Mário Scheffer: Reembolso de despesas particulares com saúde de senadores e deputados federais bate recorde em 2021
Tempo de leitura: 4 minReembolso de despesas de parlamentares bate recorde em 2021
Por Mário Scheffer, Blog Politica&Saude, Estadão
Em 2021, parlamentares solicitaram R$ 39,6 milhões de reembolso de despesas particulares com saúde, o maior valor já registrado pelo Congresso Nacional.
No Senado, foram ressarcidos R$ 31,7 milhões e, na Câmara Federal, R$ 7,9 milhões. Em 2020, foram R$ 14,9 e R$ 6,8 milhões, respectivamente.
Perto dos gastos totais com saúde no País, as cifras são até relativamente pequenas, chamam mais a atenção pelo que simbolizam.
O financiamento do sistema de saúde no Brasil, superficialmente abordado, inclusive em ano de eleição, é assombrado por temas-tabu, evitados a qualquer custo.
Mantos de chumbo eleitorais escondem conformismos, evitam polêmicas que podem tirar votos e protegem universos paralelos, onde privilégios corporativos tornam-se benefícios intocáveis.
Nos últimos dois anos, muita gente que adoeceu por covid teve dificuldade de obter assistência no momento adequado.
A demora e a diferença da qualidade de atendimento – tanto em serviços públicos quanto na rede privada – foram corresponsáveis por milhares de mortos e sequelados.
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As filas acumuladas, devido ao adiamento de cirurgias e tratamentos não relacionados à covid, ainda hoje causam sofrimento e agonia em pacientes.
Diferentemente da imensa maioria da população, os políticos e parcela da burocracia pública, dos três Poderes, desfrutam de um benefício líquido e certo: o acesso à assistência médica privada financiada por dinheiro público.
O tabu, aqui, não é silêncio de ordem moral, sobre o fato de funcionários públicos terem ou não direito a planos de saúde privados.
Afinal de contas, bons empregos ou alto poder aquisitivo são determinantes do vínculo de 49 milhões de brasileiros, servidores públicos entre eles, à saúde suplementar.
O tabu reside em deixar de incluir a destinação de recursos públicos ao setor privado como elemento da discussão do financiamento da saúde.
Na eleição presidencial de 2018, o programa de Bolsonaro dizia que “a saúde deveria ser muito melhor com o valor que o Brasil já gasta”, adepto da platitude “fazer mais com os atuais recursos”.
Para melhor financiar o SUS, os candidatos Haddad, Ciro e de partidos menores à esquerda, propunham revogar o teto de gastos, aumentar o porcentual do PIB destinado à saúde, adotar novas regras fiscais e tributárias, taxar grandes fortunas e retornar o fundo social do Pré-Sal. Amaldiçoada, a CPMF, ou outro imposto carimbado para a saúde, sumiu de cena.
É baixa a transparência dos gastos privados em saúde de funcionários públicos.
Segundo a pesquisa Pnad Contínua do IBGE, 11,9 milhões de brasileiros se declaram empregados do setor público.
Hoje, o Executivo federal contabiliza 763 mil pessoas, mas a maior parte dos servidores civis do País tem vínculos com municípios e Estados.
Além do direito constitucional de usar o SUS, parte do funcionalismo público acessa a saúde privada de várias maneiras.
Há institutos fechados de saúde e previdência para servidores estaduais e municipais, plano de saúde próprio do órgão empregador na modalidade autogestão, contratos com operadoras comerciais, serviço ambulatorial no local de trabalho, auxílio indenizatório para compra individual de plano e ressarcimento de despesas particulares com saúde.
Os benefícios são estratificados conforme posição na hierarquia funcional. Variam do acesso a planos mequetrefes, mediante participação descontada em folha de salário, à livre escolha com cobertura assistencial total.
Caso emblemático é o dos deputados federais e senadores, com três esquemas distintos de atendimento privado. Eles têm serviço médico privativo nas instalações do Congresso, planos de saúde extensivos aos servidores e seus dependentes, e reembolso ilimitado.
Quer dizer, podem, adicionalmente, escolher médico, dentista, hospital ou laboratório onde desejam ser atendidos, apresentam a conta à Câmara ou Senado, e são ressarcidos integralmente. Foi essa alternativa que bateu recorde de gastos em 2021.
