Associação de Médicos pela Democracia: CFM não nos representa; ataca a CPI, para preparar terreno do depoimento do seu presidente; íntegra
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O CFM e o desastre sanitário do Brasil
Da ABMMD
Somos da ABMMD (Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia) e queremos afirmar com veemência que o CFM não nos representa, assim como não representa boa parte dos médicos brasileiros que se sentem representados pela AMB, pelas sociedades de especialidade e por outras entidades médicas.
O CFM não nos representa pois abdicou de seguir a ciência para se acumpliciar com a condução negacionista e irresponsável do governo que pior respondeu a pandemia de COVID-19 no mundo.
O CFM não nos representa pois é cumplice das mortes produzidas pela falta de vacinas e por negação das medidas comprovadamente eficazes e utilizadas no mundo inteiro, como o uso de máscara e o distanciamento social.
O CFM não nos representa por propagar uma falsa autonomia para os médicos prescreverem medicamentos para falsos “tratamentos precoces”, que a ciência já comprovou que são ineficazes e que dão uma sensação de segurança perigosa para os brasileiros.
O CFM não nos representa pois não garante a autonomia dos médicos que não querem prescrever tratamento precoce e que são obrigadas por empresas e prefeituras a fazê-lo.
O CFM não nos representa pois não segue de forma adstrita o Código de Ética Médica, portanto, não terá como instalar processos éticos-profissionais diante da omissão e liberalidade das prescrições de médicos(as), sem bases e evidências científicas, com fins de “tratamento precoce” da Covid-19 no Brasil.
O CFM não nos representa pois ataca uma CPI que está investigando a conduta dos governantes do país na condução da pandemia, com o único objetivo de preparar o terreno para o depoimento do seu presidente negacionista.
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O CFM não nos representa.
Fortaleza, 04 de junho de 2021.
Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia – ABMMD
Comentários
Luciano
Caro Senhor Presidente do CFM, com todo respeito me permita discordar.
Não acho razoável dizer no dia 02/06/2021 que “nós não sabemos nada” sobre a COVID19.
Nós já sabemos muito! A ciência avançou como nunca…
Já sabemos que as medidas de distanciamento social, uso de máscaras, higienização das mãos, uso de álcool em gel são eficazes para combater a disseminação do vírus; já sabemos que medidas de lockdown pontuais podem ser necessárias em alguns momentos e são eficazes; já sabemos que suplementação de oxigênio em determinada fase da doença é parte importante do tratamento; já sabemos que a testagem em massa da população é medida importantíssima para identificação e isolamento dos casos assintomáticos diminuindo a cadeia de transmissão; já sabemos que o uso de corticoides em momento específico da fase inflamatória da COVID diminui a taxa de mortalidade; já sabemos que que as vacinas são eficazes para conter a pandemia, vide países como EUA, Israel e a experiência pioneira de Serrana em SP; já sabemos que países onde os governantes dão o exemplo e recomendam as medidas de isolamento, uso de máscaras e fazem campanhas robustas incentivando a vacinação têm melhores resultados no controle da pandemia; já sabemos que a velocidade da vacinação é crucial para evitar novas mutações do vírus e interromper a cadeia de transmissão; já sabemos que não se pode esperar imunidade de rebanho numa pandemia causada por um vírus com alto poder de mutação; já sabemos que a hidroxicloroquina, além de não ser efetiva em nenhuma fase da Covid, pode ser deletéria! Isso entre outras coisas que os imunologistas, infectologistas, intensivistas, pneumologistas e outros profissionais que estão diretamente ligados ao atendimento de paciente com Covid sabem muito mais do que eu!
Portanto Senhor Presidente, com todo respeito, gostaria que o senhor ao invés de entrar na defesa de duas médicas que parecem estar deliberadamente agindo contra as evidencias científicas atuais, se posicionasse de uma maneira firme em relação aos protocolos e medidas que o Brasil deveria adotar em relação ao controle da pandemia. O senhor mencionou no seu depoimento, “em nome dos mais de 530 mil médicos Brasileiros” e gostaria encarecidamente de pedir que me tirasse disso, pois não concordo com sua fala, e acho um absurdo eu, como médico, não poder ter o meu livre direto de expressão, pois de outra forma, o CFM está virando uma ditadura.
Luciano Lima
http://chng.it/h67PpMF4
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