Por omissão, TSE deu a benção às mentiras do candidato do whatsapp
Tempo de leitura: 3 minpor Luiz Carlos Azenha
Algo inédito pode acontecer este ano no Brasil.
Um presidente eleito sem fazer campanha de rua, sem participar de debates, que escolheu entrevistadores, que não foi confrontado sobre o plano vago de governo que registrou.
Um presidente eleito no casulo do whatsapp, cujos apoiadores produziram fake news em escala industrial.
Jair Bolsonaro argumenta que a ausência dos debates pode ser justificada por estratégia eleitoral.
Mas fosse o candidato com grande vantagem eleitoral um Ciro Gomes, Fernando Haddad ou Guilherme Boulos — e o adversário um tucano como João Doria ou Geraldo Alckmin — seria denunciado diariamente em copiosas edições do Jornal Nacional e dos satélites da família Marinho.
Por que isso não acontece?
Pelo fato de que a orientação editorial dos barões da mídia atende acima de tudo ao antipetismo — em diferentes graus –, que se manifesta nas redações desde as denúncias do mensalão, em 2005.
Nem mesmo quando um candidato se apresenta como ameaça real à democracia, desafiando parâmetros que a própria mídia cobra há 13 anos do PT, recebe o tratamento que seria dado a um candidato de esquerda nas mesmíssimas circunstâncias.
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Antes do início formal da campanha, um investigador de uma empresa jornalística me procurou para ajudá-lo na tarefa que recebeu dos chefes: investigar as usinas de mentiras já existentes no Brasil.
Foi no período em que o País começou a debater as chamadas fake news, com promessas de ação rigorosa de autoridades contra a distorção do desejo eleitoral dos brasileiros pelas mentiras disseminadas por redes sociais.
O colega de profissão tinha identificado, em Minas Gerais, “empresários” que vendiam likes e eram capazes de acionar redes de robôs para impulsionar conteúdos artificialmente, em várias plataformas.
Estavam todos a serviço da direita.
A dificuldade do jornalista estava em identificar fake news produzidas pela esquerda, razão pela qual havia me procurado.
Eu disse a ele que reconhecia a existência de mentiras, exageros ou erros cometidos e impulsionados por gente de esquerda, mas nenhuma produção industrial capaz de afetar o resultado de eleições.
Por motivos desconhecidos, soube depois, a investigação do colega nunca foi publicada.
Todos os levantamentos posteriores, realizados por gente que se debruçou sobre o assunto, confirmaram: a disseminação de falsidades vinha essencialmente de espaços antipetistas.
Mas, as denúncias não resultaram em ação das autoridades.
No dia do primeiro turno da eleição de 2018, a família Bolsonaro oficialmente emparedou a República, disseminando montagens que falsamente “demonstravam” que urnas eletrônicas votavam automaticamente em Fernando Haddad.
Acompanhei atentamente a entrevista em que foram anunciados os resultados da votação pela presidenta do TSE, Rosa Weber.
Na ocasião, a procuradora geral da República, Raquel Dodge, voltou a prometer jogo duro contra as fake news.
Isso, em 6 de outubro de 2018.
De sua parte, o Tribunal Superior Eleitoral de fato atendeu a reclamações da campanha de Fernando Haddad e agiu contra páginas disseminadoras de mentiras — quando o efeito de tais ações sobre o resultado do pleito seria, para dizer o mínimo, marginal.
Afinal, as mentiras já haviam sido lançadas e causado o dano pretendido.
Hoje, 11 de outubro de 2018, o TSE lançou uma página para combater as notícias falsas.
Isso mesmo, hoje, 11 de outubro de 2018!
Comentários
Morvan
Boa noite. O TSE (Tribunal Seletivo Eleitoreiro), a exemplo de todo o Golpiciário brasileiro, tem lado. Sempre o teve. Desde quando tiveram autonomia para evitar Olga Brenário de ir para a câmara de gás e não o fizeram, de quando covalidaram a “anistia nas coxas”, ou anistia codificada pelos torturadores, e tantos outros exemplos, que eles têm lado, e bem definido.
A propósito, há poucos dias, no Nassif, articulista (Fernando Horta) escreveu:
.
Discordei, educadamente, como sói. Disse-lhe: “Eles não falharam. Falhamos todos. A gente brincou de Judiciário desde Olga Brenário. Nunca se tentou, sequer, fazer uma reforma desse antro de má sônicas criaturas. Não derreteram. Desobnubilaram-se.
Saudações “Contra o fascismo, Vote HaddadSim; não é questão meramente eleitoral; é Civilização X Barbárie“.
Morvan, Usuário GNU-Linux #433640. Seja Legal; seja Livre. Use GNU-Linux.
Maicon silva
17 NELES!! ???????
Adyneusa
E qual o nome da página?
Eu
Blá blá blá blá 17
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