Corruptelas do SUS, o Senado tem o SIS (Sistema Integrado de Saúde), e o governo do Paraná mantém o SAS (Sistema de Assistência à Saúde), só para servidores.
Nos Estados, há o Planserv, na Bahia; o Iamspe, em São Paulo; o Ipsemg, em Minas Gerais.
A Câmara Federal tem o Pró Saúde; o STJ, o Pró-Ser; e o STF conta com o STF-Med.
A Fundação Oswaldo Cruz sedia o Fiosaúde e, a Petrobras mantém o AMS, ambos planos privados de autogestão.
Também fora do SUS, as Forças Armadas gastaram R$ 2,8 bilhões em 2021 com ações e serviços próprios de saúde dos militares.
Já a assistência médica privada de civis do Executivo federal, dos ministérios e da AGU consumiu mais de R$ 2 bilhões no ano passado.
Em uma estimativa preliminar e conservadora, passariam de R$ 30 bilhões os gastos públicos diretos envolvidos anualmente com saúde privada de funcionários públicos em todo o País.
Embora a pandemia tenha destacado pontos fortes do SUS, reverberaram as desigualdades entre o público e o privado. A vida de um parlamentar valeu mais do que a de outro cidadão doente.
Que tal a retirada progressiva de excessos no custeio público de saúde privada? Pode-se começar pelos senadores, deputados e magistrados, pelos maiores salários.
De volta ao SUS, esses novos recursos poderão ser usados, por exemplo, em investimentos para a maior oferta de testes diagnósticos para todos, um dos vexames do País na pandemia.
Aos poucos, a transfusão do financiamento privado para o sistema universal, ao lado de novas fontes públicas, reduziria a anemia do SUS.
Em suas plataformas eleitorais, candidatos precisam substituir predicados genéricos por parâmetros concretos.
O SUS será bom quando atender servidores públicos.
Comentários
Zé Maria
França
Eleição Presidencial
Primeiro Turno
Resultado Final
Abstenção = 26,31%
Votantes = 73,69%
Em Branco = 1,12%
Nulos = 0,49%
Válidos = 72,09%
Macron = 27,84% (2º Turno)*
Le Pen = 23,15% (2º Turno)*
MÉLENCHON = 21,95%
Zemmour = 7,07%
Pécresse = 4,78%
Jadot = 4,63%
Lassalle = 3,13%
Roussel = 2,28%
Dupont-Aignan = 2,06%
Hidalgo = 1,75%
Poutou = 0,77%
Arthaud = 0,56%
*(2º Turno previsto para 24/04/2022).
https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/FE.html
Zé Maria
Amanhã (10) tem Eleição pra Presidente na França.
E se o Mélenchon for para o Segundo Turno?
Zé Maria
Não foi, mas deixou um Recado aos Franceses.
“Candidato da Esquerda e 3º Colocado nas
Eleições Francesas, Jean-Luc Mélenchon,
se manifestou sobre o 2º turno:”
“Sabemos com certeza em quem nunca votaremos.
Não se deve dar voz à Madame Le Pen”.
https://twitter.com/EixoPolitico/status/1513229890690105351
Apurados, até agora, 82% dos Votos dos Eleitores Inscritos,
o Candidato da Chapa “A França Insubmissa”, Jean-Luc Mélenchon, está com 19,84% dos Votos Válidos no 1º Turno.
O Candidato da Ultra-Direita, Éric Zemmour,
fica na 4ª Colocação, com 6,88%, e obviamente
apoiará Marine Le Pen no 2º Turno.
[A França tá numa Sinuca de Bico: conseguiu
achar alguém mais Fascista que a Le Pen.]
A seguir, vem Valérie Pécresse, Moderada de
‘Les Républicains’, com 4,70%.
Colado, em sexto lugar, vem Yannick Jadot,
dos “Verdes”, com 4,34%.
Jean Lassalle, de Centro-Direita, fica com 3,49%.
O Comunista Fabien Roussel fez 2,39%, à frente
do Gaullista Nicolas Dupont-Aignan com 2,22%
e da Socialista Anne Hidalgo que tem 1,76%.
Na Liderança, Emmanuel Macron obtém 27,32%
e Marine Le Pen, na Vice-Liderança, faz 25,67%.
1,19% dos Eleitores Inscritos votou em Branco
e 0,53% anulou o Voto, até este momento.
