos.

A Secretaria de Segurança Pública será acionada para acompanhar o caso, as famílias esperam que os órgãos competentes tomem as providências cabíveis para assegurar os(as) moradores(as) que continuam no local.

Entre as motivações do atentado, se acredita que possa estar vinculada tanto a tentativa de intimidação para que as famílias desocupem a área, ou mesmo caracterizar um ataque direto neofascista, devido as características do autor do crime e circunstâncias.

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Infelizmente, não é a primeira vez que as famílias do Acampamento Marielle Vive sofreram ataques como este.

Em julho de 2019, o trabalhador Luis Ferreira foi assassinado no mesmo local em que o atirador realizou os disparos. O assassino de Luis, Leonardo Ribeiro, réu confesso, continua solto por decisão da justiça.

Urgente! Acampamento Marielle Vive, em São Paulo, é alvejado por tiros na madrugada deste domingo (10/4)

NOTA DO MST

Na madrugada deste domingo (10/4), por volta das 3h, um homem não identificado realizou disparos de arma de fogo na direção da portaria do acampamento Marielle Vive, em Valinhos (SP), colocando em risco a vida de várias pessoas que estavam no local no momento.

O ataque ocorreu poucos dias após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a suspensão dos despejos na pandemia até 30 de junho de 2022.

As pessoas que presenciaram o ocorrido relatam ver um carro passando diversas vezes na frente do acampamento com a placa coberta e em velocidade reduzida.

Na última vez, reduziu ainda mais a velocidade quando chegou em frente a portaria, tirou a mão para fora do carro, com uma arma, e desferiu os tiros para, em seguida, acelerar no sentido da cidade de Valinhos.

No momento haviam várias pessoas no local e tentaram se proteger; a maior parte se jogou no chão. Felizmente ninguém se feriu. Foi possível verificar que se tratava de um homem branco que parecia estar sozinho.

Este não é o primeiro ataque sofrido pelas famílias do acampamento Marielle Vive. Lembremos do fatídico dia 18 de julho de 2019, quando o trabalhador Luis Ferreira foi assassinado no mesmo local em que o atirador agora ameaçou. O seu assassino (Léo Ribeiro), réu confesso, continua solto por decisão do sistema de justiça.

O que leva uma pessoa a sair de sua casa numa madrugada de domingo e ameaçar famílias que lutam por terra e por direitos sociais?

Só pode ser o ódio contra pobres, contra trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra e essa é a política adotada pelo atual presidente do país e seus seguidores que defendem a liberação do uso de armas.

Quem porta armas de fogo e desfere tiros no objetivo de ameaçar outras pessoas, está agindo na intenção de matar, por isso esse fato é mais uma tentativa de homicídio cometida contra as famílias do Acampamento.

Conclamamos a todas e todos contrários à violência, à política de ódio e a estes tipos de ataques e ameaças contra a integridade destas famílias a denunciarem o fato para coibir os fascistas de plantão que se sentem livres para cometer seus crimes na calada da noite.

Não podemos aceitar! Em particular às autoridades responsáveis, como a polícia e o Ministério Público, que devem investigar os fatos para punir os responsáveis.

A prefeitura de Valinhos está assistindo estas violências cometidas ao longo dos quatro anos de existência do acampamento, mas tem nas mãos o poder de resolver este conflito com o reconhecimento da cidadania e assentamento definitivo das famílias no local, implantando políticas públicas através do Estado e favorecendo a acesso à moradia e ao trabalho digno.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
10 de abril de 2022, São Paulo – SP

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Comentários

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Zé Maria

O mais irrita nesses neofascistas brancos é que são Covardes.
Se sentem muito machos com armas na mão,
mas, desarmados, não passam de homúnculos
menores que espermatozóides..

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