A Abstenção é de 25,05% dos Eleitores Inscritos.
Zé Maria
https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/FE.html
Zé Maria
Apenas para Satisfação da Curiosidade,
na Guiana Francesa, na América do Sul,
Jean-Luc Mélenchon obteve 50,59% dos
Votos Válidos no 1º Turno da Eleição para
Presidente da República da França.
https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/003/003.html
Zé Maria
Não foi, mas deixou um Recado aos Franceses.
“Candidato da Esquerda e 3º Colocado nas
Eleições Francesas, Jean-Luc Mélenchon,
se manifestou sobre o 2º turno:”
“Sabemos com certeza em quem nunca votaremos.
Não se deve dar voz à Madame Le Pen”.
https://twitter.com/EixoPolitico/status/1513229890690105351
Apurados, até agora, 82% dos Votos dos Eleitores Inscritos,
o Candidato da Chapa “A França Insubmissa”, Jean-Luc Mélenchon, está com 19,84% dos Votos Válidos no 1º Turno.
O Candidato da Ultra-Direita, Éric Zemmour,
fica na 4ª Colocação, com 6,88%, e obviamente
apoiará Marine Le Pen no 2º Turno.
[A França tá numa Sinuca de Bico: conseguiu
achar alguém mais Fascista que a Le Pen.]
A seguir, vem Valérie Pécresse, Moderada de
‘Les Républicains’, com 4,70%.
Colado, em sexto lugar, vem Yannick Jadot,
dos “Verdes”, com 4,34%.
Jean Lassalle, de Centro-Direita, fica com 3,49%.
O Comunista Fabien Roussel fez 2,39%, à frente
do Gaullista Nicolas Dupont-Aignan com 2,22%
e da Socialista Anne Hidalgo que tem 1,76%.
Na Liderança, Emmanuel Macron obtém 27,32%
e Marine Le Pen, na Vice-Liderança, faz 25,67%.
1,19% dos Eleitores Inscritos votou em Branco
e 0,53% anulou o Voto, até este momento.
A Abstenção é de 25,05% dos Eleitores Inscritos.
Zé Maria
Detalhe:
https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/index.html
Na Região Administrativa de “Île-de-France”,
a Mais Populosa da França, composta por
8 Departamentos – Paris, Seine-et-Marne,
Yvelines, Essonne, Hauts-de-Seine, Seine-
Saint-Denis, Val-de-Marne e Val-d’Oise –
onde se distribuem 1268 Comunas em
155 Municípios, entre os quais a Capital
Paris, Mélenchon e Macron dividiram
a Preferência dos Eleitores Franceses,
muito à frente dos demais Candidatos,
mesmo de Le Pen que teve, ali, um
Péssimo Desempenho (no Depto. de
Paris, por exemplo, Le Pen ficou em 6º)
Aliás, Mélenchon venceu em “Île-de-France” (*),
com uma Pequena Vantagem de 0,05% sobre
Macron, cada um com Mais que o Dobro de Le Pen.
A Região tem cerca de 7,350 Milhões de Eleitores.
*Região Administrativa de Île-de-France: (https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/011/011.html)
8 Departamentos da Região de Île-de-France:
1) Paris: (https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/011/075/index.html);
2) Seine-et-Marne: (https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/011/077/077.html);
3) Yvelines: (https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/011/078/078.html);
4) Essonne: (https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/011/091/091.html);
5) Hauts-de-Seine: (https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/011/092/index.html);
6) Seine-Saint-Denis: (https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/011/093/index.html);
7) Val-de-Marne: (https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/011/094/index.html) e
8) Val-d’Oise: (https://www.resultats-elections.interieur.gouv.fr/presidentielle-2022/011/095/index.html)
https://www.euromanet.eu/upload/34/76/eu_roma_strategy_-_presentation_ile_de_france_madrid.pdf
Zé Maria
Sinceramente, para o Bem da Humanidade, espera-se
que o Pleito do 2º Turno das Eleições Presidenciais na França seja efetivamente Polarizado entre a Democracia Republicana e o NaziFascismo.
E que a República Democrática vença e convença.
Nesse ínterim, aguardamos chegar a vez de Mélenchon.
Sem dúvidas, daqui a 5 Anos chegará. A Esquerda volta.
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